Dead Zone. escrita por Ny Bez


Capítulo 17
Judgement Day.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Desculpem a demora, tive um probleminha aqui, o qual não me deixou postar mais cedo.
O capítulo de hoje não saiu como eu queria que saísse... Mas eu acabei de escrever agora, depois de um dia cheio... Estressante, onde até furtada eu fui. Enfim, meu dia foi uma merda... E mesmo assim, eu fui tentar escrever pra vcs. Saiu mais ou menos como eu queria. Mas ainda assim eu queria mais! Se eu não tivesse tão cansada, teria escrito mais de 5000 mil palavras... Mas prometo compensar no próximo.
Lembram da brincadeirinha de matar um conhecido? Pois é... Os conhecidos de hoje são os da Roberta Oda Uchiha, que quis fazer uma homenagem (sacanagem rs #Brinks) para os amigos Lucas e Ana Beatriz. Espero que gostem.
O título do capítulo, é a música do dia, e a música q eu considero tema da D.Z...
Aqui o vídeo para vcs: http://www.youtube.com/watch?v=uDKxz4xzjc0
e a letra: http://letras.mus.br/whitesnake/42815/traducao.html
É isso gente... E até lá em baixo!
ATUALIZANDO ESSA PORRA!!! HAHAHA'



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POV Marina...

“Você é muita prática, sabia? Mas acho que isso é pose de durona, e que você morre de medo de se apaixonar...”

Aquela frase não saia da minha cabeça. Eu nunca me senti assim em relação a ninguém, então por que estou assim em relação à Bia? Certo que ela é uma delicia, e extremamente fofa, carinhosa e atenciosa, mas não teria sido a primeira que cruzou o meu caminho com essas características. Então por que ela me marcou tanto, e me deixa nesse estado de confusão absoluta? E essa frase... Será que eu tenho medo de me apaixonar? Certo que eu nunca tive o exemplo em casa de amor, mas sei que em algum momento de minha infância eu devo ter amado meus pais...

Lembro que eu ficava no jardim da minha casa, brincando sozinha, debaixo da minha árvore preferida, e até mesmo falando sozinha. Sempre quis ter uma irmã mais velha, que cuidasse de mim, então eu a imaginava ali... E de algum modo eu a sentia, por mais que fosse uma projeção. Talvez a Bia me ganha nesse aspecto, no de protetora. Eu sempre fui carente de proteção. Por mais que eu fosse rodeada de seguranças. Lembro-me de uma menina, aparentemente mais velha que eu, toda maltrapilha, se aproximar de mim, tentando falar comigo, ela parecia legal, mas os seguranças a arrastaram para bem longe. Meus pais não me deixavam ter contato com outras crianças, nem com filhos de amigos deles. Sempre fui sozinha. Ah... Isso já faz tanto tempo, que hoje não importa mais remoer o passado. O que não entendo é o porquê me sinto assim com a Bia... Não é possível! Não posso estar apaixonada pela Bia... Será?

Chego na porta e vejo uma aglomeração no portão, vou lá ver o que estava acontecendo...

– Desde a saída do Henry e da Alexis eles estão se amontoando no portão, já deve ter uns 200 lá fora! – Thiago fala exaltado.

– Eu sei que a nossa saída foi desastrosa, mas pelo menos trouxemos o ônibus com a gente, e o tanque está cheio. – Alexis defende a missão.

– A Bia ta sabendo do que está acontecendo? – Henry questiona.

– Não... Ela nem sabe que vocês saíram. – Eu respondo. – O que foi essa missão, gente? Totalmente desnecessário. Até porque tínhamos suprimentos e remédios pra bastante tempo. – Eu fui contra o tempo todo.

– Mas precisávamos de roupas. As que as pessoas tinham estavam muito surradas, e a Bia também mal tinha o que vestir, já que o guarda-roupa dela foi distribuído entre as mulheres da casa. – Lucas justifica.

– Mesmo assim, podíamos nos virar com o que tínhamos. Bia jamais concordaria com essa missão, e agora sabemos o porque. Vocês só conseguiram atrair essas coisas pra cá, talvez à mesma horda que a Bia teve o trabalho de afastar daquela vez. – Falei firme.

– Não importa. Agora não adianta virem com os “Se”. Temos um problema sério aqui. Esse portão pode arrebentar a qualquer momento. – Henry fala sério e num tom autoritário. – As pessoas aqui nem sabem atirar. Só os que estão aqui nesse circulo inútil de especulações. E a Bia que ainda está com o pé machucado.

