Segredos de sangue escrita por Drylaine


Capítulo 19
A Reunião


Notas iniciais do capítulo

No cap anterior eu errei o sobrenome do Jake q é Muller com (u) e não com (i) é um mero detalhe, mas tem diferença e isso me incomodou quando vi. O mais inusitado e q na saga RE temos tbm Miller de Ângela Miller. É pra confundir mesmo a mente da gente kkkk...

Demorei pra atualizar a fic pq estava sem Net. Sem mais enrolação, vamos ao q interessa!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486543/chapter/19

Anteriormente...

"Olha, essas são minhas filhas e minha mulher." Trent retira de seu bolso uma foto antiga ainda em preto e branco, onde está uma jovem mulher de traços delicados e bonitos e dava para se perceber que a jovem tinha alguma origem oriental e, ao lado da mulher haviam duas meninas gêmeas sorridentes, com as mesmas características da mãe.

"Você tem uma família perfeita." Chris diz em tom sombrio tentando não transparecer indiferença.

"Não. Eu tinha... tinha uma familia perfeita, mas eu as perdi." Chris engoliu em seco ao ver a expressão ponderada de Trent mudar. "Eu perdi minha mulher de uma forma violenta e cruel e por anos tive que lutar por justiça. Tive que lutar pra resgatar uma vida que foi destruída. E tudo o que eu fiz até aqui foi por elas, por Li e Mei. Elas sobreviveram e é por Elas que eu vou continuar lutando até o fim." Trent continuou em tom paternal sob o olhar compassivo do homem da BSAA, sem saber que sua espiã estava à espreita ouvindo tudo.

E foi naquele momento que tudo desmoronou.

"E tudo o que eu fiz até aqui foi por elas... por Li e Mei."

Aquelas palavras ficaram retumbando em sua mente. Ela desejava que fosse pura coincidência do destino, mas Ada nunca acreditou no destino, nem em sua sorte.

Li e Mei, duas pequenas palavras que podiam dizer muito sobre si e agora também se resumia aos segredos de Trent, o homem que ela confiava quase cegamente. O homem que ela aprendeu a admirar e até obedecer.

Então, o homem à frente da The Shadows que a salvou de Wesker... era Phil. Phil o seu próprio pai!

A verdade estava ali o tempo todo, mas ela só foi tola demais pra perceber.

 

 

Capítulo 19 – A Reunião

 

Waiyip – Província chinesa de Lanshiang

 

"No que diabos você estava pensando pra fazer essa manobra suicida?" Dizia Piers Nivans correndo nervosamente atrás de seu capitão.

"Esses são meus homens! Ou seguem meus passos, ou encontrarei quem o faça!" Mas seu capitão agia tão prepotente, apenas movido por um único sentimento – O Ódio!

"Você sabe o que tá dizendo?" O jovem soldado estava perplexo, já não conseguindo mais reconhecer o seu próprio capitão como um líder sensato.

"Em formação soldado!" Chris diz entre dentes dando-lhe as costas, para seguir cegamente a sua busca implacável.

Minutos depois de derrotarem Iluzija (outra arma biológica criada pela Neo-Umbrella), Chris e Piers ao lado de Trent e mais um soldado da BSAA, perseguem Ada (Mei) dentro de um prédio. Nesse ponto da trama, Chris e Piers já não estão mais conseguindo se entender. Chris está determinado a fazer até o impossível para acabar com a tal espiã e, não quer ninguém no meio do seu caminho para atrapalhar os seus planos. Mas, a sua impulsividade pouco a pouco, foi fazendo ele perder a sua equipe. A cada armadilha ou arma biológica que era colocada em seu caminho, mais e mais soldados eram perdidos e sua ira só aumentava. E mais e mais, Mei se divertia vendo o capitão da BSAA falhar.

"Procurando por mim, rapazes?!" Ela estava sentada na janela de um apartamento abandonado, esperando-os.

"Não faça isso!" Ela por sua vez, ignora a súplica de Chris e, assim, infecta Marco (outro soldado do Alfa Team) com o C-vírus usando sua pistola de agulhas.

"Bem-vindos à China!" Ela ironiza e se prepara para fugir, ao mesmo tempo, que Trent chega impedindo Chris de atirar nela...

Mas, os planos de Mei também não eram tão perfeitos, porque seu pai estava a espreita o tempo todo, tentando achar uma brecha para fazê-la parar. Seus pequenos olhos castanhos se cruzam rapidamente com os verdes do seu pai, antes dela fugir imediatamente pulando da janela.

