Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 24
O Começo do Fim


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao penúltimo capítulo. E aqui vcs vão encontrar muitos momentos frenéticos de ação e de pura tensão. Agora começa a batalha final.

O capitulo começa onde o outro parou, com Leon e Ada conseguindo fugir de Simmons e ter um tempo pra recuperarem o fôlego dentro do elevador. Ah, prestem bastante atenção nos detalhes e nos dialogos desse capítulo porque serão muito importantes no final da fanfic.



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4 de Julho de 2013

 

Instalações Sub-aquáticas da Neo-Umbrella

 

Um silêncio recai sobre eles, enquanto o elevador continua a se mover. É no silêncio que suas mentes parecem ter um momento para pensar com mais clareza, fazendo Ada ser a primeira a recuar para se apoiar na parede do elevador, colocando um espaço necessário entre ela e o chefe da DSO. Mesmo se afastando, seus olhares ainda permanecem fixos um no outro.

"Aquilo era Simmons? Eu pensei que você e Daryl ficaram de cuidar dele." Ada tentou brincar com a situação, mas percebeu que as feições de Leon ficaram tensas e ele desviou o olhar.

"E nós cuidamos. Que dizer achei que ele estava morto, mas nos enganamos."

"Bom, não importa. Pelo menos você chegou na hora certa."

"É... e salvou a sua vida." Havia um tom presunçoso em sua voz que fez Ada quase rir, se não fosse pela dor que sentiu em sua face. Sua expressão não passou despercebido por Leon que, ao observa-la com mais calma, viu que havia sangue em seu nariz e um hematoma roxo se formando em seu belo rosto.

"Ada, o que fizeram com você?" Ele rugiu furioso querendo matar Simmons, ou seja lá quem havia machucado ela. Ada estremeceu um pouco de frio e de dor, mas não queria se mostrar debilitada perto do agente.

"Eu estou bem, eu só..." Mas novamente a dor persistiu, fazendo sua voz falhar e seu corpo estremecer de novo de frio. Leon por sorte já estava com seus braços em volta dela tentando lhe dar algum apoio. Ele podia sentir como a sua pele estava fria, junto com o seu corpo frágil tremendo em seus braços. Algo não estava normal, afinal, o agente já tinha se acostumado a vê-la com sua pele febril e com seus olhos carmesins ferozes. Mas agora, ela parecia tão mais humana e aqueles olhos... Ah, aqueles olhos sobre-humanos, pareciam ter perdido a cor e seu brilho habitual.

Os olhos pequenos e sedutores de Ada ainda não eram os seus castanhos naturais, mas também não eram como os carmesins ferozes de antes. Algo definitivamente estava fora do lugar e isso deixou o loiro com medo.

"Você não está bem. Você está fraca e muita fria." Ela tentou se desvencilhar dos braços acolhedores e dos olhares tão preocupados, entretanto, Leon era teimoso. "Talvez, você só precise de um pouco da minha força vital, pra te fortalecer um pouco e aliviar a dor." Ele dizia corajosamente arregaçando suas mangas, pronto para deixar Ada sugar um pouco da sua energia corporal.

"Não, eu não posso!" Ada recuou nervosa. "E mesmo se pudesse... no estado em que estou, eu mataria você." Ela lhe deu um olhar mortal, mostrando o quão sério estava a situação.

"É o T-Veronica? Ele te deixou na mão." E Leon tinha razão. O T-Veronica estava perdendo a sua força, deixando-a fraca e doente. Até a sua temperatura agora era baixa. "Mas tudo bem. Você não precisa dele. Você tem a mim." Isso forçou Ada a sorrir por um instante, enquanto o agente americano decidiu tirar a jaqueta da BSAA que usava e ajudou ela a se vestir, percebendo que aqueles pulsos delicados também possuíam hematomas.

"Obrigada!" Ela aceitou de bom grado a sua gentileza. Leon gentilmente ainda fechou o zíper da jaqueta e tirou, de dentro de um dos bolsos, um cantil com uísque que ele lhe ofereceu. Ela bebeu rapidamente um gole da bebida, já sentindo o álcool lhe aquecer e entorpecer suas emoções.

"Onde exatamente estamos?!" A espiã questiona após lhe devolver o cantil, percebendo como o elevador continuava a descer por uma imensa passagem sub-aquática.

"Estamos num complexo da Neo-Umbrella, bem no fundo do oceano." Ele então bebericou mais um pouco de seu uísque antes de continuar. "Estamos aqui pra resgatar Jake e Sherry... E por acaso encontrei você aqui... Viva!" Ada se sentiu confusa com as palavras dele.

"Você não sabia que eu estava... viva?" A mulher arregalou seus pequenos olhos de traços orientais em choque.

"Não!" Leon sentiu um nó se formar em sua garganta. Depois de guardar seu cantil de bolso, ele se encostou na parede do elevador, cruzando os braços e suspirou se sentindo meio nervoso na presença dela. "Pensamos que você estava morta..." Os azuis de Leon a olhavam com tanta transparência, mostrando o quanto a ideia dela estar morta, o havia afetado, mas Ada fingiu não perceber.

"E Trent, como ele está?"

"Tem sofrido muito nesses ultimos três dias... Ele perdeu três pessoas importantes de uma só vez. Não foi fácil." O coração de Ada se apertou ao ouvir a confissão dele.

"Três pessoas?!" Ela tentou acalmar as emoções turbulentas dentro de si.

"Sim. Ele havia perdido suas duas filhas e... Daryl." Lembrar da morte da irmã era muito doloroso e agora descobrir sobre Daryl, só abriu mais a ferida.