– Temos que bolar um plano de fuga, caso o portão venha abaixo. – Thiago dá a ideia.

– Sim, eu concordo com você Thiago. – Alexis se pronuncia.

– Calminha ai forasteira, que você mal chegou e já trouxe problemas com você. Primeiro a Bia naquele estado, e agora esses malditos mordedores a espreita. – Eu estreito os olhos com fúria.

– Olha só quem fala! A garota que iniciou a chuva de bala! – Alexis rebate irônica.

– Não me desafia garota, que eu já to por um fio com você! – Eu avanço em sua direção.

– Você tá muito marrenta pro meu gosto pirralha! – Ela me desafia. Henry me segura.

– Agora não é hora de MMA garotas. – Henry fala firme. O portão balança, e podemos ver o muro cedendo às dobradiças do portão. – Temos que focar no plano de fuga que o Thiago falou.

– O Henry tem razão. – Lucas fala colocando a mão por cima de meu ombro. – Temos que deixar a comida no caminhão, e espalhar as armas por entre os carros de fuga. O ônibus vai ser muito útil, temos que manter ele com mantimentos, roupas e munição. – Todos o olhamos impressionados. – Qual é... Eu sempre fui fã de filmes zumbis. – Ele se explica.

**************

POV Henry...

Uma semana já se passou. O muro ainda ta aguentando, mas cada vez parece estar mais frágil. Bia já apresenta uma melhora significativa, a Doutora acha que em poucos dias ela já pode tirar o gesso, ainda bem. Eu estou ensinado algumas pessoas manusear facas e espadas. Bia tem duas espadas, uma fica com o Thiago e a outra é a dela, to usando elas e pés de cabra para ensinar as pessoas a se defenderem desses malditos. O pai de bia tem uns facões, parece que ele fazia coleção. Eles são grandes então dá pra usar também. E estou ensinando a teoria para atirar. E algumas pessoas já pegaram aulas práticas derrubando uns do portão. Mas a cada tiro dado, mais deles chegam. Eu até pararia com isso se soubesse que eles deixariam de chegar, mas parece que todos os zumbis da região sabiam que estávamos ali.

Fui ao quarto ver Bia algumas vezes, mas sempre tinha ou a Marina, ou a Clara, ou a Alexis, ou mesmo Bárbara no quarto. Não conseguia um minuto com ela a sós, mas por um lado era até bom, já que ela sabe me ler quando tem alguma coisa errada. E eu não conseguiria negar, sem que ela soubesse que eu estava mentindo e escondendo algo. E se ela soubesse o que estava acontecendo, com certeza pularia daquela cama, e vinha para cá que nem saci.

Marina estava cada dia mais introvertida. Não brinca muito, como fazia antes. Talvez seja por causa do portão, ta todo mundo preocupado com isso, mas ela era a mais quieta. Talvez ela esteja assim porque a Bia está trancada no quarto recebendo visitas de muitas mulheres, e recebendo mimos também. Ela devia era assumir logo que gosta da Bia e parar de viadagem, assim as garotas iriam parar de dar em cima da Bia. Só a Clara que não iria, já que aquela ali é do contra, é capaz da Marina assumir que gosta da Bia, as duas ficarem juntas, e Clara decidir correr atrás da Bia só de sacanagem. Não sei o que a Bia ainda vê naquela garota. Sem falar que a Marina é mil vezes mais gostosa.

Alexis parece que tem algo com a Marina, talvez amor... Sei lá, ela passa o dia todo olhando pra ela. Mas não vejo malícia, vejo preocupação. E Marina só a trata no berro. Mulheres... Quem as entende? Acho que as únicas mulheres que conheci que não eram complicadas... Uma é minha melhor amiga, Bia, e a outra era minha... Nayara. Sinto tanta falta do sorriso dela, do cheiro. Sinto falta do meu filho também. Queria a minha vida de volta, se pudesse voltar no tempo eu teria aproveitado mais a minha família, largaria à aeronáutica se fosse preciso.

– Henry? Tudo bem? – Bárbara me tira de meus pensamentos.

– Por enquanto sim... – Ela estava com o bebê que a Bia salvou nos braços, era uma menina linda, e já estava muito bem.

– Ela gosta de você. Olha como ela sorri pra você! – A neném me dava os braços. – Quer segurar ela?