"Meiiii!" Grita Trent correndo na direção da janela e vendo a mulher se perder na escuridão, se esquecendo da presença furiosa do capitão da BSAA.

"Droga!" Grita Chris enraivecido. "O que você fez? Você..." Chris parou de forma ríspida na frente de Trent se sentindo confuso com a atitude do velho. "Você deixou ela fugir?" Ele continuou dizendo grosseiramente.

"É tarde demais!" Piers grita tenso já com a sua arma em punho, chamando a atenção deles para Marco, que infelizmente começa a sofrer mutação...

Eles não tem muita saída a não ser enfrentar mais uma arma biológica deixada para trás por Ada (Mei). Mais uma arma que antes fora um homem, que antes fora o seu soldado leal, mas agora estava morto. Morto por ele.

 

 

 

 

Uma hora depois...

 

"Deixem-a ir!" Daryl esbravejou para os seus soldados que recuaram.

Minutos depois da confusão, uma nova decisão é tomada...

"Você pode ir, mas ele fica!" Ao ouvir a última ordem de Daryl, ambos o agente e a espiã trocam um olhar nervoso sabendo que não tinham muita escolha e nem tempo a perder.

Daryl tinhas os seus próprios planos pessoais para manter Leon ali separado de Ada e ainda vivo.

E, assim que Ada fugiu, Daryl recebeu uma mensagem do seu chefe que não parecia nada feliz com o rumo das coisas. Os dois se envolveram numa discussão meio acalorada sobre a Neo- Umbrella, Derek e, claro, as decisões ainda mais complicadas sobre que rumo tomar quando se tratava de Mei e Ada. Trent estava frustrado e irritado ao descobrir que Ada fugiu e que provavelmente estava indo de encontro com a irmã. Ele desejava adiar esse confronto entre elas. Ele queria resolver as coisas do seu jeito, sendo o diplomata inglês que ajudava a BSAA, sendo o chefe da organização secreta The Shadows e, sobretudo, sendo um pai tentando desesperadamente proteger as suas filhas. O problema era que ele estava falhando em todas essas tarefas.

Talvez, as suas falhas estivesse acontecendo, porque Trent estava se deixando levar pelas suas emoções e, pelo tempo de experiência que tinha nas costas, a vida pessoal não deveria interferir em seu trabalho, porque era exatamente aí que se perdia o controle sobre tudo. E ele estava se perdendo a começar pela discussão com Daryl.

Daryl havia lhe revelado sobre o "Projeto Ada" criado por Derek Simmons que usou como cobaia Elise Mei. Na verdade Trent já sabia disso, Mei já havia lhe revelado todo o absurdo e loucura de Derek. E, como ela agora estava infectada com o C-vírus, as coisas se tornariam ainda mais fora de controle.

Que ironia do destino! Pensava Trent, ao se dar conta que suas gêmeas estavam infectadas, só que por vírus diferentes, mas tão destrutíveis ao mesmo tempo. No caso de Ada, o T-Verônica se fundiu a ela de uma forma que a fez quase imbatível, mas nunca a fez perder a consciência a ponto de transformá-la num alguém lunático. Porém apesar dela nunca ter perdido o controle ou se tornado um monstro, o T-Verônica ainda assim estava lentamente a deixando doente. Mas no outro lado da questão, havia o C-Vírus que corria nas veias de Mei, que fundidos ao desejo de vingança dela, poderia se tornar muito perigoso e imprevisível.

Mei estava se tornando imprevisível, uma verdadeira ameaça mundial. Então, como eles poderiam parar essa ameaça mundial, sem mais derramamento de sangue? Sem mais mortes de vidas inocentes?

Sem contar que no meio de todo esse pandemônio, ainda havia o chefe da Organização A FAMILIA, uma grande pedra no seu caminho.

"Derek já está na China?"

"Sim."

"Isso pode ser mais um problema." Era por isso, acima de tudo, que o diplomata britânico tinha que chegar até a sua filha Elise Mei e fazê-la parar, antes que fosse tarde demais. Antes que Derek a achasse.

"Bem, deixa que do Simmons eu cuido." Disse Daryl do outro lado da linha trocando um olhar rápido com o seu novo prisioneiro. "Agora eu tenho um novo parceiro de guerra. Acho que ele tem tanta vontade de acabar com Derek, tanto quanto nós dois."

"Ah, o agente americano?! Bem, só posso lhe desejar boa sorte!" Ele disse curioso para conhecer o homem que quase fez a sua filha Ada desistir de tudo só para viver uma vida normal. Felizmente ou infelizmente, Ada desistiu de fugir com o agente americano e decidiu ficar. E pensar na situação da filha o faz lembrar de si mesmo.

