Dead Zone. escrita por Ny Bez


Capítulo 7
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Notas iniciais do capítulo

Oi gente, alguém ai?
Primeiramente ME DESCULPEM, jurava que hoje era quarta pela manhã, mas eu pensei, "como poderia ter duas quartas na mesma semana? Será? Que dia foi ontem?" Então tive que recorrer ao calendário. Sempre tive problemas com datas, dias, horas... Sou lerda mesmo pessoal, desculpem minha lerdeza =/
Nos vemos lá em baixo. ;*

ATUALIZANDO!



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Todos estavam muito cansados, logo eles pegaram no sono, inclusive Henry. Eu continuei dirigindo, mesmo com todo o cansaço, pois eu também não consegui dormir direito desde que tudo começou. Olhava Clara pelo espelho retrovisor, e o sorriso era inevitável. Ela era realmente linda, e o tempo que se passou desde a última vez que nos vimos a deixou ainda mais bonita. Seu cabelo em um castanho bem claro, mas com a luz do sol refletindo nele, dava uma cor acobreada, sua pele clara, branca como neve... Ela estava em um sono tão pesado, e por alguns momentos, ela parecia sorrir. Sua boca era linda, parecia que havia sido desenhada pelos mais talentosos artistas plásticos, o que realçava a beleza daquele sorriso. Talvez ela tivesse tendo algum sonho bom.

Meu pé estava doendo, assim como boa parte do meu corpo, mas o pé incomodava mais. Provavelmente ele tenha torcido quando pulei do muro com Henry. Tanto faz, quero logo chegar a minha casa.

– Ótimo! Mais carros na passagem... – Vou parando o carro devagar. Henry acorda.

– O que houve? – Ele olha em volta e vê o caminho bloqueado. – Mudou a rota?

– Tive que mudar, o caminho que nós viemos estava cheio de mordedores. - Eu olhava os carros, pensando em um jeito de passar por ali, já que a volta nos levaria para uma multidão de cadáveres sedentos por sangue.

– Podemos empurrar os carros. Tem muita gente aqui. Podemos tirar eles do caminho mais rápido. – Henry sugeriu.

– Eles estão cansados, Henry. – Eu não queria ter que acordar Clara, sem falar que eu tenho medo de algum zumbi aparecer do nada e feri-la.

– E nós não estamos cansados? Principalmente você, que ainda nem dormiu. Sua cara está péssima, a propósito. – Eu fecho a cara para ele. – Vou acordá-los.

– Ok. – Concordei a contra gosto.

Henry puxou bruscamente o pé de Ricardo, que acorda assustado. – Não me morda, por favor! - Não consigo conter o riso. Os outros também acordam assustados. Só não Clara. Essa foi despertando aos poucos.

– Não foi engraçado, Bia. –Ele me fuzilava com o olhar. Mas eu não me importei, pois os olhos que realmente me importavam estavam abrindo naquele momento.

Era incrível como os raios solares se casavam com a cor verde de seus olhos, era encantador. Tenho certeza que Ricardo nunca reparou nisso, afinal, ele só reparava em peito, bunda e coxa. Como alguns outros homens que não se importam com a verdadeira beleza feminina, eles só veem sexo.

– Tanto faz, Ricardo. – Dei de ombros.

– Ricardo, quem puxou seu pé fui eu, para você acordar e me ajudar a afastar esses carros que estão no caminho impedindo que continuemos.

– Ta maluco? Não vou sair desse carro até chegar em um lugar seguro.

– Como assim Ricardo? Você vai ajudar o Henry sim. – Clara disse autoritária. - E você também Cezinha. – Cezinha apenas assente.

– Não vou não. Se você quiser pode ir no meu lugar. – Ele falou em deboche. O olhei incrédula. Enquanto eu não queria nem fazer muito barulho para não acordá-la, ele simplesmente a manda ir empurrar os carros no lugar dele, para ele não se arriscar? Respirei fundo algumas vezes para não socar a cara dele.

– Você ta mandando a sua namorada ir no seu lugar? – Eu o questionei.

– Sim, eu estou mandando a MINHA namorada ir no meu lugar. – Ele deu ênfase no “Minha”.

– Cara, como você é covarde. – Henry indagou.