– Não sei... – Eu estava apavorado. Tinha medo de me apegar.

– Segura! Ela não morde. – Ela tenta fazer uma piada, mas depois fica com uma expressão confusa. – Desculpa a piadinha...

– Tudo bem. Posso? – Eu estendo os braços para segurar à pequena. Ela assente. Ter um bebê em meus braços, olhar para o rostinho curioso daquela garotinha, me faz ter aquele meu momento triunfal de pai de volta, por mais que não fosse minha filha, e que ela fosse louca pela Bia, e a Bia por ela, aquilo me fez muito bem. Eu seria um tiozão para ela. Ela toca em meu rosto e faz um carinho.

– Ta vendo? Ela gosta mesmo de você. – Bárbara sorri. Ela era uma mulher muito linda. Mas eu ainda amava a minha esposa. E o Lucas tá de olho.

***************

POV Alexis...

Outra semana se passa. A situação do portão está cada dia mais crítica. Uma das dobradiças já soltou, e o número de mordedores só aumenta. Bia já tirou o gesso, Lucas está fazendo fisioterapia com ela, já que esse é o ramo dele, ou era... Sei lá. Não importa.

Tento me aproximar de Marina, mas ela sempre me trata mal. Acho que ela tem ciúmes da Bia, ou sei lá, acho que ela quer ser a forasteira do grupo. Visito a Bia com frequência, já que devo muito a ela, e a única que me aceita de verdade, ela sempre curiosa, sempre tentando saber o que ta se passando aqui fora, tadinha, acho sacanagem esconder isso dela. Sem falar que tivemos sorte desse muro ter aguentado ainda essas duas semanas, o que está dando tempo dela se recuperar desse pé. Confesso que sinto um carinho especial pela Bia e que já tive sonhos eróticos com ela, não tenho culpa se ela é gostosa, e incrivelmente sexy, por mais chata que ela seja às vezes com o seu discurso certinho de militar. Acho que é por isso que Marina não consegue me aceitar, pois todos sabem que elas se pegam de vez em sempre, e minha irmãzinha nunca fez questão de esconder isso de mim. Mal ela sabe que sou ladra de corações também, mas vou tentar não ficar no caminho. Tem a Clara... Aquela garota é estranha. Fica direto com aquele imbecíl do Ricardo, mas não para de inventar desculpas para ir ver a Bia. Diz ela que ta tentando levar uma amizade, mas eu conheço esse tipo de garota sonsa, que se esconde atrás de um boyzinho, mas na verdade ta é atrás de um “chá de pepeka”.

– Alexis? – Henry me chama.

– Oi?

– Tudo bem? – Ele senta ao meu lado. Era noite.

– Acho que sim... Por quê?

– Sei lá, te achei tão sozinha e pensativa. Vim ver se estava precisando de alguma coisa. – Ele se mostra prestativo.

– Acho que preciso de um porre... – Disse cansada.

– Sei como é. – Ele ri, e eu o acompanho. Ele era um homem muito bonito, confesso. Fazia tempo que eu não notava um homem. Mas nunca me fechei para eles totalmente.

– O que vocês estão fazendo ai? – Marina bronqueia. Ela era quase um sargento às vezes.

– Calma ai Sargento Marina! – Eu brinco. E pela primeira vez ela sorri para mim. Será que o coração da minha irmã estava amolecendo para mim?

– Como tá a Bia? – Henry pergunta preocupado.

– Ela ta descendo. Já consegue pisar firme sem dor. Bárbara e Lucas já deram alta pra ela. Ta na hora de contarmos o que está acontecendo. – Ela fala preocupada.

***********

POV Bia...

Finalmente eu podia sair daquele quarto! Não aguentava mais ficar naquela cama. Olhar tudo pela janela. Tomo o meu banho com calma, depois pego minha calça do uniforme de combate, calço meu coturno, visto uma camiseta branca e minha jaqueta por cima. Coloco o meu cordão de identificação, era como um amuleto para mim.

– Como se sente minha filha? – Minha mãe aparece no quarto.

– Ótima! Quero ver o que vocês tanto me escondiam. – Falei marrenta.

– Procure ficar calma... Não vai se exaltar.

– Mãe, eu só quebrei o pé. Agora to ótima. Posso me estressar com vocês sim. – A respondi divertida. Ela me abraça forte.

Desço as escadas correndo. Cumprimento às crianças que estavam estudando na sala com um sonoro boa noite, elas vem me abraçar. Vou até a cozinha e abraço a minha tia por trás, e a levanto.