A vida parecia muito injusta para eles, especialmente, para Ela...

 

***/ /***

 

Após a ligação com Trent, Leon e Daryl foram deixados sozinhos para seguir rumo a seu novo objetivo, enquanto a equipe da The Shadows se dividiam para cobrir um perímetro maior em Lanshiang.

Depois do que ocorreu com Daryl quase os traíndo, Leon não sabia até que ponto podia confiar no outro homem. Mas que escolha ele tinha? E querendo ou não, Daryl parecia ser o único capaz de lhe dar as respostas que ele tanto procurava.

"Então, a tal Mei é a irmã má de Ada?" Leon perguntava enquanto ambos caminhavam cautelosamente pelos becos escuros e silenciosos da cidade. Aliás, naquela área tudo parecia silencioso até demais.

"Irmã má?!" Daryl não pode deixar de rir do apelido enquanto caminhava mais a frente. "Sim, elas são irmãs e são gêmeas." Para Leon isso explicava muita coisa. "Mas, Mei nem sempre foi assim. Foi Derek e sua insanidade que mexeu com a mente dela. Na verdade foi os Simmons que destruíram a vida de ambas as irmãs." Isso fez Leon travar a mandíbula de raiva enquanto continuava a ouvir Daryl. "Sabe antes de Ada se tornar espiã, ela vivia no interior da China, com a sua família. A vida era simples e feliz, mas um dia um Simmons entrou no caminho dela e destruiu tudo, separou ela da irmã, arrancou-a da família e destruiu toda a infância dela. Aos nove anos ela foi levada para se tornar uma espiã."

"Nove anos?!" Leon parou se sentindo com um gosto amargo na boca.

"É. Ela não tinha muita escolha: ou morria de fome, ou sobrevivia para se transformar numa máquina de matar. A história é longa, cheia de muitas coisas terríveis."

Logo, Leon também descobriu que a espiã que quase o matou na Eslava Oriental, era Mei. Só que lá, ela não se lembrava de nada sobre seu próprio passado. Derek a fez de cobaia a transformando em uma nova Ada Wong, que ele pudesse manipular. Só que agora mesmo com Mei lembrando sobre seu passado, mesmo assim, ela decidiu continuar usando a identidade da espiã chinesa só pra se vingar.

"Ela tá incriminando a irmã, assim como Derek te incriminou em Tall Oaks." Por algum motivo, Daryl tomou a decisão de fazer algumas revelações que poderiam ser bem esclarecedoras. Ele já estava cansada de viver sob o fogo cruzado e ele também já não tinha mais nada a perder. Sua única certeza era que o agente americano com a sua habilidade de sobrevivência, talvez, fosse o único capaz de parar Simmons e toda a sua loucura. Para Daryl ficou nítido que havia muitas ameaças para enfrentar hoje a noite. E, mesmo não querendo admitir, pela primeira vez ele achava que sua organização secreta liderada por Trent, não parecia ser o suficiente pra combater Derek, ou mesmo Mei.

"Que Droga! Mas, entre elas é uma vingança pessoal, não é." E a percepção disso era tão horrível. Agora ele entendia toda a aflição, a sólidão e até o olhar sombrio e machucado de Ada. Agora Leon estava enxergando tudo sob uma nova perspectiva.

"Mas o fato é que elas não se vêem há muito tempo. Você pode imaginar como será quando Mei e Li se reencontrarem?"

"Li?" Por um momento Leon se deixou sorrir ao descobrir sobre o nome verdadeiro da dama de vermelho. "Parece muito simples para alguém como ela. Mas eu gostei." Ele falou distraidamente.

"Se ela souber que eu te contei um dos seus maiores segredos, ela vai me matar!" Eles riram.

"Eu ainda acho que quando elas estiverem cara a cara, o sangue pode falar mais alto." Leon tentou ser esperançoso.

"Mas depois de tantos anos separadas, será que elas ainda podem se reconhecer como irmãs?" Mas a certeza dessa resposta só poderia ser respondida no momento em que elas estivessem frente a frente.

O diálogo logo foi interrompido, quando ouviram algumas movimentações por uma das ruas.

Na rua seguinte, havia uma praça e um grupo da BSAA sendo atacada por um grupo de homens mutantes, conhecidos como J'avos. Os dois agentes tentaram ajudar como podiam até que conseguiram se livrar daquelas criaturas rebeldes. Com o grupo da BSAA restante, eles ficaram sabendo do acampamento que havia sido atacado por um super soldado mutante da Neo-Umbrella.

