Eu estava roendo as unhas e direto olhando o relógio toda hora. Já era 16:20 quando eu desisti de esperar, paguei o tiozinho e fui correndo mesmo. Corri feito louca até o aeroporto, cheguei lá faltava cinco minutos para o voo dele sair. Cheguei no aeroporto e fui atrás de alguém para me informar onde ficava o portão dele. Achei uma balconista que me disse onde ficava.

Corri mais ainda até chegar no portão, tinha um cara grandão conferindo as passagens:

Manu:– Com licença. - Eu falei ofegante. - O senhor sabe se um menino passou por aqui, ele é branquinho, usa óculos quadradão. Ele é mais ou menos dessa altura. - Levantei a mão na altura do Art. - O nome dele é Arthur Oliveira Cordeiro.

xXx:– Eu não... - Ele parou. - Espera, ele passou sim.

Manu:– Moço, pelo amor de Deus, deixa eu entrar para falar com ele.

xXx:– Ah tá certo moça. claro. - Ele fez uma cara de quem estava me zoando.

Manu:– Moço, por favor, eu PRECISO falar com ele.

xXx:– Não bonitinha, essa não vai colar comigo.

Me veio uma ideia louca na cabeça, mas era a única, então eu virei como se fosse embora e quando eu achava que ele tinha esquecido de mim, virei de volta para a entrada e corri. Consegui passar por ele e entrei no avião. Corri até achar o Art que estava no fundo do avião ele não me viu, mas eu gritei:

Manu:– ARRRRRT.

Ele tirou os fones e olhou para mim e quando me viu sorriu. Sorriu com aquela perfeição que ele chama de sorriso e eu me derreti toda. Mas eu não tinha tempo para isso, em menos de um minuto o carinha ia vir atrás de mim, então eu tinha que ser rápida.

Manu: - Art por favor não vai pro Rio, fica aqui, fica por mim. Eu prometo que eu nunca mais vou agir igual idiota contigo.

Art:– Ficar? Manu, eu... Eu não posso, eu tô indo embora porque eu quero... porque eu preciso te esquecer, se eu ficar aqui eu vou ficar sofrendo por tua causa, sim por tua causa. Eu não aguento mais te ver sorrindo do lado do Pedro.

Manu:– Eu terminei com ele. Quer dizer ele terminou comigo... Ah que se dane, eu nunca quis voltar com ele, eu teria aceitado o teu pedido de namoro, mas... - Fui interrompida.

xXx:– Ei menina, você não podia entrar aqui. - Era o carinha das passagens e ele tentou me puxar.

Manu:– Não, me solta. - Finquei as unhas no banco e me segurei lá. - Art, eu nunca teria voltado com o Pedro se não fosse o pai dele. Quando tu me pediu em namoro eu queria aceitar, eu realmente queria... - Parei para chutar as pernas do carinha. - Por isso eu chorei quando tu me pediu em namoro. - Aquela altura todo mundo estava olhando para mim, mas eu não me intimidei. - Porque a coisa que eu mais queria era ser tua namorada. Tudo que eu mais queria era poder te chamar de príncipe, mas eu não podia, eu não podia porque o pai do Pedro foi na minha casa fuder com a minha vida toda, ele me disse que amava o filho e não queria ver ele sofrendo, por isso queria que eu voltasse com o Pedro e se eu não voltasse, bom, ele podia mexer uns pauzinhos para demitir meu pai. E por mais que eu te ame, porque sim, eu te amo, eu não podia deixar o meu pai ser demitido quando eu podia fazer alguma coisa. E quando tu deixou de falar comigo eu quase morri. - O carinha conseguiu tirar uma das minhas mãos do banco. - Eu te queria e ainda quero.

Art:– Mas... E o teu pai?

Manu:– O Pedro que terminou comigo, o pai dele não pode reclamar que eu não cumpri o acordo. Por favor Art. Fica em Fortaleza, fica comigo.

