Me subiu uma raiva enorme, mas eu me controlei enquanto eu tirava a foto dela se agarrando com o Gustavo, enviei a foto para o Art com essa legenda: 'Foi por isso mesmo que tu se apaixonou?' Guardei o celular e parti para cima da piranha mor, cheguei puxando o cabelo dela:

Manu:– Ué tá fazendo o que aqui piranha? Não tinha que estar na casa do teu namorado?

Priscilla:– Me solta, sua louca.

Manu:– Só quando tu disse por que tá traindo o Art?

Priscilla:– Ai então é tu né? A vadiazinha que me roubou o Pedro e agora quer o Art?

Manu:– Não quero o Art, só que não quero que ninguém traia ele.

Priscilla:– Enquanto ele não souber, está ótimo.

Aquilo me deu uma raiva que fez eu dar um tapa nela, e todo mundo só olhando a gente ali gritando. Ela me bateu de volta aí começou a briga, era puxão de cabelo, unhada, tapa:

Priscilla:– TU NÃO VAI TER O ART TAMBÉM, SUA CACHORRA.

Manu:– NÃO ME CHAMA DE CACHORRA E EU NÃO QUERO ELE. - Menti. - MAS TAMBÉM NAO VOU DEIXAR TU TRAIR ELE NA CARA DE PAU.

A gente ficou nessa confusão até vir uns meninos nos separar.

Manu:– ME SOLTA QUE EU VOU DAR NA PIRANHA MOR.

Priscilla:– DEIXA EU BATER NESSA VAGABUNDA.

O Gustavo levou ela embora junto com outros meninos e o Vini, que ajudou a me segurar, veio falar comigo:

Vini:– Que loucura foi essa, Manu?

Fiz um resumo de tudo para ele e ele sacou tudo. Ele foi na enfermaria que tinha do lado da pista pros skatistas que se machucavam e trouxe uns curativos para colocar em mim. Depois de colocar os curativos, ele me levou para casa e deu uma desculpa para os meus pais por causa do curativos. Jantei e subi para o quarto e fui para o PC.

Assim que abri o Facebook e vi "Arthur Oliveira está solteiro." Fui stalkear ele e vi que ele tinha excluído todas as fotos com a piranha mor. Isso melhorou muito meu humor. Fiquei charlando no twitter e depois fui dormir. Acordei toda doída no dia seguinte, mas levantei assim mesmo. Tomei banho, vesti o uniforme, um short jeans para não ficar em cima dos curativos no joelho, um Vans preto e prendi o cabelo em um coque solto.

Meu pai foi me deixar no colégio e só a Van tinha chegado, ela veio correndo falar comigo:

Van:– Manueeeeeeela, que história foi essa de brigar com a Priscilla? O Vini me contou ontem no facebook.

Manu:– Longa história.

Van:– A gente ainda tem tempo antes de começar a aula. - Ela levantou uma sobrancelha. - Vamos, conta.

Contei tudo para ela e ela ficou tentando assimilar tudo, depois todo mundo foi chegando e perguntando o que era aquele monte de curativo, expliquei várias vezes que tinha pegado uma briga na pista. Finalmente tocou para a aula e nós subimos. No intervalo eles pediram detalhes da briga, mas eu tentei desviar do assunto, para não ter que dizer que foi com a piranha mor a briga. Consegui enrolar até o toque para o fim do intervalo. No fim da aula a Nanda pediu para mim e para a Ju para ir com ela na secretária pagar a mensalidade do colégio.

Estávamos esperando a tiazinha da secretária terminar de processar o pagamento quando a Nanda tocou no assunto:

Nanda:– Vocês souberam que o Art terminou com aquela Priscilla?

Manu:– Soube.

Ju:– Terminou? AI MEU DEUS PORQUE NINGUÉM ME CONTOU?

Nanda:– Eu só soube porque o Rodolfo me contou.

Ju:– E tu... - Ela parou no meio da frase.

Manu:– O que foi?

Ju:– Aquela não é a Priscilla perto das catracas?

Eu e a Nanda viramos para ver e era ela mesma, chamando pelo Art que só viu ela naquela hora. A tiazinha terminou e nós fomos para lá ver a treta. Ela estava gritando para ele perdoar ela, quando me viu:

Priscilla:– Foi ela, não foi? - Ela apontou para mim. - Foi tu que enviou a foto para ele, não foi?

Manu:– E se for? - Encarei ela.

Priscilla:– Foi tu sim, tu era a única pessoa que estava naquela pista ontem. Deve ter tirado antes da briga.

Rodolfo:– Espera, foi com ela que tu brigou na pista ontem, Manu?

Manu:– Foi. - Dei de ombros.

Luc:– Como eu perdi isso? Briguem de novo vai. Adoro briga de mulher.

Art:– Cala a boca Luc, não coloca lenha na fogueira. E vocês duas parem de brigar.

Priscilla:– Ah, mas agora eu vingo as unhadas de ontem. - Ela veio para cima de mim e vice-versa.

Começamos a brigar de novo igual o dia anterior e como os meninos são uns estraga-prazer separaram nós duas. O fiscal de piso pediu para ela ir embora e pegou meu RA para tirar ponto de indisciplina.

Depois que eu me acalmei o Art veio falar comigo:

Art:– Tu brigou com ela por ter me traído?

Manu:– É. - Dei de ombros.

Art:– Obrigada por me defender.

Manu:– De nada.

Art:– Mas isso não vai mudar o que eu disse ontem.

Manu:– Eu não fiz isso para mudar tua opinião. Por mim tu nem ia ficar sabendo dessa porra de briga. Eu quero que tu me perdoe, mas a minha vida não gira ao redor disso. - Fechei a cara e saí, por sorte meu pai chegou e eu fui logo para casa.

Meu pai me deixou em casa e avisou que o almoço tava no micro-ondas, ele e a minha mãe iam viajar. Almocei, fui fazer minhas tarefas e fiquei na sala assistindo uns filmes. De repente me bateu uma vontade de ir para a piscina, subi, vesti meu biquíni, peguei a tolha e fui para a piscina.

Fiquei uma hora, mais ou menos, lá. Saí da piscina, fui para o quarto e bateu uma fome. Me vesti, peguei o dinheiro que meu pai deixou e fui no supermercado. Eu estava na seção de frios quando eu esbarrei no Art:

Art:– Ah. - Ele disse quando viu que era eu.

Manu:– Ah o quê? Eu sou tão ruim assim? Para com isso Art, meu Deus. É tão difícil assim ser meu amigo?

Art:– Desculpa. - Ele deu de ombros.

Aquilo me deixou um tempo surpresa, porque eu achava que ele ia me esculachar como todas as vezes que eu falava algo semelhante. Não sei o que tinha naquelas palavras que fizeram ele voltar a agir um pouquinho só como meu amigo. Terminei de fazer minhas compras e ele as dele. Ele me ajudou a levar as minhas sacolas até em casa, no caminho ele foi me contando algumas novidades.