No meio do pequeno grupo de sobreviventes, Leon logo ficou cara a cara com Barry Burton. O homem estava um pouco cansado e com alguns ferimentos que não pareciam muito graves.

"Você tem que encontrá-los. Aquele monstro que está atrás deles é extremamente incansável. Você tem que ajudar Sherry!" Os dois homens sobreviventes do incidente de Raccoon City, conversaram brevemente, antes de Leon partir com mais um objetivo em mente... – Encontrar Sherry Birkin.

 

***/ /***

 

O caminho é tortuoso cheio de novos obstáculos, enquanto eles tentam escapar daquele monstro. E é exatamente durante a fuga que seus caminhos acabam coincidindo com os de Daryl e Leon.

"Mas o que é isso?!"

"Ele é tipo uma ex-namorada que não larga do seu pé?" Jake disse irônico enquanto eles abriam fogo contra o homem monstrengo.

Agora eles estavam sendo caçados por aquela criatura extremamente forte e inteligente, programada para perseguir e capturar Jake Muller, custe o que custar.

"Droga! Isso só tá nos atrasando mais!" Daryl resmungava com raiva por ter que desviar do seu objetivo anterior, enquanto enfrentava a coisa enorme que ele nem conseguia descrever.

"Para de reclamar e continua atirando!" Leon grita depois de sentir suas costas se chocarem contra a parede de concreto, ao se livrar de um dos golpes de Ustanak.

A nova dupla improvável acaba salvando a vida dos dois jovens e a perseguição de Ustanak termina com um poste elétrico tombado sobre ele...

"Quem é você?" Inquiriu Jake ao confrontar Leon após a batalha contra Ustanak.

"Ele é Leon Scott Kennedy, agente secreto dos Estados Unidos." Dizia Sherry já sentindo uma hostilidade recíproca crescer entre Jake e Leon. "E ele pode ser um grande aliado pra nos ajudar." Por um instante, Sherry e Leon pararam se olhando, como se não se visse há muito tempo. "E esse é Jake Muller. Ele é..." Mas nesse instante, o filho de Wesker puxa Sherry pra longe de Leon, se sentindo desconfortável, pois não queria que ninguém mais soubesse sobre seu parentesco com o aquele bioterrorista.

"Ei Supergirl, nós não combinamos que não iríamos confiar em ninguém, até chegarmos ao tal amigo de Barry, lembra?!" O jovem ruivo tentou argumentar ainda muito desconfiado.

"Olha, ele é o Leon que me salvou em Raccoon City. Eu te contei essa história. E é uma das poucas pessoas que eu confio nessa vida." Ela dizia olhando de soslaio para Leon.

"Ah, não temos tempo pra esse bate-papo camarada." Reclamou Daryl mais uma vez com desgosto. "Mas, pra aliviar a sua desconfiança... bem, foi o Burton que nos enviou pra achar vocês e escolta-los até o meu chefe. Agora podemos ir?" Daryl até havia conseguido um carro para transporta-los o mais rápido possível pela cidade.

"E quem é você?!" Jake perguntou cruzando os braços arrogantemente, após se sentar no banco de trás do carro ao lado de Sherry.

"Ele é Daryl... o meu novo parceiro mau-humorado." Respondeu Leon que estava no banco do passageiro ao lado de um Daryl impaciente, que já começava a dirigir desenfreado.

Por enquanto, o grupo recém-formado estará seguro para continuar o seu trajeto.

"Ei, então Barry ainda está vivo?" Sherry se sentia emocionada com essa informação, afinal, Barry era mais do que o seu chefe, ele era um segundo pai pra ela, até melhor que seu pai de sangue, Willian Birkin.

"Sim, ele está bem. Ele é um sobrevivente teimoso." Leon lhe respondeu a olhando pelo retrovisor do carro.

"Um sobrevivente teimoso, assim como você." Leon sorriu em reconhecimento. "Por que você está aqui na China, Leon?" Sherry perguntava olhando distraída pela janela.

"Por que o presidente americano Adam Benford, foi assassinado num atentado bioterrorista." Sherry estava chocada. "E eu tô atrás do verdadeiro culpado, o Assessor do presidente Derek Simmons que também é responsável por todo esse caos causado pelo C-Vírus." E pela janela do carro podia-se começar a vislumbrar os horrores que o bioterrorista estava deixando sobre uma parte da cidade de Lanshiang.

