Uma história sem final... escrita por Lena


Capítulo 1
Capítulo 1




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"Eu era muito nova, eu não sabia de nada. Eu ferrei minha vida, eu acho que só queria ser igual e normal, mas agora já não tenho certeza do que quero ser. Eu só quero sentir alguma coisa, e isso eu também não sei, talvez eu só queira ser amada, talvez eu só queira ser lembrada"

Eu tinha 13 anos e não sabia de nada, era apenas uma pequena garota num mundo tão grande. Não tinha certeza de que profissão seguir, e já não entendia por que minha mãe brigava tanto comigo. Não entendia mais as fórmulas de matemáticas, e certamente já não vi mais o porque de ir para aquela merda de escola onde eu só convivia com pessoas entranhas e excessivamente chatas. Tinhas poucos amigos, quase nunca podia sair, e pra mim isso já tinha virado um problema e dos grandes.

Meus amigos já não pareciam tão legais, e os outros grupos pareciam bem mais populares e interessantes. Foi aí que eu fiz a primeira burrada da minha vida.

Minha mãe sempre me alertou para andar com pessoas certas, com pessoas que se importavam comigo e que queriam apenas o meu bem. Mas eu já estava cansada de ter amigos que apenas falavam sobre como as matérias escolares estavam mais difíceis e complicadas de entender.

Aos poucos fui perdendo a amizade com meus velhos amigos e conhecendo mais pessoas, até que conheci um grupo de menina que simplesmente mudaram minha forma de viver. Eles eram os mais populares da escola, conheciam todo mundo e eram "respeitados" por todos, era isso que eu pensava que queria para minha vida naquela fase.

Conheci um dos integrantes do grupo, a qual se chamava Felipe. Felipe era lindo, legal e tudo mais, logo que o conheci Felipe me convidou para passar o intervalo do lanche com ele. Deixei meus amigos e fui lá, toda feliz achando que estaria crescendo na vida fazendo isso. A partir desse dia, comecei a passar todos os intervalos com Felipe até que ele me apresentou a seus amigos e então começamos a andar todos juntos. Seus amigos eram todos bonitos e muito divertidos, dávamos muitas risadas juntos.

Deixando aquele velho grupo que quase sempre falavam sobre estudo e aulas da escola, conheci muito mais gente do colégio e de outros lugares. Já tinha uma nova melhor amiga e aquelas metas de tirar a nota mais alta da sala eram passado. Minha nova "melhor" amiga se chamava Lola. Lola era divertida e bem popular e era uma das amigas de Felipe. Os dois começaram a ser meus novos amigos assim como muito mais gente.

Logo pedi para mudar para a sala do lado, onde se encontrava a turma de Felipe, Lola e seus amigos em geral. Meus velhos amigos conversaram comigo e disseram que isso era bobagem, que eles nem ao menos ligavam para mim. Por que não acreditei neles?

Fui recebida com muitas palmas e elogios na sala ao lado, mas logo fui repreendida por Felipe.

"Se você quer mesmo fazer parte do nosso grupo, vai ter que fazer algumas 'pequenas' coisas."

Lá fui eu fazer essas "pequenas" coisas, começando primeiro por mudar meu estilo musical e de vestuário. Eu sempre ouvi um pouco de rock/pop, mas agora comecei a ouvir eletrônica e uns estilos variados, deixando assim mais uma coisa "minha" para trás.

Mudei também meu estilo de roupas, sempre usava camisetas, calças jeans, tênis ou botas, mas meus amigos exigiam que eu usasse calças mais justas, camisetas mais curtas e sapatos mais abertos.

Também nunca liguei muito para computadores, celulares nem dava do tipo, usava o computador bem de vez em quando. Agora eu já passava a ter quase todos da escola nas redes sociais, levava o celular para todo lugar onde ia.

Minha mãe já estava mais careta do que antes, me perguntava o por que da minha mudança repentina, e ficou pior ainda quando eu comecei a sair muito e quando minhas notas caíram.

Comecei a andar muito com meus novos "amigos", até que, de novo, fiz mais uma burrada na minha vida, nunca fui de namorar, sempre achei que isso era só lá pra frente, mas como eu queria muito ficar naquele grupo de pessoas e ser "igual" a todos, fui obrigada a namorar o Pedro, um amigo de Felipe. No começo a gente só se beijava quando estávamos juntos, trocávamos mensagens e conversávamos pelas redes sociais.Depois que exigiram mais que isso, tudo mudou para pior.

Estávamos conversando na saída da escola, todos juntos e dando risadas, aos poucos todos foram indo embora até que sobrou apenas eu e Pedro. Ele se ofereceu para me acompanhar até em casa, e claro, eu aceitei. Fomos conversando pelo caminho, até que Pedro exigiu algo de mim que eu achei que nenhum daqueles meu novos "amigos" me obrigariam a fazer.

