O garoto novo escrita por Miss Disaster


Capítulo 20
Capítulo 20




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486863/chapter/20

Quando ele disse isso eu não gritei, não xinguei, não dei um murro nele, o que é a minha reação quando alguma coisa dá errado, nada disso aconteceu, pelo contrário eu simplesmente travei.

Eu não conseguia nem sequer falar, eu só fiquei olhando pra ele tentando assimilar tudo, enquanto ele continuava falando, eu senti as lágrimas rolando pelo meu rosto e minha cabeça zunindo, o máximo que eu consegui foi discernir um trecho ou outro de conversa.

Art:– ... Manu, eu juro que eu não sei o que aconteceu, a última coisa que eu me lembro de ontem é a nossa briga, eu lembro de ouvir a porta batendo com força quando tu saiu e depois disso eu comecei a ficar meio tonto, eu achei que tinha sido a bebida, o máximo que eu lembro é de chegar aqui na sala e ouvir a porta abrindo, eu achei que era tu, mas era a Priscilla, depois disso eu apaguei, não lembro de nada...

Eu não estava conseguindo assimilar aquilo tudo, eu escutava e entendia o sentido, mas uma parte de mim não queria acreditar que aquilo era verdade e ainda tinha uma parte de mim que achava que aquilo não fazia sentido.

Art:– ... E ela tava apoiada em mim dormindo, eu chamei ela e perguntei o que ela tava fazendo lá e ela me disse que voltou pra pegar a bolsa q ela esqueceu aqui e me encontrou quase caindo, me ajudou a subir pro quarto e foi quando eu agarrei ela, mas isso é a versão dela, pode ser que ela tenha se aproveitado... - Eu simplesmente me levantei e saí andando.

Ele veio atrás de mim e ficou gritando, quando eu estava atravessando a rua o Vini e a Déh vinham conversando e rindo da sorveteria que tinha do lado da minha casa. Eles me viram e vieram correndo atrás de mim, quando viram o Art gritando por mim o Vini foi falar com ele e a Déh veio me perguntar o que tinha acontecido, eu fiquei calada e subi pro meu quarto.

Tranquei a porta e me sentei no chão pra rever as coisas que estavam na nossa caixinha e chorar. Fiquei lá um bom tempo, a Déh e o Vini ficaram um tempo tentando me fazer abrir a porta, eu simplesmente esperei eles desistirem e continuei lá, quando eu cansei de ficar olhando pra tudo aquilo, eu finalmente abri a porta e desci.

O Vini correu pra mim e me puxou pra sentar do lado dele no sofá. Sentei com ele enquanto eu vi que ele ficou se roendo de curiosidade, apesar de saber que com certeza ele perguntou pro Art o que aconteceu. Quando eu me senti pronta pra desabafar eu contei tudo.

Quando eu contei tudo eu jurava que ele ia sair dali na mesma hora e ir tirar satisfação com o Art. Ele deu a opinião dele, que não foi nem um pouco favorável ao Art. Depois disso ele tentou descontrair o clima enquanto a Déh fazia o brigadeiro.

Manu:– Mas eu fiquei tão imersa nos meus problemas que nem perguntei como foi o cinema. Gostaram do filme?

Vini:– Na verdade, nem assistimos, o cinema tava em reforma, acabamos só indo comer no MC, depois fomos jogar boliche e paramos pra comer um sorvete ali na esquina e quase... - Ele parou.

Manu:– Quase...

Vini:– Nada.

Manu:– Quem nada é peixe, fala moleque.

Vini:– Nada Manu.

Manu:– Te conheço Vini, me conta.

Vini:– Tem uma coisa, mas tu vai jurar que não vai contar pra ninguém e nem vai dar uma de cupida.

Manu:– Tá.

Vini:– Tá não, tu já me enrolou muito com esses teu "tá". Jura.

Manu:– Juro que não vou contar a ninguém e nem vou dar uma de cupida.

Vini:– Melhor. Então, quando a gente tava lá no boliche, ela foi jogar a bola e tu sabe como Déh é um desastre.

Manu:– De família, mas continue.

Vini:– Então, eu fui ensinar a ela como se segura a bola direito e bem na hora ela virou o rosto pro meu lado, o que deixou nossos rostos bem próximos...

Manu:– Já entendi tudo, vocês quase se beijaram.

Vini:– Exato, só que eu não tenho certeza se foi mesmo, ou foi só coisa da minha cabeça por estar brigado com a Luma.