"Daryl... Como?!"

"Muita coisa aconteceu nos últimos três dias. Daryl acabou sendo mais uma das vítimas do bioterrorismo." Houve um breve silêncio melancólico entre eles. "Eu sinto muito!" Ela apenas desviou o olhar, decidida a segurar as suas emoções, mesmo porque suas lágrimas não serviriam para nada.

Era difícil pensar que Daryl estava morto. Ele que era o elo forte capaz de mantê-la na linha. Ele que tantas vezes lhe deu esperança de um dia reconstruir a sua família com Mei e Trent. Ele que tinha se tornado o mais próximo de um melhor amigo.

"Tem mais uma coisa que você precisa saber..." O agente americano hesitou por um momento, voltando a chamar a sua atenção. "Sua irmã também está viva. E está aqui."

 

***/ /***

 

"Que ironia..." Falou Piers. "Um homem que toda a sua vida tentou destruir o mundo e agora tem um filho que é o único que pode salva-lo."

"E aqui estou eu indo salvar o filho do meu antigo inimigo." Murmurava Chris, recordando-se do seu passado obscuro.

"Chris Redfield, o homem que matou seu pai. Como eu disse, ironia." O comentário de Piers deixou Chris perturbado, seus olhos azuis-escuros tentavam se distrair com o belo cenário encontrado em baixo do mar, enquanto vasculhavam um dos vários cantos do complexo.

"Não sei. Talvez, seja o destino." Respondeu Chris sério trocando um olhar com Piers que parecia bastante inquieto. "Passaram-se três anos desde que matei Wesker." Ele soltou um suspiro cansado. "Não posso deixar essa guerra durar pra sempre."

Chris sentia que tem carregado um fardo muito grande nos ombros. Ele já lutou por tantas guerras. Guerras contra o bioterrorismo, mas agora ele sente tanta exaustão. Ele também sente que perdeu muito: amigos, soldados, família e perdeu parte de si mesmo, vivendo só a realidade do campo de batalha. Talvez, ele necessitava de um pouco de calmaria. Talvez, Chris Redfield sentia que precisava fazer as pazes consigo mesmo e de um novo começo. Sem tantas perdas. Sem tantas cicatrizes profundas.

"Depois que salvarmos o Jake, estou fora." Ele disse determinado.

"O quê?! Espera um minuto..." Piers se virou pra ele, com um olhar perplexo.

"Está na hora de alguém tomar o meu lugar..." Piers ainda continuava com uma expressão de surpresa com as palavras de seu capitão. "Eu ficaria honrado se fosse você."

"Eu... Eu não acho que estou pronto pra isso."

"Você chegou até aqui, não chegou?" Chris continuava determinado a provar a seu parceiro de guerra, que ele estava pronto para assumir o seu lugar.

Piers começou a pensar nos prós e contras de assumir uma responsabilidade como a de Chris. E ele se questionou se conseguiria, afinal, havia muito em jogo. Uma decisão que afetaria não apenas a sua vida, mas a de sua família. E tudo o que conseguia pensar era em sua linda esposa Claire e em seu pequeno filho Kevin. E Piers sabia que esse tipo de trabalho, por mais honrado que seja, também trazia muita solidão com ela. Solidão e muitos traumas, às vezes, difíceis de serem curados.

A conversa logo para, assim, os dois soldados erguem suas armas em punhos, trocam mais um olhar firme, enquanto chegam a uma porta dupla.

"Certo." Chris faz um gesto para seu parceiro seguir com cautela. "A hora é agora!" Entrando por aquela porta dupla, eles chegam num andar com várias passarelas que os levaria ao setor dos laboratórios, mas tem que enfrentar alguns problemas pelo caminho.

O primeiro obstáculo que encontram, são alguns dos experimentos bizarros de Radames, que eles facilmente conseguem se livrar. Depois precisam encontrar uma manivela que pudessem usar para chegar ao último andar. Só que enquanto tentam encontrar a tal manivela, eles acabam se cruzando justamente com a chefe da Neo-Umbrella. A princípio eles se escondem e ficam a espreita ouvindo a mulher discutir com os seus soldados.

Pelo o que os dois podiam entender, Mei estava por perto ainda causando vários estragos. Estragos que logo chamou a atenção da chefe do lugar que parecia bastante frustrada com a incompetência de sua equipe.

"Como vocês deixaram isso acontecer?!" Esbravejava a mulher irritada. Seus soldados agora haviam sido reduzidos graças a essa nova ameaça. "O complexo foi comprometido. Mas não vou deixar isso estragar os meus planos!"

"Senhora Radames, cuidado!" Todavia, os seus planos já começam a ruir, quando seus capangas começam a gritar e abrir fogo contra aquele inimigo de aparência incomum e um tanto assustadora, que surgiu de repente por ali. "É a criatura que matou nossos homens!" E Ela vem derrubando um por dos seus soldados, aumentando o número de cadáveres. Mesmo os tiros da Chain Gun de Ustanak, eram incapazes de quebrar a sua blindagem.

Após matar todos aqueles homens, a criatura para sentindo a presença de Radames e de seu cão de guarda, que grunhi apenas esperando a ordem de sua mestra. Seus olhos se cruzam e a criadora do C-Vírus, fica surpresa por encontrar um olhar bastante humano sobre aquela forma tão perigosa e estranha.

"Radamesssss!" Esbraveja Mei cheia de ódio. E mesmo a sua voz saíndo horrenda, ainda sim a cientista é capaz de reconhecer a sua antiga pupila parada ali e tendo sobrevivido a uma nova mutação do C-vírus. Mei ainda tinha traços femininos por trás daquela pele cinza prateada e tinha um olhar triste.