"Ah, meu Deus! Isso é horrível." Mumurava Sherry se sentindo mortificada com tudo.

"Parece que a lista de gente louca e assassina nesse mundo, é enorme." Murmurou Jake lembrando-se da espiã chinesa e de Carla Radames.

"Bom, mas eu acredito que o seu sangue ainda possa curar todo esse caos." Sherry falava apertando gentilmente a mão de Jake. E enquanto o jovem casal trocava um olhar quase íntimo demais, os outros dois homens refletiam sobre as palavras de Sherry.

Com a cura, talvez, ainda haveria esperança no final...

 

***/ /***

 

"Aqui é QG, temos a localização pra você... Ada Wong, deixou a cidade e está indo para o sul do porto." O chamado continuava se repetindo para todas as equipes da BSAA, sem que eles percebessem que alguém estava a espreitar, ouvindo tudo atentamente... "QG para todas as equipes, o Alvo Ada Wong foi localizado, indo para o sul do porto. Queremos ela viva!" E, ela estava lá sobre um dos telhados interceptando cada chamada.

Nas sombras Ada estava seguindo cada passo da BSAA, sem que eles notassem, na tentativa de que eles mesmos a levassem diretamente até a Outra. E parece que isso deu certo.

Após ouvir sobre a localização da sua Irmãzinha, ela salta para um telhado mais alto e, de lá salta para cair num beco onde já havia uma clisálida começando a eclodir. Logo uma nova criatura bizarra nasce pronta para começar uma perseguição alucinante atrás da espiã chinesa.

Ada usa novamente sua principal amiga – a Grapple Gun e salta para o alto de um prédio na tentativa de se livrar daquela criatura e da sua infernal serra elétrica. A criatura era rápida, mas Ada era mais. Logo, a mulher consegue se esquivar de vários golpes da criatura e a perseguição chega no fim, quando a espiã faz aquele monstro acabar se chocando contra um trem que vinha desgovernado.

A alguns poucos quilômetros dali, outra criatura igual aquela nasce e, dessa vez, quem acaba tendo que enfrenta-la é uma das equipes da BSAA que acaba encurralados entre a criatura com a sua serra elétrica medonha e um fogo que se forma envolta deles, criando uma barreira que os impede de fugir.

Ada houve os gritos, os vários tiros e novamente o barulho infernal daquela serra elétrica. Ela poderia ignorá-los e ir embora, mas alguma coisa a atrai no meio do barulho... Talvez, uma voz muito familiar. Então, por instinto, ela corre seguindo os vários sons daquele cenário de terror e acaba chegando até eles. Logo, ela reconhece entre o grupo, o seu pai Trent ao lado de um homem grande que parecia ser familiar, ambos atiravam contra a coisa desajeitada e lunática, envolta das labaredas do fogo que só aumentava.

Ada não demora a perceber que aquilo é uma armadilha. Então, na tentativa de ajudá-los, ela procura por uma distância segura e que lhe desse uma mira perfeita. A mulher cuidadosamente troca as suas flexas normais por flexas explosivas, depois recarrega sua balestra e com sua visão sobre-humana, ela rastreia o ponto fraco daquele monstro. Com o monstro na mira de sua balestra a espiã dá um único tiro o suficiente para ser certeiro. O monstro dá um último grito antes de se explodir todo espalhando partes de seus restos mortais sobre o terno de Trent e das botas do outro soldado.

Tanto Trent quando o tal homem que ela acaba se lembrando o nome, param olhando para o alto, exatamente, na direção dela. E, enquanto o fogo envolta deles vai se esvaindo, ela vê o olhar mortal que aquele cara lhe dá. Então, ela acaba se lembrando dele...

Chris Redfield, um dos sobreviventes de Raccoon City e hoje capitão da BSAA. Eles nunca estivesseram juntos num mesmo cenário. Nunca se conheceram pessoalmente, mas Ada já havia ouvido falar dele muitas vezes. E o capitão ao invés de lhe agradecer por ter acabado de salvar a sua vida, ele tenta atirar nela, porém por estar sob tanta pressão, ele erra o tiro resmungando um monte de palavrões grosseiros.

"Oh! E eu nem ganho um OBRIGADO, capitão!" Ela murmura sarcastica pra si mesma, decidida a deixar Trent lidar com o capitão raivoso, antes de fazer aquilo que ela sabe fazer de melhor... fugir!

 

***/ /***

 

"Merda!" Ele grita tão furioso e, na sua fúria, Chris dá um murro na parede bruta. Ele está tão louco que o impacto já nem lhe causa dor.

