Neo Pokémon Hoenn escrita por Carol Freitas


Capítulo 23
Queima de Arquivo


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS DO FINAL DO CAPÍTULO!

Boa leitura!



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               Jonas dirigia pelas ruas da cidade de Rustboro cujo trânsito já havia aumentado naquele horário. Seus movimentos eram automáticos, pois sua mente estava concentrada no encontro que teria daqui a alguns minutos. Por sorte, já havia feito aquele percurso várias vezes, não possuindo risco de se perder. Uma gota de suor percorria seu rosto, o dia estava quente, mas acreditava que seria mais devido à tensão que carregava nos últimos dias. 

                A situação com a Equipe Magma lhe dera dor de cabeça por dias, o Sr.Stone não ficara nada satisfeito ao perceber que sua empresa fora invadida por uma equipe criminosa e menos ainda que aquele que o fizera quase fugira ileso. Se não bastassem as reclamações do presidente, ainda havia os policiais que ficaram alvoroçados com o ocorrido e chamaram diversas vezes para interrogatório não apenas ele, como também quase todos os funcionários da empresa. Aquele nome provocava temor, Jonas sabia, mas não que seria capaz de provocar tamanha comoção. Algo estava acontecendo, ele sabia, mas as pistas em sua mente eram como fiapos de palha jogados ao vento e rodopiando aleatoriamente de modo que ele não era capaz de prever padrões ou conexões.

                E agora, a mensagem de Hopper. Ela não lhe dizia muita coisa, apenas que o administrador deveria encontrá-lo no bar onde costumavam ir, mas o que aquilo significava? Não estavam nem na metade da manhã e seu amigo não tinha o costume de beber em horário de serviço. Manobrou o carro para entrar no estacionamento do local, sem deixar de notar o automóvel do detetive ali presente – era um dos únicos do lugar.

                O The Pearl estava vazio naquela hora da manhã, apenas o barman de meia-dade andava de um lado para o outro polindo o lustroso bar de madeira. Assim que o viu, o homem apenas fez um cumprimento com a cabeça, dando o sinal que logo iria atendê-lo. Facilmente avistou o detetive de cabelos loiros sentado em uma banqueta de madeira. Atrás dele, um grande quadro de pérolas unidas fazia o belo formato de um Milotic. Jonas sempre ficava imaginando quantas Clamperls haviam sido necessárias para construir aquela imagem. Seus passos ecoaram no assoalho de madeira  fazendo a atenção do amigo se voltar para ele.

 

 

                Edward Hopper e Jonas White tinham a mesma idade, no entanto o trabalho contínuo dava ao primeiro um ar mais cansado. As olheiras acompanhavam os olhos castanhos e profundos. Os cabelos loiros sempre rebeldes agora jaziam escondidos sobre o quepe negro elegante da polícia de Hoenn, quepe este que escondida a coisa que mais marcava seu belo rosto: uma grande cicatriz hipercrômica que lhe cobria quase a metade do rosto.

 

 

                – Quanto tempo, Jonas! – disse o loiro levantando-se e estendendo a mão para o amigo que se aproximava.

                – Muito, tirando o fato de que tive de ir ao seu escritório ao menos três vezes nos últimos dois dias – respondeu o moreno com um ar brincalhão enquanto tirava os óculos escuros. Hopper fez sinal para que se sentasse.

                – Bem, não me culpe totalmente, são ossos do ofício. Queríamos conseguir o máximo de informações possível acerca do trabalho dos Magmas.

                O barman de nome Kevin veio até eles e depositou sutilmente um cardápio sobre a mesa.

                – Bom dia, meu caro White. – apertou a mão do administrador – O que deseja beber nesta manhã? O mesmo de sempre?

                – Apenas uma água com gás, Kevin. De preferência bem gelada, por favor. – o mais velho ergueu uma sobrancelha estranhando o pedido.

                – Estão a negócios de trabalho, suponho? – questionou enquanto olhava curioso para os dois homens.

                – Algo do tipo. – o loiro confirmou, fazendo o barman ir buscar o pedido – O que aconteceu? Não quer beber com um amigo em um dia de domingo?

                – Pra começo de conversa, você nem está bebendo. – respondeu rindo apontando para a lata de Coca-cola aberta na mesa ao lado de um copo vazio, fazendo o loiro dar um riso leve – E segundo, não posso. Ellie está aqui e prometi passar o dia com ela.