"Mei, é você?!" A cientista louca decide tentar se aproximar de Mei com cautela, também mantendo Ustanak sob controle. "Olha só pra você. Você é... incrível!" Carla dizia com um orgulho sádico.

"Nãoooo!" Mei solta outro som estridente. "Eu sou um MONSTRO! Um monstro que voltou pra te Matarrrr!" Então, a criatura furiosa consegue cuspir ácido sobre a face da mulher mais velha, fazendo esta soltar um rugido de pura dor, ao mesmo tempo em que Ustanak, com um único golpe brutal, consegue jogar Mei contra uma das paredes de vidro da instalação. A força do impacto é tão grande que faz com que o vidro passe a se trincar incessantemente.

"Ahhhhh..." Em segundos o ácido vai corroendo a sua pele. "Ustanak..." Então, a cientista para com suas lamúrias e olha para o seu cão de guarda. "Mate-a!" A mulher com o seu manto negro esvoaçante e agora com uma parte do seu rosto desfigurado, sai dali abrindo uma passagem secreta com vários lances de escadas, deixando Ustanak para limpar a sua bagunça.

Chris e Piers, que até aquele momento haviam agido como meros telespectadores, decidiram seguir a mulher sabendo que ela acabaria os levando até Jake e, assim, eles também poderiam encurrala-la. O problema era que uma batalha havia começado ali entre a mutação letal de Mei e a força brutal de Ustanak, o que estava obstruindo o caminho dos dois soldados.

"Esse lugar não vai aguentar por muito tempo. Nós temos que achar Jake e sair daqui!" Dizia Piers olhando para as paredes trincadas da sala.

"Eu sei." Respondeu o capitão chocado ao ver mais uma cena horrenda.

De repente, Ustanak usa a sua garra metálica para agarrar o corpo de Mei e tentar sufoca-la.

O curioso era que, de certa forma, o braço mecânico de Ustanak estava resistindo ao ácido expelido pelo corpo dela. Por outro lado, Mei começou a encontrar dificuldade para se livrar do aperto cruel do monstrengo.

"Capitão, o que você vai fazer?!" Questionou Piers frustrado. Os dois homens haviam corrido até a entrada da passagem onde Radames havia fugido minutos atrás, mas antes de prosseguir, Chris parou no meio do caminho empunhando a sua arma na direção da enorme BOW.

"Talvez, ela precise apenas de uma ajudinha." E assim o capitão da BSAA começou a atirar nas costas de Ustanak, ajudando a filha de Trent a se livrar daquelas garras. O monstrengo perde o equilíbrio cambaleando para traz, enquanto a mulher mutante cai na sua frente, soltando um grito tão estridente que chega a doer os ouvidos de qualquer um, até mesmo a audição sensível de Ustanak que fica atordoado. E, ao cair no chão, o ácido do corpo dela se espalha rapidamente por toda a sala, o suficiente para acabar fazendo o cão de guarda de Carla ficar encalhado. Quanto mais ele tenta se mexer, mais vai afundando e ficando preso. Era como se estivesse sobre areia movediça.

"Chris, nós não podemos fazer mais nada." Murmura Piers tentando controlar o seu mal-estar, enquanto observa os dois seres mutante, presos no meio de toda aquela lama tóxica e mau-cheirosa. "É tarde demais pra ajudá-la." E Piers tinha razão.

O lugar volta a tremer e o trincado das paredes começam a ceder com a própria força do mar e, pouco a pouco, a água começa a entrar.

Pensando nisso, Chris envia uma mensagem rápida para Leon, mandando ele e Sherry fugirem do complexo.

Eles estavam correndo contra o tempo, sendo assim, os dois homens da BSAA descem pelo túnel estreito e quase claustrofóbico, com sua escada em espiral que os leva até o centro de uma enorme sala arredondada que os fazia lembrar de um enorme aquário e em seu centro havia uma enorme barra de aço retorcido com uma ponta no topo em formato pontiagudo, na barra também havia uma válvula vermelha cravada nela. Chris sem hesitar, se aproxima e gira a válvula com certa dificuldade até que um click é ouvido e, em seguida o chão começa a girar e descer por mais alguns metros de profundidade.

"Se segura!" Ordena Chris para um Piers que parece com uma feição meio enjoada.

Cinco minuto depois, o chão para sobre uma base que ficava sobre o que parecia ser, um poço sem fundo.

"O que você acha que tem lá em baixo?" Questiona o jovem soldado, olhando para baixo como se tivesse de frente para um abismo. Seu capitão apenas lhe faz um gesto com a cabeça, mostrando uma placa que dizia: CUIDADO! MATERIAL PERIGOSO E TÓXICO.

 

***/ /***

 

"Você tem certeza que Mei está viva?" Ada olhava por cada canto tentando encontrar a sua irmã.

"Sim. Ela está viva. E é por isso que temos que pegar Sherry e sair daqui. Acho que você também vai precisar disso." Ele retirou do coldre nas costas uma escopeta e lhe deu. Ela se perguntou interiormente se a escopeta não era a sua melhor arma, já que uma coisa em comum que tinham, era o amor inconfundível por armas. E ambos tinham suas armas preferidas.

"E enquanto a você?!" Ela arqueou uma sobrancelha curiosa com a sua superproteção. Parecia que ele queria fazer de tudo para mantê-la segura e isso a fez lembrar-se de Raccoon City. Em Raccoon City, onde tudo começou, até mesmo o seu relacionamento inusitado com Leon.

Eles agora andavam por uma passagem que os levariam para a ala 2F, com Leon sempre atento seguindo na frente.

