Ele não está tão a fim de você escrita por Kori Hime


Capítulo 2
A dificuldade dos lobisomens machos em se comunicar


Notas iniciais do capítulo

O cenário ao qual construí a fic não foi baseada em nenhuma cena ou acontecimento da série, não vou entrar em detalhes, o foco é somente a "Pira" do Stiles hueuhehue



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Quarenta e nove dias, nove horas, trinta e quatro minutos e quarenta e cinco segundos.

Quarenta e seis segundos.

Quarenta e sete segundos.

Quarenta e oito segundos.

Era assim que a cabeça de Stiles estava trabalhando. Ele não conseguia mais se concentrar nas aulas, no treino, nas pseudo missões que Scott acabava se metendo. Sua agilidade e raciocínio estavam a beira do colapso. A insônia só piorava as coisas, e quando dormia, os pesadelos faziam uma visita.

Após uma noite mal dormida, Stiles chegou a conclusão de que Lydia estava certa. Derek se foi para sempre e estava querendo cortar todos os laços que criara em Beacon Hills. Não é pra menos, a vida do homem era uma bagunça.

É, pelo menos Stiles tentava se convencer com alguma desculpa.

Para entender porque Stiles estava tão obcecado com o lobisomem, é preciso saber o que aconteceu há quarenta e nove dias atrás, quando Derek decidiu partir de Beacon Hills, pois as coisas não estavam muito boas para seu lado. Com o FBI investigando seus passos, estava perto de descobrirem seus segredos, e mesmo que o Xerife Stilinski estivesse atrasando as investigações, chegou um momento que a alternativa era dar um tempo.

E então, de malas prontas, Derek Hale olhou para Stiles Stilinski com seus belos olhos e um sorriso destruidor e disse: Quando eu voltar, a gente terminar aquele lance inacabado.

Recapitulando, dois dias antes de decidir ir embora de Beacon Hills, Derek esteve no quarto de Stiles. A princípio ele foi lá para falar com o Xerife, mas por acaso acabou terminando a visita no quarto de Stiles.

O que posso dizer? Eles realmente possuíam uma atração incrível. A parte triste é que o Xerife chegou e... bem, ele chegou na hora certa. Ou errada, dependendo do ponto de vista.

Não houve um final feliz naquela noite e como já sabemos, quarenta e nove dias depois, o final feliz de Stiles estava pendente.

Após o treino, que resultou numa dor de cabeça absurda após ouvir o treinador gritar em seus ouvidos, Stiles tomou um banho e terminou de se arrumar quando todos os outros do time já haviam ido embora, inclusive Scott, que as vezes lembrava de que tinha um trabalho a fazer na Clínica Veterinária.

Stiles pegou o celular de dentro do armário, forçando-se para não checar as últimas mensagens. Quem ele queria enganar? Olhou, mas se arrependeu logo em seguida.

Vestia uma calça jeans, mas sem camisa, ainda com metade do corpo molhado. Esfregava uma outra toalha nos cabelos molhados, quando virou por um momento, dando de cara com seu voyeur.

Stiles levou um susto, dando um passo para trás, batendo as costas no armário.

— O que... que diabos. Quer me matar do coração? — Ele largou a toalha sobre os ombros e fingiu que não estava surpreso, feliz, emocionado, irritado e louco pela presença de Derek.

— Eu estava te esperando no carro, lá fora, mas você não saia nunca. Então decidi entrar.

— Hmm — Stiles continuou agindo como se o seu coração não sambasse no peito.

Derek se aproximou, estava vestindo uma daquelas camisetas habituais e calça jeans. Nada parecia ter mudado nos últimos 49 dias. Senão aquela presença esmagadora que fuzilava hormônios em seu corpo juvenil sedento por terminar aquele lance inacabado.

Deus! Porque foi tão generoso com aquele lobisomem?

— Preciso de ajuda.

Stiles o olhou incrédulo, enquanto suas fantasias se esvaiam da mente.

Sério mesmo? Depois de 49 dias chega pedindo ajuda? Mas quem ele pensava que era para chegar no vestiário impondo aquela presença dominante, exigindo alguma coisa com aquele par de bíceps e tríceps...

Stilinski abriu a porta do armário e pegou o desodorante, agitou-o bastante e depois passou o desodorante pelo corpo. Parece bobagem, mas sabendo que aquele era o desodorante que Scott mais odiava, pelo olfato sensível, deveria causar um estrago no nariz de Derek.

Não deu outra. Derek começou espirrar.

— Você pode usar seu nariz para encontrar seus bando, Isaac ou Scott. Porque não pede ajuda para eles?

— Porque eu preciso que você me ajude. Preciso que entregue algo para seu pai.

— E porque você mesmo não faz isso? — É claro que Stiles sabia a resposta, mas ele não queria parecer tão fácil.

Derek não deu ouvidos, tirou um pequeno envelope do bolso da calça e estendeu para Stiles.

— São algumas imagens de câmeras de segurança com horários e datas. Provando que eu não estava na cena do crime.

— Isso pode ajudar. — ele pegou o envelope e abriu para dar uma olhada. Sentiu-se estúpido por um momento. Mas no minuto seguinte já estava abrindo a boca para falar mais do que queria. — Você não me ligou.

— O que? — Derek já estava de saída, mas virou-se para entender melhor sobre o que ele falava.

— Você não me ligou. Disse que... — Stiles pôs as mãos na cabeça. — Você não me ligou nenhuma vez. Nem mandou mensagem ou uma carta.

Derek não conseguiu evitar um sorriso de canto, cruzando os braços, assistindo Stiles dar uma infinidade de possibilidades do que impedira dele de entrar em contato.

— Eu estava no Novo México. Não havia internet, telefones ou central dos Correios.

— Novo México? Ok! Ok! — balançou a cabeça positivamente, mas com uma carranca de dar dó. — O que você ficou fazendo esses dias lá? — Preferiu evitar falar que foram 49 dias. Senão mostraria fraqueza, ou uma memória muito boa.

— Bebendo cerveja, jogando dados, apostando em rinhas de galo. Não tinha muito o que fazer.

— E por acaso você estava sozinho?

— Não. Eu estava com um bando. Eles me aceitaram em respeito a minha família.

— Sei, sei. — Stiles fungou, coçando o nariz. — Entendi.

— Mais alguma pergunta?

— Não. Ou melhor, sim. Tenho mais uma pergunta. — ele tirou a toalha dos ombros e jogou no banco, vestindo a camiseta. Começou a guardar seus pertences pessoais no armário, com uma dose de violência, fechando a porta em seguida com um estrondo. — Você não tem nada para me dizer?

Derek pensou por alguns segundos e respondeu: — Não.

C'mon. — Ele ergueu os braços e depois abaixou. — Você não se lembra de nada do que disse quando foi embora?

Aí está!

Derek abriu um sorriso mais amplo fazendo Stiles se arrepender do que havia dito.

— Eu... — Derek nunca terminou aquela frase.

Houve uma movimentação do lado de fora do vestiário. Stiles moveu-se por alguns segundos e quando virou-se novamente, Derek já não estava mais lá.

Maldito seja os lobisomens.


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Notas finais do capítulo

Malditos lobisomens e seus movimentos ninjas