Quando o filme acabou eu fui dormir, porque eu estava em cacos de tão cansada. Acordei 12 horas no dia seguinte, desci pra almoçar com meus pais e nós fomos pra praia encontrar uns amigos que eles fizeram questão de não dizer o nome.

Chegamos lá e fomos pra uma barraca não muito próxima do mar, eu fui logo dar um mergulho, mas rápido, depois voltei pra nossa barraca e fiquei conversando com eles.

Raimundo:– Aí vem eles.

Meu pai falou se levantando e eu virei a cabeça na direção dos tais amigos e pra minha surpresa eram os pais do Fred, junto com o próprio Fred.

yYy:– Oi Raimundo. - O pai dele estendeu a mão pro meu pai e os dois deram um aperto de mão.

Raimundo:– Como é que tá Walter?

Walter:– Eu estou ótimo e com essa praia só melhorou. - Ele deu um sorriso.

Fátima:– Oi Mel querida. - Ela e a mãe do Fred trocaram beijinhos na bochecha.

Mel:– Ah, deixa eu apresentar meu bebê. Nem deu tempo ontem. - Ela puxou o Fred e eu ri baixinho, mas o Fred viu.

Fred:– MÃEEEEEE.

Mel:– Deixa de besteira Frederico. Esse aqui é o Frederico, nosso filho de quem eu falei ontem.

Mãe:– Ah, mas ele é lindo e parece um ótimo rapaz, quem sabe você e a Manu... - Ela deixou a frase no ar e deu um sorrisinho.

Mel:– Ah seria perfeito, eles formam um casal tão fofo. - Ela olhou pra nós dois.

Fred:– MÃEEEEE. - Ele lançou um olhar repreensivo pra ela.

Mel:– Não começa com essas frescuras, Fred.

Eu só ri da cena e pra acabar com aquele constrangimento chamei o Fred pra dar uma caminhada na praia comigo. Fomos andando em silêncio até ele quebrar o gelo.

Fred:– Desculpa pela minha mãe, ela exagera ás vezes. - Ele de ombros.

Manu:– De boa, a minha também não é exatamente uma santa. - Sorrimos um pro outro.

Fomos caminhando enquanto conversávamos sobre vários assuntos. Paramos em uma parte da praia que tinha menos gente e sentamos pra ver a paisagem. Por sorte eu tinha trazido a câmera, porque eu consegui várias fotos lindas.

Fred:– Tu fica linda fotografando. - Eu sorri e abaixei a cabeça envergonhada. - Na verdade tu fica linda de todo jeito. - Ele levantou meu rosto e nós nos beijamos.

Fred:– Eu vou sentir falta disso. - Ele disse olhando a paisagem.

Manu:– Disso o quê?

Fred:– Tudo, o mar, o céu, a paz. - Ele fez uma pausa e me olhou. - Teus beijos.

Manu:– Vai sentir falta por quê?

Fred:– Eu vou embora amanhã, esqueceu?

Manu:– Não, mas Jijoca vai continuar aqui e a gente não mora em lados opostos do hemisfério. - Ele sorriu triste.

Fred:– Não, mas é como se fosse. Vamos ser sinceros Manu, mesmo que a gente volte pra Fortaleza e não pare de se falar, alguma coisa vai mudar. Com as mulheres ou é 8 ou é 80. Ou vocês tem amigos ou namorados, não dá pra ter um meio termo. Eu não vou conseguir ser SÓ teu amigo, juntando isso ao fato que eu sei que tu não quer um namorado agora, essa "relação" não vai dar certo.

Manu:– Espera, como é que é? Como tu sabe que eu não quero namorar?

Fred:– Eu soube da história da garota grávida.

Manu:– Quem contou Frederico?

Fred:– Calma.

Manu:– Calma o caramba, como tu ficou sabendo disso?

Fred:– Primeiro se acalma que eu te conto tudo.

Manu:– Tá. - Respirei fundo e tentei me acalmar. - Agora fala.

Fred:– Foi o Vini, ele foi atrás de mim um dia antes da viagem, ele veio me dizer pra eu me afastar de ti, que não queria me ver perto de ti e que tu tava mal ainda por ter terminado há poucos tempo com teu ex, por causa da gravidez dessa tal garota. - Pronto, quando ele falou o nome do Vini a raiva aumentou. - Olha Manu, eu não tô te culpando, eu só tô falando que mesmo que tu queira, não vai ser a mesma coisa. Isso que a gente viveu esses três dias foi perfeito, eu adorei de verdade, mas só aconteceu porque não tinha toda a nossa realidade incluída. Não tinha amigos, primos super protetores, nada disso... - Ele ia continuar falando, mas eu coloquei o dedo indicador sobre os lábios dele, pra pedir uma pausa.

Manu:– Quem disse que não vai? Quer saber? Vamos esquecer isso tá? Vamos viver esse restinho de tempo que a gente tem até voltar pra nossa realidade, na volta a gente resolve nossa situação, pode ser?!

Fred:– Pode. - Ele sorriu e me beijou.

O problema é que o beijo não teve tanta emoção quanto os outro, não por causa dele, era eu, eu não estava me controlando de raiva do Vinicius, me deu vontade de pular no pescoço dele, mas eu tentei esquecer aquilo e viver o momento.

Ficamos mais um tempo lá tempo até nos darmos conta que nossos pais estavam nos esperando, fomos de mãos dadas até chegar relativamente perto da barraca.

Juntos:– Acho melhor... - Olhamos juntos pras nossas mãos dadas e soltamos, porque ia dar falatório entre as nossas mães.

Fátima:– Ainda bem que vocês chegaram, nós pedimos batata frita pra vocês.

Manu:– Por mim ótimo.

Fred:– Melhor impossível. - Ele deu um sorriso que me pareceu não ser só pela batata.

~~~~~~~~~~~~~~ 1 semana depois ~~~~~~~~~~~~~~

Fazia quase uma semana desde a última vez que eu tinha visto o Fred, eu ainda não tinha tido tempo para nada depois que voltei porque estava na época de VG. Só naquele dia, sábado, eu tinha tido um tempinho vago, mas que já tinha sido preenchido.

Primeiro eu ia pro colégio, fazer a última VG, ia pra casa almoçar, passava na casa do Vini, conversava, e com conversar eu quero dizer gritar, de lá eu ia pro shopping me encontrar com a Nanda, o Rodolfo, o Luc, a Van, que estavam quase namorando e com a Ju e se desse tempo dava uma passada na pista pra ver o Fred. E foi exatamente isso que eu fiz.

Acordei, fui pro colégio e fiz uma prova até boa, terminei quase 11 horas, de lá fui direto pra casa. Almocei fui tomar um banho, vesti um short jeans, uma blusa canoa do P!atd, um par de vans vermelho e uma bolsa pequena de lado. Fui direto pra casa do Vini, quem atendeu a porta foi o Biel.

Manu:– Cadê o Vinicius?

Biel:– Boa tarde pra você também.

Manu:– Ele tá lá no quarto né?! Tô subindo.

Biel:– Tá. - Ele deu de ombros.

Subi quase correndo e bati na porta antes de entrar.