"Não se preocupe." Ele sorriu de canto. "Eu ainda tenho granadas e muita munição para duas Magnums." Ele retirou a faca e brincou com ela, quando um zumbi resolveu cruzar o seu caminho, ganhando uma facada fatal direto na cabeça. "Em ultimo caso, eu tenho uma faca de combate. E você sabe, eu sou um exímio lutador com facas." Assim, vários outros zumbis de repente decidiram aparecer tentando ataca-los, mas acabaram com alguns crânios perfurados pela faca de Leon, ou com seus miolos explodidos pela escopeta de Ada, ou ainda mortos por golpes físicos causados pelos dois parceiros que pareciam estar numa competição.

"Você não consegue ficar longe de problema, não é Leon. E sempre um passo atrás." Ela decidiu provoca-lo, quando outro zumbi apareceu abruptamente atacando o loiro que perdeu o equilíbrio precisando de Ada para cuidar da situação. "Não importa quanta munição você tenha, ou quão bem armado esteja... Você não vai conseguir parar alguém como Mei."

"É... Eu sei." Ele disse chateado que a sua roupa estava suja dos miolos daquele zumbi, depois da espiã explodir a cabeça da criatura em cima dele. "E é por isso que nós vamos evitar de cruzar com ela." Suas palavras acabaram deixando a espiã irritada.

"Tudo bem. Ela pode até ser uma ameaça pra você." Ela para no meio do caminho, forçando o agente a também parar e se virar para encara-la. "Mas para mim, ela ainda é minha irmã."

"Não! Ela já não é mais a sua irmã, Ada." Ele respondeu desnorteado, não querendo mágoa-la. "Ela é uma BOW!"

De repente a discussão se silencia, quando ouvem um barulho suspeito.

"Tem certeza que Sherry está nessa ala?" Ela perguntou tomando uma atitude mais distante e fria.

"Sim." Os dois trocam um olhar enquanto se separam, para averiguar cantos opostos do andar. "Como é que esses zumbis vieram parar aqui?" Leon indaga achando tudo estranho.

"Eles foram prisioneiros que, consequentemente, foram transformados em cobaias."

Aquele andar tinha duas escadas, uma delas os levava para uma pequena plataforma abaixo de onde estavam e a outra para um corredor onde deveria estar as celas da prisão. Leon segue para a escada que deveria dar acesso as celas, mas percebe que a porta está trancada. Enquanto Ada se distrai ao ver um vulto passar pela plataforma. Isso chama a sua atenção.

Ada desce para plataforma olhando atentamente para ver alguma movimentação, quando de repente sente algum peso cair sobre ela, fazendo-a derrubar a sua arma e perder o equilíbrio rolando pelo chão. Tudo acontece muito rápido e, de forma rápida, ela passa a ser atacada por um alguém que parece muito furioso, além de hábil.

"Sua vadia! Onde está Jake?" Gritava Sherry mirando um bastão elétrico bem na cara de Ada. "Diga, aonde está Jake, ou eu juro que eu te mato!" A garota, então, atinge Ada sem piedade bem no abdômen com o bastão elétrico, fazendo a espiã já debilitada se cortorcer de dor.

"Sherry, não!" Leon salta para plataforma, a tempo para chamar atenção de Sherry para si, dando a chance da espiã revidar dando uma rasteira na garota já pronta para contra-ataca-la se necessário. Mas Leon a puxa para longe da pequena loira e se põe entre elas.

"Eu vou acabar com essa garotinha! Quem ela pensa que é?!" Chiou Ada indignada, ainda sentindo mais dores por todo o corpo.

"Eu não sou uma garotinha. E não tenho medo de você!" Sherry se debatia nos braços de Leon. "Pessoas como você acham que podem jogar com a vida de todo mundo e sair ilesa."

"Ela não tem nada a ver com isso!" Leon virou Sherry para encara-lo. "Ela era prisioneira aqui, assim como você."

"O quê? Você está defendendo ela?" A garota parecia uma bagunça emocional, assim como Ada. "Ela tem perseguido Jake, desde a Edônia. Foi ela que espalhou o C-Virus... E olha pra esses olhos! Tudo nela exala perigo!"

"Sherry, apenas me escute!" Leon gritou sacudindo os ombros dela. "Ela vai nos ajudar a sair daqui." A garota parou olhando perplexa para ele e a espiã, se sentindo muito receosa. "Eu sei que você não tem motivos para confiar nela... Mas você sabe que pode confiar em mim, não sabe?" Ela faz um gesto afirmativo com a cabeça. "Nós não temos muito tempo, então, você vai ter que apenas confiar em mim."

As duas mulheres se olham ainda mantendo uma postura hostil. Ambas não confiam uma na outra, mas decidem ceder por Leon.

"Precisamos achar Jake." Disse a loira retomando seu objetivo.

"Sim, estamos aqui pra isso. Pra tirar vocês daqui!" Nesse instante, Leon para ao ouvir seu PDA tocar. Era uma mensagem de Chris avisando para eles retornarem para a entrada do lugar, pois o complexo estava a beira de um colapso. "Piers e Chris seguiram para o último andar sub-aquático, onde a tal cientista mantém, Jake." As palavras de Leon chamou atenção de Ada.

"É lá que está Haos." A espiã disse ao se lembrar da mais nova criação de Radames.

"O quê?!" Leon arqueia as sobrancelhas confuso. Entretanto, não há tempo para uma resposta, já que o complexo começa novamente a tremer.

O trio troca um olhar rápido, antes de subirem as escadas, prontos para retornar ao elevador. Entretanto, o caminho acaba sendo bloqueado pela mutação de Simmons que aparece de forma repentina na frente deles.