– Bia não faz isso com a sua velha tia! Sabe que tenho labirintite. – Ela me bronqueia.

– Desculpa tia, mas é que eu estou muito feliz em ver a senhora cozinhando! E vim te agradecer pela maravilhosa comida que me levavam.

– Como se eu não tivesse ido te ver lá em cima, né? Faladeira. – Ela me mostra a língua.

– Mas você ir lá em cima é uma coisa, eu vir aqui embaixo depois de um mês trancada naquele quarto é outra totalmente diferente. – Ela assente rindo.

Vou até lá fora, onde se concentrava a maioria das pessoas. Imediatamente noto um ônibus daqueles de viagem, bem grande, acho que de dois andares, como as pessoas falam. Notei também alguns rostos novos. Estranhei, mas logo entendi que eles tinham saído para alguma missão, só que eu não entendo o porquê, já que eu sabia que eu já tinha trazido tudo o que eles precisariam, e que comida ainda tinha, e remédios também, então qual a necessidade de sair? Isso é o que vou descobrir agora. Henry, Marina, Thiago e Lucas se posicionam em minha frente, como se estivessem em um quartel e um superior tivesse acabado de chegar, o que de fato eu era, uma superiora, mas não ali, na minha casa eu era apenas a Bia.

– Alguém pode me explicar o porquê desse ônibus? – Eles se entreolham nervosos. Henry era o único calmo.

– Nós saímos em uma missão, Capitã. – Às vezes ele era muito formal.

– Sem formalidades, por favor. – Ele assente e fica normal. – E que missão foi essa? Eu olho para todos, percebo que hesitam falar.

– Roupas e agasalhos. Sua mãe deu a ideia, já que as roupas que temos aqui são poucas, e estavam bem surradas. – Henry era o único com coragem para me explicar. Eu observava cada um. E realmente estavam desfilando com roupas novas.

– E o porquê do ônibus? – Perguntei curiosa e preocupada. Estava com uma terrível sensação.

– Foi o que conseguimos para escapar dos zumbis. Dentro dele estávamos mais seguros. Já que ele é grande, e ia abrindo caminho.

– Você e quem mais, Henry?

– Eu, Alexis, Lucas... – Eu o olho espantada. Agora ta explicado o porquê meu irmão caçula passou um tempinho sem ir me ver. – E o seu pai.

– Meu pai e o Lucas? Você ta maluco? Como que concordou com algo assim? – Eu o bronqueei.

– Eu não tive escolha, e eles iriam com ou sem mim. – Eu respiro fundo assentindo.

– E porque essas caras? – Alguma coisa ainda estava muito errada.

– Na volta atraímos alguns deles... – Alexis começa a explicar.

– Alguns? – O portão balança e percebo que o muro está cedendo. – Que merda foi essa?

– Só vai entender se você for ver... – O portão balança mais ainda.

– Ver o que? – Pergunto assustada.

– Não é óbvio? – Ricardo se mete. – Esses idiotas trouxeram uma horda pra cá. Fizeram um serviço de porco. Dessa vez tenho que concordar que você é melhor lá fora do que esses desastrados. - Eu olho para Henry, que abaixa a cabeça, como se tivesse cometido algum erro. Eu conheço de longe a sua expressão de culpa.

– Eu já bolei um plano de fuga se o portão vier a baixo. – Lucas tenta me explicar, mas o portão balança com mais força a ponto de quebrar outra parte do muro que a dobradiça se encontrava.

– Que merda! Isso não vai aguentar a noite toda! – Eu exclamo, e mais uma vez o portão balança. As batidas que vinham do outro lado eram mais constantes e agressivas. – Rápido coloquem mantimentos nos carros, e as pessoas no ônibus... – O portão é empurrado. – AGORA!

A euforia toma conta do ambiente, as pessoas ficam desesperadas atrás dos seus amigos e parentes, outros atrás de suas coisas. As crianças assustadas e sendo arrastadas pelos pais para entrar no ônibus. Eu não consegui ver Clara na multidão, mas avisto Bárbara com a pequena em seus braços.

– Bia, o que eu faço? – Ela estava apavorada.

– Leve a pequena e as crianças com você para o ônibus! HENRY! – Ele me acha.

– To aqui! – Ele responde meio perdido.