"Chris, você precisa ficar calmo!" Trent estava tão cansado de tudo aquilo. Ainda mais porque há horas ele estava junto com a BSAA, seguindo uma pista que deveria os levar até Mei. Mei que na verdade parecia estar jogando com eles e se divertindo a cada falha deles. Mei que estava jogando principalmente com a mente de Chris, alimentando o ódio e o desejo de vingança do capitão. O capitão que estava determinado a mata-la, custe o que custar.

"Depois de tudo o que ela fez?" Chris indagou indignado. "Quantos de nossos homens morreram por causa dessa vadia?"

"Já chega!" Trent tomou uma postura diferente do seu habitual, ao enfrentar o capitão da BSAA. "Ela não é uma vadia! E ela acabou de salvar a sua vida!" Não era o melhor argumento, isso só causou mais conflito entre eles.

"O quê?!" Chris estava aturdido pela própria atitude do homem mais velho. "O que tá acontecendo aqui. Você... Você está protegendo ela?!" Ele apertava os punhos de raiva, tentando se controlar.

"Chefe, você tem que se acalmar." E ele só não atacou Trent, porque Piers se pôs entre eles.

"Você nem deveria estar aqui! Você não faz parte da equipe. E, provavelmente, você nem se importa com nenhum deles. Nenhum daqueles homens que morreram por causa dela." Chris diz amargurado, ignorando Piers e enfrentando novamente Trent.

"Eu entendo capitão, mas sua vingança pessoal não vai ajudar." Piers decidiu interferir na discussão, ganhando um olhar feroz do seu capitão. "Se não estivesse tão cego pelo seu desejo de vingança, teria evitado muitas dessas mortes." E as palavras de seu soldado reabriam mais as feridas de Chris.

"Cala a boca!" Ele tentou dar as costas àquela dura verdade, pois então ele teria que admitir os seus erros.

"Você ainda se interessa pela missão?"

"Cala a bocaaaa..." Mas a fúria era tanta dentro dele que, por um instante, ele queria ferir Piers tanto, só pra não ouvir mais a voz do seu soldado ecoando na sua cabeça.

"Tenho pena de todos os homens que morreram acreditando em você." Dizia Piers tudo num fôlego só. "O que aconteceu ao lendário Chris Redfield, hein?! Ainda bem que Finn não está aqui pra ver você assim." Os dois quase se atracaram, se não fosse por Trent decidir acabar com aquela confusão toda.

"Parem vocês dois! Isso não está ajudando." O chefe da The Shadows resolveu tomar as rédeas da situação. "Vocês não são inimigos. Vocês são uma equipe. E você Chris... é o líder dessa equipe. E como líder, tem que fazer a escolha certa."

"Eu vou atrás de Ada." Chris retrucou automaticamente, decidido a continuar com seu objetivo.

Nesse ponto da trama, Trent já não sabia se deveria realmente temer o reencontro entre as irmãs, ou temer toda a fúria desenfreada de Chris Redfield.

Era por isso que ele não queria Ada aqui na China, porque elas eram tão semelhantes. O mesmo rosto que poderia confundir qualquer um até mesmo quem as conhecessem. Elas eram duas mulheres praticamente idênticas. Irmãs gêmeas separadas pelas circunstâncias infelizes da vida, mas ninguém mais sabia disso. Para os outros, elas eram apenas uma única pessoa – Ada Wong, a espiã fria e assassina.

É claro que havia alguns detalhes bem óbvios, que comprovariam a existência de duas pessoas diferentes, mesmo que elas compartilhassem o mesmo rosto e agora a mesma identidade. E esses detalhes se definiam desde as roupas tão diferentes que elas vestiam e, sobretudo, na cor de seus pequenos olhos. Havia sim duas versões de Ada Wong, entretanto, para alguém tão cego pelo desejo de vingança como Chris Redfield, esses detalhes tão óbvios, não irão significar nada.

Para Chris Redfield se Mei com seu vestido azul e seus pequenos olhos castanhos entrar no seu caminho... ele vai matar. Se Ada vestida de vermelho e com seus olhos carmesim chegar primeiro em seu caminho... Ele vai matar!

E, não era no mínimo irônico, que Chris e Mei tinham algo em comum: – o desejo cego de vingança contra Ada Wong. Só que Ada era inocente nos dois casos e ela não merecia estar sob o fogo cruzado entre a Neo-Umbrella e a BSAA. E esse era o seu maior medo.