"Acha que vão há algum lugar?!" Diz o homem transformado na Quimera.

Ada e Leon começam a atirar nele, tentando enfraquece-lo, ao passo que tentam desviar dos golpes mortais da criatura que furiosa joga uma rajada de fogo sobre eles. A dupla consegue uma brexa quando a criatura começa a retornar a forma humana. O agente americano, corre na direção de Simmons e salta sobre o homem lhe derrubando no chão enquanto lhe golpeia várias vezes. Esse é o tempo necessário para Ada puxar Sherry e ambas correram na direção do elevador. O problema é que o painel da parede mostrava uma luz vermelha, pois o elevador ainda precisava subir até o andar onde eles estavam.

"Merda! Estamos sem saída!" Grita Sherry irritada. Eles não tem escolha a não ser reabrir fogo contra Simmons que volta a sua forma Quimera, ainda mais perigoso usando seus tentáculos para tentar estrangular Leon.

"Solta ele!" Ada grita atirando persistentemente entre as pernas de réptil da Quimera, fazendo-a perder um pouco de equilíbrio e, assim ser forçado a jogar Leon quase pra fora da passarela onde estão. Ainda sim a criatura não desiste continuando o seu trajeto pra cima de Ada e Sherry.

Leon com muita dificuldade, consegue se segurar no peitoril da passarela e subir de volta para a sua base. Aproveitando a distração do monstro, o loiro usa um bastão de chumbo (que deveria ter se soltado da própria estrutura da plataforma) para fincar na cauda da criatura no chão, fazendo-a rugir de dor. Nesse instante, o painel da parede ao lado do elevador fica verde, destravando as suas portas que se abrem.

"Corram!" Grita Leon. As duas mulheres entram no elevador, esperando desesperadas que o chefe da DSO consiga alcança-las. Só dá tempo de Leon retirar do bolso uma granada, jogar pelo ar atrás dele e, saltar deslizando entre as portas do elevador, que se fecham num piscar de olhos, no mesmo instante que a granada explode.

Mas eles ainda não estão seguros, porque no momento que o elevador tenta se mover, Simmons retorna usando novamente uma rajada de fogo que destrói as portas do elevador, deixando-os expostos e sendo forçados a tentar se apoiar na parede ao fundo, o que era completamente impossível.

"Se segurem!" Ordena Leon, abrindo os seus braços na frente das duas mulheres que estavam de cada lado dele, tentando ser a base de apoio para ambas, ao passo que também, tenta protegê-las do ataque do monstro.

"O que vamos fazer?" Choraminga Sherry assustada se agarrando ainda mais ao agente, enquanto o elevador perde o controle e começa a cair desgovernado.

"Temos que saltar, agora!" Grita Ada.

Tudo acontece muito rápido, mas a cauda de serpente da Quimera corta o teto do elevador conseguindo agarrar a espiã e puxa-la para longe de Leon, antes que ela salte com eles para fora do local.

"Adaaaa!" O agente americano grita desesperado, ao vê-la cair brutalmente em outro andar, num nível abaixo de onde ele e Sherry caíram ao saltar do elevador.

A criatura retorna a sua forma humana, gritando insanamente e se contorcendo no chão, na outra extremidade de onde a espiã havia caído.

Com o impacto forte da queda, a espiã desmaia.

 

***/ /***

 

Os dois soldados conseguiram chegar até a maior sala de toda a instalação sub-aquatica, que abrigava computadores, arquivos de pesquisas, painel digital com o mapa de todo o complexo e um espaço para experimentos e sintetização de vacinas, havia também algumas cápsulas criogênicas por ali. Jake foi encontrado dentro de uma dessas cápsulas no outro extremo da sala.

Ao encontrarem Jake, eles também se depararam com a coisa mais grotesca do lugar, a maior crisálida que eles já tinham visto. Ela era gigantesca.

"Puta merda!" Balbuciou Piers atônito. "Olha o tamanho dessa coisa! Temos que destruí-la, antes que..."

"Vamos tirar o garoto primeiro daqui." Falou o capitão, desativando a cápsula. "Depois podemos mandar esse lugar pelos ares."

"Se eu fosse você, não faria isso." Dizia inesperadamente, Carla Radames saindo das sombras e aparecendo sentada numa poltrona que se encontrava sobre uma pequena plataforma no canto oposto de onde os dois soldados se encontravam. Os dois soldados se viraram na direção dela, bem armados e prontos para apertar o gatilho.

"Caramba, como é que não a vimos antes?" Piers se questionou irritado, o que só provocou o riso sinistro da mulher. Atrás de onde a cientista estava sentada, também se podia ver um grande telão que monitorava cada canto das instalações.

No meio daquela situação estranha, Jake despertou angustiado, quase caindo da cápsula se não fosse por Piers o ajudar a sair dali o segurando como pode, enquanto seu capitão continua apontando seu fuzil na direção da cientista.

"Parece que alguém já andou cuidando de você." Chris se referia ao fato do rosto da mulher ter sido desfigurado por Mei. "Ela fez um grande estrago, hein." Continuou a provocando dando um passo mais perto dos degraus da escada que o levaria até Radames, enquanto Piers seguia para tirar Jake dali. "Acho que agora seu rosto reflete a feiúra da sua alma." Ambos se fuzilaram com os olhos cheios de ódio.

Radames também segurava sobre o colo uma maleta prateada que ela usava para apoiar as mãos. A mulher agia como se fosse uma rainha sentada em seu trono, dando ordens para seus súditos.