– Você vai dirigir o ônibus! – Ele assente. Outra dobradiça do portão se parte. – VÃO! – Eu grito. Eles correm para o ônibus. Bárbara entra no ônibus, e Henry fica na porta.

Algumas pessoas conseguem subir no o ônibus, outras entram em um carro. Vejo Marina com Clara e corro até elas. O portão é derrubado. Eles eram muitos. Já tinham algumas pessoas sendo atacadas, e mais deles adentravam o local. Marina saca a sua pistola, Desert Eagle, e eu encontro a minha katana na mão de uma adolescente de aparentemente uns 16 anos, um dos rostos novos que vi. Eu saco a minha Glock e vou derrubando os que se aproximavam. Marina estava ao meu lado, atirando também. E do outro lado, Clara, com duas pistolas, “Dual Colt”, dando tiros precisos, confesso que me admirei. Alexis e Henry mais a frente, perto do ônibus. Meu pai e minha mãe entrando no mesmo. Thiago protegendo Sara, e o Lucas do outro lado. O meu amigo Alex, sua esposa e os pais idosos estavam indo em direção ao ônibus.

– Bia! Cuidado! - Marina grita. Eu quase fui mordida por causa de minha distração. Eu atiro em sua cabeça. Eram gritos por toda a parte, alguns de meus familiares sendo mortos, vizinhos, e alguns que encontramos no meio disso tudo.

Essa garotinha, que estava com a minha katana, estava usando um casaco roxo escuro, uma blusa de algum colégio branca, agora machada de sangue, calça jeans e um all star preto. Aparentava ter mais ou menos 1, 67 de altura, cabelos pretos encaracolados, branca... E seus olhos castanhos escuros, com um brilho de coragem, como se estivesse querendo provar algo para si mesma. Ou para alguém. Ela sabia manusear a katana, não com golpes precisos, mas conseguia derrubar o que aparecia.

– Beatriz! Cuidado! – eu olho para trás, e lá estava outra garota, também parecia ter uns 16 anos. Usava uma camiseta com estampa do Metallica, calça jeans, usava uma jaqueta de couro e botas também de couro na cor preta. Usava luvas de motoqueiro, com o símbolo da banda Ac/Dc. Era morena, alta, devia ter mais de 1, 75 de altura, cabelo preto, comprido e preso em um coque meio bagunçado. Tinha um facão em uma das mãos, e o manejava com maestria, apesar da pouca idade que aparentava ter. Quando olho para frente, para a tal Beatriz, vejo um zumbi cravando os dentes em sua garganta. Onde seu sangue espirra manchando o uniforme e casaco roxo, os tingindo de vermelho. – Não!! – A garota corre para tentar salvar a amiga, e crava o facão na cabeça do zumbi distraído com sua presa. Ela tenta fazer o sangue parar de jorrar, pressionando o local mordido com a mão, ela estava junto ao corpo quase morto da amiga. Eu a cubro atirando nos zumbis que tentam se aproximar delas.

– Mari, me cobre! – Marina assente. Eu vou até as duas garotas. – Você precisa levantar! Não tem mais nada que você pode fazer por ela. – Eu tento puxar ela.

– Me solta! Ela ainda não morreu. – Ela chorava. Eu entendia exatamente sua dor.

– Eu entendo a sua dor, olha em volta... É o sangue da minha família sendo derramado. Mas temos que sair daqui! – Eu pego a minha katana, e tiro a saya do corpo desfalecido da garota, coloco nas minhas costas, e guardo a minha katana. – Ela se foi... E daqui a pouco vai voltar. – Eu estendo a mão para ela.

– Não vai... – Ela retira um canivete do bolso de sua jaqueta e enfia na cabeça da amiga. Vejo lágrimas escorrendo por seu rosto, mas ela parecia ser bem forte. Ela levanta ignorando a minha mão estendida, aperta o cabo do facão em sua mão e dá um golpe preciso em um zumbi que escapou da mira de Marina.

– Qual o seu nome menina? – Pergunto intrigada.

– Vivian... E essa era a Ana Beatriz. Você deve ser a Bianca, que o Henry e a Alexis falavam.

– Sim, sou eu. Vamos logo, nos apresentamos depois. – Ela assente. Encontramos um de seus amigos, com uma criança de colo. Vivian o segura.