– Vai me julgar agora, brutamontes? Você não sabe o que eu passei até agora.

– E você sabe o que a gente passou para poder salvar você, seu playboyzinho de merda? Sabe o que a Bia passou para poder encontrar vocês? Ela enfrentou 20 zumbis sozinha na casa da Clara, 21 contando com o Pedro, o qual a Bia fez questão de dar um enterro digno ao garoto. E você o que fez? Se escondeu na sua casa de merda, e apático quando sua garota estava em perigo.

– O Pedro... Zumbi? – Clara pergunta em choque. Eu olho para sua mãe e o seu irmão, os quais estavam com a mesma expressão de Clara. – Você... Atirou no Pedro, Bia? – Ela não me olhava nos olhos.

– Sim... – Disse cabisbaixa.

–Oh meu... Deus. – Henry me olhava com uma expressão de culpa. A mãe de Clara chorava nos braços do filho mais velho, e esse tentava não demonstrar fraqueza.

– Clara... Eu não podia deixar ele ser uma daquelas coisas. – Me expliquei.

– Ele era o meu irmãozinho... E você simplesmente atira na cabeça dele? – Agora usou de um tom de raiva.

– Eu sei o quanto você o amava, assim como eu também o amava. E você sabe disso.

– Sei? E onde você estava quando ele entrou para a escola? Ou quando os dentes de leite começaram a cair? Onde você estava quando os valentões da escolinha roubavam o lanche dele? Onde você estava no dia das crianças os quais ele perguntava por você? Onde você estava nos aniversários, Natais? Hein, Bia? Onde você estava? – Ela gritava. – Estava treinando para matar gente, não é? Estava na guerra. Estava lutando por um país que não era o seu, por assuntos os quais não tem nenhuma importância para você, mas, mesmo assim, você preferiu ir pra guerra, preferiu ser um fantoche do governo que barganhou vocês para o “Tio Sam”. – Abaixei a cabeça. – Mesmo assim, Bia, ele ainda lembrava-se de você. Ele escrevia para você, e NUNCA teve uma resposta sua.

– Como assim, escrevia pra mim? – A olhei confusa. – Eu nunca recebi uma carta dele.

– Como assim? Claro que ele escrevia. Ele sempre pedia para o... Ricardo... – Ela olha para o Ricardo com um olhar furioso. – Você colocava as cartas do Pedro no correio, não colocava? – Seu olhar era ameaçador.

– E-eu... Ca-claro... – Ele estava nervoso.

– Seu filho da mãe! Você não mandou as cartas! – Exclamei. Eu queria bater nele, mas Henry me segurou. – Não entregar alguma correspondência da Clara pra mim até que dá pra entender, mas do Pedro? – Todos o reprovavam com o olhar.

– Pra que enviar aquelas cartas? Você nunca iria vir por causa de um pedido dele mesmo. – Ele dava de ombros.

– Não acredito que você fez isso Ricardo. – Clara falava desapontada. – Por mais que ela não pudesse vir, uma resposta dela já seria muita coisa para o Pedrinho.

– E o que você fez com as cartas do meu irmão, Ricardo? – Cezinha pergunta sério.

– Joguei no lixo. – Ele falou sem demonstrar sentimento algum.

– Que tipo de monstro é você? – Dona Camila questionou. Ela nunca gostou de Ricardo, só o aturava por causa de Clara. – Como você pode ser tão frio? É dos sentimentos do meu filho que estamos falando, seu idiota! – Ela avança em cima dele, e é contida por Cezinha.

– Eu só não queria que ele se magoasse mais. Por que é só isso que a Bia sabe fazer, magoar as pessoas. – Ele disse agressivo me apontando o dedo.

– Você não tinha esse direito. – Pequei a minha Katana, abri a porta do carro e desci. –Não tinha! – Fechei a porta do carro com força. Mais uma vez meus olhos escureceram de raiva.

Três zumbis estavam se aproximando dos carros que bloqueavam a passagem. Eu estava com muita raiva, queria ter recebido as cartas de Pedro, um zumbi se aproximou, e eu cortei sua cabeça, fazendo o sangue espirrar no meu rosto. Outro veio por trás, me esquivo e corto um dos braços dele, ele olha o braço cair no chão, depois me ataca novamente, arranquei o outro braço, e o chutei. Ele caiu e não conseguia mais se levantar. Ele tentava, mas era inútil, então cravei a ponta da espada em sua cabeça, pisei em seu peito e a puxei de volta. Olho para trás e vejo Henry mirando com sua colt, e eu dou sinal para ele não se meter naquilo. Era um jeito de descontar a minha raiva em alguma coisa.