"Aonde vocês pensam que vão? Não há como sair daqui." A mulher apenas sorriu e, calmamente, desviou o olhar para a maleta, pronta para abri-la.

"É melhor você ficar paradinha aí, antes que eu termine o que Mei começou." Chris lhe ameaçou, pronto para apertar o gatilho.

"Você não vai querer me matar, antes de ouvir o que eu tenho pra lhe dizer." Ela abriu a tal maleta retirando de dentro uma pequena seringa.

A mulher ergueu a pequena seringa e depois injetou bem em baixo do queixo.

"O que você está fazendo?" Logo, a resposta veio sob a nova face impecável e sem nenhuma cicatriz de Radames.

"Acabei de me curar com o sangue do jovem Muller. Uma cura rápida e eficaz. Não é fantástico?" Ela usou a própria maleta para ver o seu reflexo, até que um tiro acerta o objeto fazendo-o cair no chão.

"Jake!" Grita Piers após o jovem mercenário, surpreendentemente, ter roubado do coldre da sua cintura, uma pistola.

"Eu tô cansado da ladainha dessa velha." O rapaz apareceu como um furacão parando ao lado de Chris e ainda mantendo a pistola empunho, pronto para cumprir as suas palavras.

Jake estava mais pálido e com olheiras profundas em sua face, já marcada por aquela cicatriz adquirida graças a uma briga de faca. Em seu corpo vestia apenas uma calça branca e possuía alguns ferimentos expostos no peito e nos braços, causados pelas varias experiências que a cientista vinha fazendo nele, ao longo de seis meses.

Radames decidiu se levantar da sua poltrona e, arrogantemente, desceu as escadas parando há alguns metros de Chris e da mira de Jake. Por um instante, ela ficou ali olhando entre o capitão e o jovem rapaz, achando graça da ironia de tudo aquilo.

"Que ironia do destino, não é mesmo, capitão. Você aqui salvando o filho do seu maior inimigo." Radames, corajosamente decidiu provocar Chris sobre o seu passado conturbado. "Você não acha que ele é a cara do pai?" Redfield se sentia enojado da atitude da mulher.

"Espere um segundo..." O rapaz estava perplexo. "Então, você o conhecia?" Indagou Jake trêmulo, por um momento, abaixando a sua arma.

"Sim, o conhecia." Chris demorou pra lhe responder também sendo pego desprevenido.

"Por que não lhe conta como Albert morreu, capitão... Já que você estava lá quando isso aconteceu." A mulher parecia nunca perder o seu ar arrogante. "Por que não conta pra ele, como você conseguiu tirar Wesker do seu caminho."

"Ei pessoal, apenas vamos sair daqui!" Piers choramingou impaciente, também se sentindo meio nauseado e com frio.

"O que ela tá falando é verdade?" O jovem mercenário sentia um rancor começar a crescer dentro de si. "Me fala! Foi você?"

"Sim, eu o matei!" Jake mudou a sua postura ofensiva, dessa vez, apontando a pistola na direção de Chris.

"Capitão..." Piers continuou a suplicar, lutando para se manter em pé e consciente. Definitivamente, ele estava começando a se sentir doente e isso não era nada bom.

"Ta tudo bem Piers. Isso é entre eu e ele." Chris se mantinha numa postura muito impassível dentro daquela situação tão tensa, mesmo quando o filho de Wesker mirou a arma na sua direção.

"Vá em frente, atire! Você tem o direito de fazer isso." Chris continuou o desafiando sem medo. "Apenas prometa que vai sobreviver. O mundo depende disso."

"Quem diabos é você para me dizer o que fazer?" Mas Jake se sentia frustrado, confuso e com tanta raiva, tudo ao mesmo tempo.

De um lado estava o capitão da BSAA determinado a acertar as contas com o seu passado e, do outro estava Jake Muller cheio de ressentimento e, por fim, havia Radames em silêncio planejando o seu próximo passo.

"Diga-me, você estava seguindo ordens, ou era algo pessoal?"

"As duas coisas!" Num instante, veio a resposta direta de Chris e no outro Jake apertou o gatilho, mas o tiro saiu raspando o rosto de Chris.

No meio dessa confusão toda, ainda existia Piers prestes a perder o controle sobre si. Infelizmente, os dois outros homens pareciam alheio ao que estava acontecendo de fato com o jovem soldado.

"Capitãooo... Por favor... me ajuda!" De repente Piers caiu ajoelhado no chão vomitando muito e tremendo, um sinal claro que estava muito doente. "Eu não tô me sentindo bem..." Chris corre na direção de seu companheiro de equipe percebendo como grave era a sua aparência.

"Piers, fala comigo!" Ele também se ajoelha ao lado de Piers e ergue seu rosto tentando reanima-lo.

"Porraaaaa! Não foi assim que planejei morrer." Murmurou o soldado ainda ajoelhado no chão e se sentindo muito debilitado. "Capitão, eu não quero morrer! Eu não quero virar um daqueles mortos-vivos." Ele parecia tão assustado.

"Você não vai!" Chris bufou voltando seu olhar para a cientista que também parou retornando o seu olhar. "Eu vou te dar a curar e você vai ficar bem."

"Não é tão simples!" A mulher deu as costas para eles.

"Você deve ter várias doses do sangue de Jake aqui e tem tudo o que precisa para sintetizar a vacina. E você vai me ajudar nisso! Ou eu juro que dessas vez, não hesitarei em mata-la."