E todo mundo começou a gritar para o carinha me soltar e deixar eu conversar com o Art. Ele não teve opção a não ser me soltar. O Art veio até mim e me abraçou:

Manu:– Então, fica? - Falei e levantei o olhar para ele.

Art:– Fico, fico sim, minha princesa. - Ele me levantou no ar e me beijou.

Eu só ouvi os aplausos de todo mundo e aquilo me pareceu muito clichê, tipo aquelas cenas de novela, só que meio invertida, porque era a mocinha que ia atrás do galã e não vice-versa. Paramos o beijo aos poucos e ele pegou as coisas dele e nós saímos, quando eu saí do avião dei língua para o carinha das passagens. O Art foi atrás da outra mala dele e quando ele pegou nós fomos para casa.

Ele foi para a casa dele e eu fui para a minha, minha mãe estranhou porque eu disse que ia chegar lá para as 18 horas. Contei tudo a ela e ela ficou me encarando surpresa eu só ri e subi para o meu quarto. Liguei para o Pedro para me acertar com ele e contar tudo para ele. Passei mais de duas horas no telefone com ele. Ele ficou puto com o pai dele. Depois de contar tudo ficamos conversando sobre outras bobagens. Ele me falou sobre a menina por quem ele estava apaixonado, eu dei umas dicas para ele.

Quando eu já estava cansada o bastante fui dormir e acordei no dia seguinte com uma voz que já conhecia, mas mesmo assim eu ainda pensei que estava sonhando.

Art:– Manuzita acorda.

Abri os olhos devagarzinho para ver se o sonho demorava mais a acabar. Mas quando eu abri os olhos ele continuava lá e eu não estava sonhando, porque eu podia sentir o cheiro do café, do queijo e do presunto, que por coincidência, ou não, estavam em uma bandeja que ele estava segurando, no meio da bandeja tinha um copo com uma flor dentro. E do lado do vaso tinha uma caixinha, a mesma caixinha que ele jogou para mim, no pé da escada dele, tantos meses atrás. Ele me entregou a caixinha de novo e dessa vez fez o pedido oficialmente:

Art:– Manuzita, namora comigo?

Manu:– Vou pensar no teu caso. - Fiz uma cara séria.

Art:– Ah vai se fuder Manuela.

Manu:– Só se tu vier comigo. - Fiz uma cara maliciosa e beijei ele.

Comi o café da manhã que ele fez para mim, que, por sinal, estava ótimo. Ele desceu e esperou eu me vestir, nós saímos e fomos para a casa do Luc, de lá a gente ia pro salão onde ia ser a festa da Ju.

A mãe dela já estava lá, nós começamos o trabalho, a galera toda percebeu que eu e o Art estávamos próximos demais e começaram a nos interrogar. Acabei soltando que estávamos namorando, ai começou a zoeira. Ajeitamos tudo bonitinho e eu voltei para casa com o Art. Ele foi se arrumar na casa e eu também, vesti um vestido verde, um salto preto e desci para esperar o Art, ele veio me buscar e a mãe dele nos levou.

Ele aproveitou para falar para a mãe dele que estava namorando, ela nos desejou felicidades. Chegamos na festa tinha pouca gente ainda. O Kaio ligou para mim para avisar que tinha parado em um posto pertinho do salão para nos avisar. Desliguei e avisei a todo mundo que eles estava chegando. Apagamos todas as luzes e ficamos esperando. Ele chegou pouco tempo depois, eu fiquei pela janela olhando e esperando eles chegarem para avisar.

Ele tampo os olhos dela e alguém abriu a porta para os dois. Quando ele tirou as mãos dos olhos dela nós acendemos a luz e gritamos "SURPRESA". A festa foi ótima nos divertimos e quase todo mundo ficou sabendo do meu namoro. Estava todo mundo bem, os casaizinhos se pegando e tal.