Doce Ironia escrita por Myla Oliveira
Notas iniciais do capítulo
...
Adam ficou parado no carro, observando Alyss correr pela rua até dobrar a próxima esquina, estava sem reação alguma. Bateu os pulsos com força contra o volante fazendo com que a buzina fizesse um som alto e irritante.
– Mas que droga! – resmungou irritado enquanto batia com força a porta do carro e passava pela porta da sua casa sem nem dizer oi para sua mãe.
– Adam? – disse sua mãe confusa o seguindo até o quarto – Adam, você está bem?
– Não – disse se jogando na cama.
– Você quer conversar? – perguntou torcendo as mãos na frente do corpo e ele a olhou – É a Alyss?
– Não! Quer dizer, talvez – disse e bufou – Olha mãe, sem querer ser grosso ou te magoar, mas eu não quero muito falar sobre isso agora.
– Tudo bem, eu entendo – ela disse assentindo.
– Eu te amo, okay? Só não... quero falar sobre isso agora – disse suspirando e fechando os olhos com força – Ou nunca, tanto faz.
– Okay, qualquer coisa, eu estou lá embaixo – disse saindo do quarto e fechando a porta.
Sabia que tinha algo acontecendo com seu filho, só não sabia o quer era, e a matava o ver daquele jeito.
Pegou o telefone e discou rapidamente o número de Margareth.
– Alô? - disse a voz de sua melhor amiga do outro lado da linha.
– Oi, Margareth, é a Elena – disse descendo as escadas – Alyss está bem?
– Alyss? Ela ainda não chegou, o que está acontecendo? – perguntou confusa e um barulho de porta batendo foi ouvida do outro lado da linha – Só um segundo. Alyss, você está bem?!
– Eu quero ficar sozinha! – gritou de volta e Elena suspirou.
– Bom, acho que isso responde sua pergunta, Adam está bem?
– Do mesmo jeito que Alyss, chegou bateu a porta correu para o quarto e se jogou na cama sem querer conversar com ninguém, apenas querendo ficar sozinho.
– Acho que deveríamos pensar em alguma coisa para eles voltarem de vez, eles estavam tão felizes juntos, e pelo visto a peça e os jantares que estamos fazendo não estão ajudando muito.
– Certo, vamos pensar em alguma coisa, eu tenho que desligar, tchau.
– Tchau.
*****
– Liana! – choramingou Alyss pelo telefone.
– O que está acontecendo? – perguntou ela confusa – Alyss você está chorando?!
– O Adam me beijou!
– Você está chorando porque o cara mais bonito da escola, que gosta de você e que você gosta dele, te beijou? – perguntou confusa e Alyss bufou esfregando o rosto com força – Ta bom, né...
– O que eu faço? – perguntou mordendo os lábios e tentando parar de chorar.
– Para começar aceite que você gosta dele, caramba Alyss, o que você tem a perder afinal?! Até o Louis, repito, o Louis!, acha que vocês devem ficar juntos, então pare de negar, principalmente para si mesma, sobre seus próprios sentimentos.
Alyss ficou parada sem falar nada e Liana desligou.
– Ótimo - disse num sussurro e saiu do quarto descendo as escadas, sua mãe estava voltando da cozinha com uma garrafa d'água e parou vendo Alyss no pé da escada com o rosto manchado de lágrimas.
– Alyss... - ela começou a dizer e a loira correu até ela e a abraçou chorando.
*****
Adam ficou deitado na cama pelo que pareceu uma eternidade, queria conversar com um amigo, Alex o mataria, Liana o torturaria e Alyss não queria falar com ele, era óbvio.
Pegou seu celular e discou o número de Damon.
– Fala ai, cara – disse a voz rouca do seu amigo – Você e a loirinha já se acertaram?
– Não, é sobre isso que eu quero falar – disse de má vontade – Você pode vir para cá?
– Beleza, chego ai em vinte minutos, deixa a porta aberta.
– Valeu cara – disse e desligou o telefone, desceu as escadas e se sentou ao lado da sua mãe no sofá, ela o olhou preocupada por alguns instantes e então fingiu voltar sua atenção para TV – Me desculpa, okay?
– Pelo o que? – perguntou se virando novamente para ele.
– Por ter sido grosso mais cedo – disse com uma careta.
– Você não foi grosso, queria ficar sozinho com os seus pensamentos, você tem esse direito e eu entendo isso – disse sorrindo e Adam apertou a mão dela – Quer conversar agora?
– O Damon vai vir para cá – disse dando de ombros – Mas sim, é com a Alyss.
– Você ainda gosta dela? – perguntou e ele corou um pouco, e então acenou lentamente com a cabeça – Então diga isso para ela.
– Mas ela sabe, eu já disse e ela sempre foge – disse bufando.
– Por que você chegou daquele jeito hoje? – perguntou sem conter a curiosidade.
– Alyss iria vir para cá ensaiar – explicou – Nossa professora de teatro disse que estávamos perdendo a química e precisamos recuperá-la, saí ela ia vir para cá, a gente estava conversando no carro e eu estava dizendo o que sentia...
– E? – perguntou e ele arfou.
– E eu a beijei.
– Jura? – perguntou feliz – Ela correspondeu?
– No início sim, mas depois me empurrou e saiu correndo chorando.
– Por que você não foi atrás dela? – perguntou decepcionada.
– Porque eu tenho amor a minha vida, você nunca viu Alyss irritada, ela fica demoníaca – disse fazendo uma cara engraçada e sua mãe riu.
– E não vale o risco? – perguntou com as sobrancelhas erguidas, ele abriu a boca para responder mais alguém abriu a porta e Damon apareceu por ali.
– Oi gente – disse acenando – Tia Elena.
– Oi Damon – disse sorrindo – Bom, vou adiantar o jantar.
– E ai? – disse Damon se jogando ao lado de Adam no sofá.
– Eu beijei ela, ela me empurrou e ninguém conseguiu nada – disse de uma vez e Damon processou a informação por um tempo até assentir com a cabeça.
– É cara, você está provando do próprio veneno – disse dando tapinhas nas costas de Adam.
– Como assim? – perguntou com uma careta.
– Você sempre brincou com o coração das meninas, sempre as teve em seus pés e nunca deu atenção para nenhuma delas, você as beijava até cansar e então as largava e partia para outra, agora encontrou uma garota por quem vale a pena lutar e não sabe o que fazer.
– Sabe que não está ajudando, não é? – perguntou revirando os olhos.
– Estou sim, estou sendo seu amigo e te falando na cara o que todos pensam e falam pelas costas, você está aprendendo uma lição.
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