– Lucas, vamos para o ônibus! – Ele assente. Ele aparentava ser um pouco mais baixo que Vivian, eu arriscaria 1, 72 de altura, calça jeans, a mesma blusa de colégio que a Ana Beatriz usava, e um casaco vermelho por cima. Tinha cabelos pretos, e precisava urgente de um corte, mas quem não precisava? Pele parda, e olhos castanhos escuros, e bem assustados. Ele vomitou ao ver a amiga morta.

– É a Bea? – Vivian assente cabisbaixa.

– Agora não é a hora de lamentações. Vão logo para o ônibus, eu dou cobertura. – Ela assente eles começam a correr, eu me junto mais uma vez a Marina, e Clara e dou cobertura as crianças.

Um zumbi me derruba, e eu tento lutar contra ele. Ele sedento por minha carne, tentando me morder a todo custo. Ouço um disparo e vejo Clara me ajudando a levantar.

– Tudo bem? – Ela pergunta procurando por mordida.

– Sim. Belo tiro! – Eu estava impressionada.

– Obrigada. – Ela sorri. Eu atiro em um zumbi que estava atrás dela.

– Quites. – Ela assente sorrindo.

Olhei de novo em direção aos adolescentes que estavam correndo para o ônibus e vejo o garoto, Lucas, sendo puxado por um deles. O coitado não teve chance, logo o mordedor estava arrancando um pedaço do seu rosto, e outros zumbis o cobrem, o despedaçando, se deliciando com sua carne. Vivian não para de correr. Vejo que ela chega até a porta do ônibus, entrega o pequeno para Henry, que entrega a Alexis, que leva a criança para dentro do ônibus. Vejo a dor nos olhos de Vivian ao olhar para trás, onde viu seu amigo sendo dilacerado vivo. Henry a empurra para dentro do ônibus.

– Bia, presta atenção! – Marina me bronqueia. Ainda estávamos no meio daquilo tudo.

Thiago entra na ambulância com Sara e Lucas. Ricardo entra no caminhão que a comida estava, com a minha tia Lúcia, Nanda e sua filha. Vejo alguns de meus melhores amigos no chão, mortos, outros já transformados. Vejo pedaços de pessoas, que eram muito importantes para mim, espalhados pelo chão. Henry entra no ônibus e fecha a porta. Vejo a Ambulância dar a partida, e o caminhão também.

– Marina! Clara! Vamos para o Impala! – Elas foram na frente e eu fui atrás, dando cobertura. Não tinha mais o que fazer. Estava tudo perdido.

Corremos Até o meu velho amigo, e entramos, as chaves estavam na ignição, como eu havia deixado. Fecho a porta e dou partida. Clara no banco de trás, e em alerta, Marina no do carona, e eu no volante. Vejo minha casa dominada por aquela horda, e cerca de 30 pessoas mortas. O ônibus vai abrindo caminho, logo atrás vai à ambulância, depois um carro, depois o caminhão, e eu atrás dele. Dando adeus às lembranças e ao lugar que eu chamava de lar.

As três caladas no interior do carro, eu ligo o rádio, e começa a tocar Judgement Day, Whitesnake.

“The night is gone
The time has come
To find a new day has begun
An' it promises to stay...

.. And from the darkness
Comes a smile
That reaches out for many miles
Touching everyone
No more shadows of the past....

... We walk toward desire
Hand and hand
Through fields of fire
With only love to light the way
On the road to Judgement Day...”


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Notas finais do capítulo

Roberta, muito obrigada pela sugestão, e não se preocupe que ainda terão os flashs da Vivian!! Gente... Sei que não saiu como eu esperava, e prometo compensar no próximo! Mas, como eu havia dito, a ação começou! Agora ACABOU a zona de conforto, e já se foram 30 de uma "lapada"! Mandem mais pessoas para a bixa má aqui matar! hahaha #Zoa
O que acharam? Comentem pessoal, to com saudades de vcs! Beijos.
P.S. o Próximo cap só sairá quarta, pq to em semana de provas, e como eu dei tantos capítulos bônus pra vcs fiquei sem os caps reservas... Ai to escrevendo e postando no mesmo dia. E já expliquei lá em cima que o meu dia foi péssimo. Sem falar que estou sem co-autora para me incentivar, agora mais do que nunca preciso de vcs. É isso pessoal, até quarta!! Enquanto isso, leiam a minha nova Fic, Ruína : http://fanfiction.com.br/historia/506298/Ruina/
e comentem, digam o que acharam. Vou fazer ela em poucos capítulos, depende de vcs! Em fim. Vou indo lá. ♥