                – Bem, quanto a isso não se preocupe. Não pretendo estragar seu dia com ela, mesmo porque a Ellie tem muita consideração por mim e não pretendo perdê-la.

                – Você disse que eu deveria lhe encontrar aqui o mais rápido possível. O que houve? – o loiro respirou fundo.

                – Como você já tem conhecimento, nesses últimos três dias estivemos fazendo o possível para conseguir extrair qualquer informação dos Magmas capturados por Roxanne.

                – Sim, eu sei. E também sei que você se recusou a me dar qualquer informação nesse período. – comentou Jonas com azedume.

Ele e Edward se conheciam há anos, era de se supor que o mesmo lhe informaria sobre os progressos da polícia, ainda mais tendo consciência de todos os problemas internos que vinha enfrentando nos últimos dias. O detetive, no entanto, não pareceu se importar com a alfinetada do outro, fazendo apenas um gesto displicente com a mão.

— Você sabe que as coisas não funcionam assim. Existe todo um código de sigilo policial sobre as investigações. Além disso, apesar de nossos esforços, não conseguimos extrair muita coisa até agora.

— Vocês estão perdendo o jeito, antigamente não era assim. – o loiro abriu a boca para responder, no entanto Jonas foi mais rápido – Estou apenas brincando. Contudo, sabendo disso, agora passo a me indagar sobre o por quê de ter sido chamado a vir até aqui. Você não vai me interrogar de novo, vai?

— Não, não irei. Na verdade, vim até aqui por fazer o que não poderia, por isso peço que mantenha sigilo. – ele parou abruptamente quando Kevin colocou a garrafa de água de 500 ml na mesa juntamente com um copo grande.

— Aqui está. Qualquer coisa que precisarem, estarei na cozinha. Normalmente não tenho muitos clientes nesse horário e preciso arrumar algumas coisas lá.

— Obrigado, Kevin – agradeceu Jonas e o barman se retirou.

O moreno olhou para o amigo que o encarava com uma expressão indecifrável. Edward sempre fora um jovem difícil de ler e deveras imprevisível. No entanto os anos na polícia pareciam tê-lo tornado uma muralha de aço, ilegível, intransponível. Além disso, conversar com ele lhe dava a impressão de estar sendo constantemente analisado. Abriu a boca para dizer algo que rompesse o silêncio, no entanto, o loiro fora mais rápido.

— Você se lembra do primeiro interrogatório que fizemos?

Claro que se lembrava, ele estava presente. Aliás, fora o único que assistira antes de todo aquele processo se tornar estranhamente sigiloso. Naquela noite, o aparente líder do trio fora o primeiro a ser interrogado.

 

Um sorriso de deboche deixava ainda mais evidente as linhas de expressão do homem de pele morena e cabelos cortados rente ao couro cabeludo. Ele recostava-se na cadeira de madeira atrás de si enquanto levava as mãos algemadas para trás da cabeça para servir-lhe de apoio. Seu olhar divertido contemplava o ambiente mórbido ao seu redor. Uma velha mesa de metal parcialmente enferrujado e duas cadeiras vazias feitas do mesmo material estavam em sua frente. Apenas uma fraca luz branca iluminava a sala de paredes escuras.

 

 

 

Jonas observava através do vidro. Quem seria aquele homem? Por que a simples menção da organização criminosa a que pertencera causara tanto alvoroço? Sim, ele conhecia a história das equipes Aqua e Magma e todo mal que haviam feito à região, no entanto as mesmas haviam sido derrubadas e dissolvidas a mais de 10 anos devido à prisão/morte de seus líderes. Ele sentia em seu interior, algo em toda aquela história estava terrivelmente errado.

Hopper naquele momento entrava na sala. Não usava o quepe, nem o uniforme tradicional da polícia  e sim um belo terno de costura fina que com certeza devia valer grande parte do salário da maioria dos policiais ali. Ao seu lado, uma bela mulher de cabelos verdes trajando um uniforme policial carregava uma pasta amarela contendo alguns arquivos. O primeiro puxou a cadeira para esta sentar-se e em seguida apontou para os pés do criminoso.

— Tenha modos na frente de uma dama. – repreendeu.

— Que eu saiba ela é uma policial como qualquer outro e devo tratá-la como qualquer outro. – respondeu o bandido com voz.

                – Tsc. – Hopper fez um som de chateação, como se achasse uma perda de tempo estar tendo aquele discussão com aquele tipo de homem – Na verdade, ela não é como qualquer outro policial, ela é a delegada dessa instituição e coordenadora de todos os serviços do órgão na região.