Manu:– Vou ser sincera contigo Vini, tu sabe que eu detesto a Luma, ela tem cara de vadia e é toda fresca, mas se tu quer ficar com ela, é escolha tua. Mas eu prefiro mil vezes tu com a Déh, vocês formar um casal super fofo e tu sabe que ela sempre teve uma queda por ti, fora que vocês nunca foram tão próximos como nós, porque nós dois somos como irmãos, tu me protege como tu protegeria uma irmã mais nova e vice-versa, tu me conta tudo sobre tuas ficantes, namoradas, decepções e eu também te conto cada detalhe da minha vida, mas tu e ela não, ela nunca te contou sobre quem ela tava ficando nem pediu dicas, porque ela não queria parecer comprometida com outro e perder a chance de tu se declarar pra ela e tu acabou fazendo a mesma coisa, porque lá no fundo tu também sente alguma coisa por ela, eu lembro de uma vez quando a gente era pivete que eu te contei que ela beijou o Marcelo, aquele meu antigo vizinho e tu ficou todo machão, querendo tirar satisfação com ele, mas me disse que teria a mesma reação se fosse eu. Desde aquela época tu gostava dela Vini e ela também de ti, só que vocês acabaram crescendo e se afastaram mais por vergonha, mas por mim vocês ficariam juntos.

Vini:– Caralho, tu é foda Manu, sério.

Manu:– Eu sei. - Falei e sorri. - Mas se liga, se tu for lutar por ela, termina logo com a Luma, porque ela gosta de ti, mas não é burra a ponto de namorar com moleque compromissado. E ninguém merece né?

Vini:– Eu sei, a gente já não tá tão bem, a gente meio que tá dando um tempo, eu vou falar com ela.

Manu:– Então tá, boa sorte para vocês. - Mordi os lábios.

Vini:– Não Manu, tu prometeu.

Manu:– O quê? - Falei confusa.

Vini:– Tu me prometeu que não ia dar uma de cupida.

Manu:– Mas eu não vou. - Menti.

Vini:– Tu mordeu a boca, tu faz isso quando tá pensando e pela tua cara, tu tá pensando em dar uma de cupida.

Manu:– Te detesto por me conhecer tanto seu puto.

Vini:– Mentira, tu me ama anã.

Manu:– Cala a boca, não sou anã.

Vini:– É sim e shiu.

Ele me abraçou e nós esperamos a Déh pra começar a assistir um filme de comédia, rimos bastante e depois assistimos um de terror e o Vini saiu todo roxo por causa da gente que se cagou de medo do filme.

Depois do filme, ficamos só conversando na sala, contei tudo pra Déh e quando minha mãe chegou nós fomos ajudar ela a colocar a mesa. Fomos dormir era quase 3 da manhã só conversando, acordei no dia seguinte com alguém me chamando.

Talvez por ter reconhecido a voz do Art eu não queria acordar por achar que era um sonho. Mas eu senti alguém começar a fazer cócegas no meu pescoço e pra variar comecei a ter um mini ataque epilético u_u Abri os olhos e vi que realmente era o Art (não fiz aquela idiotice de fechar os olhos e depois abrir pra ter certeza que ele estava mesmo ali porque não sou tão retardada).

Me sentei na cama e encarei ele, imaginei que minha cara estava um lixo:

Art:– Precisamos conversar.

Manu:– Quem te deixou subir?

Art:– o Vini, ele disse que a gente precisava realmente conversar e disse que se eu te fizesse chorar ele quebrava minha cara.

Manu:– Aquele viado.

Art:– Não, ele tem razão ,eu fui um cafajeste, a gente precisa conversar Manuzita.

Manu:– Tá, me espera lá embaixo que eu vou tomar banho, tô parecendo um buldogue com a cara amassada.

Art:– Cala a boca, tá linda com a cara toda amassada e essa blusona de Supernatural. Tá gostosa.

Manu:– Sério Art, deixa eu tomar banho.

Art:– Tu sabe que não importa quanto tempo tu fique no banheiro eu vou continuar te esperando lá embaixo né?

Manu:– É, imaginava.

Art:– Sério, deixa de frescura Manu.

Manu:– Ah além de corna sou fresca também? Valeu Arthur.

Ele só me olhou com um olhar que me deu pena:

Art:– Te espero lá embaixo.

Ele desceu e eu fui tomar banho, fui o mais breve possível, queria ter logo uma conversa com ele. Vesti minha blusa da RHCP, um short jeans qualquer, disfarcei um pouquinho as olheiras e desci. Ele estava em pé olhando as fotos que tinha na estante da sala. Fui andando devagarzinho pro sofá, ele percebeu minha presença e se virou pra mim. Eu sentei no sofá e ele sentou do meu lado. Depois de alguns minutos ele começou a falar:

Art:– Eu sinceramente não sei por onde começar, porque eu acho que o que eu fiz não tem explicação, eu juro que eu não lembro nada daquilo, mas eu acordei com a Priscilla do meu lado e ela me contou tudo, eu me senti um lixo, na verdade ainda estou me sentindo, eu fui um cafajeste e se tu terminar comigo agora eu vou entender. Na verdade eu nem sei sequer se ainda existe Manur, como as meninas dizem. - Ele sorriu ao lembrar do nosso shipper. - Eu sei que eu nem tenho direito de te pedir isso, mas me perdoa Manu?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado u.u



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O garoto novo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.