"Ah sabe, eu curto muito namorar você e tal. Mas acho que já está na hora de ficarmos mais sérios, sabe?"

Nem imaginei o que ele cobraria, e assim ele continuou falando.

"Quero que me prove uma coisa, quero que prove que realmente gosta de mim. Quero que vá para a cama comigo"

"O que? Pedro você está louco? Eu tenho só 13 anos, minha mãe não deixaria eu nem namorar você se descobrisse tudo, quanto mais fazer uma coisa dessas"

"È assim? Eu faço tudo por você, e é assim que você me agradece?"

Ele continuou:

"Bom, se não quer tudo bem, mas saiba, ou você vai pra cama comigo ou eu conto tudo sobre você para sua querida 'mamãe', e então o que vai ser?"

"Não Pedro, pera, olha, ta bom, pode ser. Não conta nada pra ela, mas como a gente vai fazer isso?"

"Ah, isso, assim mesmo. Bom, você tem uma casa não é mesmo? E uma cama eu espero. Ou estou errado?"

"Não, claro que não está errado. Tenho cama e casa, mas e minha mãe?"

"Isso é o de menos, eu posso ir lá de noite, ela vai estar dormindo. Pode ser?"

Pensei de mais, se eu não aceitasse perderia tudo, meus amigos, Pedro, nem sei o que minha mãe faria, mas se aceitasse e ela não ficasse sabendo de nada, estaria tudo bem.

"Ta bem, mas tem que ser bem tarde, e bem, pode ser no quarto dos fundos, vai que minha mãe ouve algo."

"Ta bem, arrume tudo, 24:00 (meia noite) eu passo na sua casa, me espere na porta."

Eles se despediram com um longo beijo e cada um foi embora para sua casa. Chegando em casa ela limpou e arrumou o quarto dos fundos, dando como desculpa para sua mãe que um amigo viria dormir em casa. A mãe conversou com ela sobre ela estar mudada, mas eu não dei bola e fui para o quarto de baixo até que minha mãe dormisse, logo que isso aconteceu, subi e esperei até que desse a hora e Pedro chegasse.

Bem na hora marcada Pedro chegou, eu estava anciosa, queria saber como seria a minha primeira vez. Nos beijamos na porta de casa e logo fomos para o quarto dos fundos. Pedro, foi tomando a frente, desmindo-me. Logo estáva-mos um em cima do outro na cama, ficamos ali a noite inteira, até que adormecemos abraçados. Naquele momento achei a maior fofura.

Acordei, me vesti, e subi, encontrei minha mãe na cozinha como sempre, mas dessa vez não foi um "Bom-Dia" que recebi e sim um "Quando você chegar conversáremos". Não disse nada, apenas terminei de me arrumar, fui para o quarto dos fundos e acordei Pedro que dormia ainda, logo fomos para o colégio

Chegamos lá, e foi ai que tudo mudou, mas quando digo tudo, é tudo mesmo. Todo dia eu encontrava Pedro de noite e iámos para o quarto dos fundos, minha mãe depois daquela "conversa" disse que estava magoada comigo e que queria que eu voltasse a ser a menina de sempre.

Quase no fim do ano, Pedro disse que queria um namoro sério, e que me apresentaria para seus pais, assim como queria o mesmo. Minha mãe tentou ser o melhor amigável possível com Pedro, mas sabia que estava magoada.
Pedro me buscava e trazia da escola todos os dias, nós e a turma ríamos bastante. Eu me sentia feliz.

O ano acabou, encontrei a galera algumas vezes nas férias, eu e Pedro conversamos algumas vezes á luz do dia. E nôs encontráva-mos todos os dias a noite.

As aulas voltaram e quando pensei que estava tudo bem,

Pedro terminou comigo. Fiquei muito triste, e pensei muito no que seria o motivo do término, mas ninguém ao menos me explicou nada, pelo contrário, a galera passou a nem falar mais comigo.

Com alguns meses se passado, vi que estava meio gorda, e logo veio o diagnóstico, sim eu estava grávida do Pedro.

Tentei falar isso para ele, mas ele apenas disse que "sentia muito" e que não podia fazer nada. Contar para minha mãe foi bem pior, ele chorou e disse que estava muito chateada comigo.

Passaram-se mais alguns meses, eu já tinha saído da escola, estava perto de meu bebê nascer. Fomos até o hospital, e o pior veio. Eu o perdi.

Quando voltei pra casa, tomei minha última decisão.

"Meu mundo virou de cabeça para baixo, simplesmente assim. Agora nada mais faz sentido, tudo roda em volta, já não reconheço as pessoas de antes, nem o café tem o mesmo gosto de antes. Errei diversas vezes seguidas, me arrependi depois de todas as escolhas tomadas. Talvez tudo tenha sido minha culpa, talvez não, talvez eu só tinha essa opção."
Tomei comprimidos fortes, e fiz alguns cortes nos pulsos, a morte era o melhor que eu pudesse ter.


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