                O Magma não alterou sua expressão, na verdade, sequer parecia ter ouvido. Observando a luz tênue no teto com interesse excessivo. O sorriso de escárnio não abandonava seu rosto.

                – O que o traz aqui, detetive?

                – Creio que você já saiba então vou ser direto em minhas opções. Em poucas horas a polícia regional de Hoenn estará por aqui para lhe interrogar e garanto que os métodos deles não serão tão gentis quantos os meus. Você pode optar por simplesmente esperar ou me dizer quais eram as intenções da equipe Magma roubando os documentos da Devon e os pokémons na rota 116.

                O interrogado riu.

                — Senhor detetive, qual o seu nome mesmo?

                – Hopper, Edward Hopper.

                – Creio que prefira esperar que a Polícia Nacional de Hoenn venha. Fico até deveras emocionado ao saber de toda comoção que tiveram por conta de um simples ladrão de pokémons.

                – Deixe de enrolação e nos diga logo o que pretendia, Magma. – foi a delegada que interviu dessa vez.

                – O que eu pretendia? Sou apenas um simples ladrão de pokémons que achou que poderia ir além e usou uma fantasia para animar as coisas.

                A policial Jane massageou as têmporas, estava visível que o homem fazia da situação uma piada. O detetive, no entanto, não parecia se alterar com o sarcasmo do outro. Fez um gesto suave para a mulher, apontando para a pasta que ela possuía em mãos, pegando esta e folheando despreocupadamente.

                – Seu nome é Gaspar Amadeus. Você é casado com Kate Wilson e tem uma filha de 8 anos chamada Sarah. Você trabalhava como marceneiro na cidade de Lilycove e foi dado como desaparecido há cerca de 1 ano e 2 meses. – finalizou a fala retirando da pasta uma foto do homem em sua frente ao lado de uma mulher e menina, ambas de cabelo negro – Achou que não iríamos encontrar nada sobre você?

                Gaspar deu de ombros como se toda a informação dita pelo homem não tivesse importância alguma.

                – Nunca fiz questão de me esconder.

                – O que eu quero saber especificamente é como um pai de família, até então considerado amoroso e carinhoso, sem nenhuma ficha criminal aparece a centenas de quilômetros de casa, roubando pokémon e vestido com uma roupa de uma equipe criminosa já desmembrada.

                – As vezes algumas coisas não tem explicação. – mais uma vez sua resposta foi vaga.

                – É essa a resposta que sua filha e mulher receberão? Elas foram informadas que foi encontrado e estão vindo para cá. – pelo olhar de Jonas, o loiro tentava obter alguma resposta ou mudança de expressão no bandido. Pelo que fora informado, o contato com a família do interrogado ainda não havia sido feito.

                – Eu pensei que elas já estavam junto com os outros palhaços atrás daquele vidro.

                Um estalido metálico fez-se ouvir. Fora a batida da mão da policial na mesa de metal.

                – Isso já está me cansando. Qual o objetivo da ação de vocês? Quem está por trás disso tudo?

                – Eu também estou me cansando. – foi a vez do homem mudar sua postura, agora com o olhar mais sério. – Nada mais tenho a acrescentar do que já disse aqui. Se não me engano, daqui a pouco irão servir o almoço e estou faminto.

                Depois dessa frase muito pouco foi dito, estavam no dia seguinte ao incidente. Apesar de toda a investigação feita, tanto com o líder quanto aos outros dois subordinados, aparentemente nada de relevante fora descoberto. Porém, diferentemente do primeiro, nenhuma informação fora encontrada acerca dos outros dois jovens que não pareciam ter mais de 20 anos.

                – Como eu já havia dito... – continuou Edward depois de um tempo de silêncio – Não conseguimos extrair muita coisa dos criminosos. O esquadrão de inteligência em extração psíquica havia sido solicitado e chegou no dia de hoje.

                – Então creio que teremos boas notícias – o moreno concluiu, fazendo o detetive soltar um suspiro pesado.

                – Não exatamente. – respondeu enquanto pegava um aparelho eletrônico de sua pasta. Parecia-se muito com um tablet, porém apresentava tecnologia aparentemente mais avançada que o permitia ser dobrável.

                – Como assim?

                – Assista a esse vídeo e tire suas conclusões – movimentou rapidamente a tela do aparelho dando início à reprodução.