Guardei a Katana na saya, e coloquei em cima do capô do carro ao lado. O zumbi avançou com os braços esticados, querendo me agarrar. Esquivei, e soquei sua cara. Ele cai, mas logo levanta. Mais uma vez ele tenta, esquivo de novo e o acerto no estomago, ele recua.

– Bia, isso é loucura! – Ouço Henry gritar. Todos me olham espantados, mas eu ignoro.

O zumbi tenta mais uma vez, e eu dou uma rasteira, logo seu corpo podre foi ao chão. Havia um pedaço razoavelmente grande de vidro ao lado, peguei e enfiei no olho daquele mordedor pertinente com muita força, cortando a minha mão. Mas não me importei com a dor. A raiva era bem maior do que qualquer coisa naquele momento.

Pequei minha Katana e a coloco no ombro. E comecei a afastar um dos carros que estava no caminho sujando-o com meu sangue. Logo o Henry, Cezinha e Clara se juntam a mim. Dona Camila e Ricardo permanecem no carro.

– Você está bem? – Henry me perguntou ao ver o sangue escorrer em minha mão.

– Estou. – Me limitei em uma só palavra, e aquela seria a única que eu iria proferir até chegarmos à minha casa.

Com os carros afastados e o caminho desbloqueado, demos continuidade à viagem. Em poucos minutos chegamos. Havia uma concentração maior de zumbis no portão da minha casa. Passei um rádio avisando que eu estava ali. Quem respondeu foi Lucas, meu irmão mais novo, e aparece na torre junto de Marina que esboçava um sorriso aliviado. Deveriam estar na vigília juntos.

– Não atirem. Não vamos atrair mais deles pra cá, cambio. – Dei a ordem. – Vocês fiquem no carro. Cezinha assuma o volante quando eu descer espere o meu sinal para avançar com o carro. – Ele assente. Clara me olha com uma expressão preocupada, mas não diz nada. Ela ainda estava com raiva de mim. – Henry, você vem comigo, vamos derrubar esses putos para entrar. – Ele assente.

Descemos do carro. Henry com uma barra de ferro, eu não faço a mínima ideia de quando ele achou aquilo, e eu com a minha Katana fomos limpando a frente do portão. Marina e Lucas estavam apostos nos dando cobertura, só atirariam se fosse mesmo preciso.

Minutos depois o portão se abre, e o carro já avançava. Henry e eu entramos em seguida.

– Você conseguiu! – Marina me abraçou. Clara olha a cena incomodada.

– É... – Respondi cabisbaixa.

– O que foi? Nossa... Você ta sangrando! Você foi mordida? – Ela examina a minha mão, coisa que Clara não se prontificou a fazer durante o resto da viagem.

– Não. Me cortei com um caco de vidro enquanto eu enfiava na cabeça de um daqueles malditos.

– E porque não usou a espada, ou mesmo atirou nele? – Ela pergunta confusa. Enquanto tira sua bandana da cintura e amarra na região do corte.

– Porque eu estava lutando com ele. – Ela arqueou a sobrancelha.

– Pra quem não conseguia nem atirar de longe em um deles, você se saiu muito bem, mas dar uma de lutadora de MMA com eles não é muito inteligente. – Zombou.

– Eu sei... Mas era isso ou um cadáver a mais no mundo. – Olhei para Ricardo, que colocou o braço em volta da cintura de Clara.

– Entendi... Bom, o que importa é que você está viva, e que conseguiu trazer todo mundo. Pronto, agora vai conter o sangramento por alguns instantes, mas é bom procurar gaze para fazer um curativo descente. –Sorrio em forma de agradecimento.

– É... Obrigada. Deixa eu te apresentar o Henry, meu braço direito do esquadrão. Nos encontramos no caminho.

– Claro. – Ela caminha junto a mim até Henry.

– Henry, essas daqui é a Marina, minha melhor aluna na aula de tiro.