"O problema não é sintetizar a vacina, capitão!" A mulher enfrentou Chris que (com a ajuda de Jake) tentavam apoiar em seus ombros um Piers que parecia lutar para manter a sua consciência. Eles carregaram o soldado até uma cadeira próxima dos arquivos sobre manuseio de vacinação e medicamentos. "O mesmo sangue que cura, também pode ser letal para alguém que está infectado há mais de 24 horas." Isso fez Chris parar o que estava fazendo.

Piers havia sido infectado quando ele e a equipe Echo partiram para resgatar Barry em Waiyip e lá acabaram tendo que enfrentar um pequeno grupo de J'avos. Foi um desses J'avos que acabou fazendo um corte superficial no braço do jovem soldado. Apesar do ferimento ser simples e ter sido feito curativo, a ferida continuou a sangrar, mas Piers havia decidido ignorar a situação.

Desde o ataque do J'avo, já havia se passado mais de 24 horas.

"Então capitão... Há quanto tempo o seu soldado está infectado?"

"Para com esse joguinho maldito!" Gritou o homem irritado, trocando um olhar nervoso com Piers. "Isso não importa!"

"É claro que importa! Porque no final do dia, seu amigo estará morto, de um jeito ou de outro."

De repente vários barulhos de tiros são ouvidos.

"Nãooooooo..." Gritou Radames furiosa correndo na direção de seu novo experimento. "O que foi que você fez?" Jake havia acabado de atirar na gigantesca crisálida do outro lado da sala.

"Qual é o problema, dona?" O filho bastardo de Wesker se aproxima da mulher, forçando-a a se virar e acabar encurralada entre a Haos e o cano de sua arma. "Eu não preciso seguir regras como um soldado. Eu posso apenas apertar o gatilho e acabar de uma vez por todas com você. Seria um favor que faria a humanidade."

"Não Wesker Júnior, o que vocês estão prestes a fazer é condenar a humanidade. Igual ao seu pai." Radames dizia com desdém. "É isso que você quer... Quer ser como o seu pai?"

"Cala, a sua maldita boca!" Suas mãos estavam trêmulas segurando a pistola, mas sua determinação parecia feroz.

"Não, não, não... Ela ainda não estava pronta!" Murmurava Radames se colocando na frente do enorme cásulo, tentando protegê-lo e pela primeira vez se mostrando desesperada.

Jake e Chris empunham suas armas na direção da tal coisa prontos para impedir que ela possa eclodir e virar uma nova ameaça.

"Ela não é uma ameaça! Se vocês matarem ela, vocês estarão matando a última esperança de salvação da humanidade." Isso fez Piers e Chris, que estavam um pouco mais atrás de Jake, trocarem um olhar atônito.

"Você está louca. Mas tudo bem, você pode morrer junto com essa coisa." Esbravejou Chris agora decidido a acabar com aquela situação.

Novamente, o complexo passa a tremer com uma intensidade mais forte e descontrolável.

"O que está acontecendo?" Piers indagou fracamente.

"As instalações foram comprometidas. Mas não se preocupem, nós ainda estamos seguros aqui. Essa sala é o lugar mais seguro de todo o complexo." Murmurou Radames ainda tentando não perder um de seus valiosos experimentos.

Pelo telão que ficava na pequena plataforma do lado oposto do casulo, se podia ver algumas imagens internas de todo o lugar e uma delas chamou atenção de Jake.

"É a Sherry e aquele agente americano. Eles estão precisando de ajuda!" O garoto dizia preocupado vendo eles lutando contra Simmons.

"Não! Não é seguro lá fora." Radames parou olhando para aquele telão, percebendo que Ada Wong também estava lá. Todos estavam encurralados e se quisessem sair dali precisariam seguir os seus planos, inclusive a espiã.

Enquanto isso, Jake tentava abrir a porta, mas o sistema de segurança o impedia. Nem os tiros conseguiam danifica-la.

"Droga! Abra essa porta!" Rugia o garoto voltando a ameaça-la.

"Não posso, nem se quisesse." A mulher parecia não ter medo de ameaça. "Será que não entendem que quando o mar engolir toda essa instalação, então, teremos uma tragédia ainda maior do que os atentados bioterroristas de Tall Oaks e Lanshiang."

"Isso tem a ver com o depósito tóxico que você criou no fundo daquele poço?" Questiona Chris começando a mexer num dos computadores tentando achar uma forma de saírem dali ainda vivos. O capitão estava nervoso demais com o estado crítico de Piers e tudo só piorava quando ele percebia que uma tragédia maior estava prestes a acontecer.

Se o lixo tóxico do fundo daquele poço se misturar com as águas do mar, então, uma nova contaminação iria acontecer, desta vez podendo se espalhar rapidamente para mais áreas da China, do continente Asiático e, eventualmente, chegar a outras áreas do globo terrestre e aí não pararia mais.

Seria o início do apocalipse.

"Essa enorme sala foi projetada para que, caso houvesse uma explosão ou inundação no complexo, os laboratórios serviriam de refúgio. Um lugar livre de qualquer contaminação... Essa sala tinha que permanecer segura porque é aqui que possuímos a última esperança da humanidade." A mulher voltou a sua atenção para a Haos, tocando delicadamente naquele cásulo, como se tivesse acariciando um bebê.

"Esse era... o seu plano o tempo todo... quando criou o... o C-virus. Você queria causar a aniquilação da... da humanidade. Então, eu não vejo esperança nenhuma aqui..." Reclamava Piers de forma angustiante, percebendo como as veias do braço (que ele havia machucado no confronto com um J'avo) parecia mudar de cor e pulsar rápido demais como se tivesse um bicho se movendo por dentro da sua pele, sua cabeça estava insuportavelmente latejando, seu corpo estava febril e sua visão estava ficando turva. Ele tentava lutar, porém seu corpo parecia não responder a seu comando. "Nós todos vamos morrer aqui."