                Estava diante de quatro figuras. De um lado da mesa Hopper, a delegada Jane e o terceiro parecia ser algum tipo de médico ou enfermeiro pelas roupas que usava. Na frente deles, encontrava-se a mesma pessoa de antes, no entanto, se o próprio Jonas não houvesse visto com seus próprios olhos, jamais identificaria esse homem como Gaspar Amadeus.

                O mesmo homem vestido com roupas laranja de presidiário agora usava uma camisola branca muito semelhante àquelas usadas em hospitais. Seu cabelo estava raspado de um lado onde havia uma espécie de curativo. No entanto, o que mais se diferenciava das lembranças anteriores era a expressão impressa no rosto pálido. Os olhos estavam sem vida e fora de foco, típicos de uma mente que fechara em torno de si mesmo, e encaravam a parede de tijolos fundos. A boca estava parcialmente aberta numa expressão bestificada sem produzir nenhum ruído.

                – Gaspar... – chamou Hopper, mas o homem em sua frente não mostrou sinais de ter escutado. – Gaspar. – mais uma vez sem resposta. O loiro deu leves batidas na mesa com o indicador e dedo médio, conseguindo, por fim, captar a atenção do outro.

                – Você falou comigo? – a voz do criminoso expressava confusão, ele nem ao menos parecia ter ideia do local onde estava.

                – Sim. Gaspar, eu preciso que me diga, o que aconteceu com você e seus companheiros?

                – Onde está Kate? Eu... Kate? Onde está Kate? – os olhos estavam desfocados, ele balançava-se para frente e para trás devido a agitação. Jonas então notou pela primeira vez que os pulsos do Magma estavam presos no acento da cadeira.

                – Ela está vindo até aqui, Gaspar. Kate e sua filha Sarah.

                – Sarah? Minha filha? Semana que vem é aniversário de Sarah, ela vai fazer seis anos. Onde está Kate? Posso ligar pra ela?

                O detetive olhou para o rapaz com roupas de médico e este deu de ombros.

                – Ele tem estado assim desde que o encontramos na madrugada.

                – E os outros dois?

                – Mortos. Porém não havia nada que indicasse a causa da morte. Os corpos foram levados pelo legista essa manhã. – foi a policial que respondeu dessa vez.

                – E esse ferimento na cabeça dele?

                – Já o possuía quando o encontramos. É apenas um corte superficial que consegui suturar rapidamente. Acredito que ele possa ter caído e batido a cabeça, não houve fraturas aparentes, no entanto, gostaria de transferi-lo a uma unidade de saúde para melhor avaliá-lo com uma tomografia. – o médico esclareceu.

                — Tic toc, tic toc... Vento... Onde está Kate? – ele começou a dizer as palavras repetidamente.

                – Gaspar, eu preciso que se concentre e tente se lembrar. Quem estava por trás das ações da equipe Magma? Alguém atacou vocês?

                – Tic toc... Tic toc... O aniversário de Sarah está chegando… - ele murmurava e balançava o corpo para frente e para trás novamente.

                – Acredita que a pancada possa tê-lo deixado assim? – Hopper dessa vez voltou seu olhar para o médico.

                – Acho pouco provável, na verdade, no entanto, é a única hipótese plausível que temos.

                – Solicitarei que meus agentes organizem uma equipe de escolta para levá-lo ao hospital. Manteremos vigia sobre ele vinte e quatro horas por dia. – ela encarava o homem com um olhar desconfiado. O detetive assentiu.

                – Não o perca de vista. A inteligência chegará hoje, não quero ter problemas com a polícia internacional. Na verdade, a ordem inicial havia sido para os mantermos isolados.

                A delegada fez sinal para que os policiais que aparentemente estavam do lado de fora entrassem, contudo, mal haviam entrado na sala quando o homem chamado Gaspar, que ainda murmurava palavras em tom baixo, contraiu os músculos e fechou as mãos. De sua boca não mais saia palavras, apenas abrindo e fechando inutilmente bem como os olhos que piscavam sem parar.

                – Ele está tendo uma convulsão! – gritou o médico no mesmo momento em que um líquido de coloração amarelada saía pela boca do bandido e escorria por seu pescoço.

                Seguiu-se uma agitação de pessoas para liberá-lo e a filmagem foi então finalizada.

 

                Jonas levantou o olhar do tablet intrigado enquanto o loiro fitava-o com uma expressão neutra. Aos olhos de desconhecidos, era impossível saber o que se passava na cabeça do homem misterioso. Para Jonas, entretanto, que o conhecia há vários anos, era visível pelo seu corpo e feições tensas que a cabeça trabalhava a mil.