"QG, aqui é o líder do Alfa. Preciso da localização de Ada Wong!" Para o capitão da BSAA, parecia que seu desejo de vingança estava começando a nublar o seu próprio julgamento sobre o certo ou errado.

"Eu vou com você. Alguém tem que vigiar você, goste ou não." E para Piers tudo o que podia fazer era continuar seguindo seu capitão teimoso, na tentativa de cumprir a promessa que fez a sua amada Claire de proteger Chris até dele mesmo se fosse preciso.

 

***/ /***

 

Então, a sua gêmea má estava correndo e saltando entre os prédios, enquanto Ada a perseguia cautelosamente, esperando o momento certo para encurra-la.

Quando elas eram pequenas essa brincadeira de gato e rato até era divertida, mas agora essa mesma brincadeira havia se tornando cansativa e irritante. Estava na hora de acabar com isso.

Ada corre mais alguns metros até ver a sua outra versão entrar dentro de um prédio com uma postura muito suspeita. Ada segue para dentro do local, dando de cara com vários tipos de caixotes grandes e alguns pequenos, todos amontoadas. E sim, quanto mais ela vagava pelo lugar, mais se podia perceber que o prédio parecia um depósito. Um depósito da Neo-Umbrella.

"Interessante. Então, é aqui que você se esconde?" Ela murmura estreitando seus olhos em curiosidade, quando é interrompida por barulhos de passos e vozes novamento conhecidas.

Do lado de fora estava Chris e Piers, que já haviam localizado o lugar como um ponto relacionado a Nova Corporação e onde poderia estar sendo sintetizadas o C-vírus. Os dois entram no local também com cautela, até terem um vislumbre da mulher que eles tanto desejam capturar.

Ada (Mei) rapidamente foge, subindo a escada para o segundo nível e entrando pela próxima porta do lugar, atraindo a atenção dos dois soldados. Parecia que ela estava os atraindo de propósito e não fugindo de fato.

Mas o lugar não era seguro, havia armadilhas deixadas ali, propositalmente, para quem ousasse invadir o local.

Enquanto isso, a verdadeira Ada Wong decide mudar a tática e usar os dutos de ventilação do prédio, pra tentar acessar os lugares mais rápido do que os soldados, sem enfrentar nenhuma surpresa desagradável, como as tais armadilhas e, assim, conseguir pegar a Outra de surpresa.

A passagem pelo duto de ventilação é quase um labirinto e a deixa mais lenta do que ela gosta. Mas, ainda assim ela consegue ser hábil o suficiente para achar uma saída perfeita e conseguir encurralar Mei.

"Ora, ora, se não é a minha pequena sósia!" Ela proclama numa falsa tranquilidade, fazendo a sua outra versão parar no meio do caminho. "Há quanto tempo, irmã!" Aquela simples palavra (Irmã) havia abalado o coração de Mei de uma forma que ela não havia previsto.

Após o seu último chamado em Tall Oaks, Mei não tentou mais entrar em contato com Ada, talvez, porque a espiã logo descobriu as mentiras da outra mulher, principalmente, ao descobrir que não era Derek que estava lhe passando todas aquelas informações sobre o C-vírus, o projeto Ada Wong e etc... O fato era que trocar contato por uma ligação de telefone foi fácil, agora estar aqui cara a cara, era completamente diferente.

"Não sou a sua irmã!" Ela respondeu tentando parecer fria, mas seu tom saiu mais amargurado. "Eu sabia que você ia aparecer. Cedo ou tarde você tinha que aparecer." Enquanto falava ela decidiu se manter de costas para Ada. Elas estavam sobre uma passarela de aço que ficava no quinto andar do lugar.

"É. Eu estou aqui, Trent está aqui. Daryl também." Ada sabia que só de citar o nome do ex-namorado da irmã, poderia quem sabe causar uma reação mais emocional e familiar em Mei. Mas, Mei continuou numa postura frígida ainda de costas para ela.

"Eu sei. E Simmons também está aqui. Será uma reunião tão emocionante!" Mei riu ironicamente, sabendo o que estava prestes a acontecer. Até que decidiu se virar e encarar a verdadeira Ada Wong.

As duas se olharam tão intensamente, como se tivessem tentando se reconhecer. E elas poderiam ser iguais e, por um instante, não serem duas Ada Wong se confrontando. Elas poderiam apenas ser... Mei e Li.

"Definitivamente, você não é ela." Mei olhava para Ada como se ela fosse uma coisa nojenta, por causa dos olhos vermelhos carmesim inumanos. Infelizmente, elas não poderiam ser apenas Mei e Li. Não para a gêmea mais nova. "Você é uma aberração, igual aquelas criaturas lá fora." Aquele olhar cheio de escárnio era tão perturbador.