– Cadete. – Ele acena com a cabeça, e aperta a sua mão. Tudo muito formal. Ela o trata da mesma maneira.

Minha mãe veio me abraçar. Ela não acreditava que eu estava bem, então examinou cada pedaço do meu corpo, até parar na mão e no corte que ali tinha sido coberto por uma bandana estilo rockeiro, a qual Mari havia acabado de colocar, mas já estava suja de sangue.

– Você foi mordida, minha filha? – Seu olhar era de pânico.

– Não. Foi um caco de vidro. Vou ficar bem, mãe. Só preciso passar alguma pomada cicatrizante e fazer um curativo. – dei a ela um sorriso fraco, e fui em direção a casa atrás da caixa de primeiro socorros que ficava na cozinha.

*******

Mais tarde estávamos sentados na varanda da casa, já estava escurecendo, o pessoal que estava acampado no quintal ascendeu uma fogueira já que alguns dos postes de luz estavam com as lâmpadas apagadas. Não era necessário acender uma ali, mas quiseram para sentar e contar algumas histórias. Ter um momento de descontração.

As crianças estavam se divertindo assando pão dormido enfiados em alguns espetos improvisados. Clara estava nos braços de Ricardo, mas desde a manhã ela não dirigiu a palavra e ele, ele que não desgrudou dela por nenhum segundo, não enquanto eu estava perto pelo menos, esse é o jeito dele marcar território.

– Posso sentar aqui? – Marina me pergunta.

– Claro, fica a vontade. – Ela sorri.

– Você está tão quieta desde que chegou. Uma expressão triste... Aconteceu alguma coisa “hard” por lá?

– Muitas coisas “hard’s”. Mas não quero falar sobre...

– Tudo bem... Hoje à noite ta estranhamente fria, e nem parece que vai chover. – Mudou de assunto.

– É, está ventando muito. – A acompanhei.

Eu estava aérea, e meu olhar se perdia no meio das chamas da fogueira. Sem querer o braço de Marina encosta no meu, e pude sentir que ela estava fria. Passei o meu braço em volta dela e a aqueci, enquanto meu olhar ainda fixava na fogueira. As palavras de Clara ecoavam na minha cabeça. E pela primeira vez em sete anos vi que eu fiz a escolha errada, o que não foi bem uma escolha, já que fui obrigada a ir, mas eu poderia ter tentando mais. E que Clara não poderia me apoiar, pois a guerra me roubou vários momentos importantes na vida das pessoas que eu amo. E que uma das mais importantes, a qual eu troquei frauda e coloquei para dormir várias vezes em meu colo, não estava mais entre nós. Ela tinha razão, ele precisava de mim, ela precisava de mim, e eu estava ajudando a quem não precisava.

Passei a me odiar naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Primeiro de tudo, awn, tem mais gente acompanhando a fic! Isso já é alguma coisa para mim, mesmo que essas pessoas LINDAS não comentem, só de lerem e marcarem para acompanhar já é algo, e se quiserem dar uma moralzinha para euzinha que vos escreve, favoritem! E claro, COMENTEM, pq gosto mesmo de interagir com vcs, seus lindos. É pra vcs que escrevo mesmo "issaqui" :D
Agora vamos ao cap... O que acharam do Ricardo? (colocando lenha na fogueira), eu já disse que os personagens são baseados em alguém que conheço, né? E o Ricardo é especialmente um deles (a mesma filhadaputagem ¬¬). E a Clara, foi justa com a Bia? Sei não viu... Clara ta me saindo uma... Enfim. E o que acharam do peso de culpa da Bia, o que vcs fariam no lugar dela? Eu por exemplo, me jogaria para os zumbis.. Mentira. kkk Eu calava a boca da Clara, até pq ela não quis compreender, como a Bia deixou claro, ela não teve escolha, e quem é militar, ou quem conhece como funciona, sabe que não tem mt escolha, vc recebe ordens e cala a boca. Então, se havia amor, pq não entender? Ok que ela ficou chateada, mas precisava ir logo dando pro primeiro macho que apareceu? Enfim... Comentem! Quero saber o que estão achando! E Laurinha... Comenta daquele jeitinho que só vc sabe vai? Please! *Cara de gato de botas*
Beijão!! Até o próximo. ;*