"Não Piers... você tem que ficar forte pra volta pra casa. Pra voltar para Claire." Chris voltou a focar a sua atenção em seu soldado segurando os seus ombros e tentando ser otimista. "Então, eu não vou deixar você morrer aqui. E isso é uma promessa."

Repentinamente, eles são interrompidos quando acontece um novo apagão dentro do laboratório, deixando todos em alerta. Mostrando que o lugar já não parecia tão seguro.

 

***/ /***

 

"Sherry, me dê cobertura!" Exprimiu Leon depois de jogar uma de suas Magnum para Sherry e pular para o próximo andar, onde o corpo inconsciente de Ada permanecia.

"Ada, consegue me ouvir?!" Leon puxou Ada para os seus braços, tentando reanima-la. Seu coração batia nervoso e cheio de medo, um medo de perde-la de novo. "Não deixe isso terminar assim! Vamos, acorde!" Suas palavras ecoavam pelo lugar como uma súplica desesperada.

"Leon cuidado! Ele está voltando." Sherry dá o aviso, abrindo fogo contra a Quimera que se prepara para atacar o casal.

Simmons está mais furioso do que nunca, sendo assim, Leon apoia a cabeça da mulher em sua perna e regressa a atirar nele.

"Tudo isso por amor a uma mulher?!" A criatura zombava num tom tenebroso. "Você não entendeu ainda... Ela pertence a mim! ELA É MINHAAAAAA!" Seu grito gutural retumbava fazendo tremer tudo. O monstro é imparável e continua a correr na direção deles. Por um minuto, o mesmo monstro para há alguns metros do casal e decide soltar outra rajado de fogo contra eles, pronto para incinera-los vivos se fosse preciso.

Decidido a proteger aquela mulher à todo custo, Leon lhe segura forte em seus braços como se ela fosse a coisa mais valiosa que possuía, a protegendo com o seu próprio corpo. E se fosse preciso, ele daria a sua vida por ela.

"Se você realmente é Ada, sei que consegue sair dessa... Ambos podemos." O loiro continuou abraçando Ada, virando as suas costas na direção do fogo, esperando sentir o toque cruel da própria morte. Mas ao invés disso, tudo o que sentiu foram gotas de água cair sobre seus ombros e molharem a sua roupa, como se tivesse chovendo ali dentro, mas aquelas gotas de água, logo, pareciam se transformar em algo mais denso, quente e desconfortável.

"Nãooooo!" O agente se distrai ao ouvir uma voz tão estridente e feroz e isso lhe chama atenção. Ele decide confrontar o monstro de novo querendo saber o que havia acontecido, quando se dá conta que há algo de tom cinza e pegajoso escorrendo, incontrolávelmente, do teto junto com a própria água do mar e se transformando numa forma humanóide que vai pairando na sua frente. Aquela forma humanóide parecia determinada a protege-los da fúria desenfreada de Simmons.

Leon estava perplexo vendo a cena, mas sua atenção logo se volta ao corpo frágil se remexendo em seus braços. Seus olhos azuis de repente se chocam com os pequenos olhos carmesins de Ada.

"Ada!" De repente era como se ele pudesse respirar de novo.

"Eu só estava descansando os meus olhos!" Ela diz irônica o provocando.

"Você não deveria dormir no trabalho!" O casal precisa sair daquela troca quase íntima para enfrentar a batalha que pairava ali.

"SIMMONS... VOCÊ QUEIMARÁ NO INFERNO!" Grunhiu Mei. Seu corpo blindado tentava resistir o quanto podia ao fogo da Quimera.

Agora Mei tinha certeza que não foi por acaso que sobreviveu a batalha contra Ustanak. Talvez, ela não fosse, realmente, uma mera arma biológica criada pelo C-Vírus. Talvez, ela fosse uma arma criada para conter um mal maior. Ela estava aqui pra tentar, dessa vez, fazer a coisa certa, salvando a sua irmã e acabando com os planos doentios daquele homem obcecado.

Esse era o seu grande acerto de contas e a sua chance de limpar a sua barra.

 

{Continua...}

 


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Notas finais do capítulo

Sabe esse lixo tóxico da Neo-Umbrella que eu citei aí nesse capítulo? Eu meio q me inspirei no Pé de Elefante de Chernobyl que é considerado o objetivo mais perigoso do mundo, que nada mais é q lixo radioativo. Ninguém pode chegar nem perto do Pé de Elefante se não morre na hora. Assustador isso né?! Provavelmente, vcs já devem ter ouvido falar sobre o incidente de Chernobyl, um dia desses eu tava assistindo um vídeo no YouTube sobre esse caso, q dizia que a tragédia poderia ser pior ainda se a radiação tivesse contaminado água. A própria Europa inteira poderia ter sido afetada e com certeza o estrago seria ainda mais catastrófico.
Curiosamente, eu diria q a própria Capcom deve ter tido alguma inspiração nessa história aí né ao criar Haos. Eu diria q essa criatura seria o Pé de Elefante de RE6. Entretanto, na minha história Haos terá outra função, por isso eu tive q substituí-la por esse lixo cheio de C-Vírus da Neo-Umbrella.
E agora como será q nossos heróis irão impedir essa nova ameaça global?

E aí pessoal, o que cês acharam desse penúltimo capítulo? Tá complicado né para os nossos heróis aí. Isso ainda não acaba aqui. Esse é o começa de uma batalha q terminará no último capítulo da fic.

Caramba, dá pra acreditar que estamos chegando no final dessa história?! Bjus!!!!



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