"Você também!" Ada disse lhe dando um sorriso mordaz. "Ada Wong é um produto criado pela obsessão de Simmons. Ada Wong é só uma identidade criada pela Familia. Ela não é real." Ela tenta dar um passo mais perto da outra mulher, mas aquela dor terrível volta a lhe atingir com uma força que faz suas pernas quase fraquejar.

"Mas para ELES..." Enfatiza. "ADA WONG é bem real." Mei percebe o rosto da outra chinesa se contorcer como se tivesse com dor. Ada sentiu seus olhos começarem a nublar um pouco, sem se dar conta que sua irmã estava a levando direto para uma armadilha. "Para ELES, Ada Wong é a dona de todo esse caos. E para ELES, hoje... Ada Wong deve morrer!" E com essas palavras Mei dá mais um passo perto de Ada, segura os seus ombros e, olha bem no fundos dos olhos dela. "Hoje a noite, Ada Wong vai morrer!" Ela lhe sussurra antes de empurra-la pra fora da passarela.

Consequentemente, o corpo de Ada cai por um andar ou mais até se chocar contra o chão de metal de outra passarela. Logo, ela ouve a cacofonia de gritos alterados e passos pesados subindo as escadas, fazendo a sua dor de cabeça latejar mais forte.

Ada se levanta, ainda desorientada e tenta achar uma saída. Mas as vozes estão cada vez mais perto, prontas pra encurrala-la. Suas costas doem, seus membros tremem, sua cabeça continua a latejar e seus sentidos parecem confusos.

Ela se apoia na parede mais próxima, tentando reencontrar equilíbrio e firmeza. Mesmo cambaleando, ela tenta fugir usando sua Grapple Gun, até perceber que a sua arma especial já não estava mais com ela. Pra piorar as vozes agora estão a poucos metros dela.

"Ela está aqui! Vamos! Não deixe ela fugir!" E eles estão se aproximando, começam a atirar alertando-a de suas posições, com isso ela consegue um breve momento de lucidez se escondendo atrás de uma pilastras.

Dali onde ela está se pode ver dois corredores, um deles a levaria para a escada que daria acesso ao andar de cima, onde eles poderiam encontrar, talvez, Mei. Sendo assim, Ada poderia se vingar pela traição da irmã ao subir as escadas, levando o capitão da BSAA direto para a verdadeira responsável disso tudo. Mas, a mulher de vermelho sabe que não conseguiria fazer isso, então, ela decide correr pelo corredor oposto sem nem saber se havia alguma outra saída.

Ela não era covarde para jogar um jogo tão baixo como sua irmã irreconhecível. Além disso, a sua versão mais maquiavélica, já deveria ter fugido a deixando para limpar a sua própria bagunça de um jeito ou de outro. E ainda havia mais um alguém que ela não esperava estar presente ali, naquele momento tão crucial...

"Adaaaa... espera!" Ela ouviu inesperadamente a voz desesperada de Leon. Ao ouvir a voz dele, ela se sentiu novamente fraca e desorientada.

Em seguida, há um tiro ecoando pelo lugar. Os passos pesados param por um momento.

"Peguei ela!" Gritou um dos soldados. Entretanto, ela para ao perceber que a sua audição lhe enganou ao confundir a sua mente.

Não! Eles não estão no mesmo andar dela... Eles estão no andar de cima, com a Outra.

Então, Ada sabia que sua gêmea má, havia sido encurralada.

Um novo cenário de grande conflito é formado:

De um lado estava Chris Redfield e do outro Leon Scott Kennedy.

Ada logo se dá conta, que a armadilha de Mei não era pra ela...

Era pra ELES.

{Continua...}

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo complicadinho, cheio de fortes emoções. Pra poder encaixar com a fic eu tive q fazer muitas mudanças com o enredo de RE6. Agora as irmãs tiveram o primeiro confronto, sei q foi rápido, mas era necessário ser assim. Mas é óbvio q elas vão se cruzar de novo e daí pessoal... vai rolar o acerto de contas entre elas. Aliás essa cena já tá toda escrita e vai rolar lá pelo cap 21 (sou tão boazinha q já tô dando spoiler kkkk).

Mas até lá, ainda veremos um outro confronto acontecer: entre nosso agente americano e o nosso querido e teimoso capitão da BSAA. Éhhh o próximo capítulo vai pegar fogo. Bjus!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Segredos de sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.