                – O que aconteceu com ele? – perguntou.

                – Gaspar Amadeus faleceu hoje aos 34 anos por volta das seis e vinte da manhã. A autópsia revelou há menos de vinte minutos a causa da morte dos dois primeiros, múltiplos aneurismas cerebrais, basicamente os vasos dos cérebros deles explodiram. Não havia maneira de terem sido salvos e, sinceramente, creio que tenha sido a mesma coisa que provocou a morte dele.

                – Dois jovens de vinte e poucos anos? Vocês encontraram alguma causa para isso? - o detetive negou.

                – Nenhuma aparente. No sangue não havia nenhum tipo de substância. Eles estavam completamente saudáveis e limpos quando entraram.

                Um tempo de silêncio se iniciou. Jonas não sabia qual reação ter diante daquilo. Por mais que fossem criminosos perigosos envolvidos com sabe-se lá o que, não mereciam morrer, mereciam? Além disso, toda aquela situação era estranha demais, algo matara aquelas pessoas, algo perigoso e que ao menos ele não fazia ideia do que poderia ser. Imediatamente sentiu vontade de correr, fugir para longe do amigo e fingir que nada nunca havia lhe sido contado. O amigo apenas o observava, analisando-o. Jonas queria que ele parasse um pouco com aquele hábito irritante.

                – O que você espera de mim? – a pergunta escapou de seus lábios antes que pudesse contê-la.

                – Preciso que me responda com sinceridade. Isso não é um inquérito, não estou gravando nem faria algo do tipo com você, mas preciso de algo que guie minha linha de raciocínio. O que havia naqueles papéis roubados pela Equipe Magma?

                O moreno hesitou brevemente com a pergunta direta, porém prosseguiu com a verdade.

                – Nem eu sei exatamente. Eram projetos que a Devon começou a trabalhar há algum tempo, mas todos estavam em fases iniciais. Que eu saiba, entre eles estava um projeto que permitiria estabelecer comunicação com os pokémons que chamavam de Pokémon Speaker e outro era o Pokémon Dream Projector, que fazia uma projeção audiovisual do sonho dos pokémons.

                – Entendo. – Edward assentiu pensativo – Bem, preciso ir. Tenho esclarecimentos a prestar com uma Polícia Regional.

                Ele arrumou suas coisas rapidamente. Jonas permanecia em estado torporoso com a quantidade de informações que lhe fora dada.

                – Eu te vejo em breve, caro amigo. Precisamos nos encontrar para marcar algo que não seja relacionado ao emprego de um dos dois.

                – Claro – respondeu Jonas distraidamente enquanto observava o amigo se retirar.

                Todos os fatos então repassaram em sua mente. O retorno da atividade da equipe Magma, o roubo da Devon, o alvoroço de toda a polícia de Hoenn e até mesmo dos órgãos governamentais, a morte inexplicável daqueles envolvidos no crime, a constante expressão de tensão no rosto do amigo, aquele encontro num bar vazio que normalmente estaria cheio naquele dia, e até mesmo Kevin havia ido para a cozinha. Algo estava terrivelmente errado. Ele não sabia o que era, mas o pensamento fez um calafrio percorrer-lhe a coluna.

                – Edward! – chamou o outro que já saia pela porta – Devo presumir que esse encontro nunca aconteceu, certo? – os cantos dos lábios do loiro se curvaram em um pequeno sorriso triste.

                – Eu ficaria grato.

                – O que realmente está acontecendo? – perguntou temendo a resposta.

                – Sendo sincero, eu ainda não sei, espero que todas as minhas suposições se tornem incorretas. Meu conselho é que esteja preparado, meu amigo, acho que algo está para acontecer em Hoenn.


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Notas finais do capítulo

Já conhece a Neo Aliança? Somos uma espécie de franquia de histórias baseados nos jogos de Pokémon, onde cada autor escreve para uma região. Atualmente, estamos com autores em Kanto, Johto, Hoenn, Sinnoh, Kalos, Galar, Mystery Dungeon e Ilhas Decolore.

Mas para aqueles que tiverem interesse, estamos com VAGAS ABERTAS para a região de Unova e Alola. Quer saber mais? Acesse:
https://neo-hoenn.blogspot.com/2020/01/vagas-abertas-na-neo-alianca.html



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