A Italiana escrita por VickBaroli


Capítulo 4
Capítulo quatro – Desconhecidas


Notas iniciais do capítulo

Digam o que acharam, os comentarios são importantes ;)



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A última coisa que eu pude registrar foi a cabeça de Victória sendo arrancada quando os lobos a alcançaram. Então eu apaguei não via mais nada, milhões de sensações e pensamentos passaram pelo meu corpo e pela minha mente, medo e dor, confusão e queimação, lá no fundo pude ouvir o que parecia o choro de um lobo, depois disso mais nada.

Os raios de sol irritavam profundamente minhas pálpebras, minha cabeça doía como se eu tivesse ingerido álcool por uma semana seguida, o som do mar batendo nas rochas não era muito tranquilizador, estava muito agitado me dando a estranha sensação de que eu estava no meio de uma tempestade, além da forte queimação que eu sentia em minha garganta. Movi minhas mãos apalpando ao redor, terra? Lama? Grama? Areia? Onde eu estou? Tentei com todas as minhas forças lembrar o que tinha acontecido, mas estava sendo muito difícil, como se eu tivesse miopia e astigmatismo num estado bem severo e tentava enxergar sem óculos.

Será que eu morri? Poderia a morte ser tão desconfortável? –Suspirei, e então abri meus olhos, puta merda isso é tão incrível, eu conseguia simplesmente ver absolutamente tudo, as folhas acima de mim, se eu conhecesse qualquer coisa sobre botânica provavelmente eu saberia identificar cada espécie de árvore e planta que eu estou vendo nesse momento, eu estava deslumbrada, tantas cores, tantas formas, eu nunca tinha visto nada parecido antes. Resolvi tentar levantar e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, já estava de pé.

Comecei a explorar o local, parece que estou em uma floresta ou um parque, perto do mar, mas não tem ninguém a vista, onde será que eu estou? O mundo inteiro esta cercado por mar, devem existir milhões de florestas, então não são informações muito relevantes ou reveladoras. Eu estava tão confusa, mas não sentia dor, me lembro de sentir muita dor, e minhas roupas tem tanto sangue, se é que pode chamar esses farrapos de roupa, e de onde vinha tanta sede?

Comecei a caminhar e caminhar e caminhar, foi então que senti um cheiro, não era um cheiro muito bom, mas também não era de todo repulsivo, sem me dar conta eu estava correndo, correndo como o vento, por um milésimo de segundo eu fiquei muito preocupada em bater em uma árvore ou cair, mas surpreendentemente nada disso aconteceu e acabei parando em frente a uma grande caverna, meus passos iam adentrando na caverna, por fim eu o vi, a fonte daquele cheiro, um enorme urso adormecido e antes que eu pudesse pensar eu já estava mordendo seu grande pescoço e senti seu corpo relaxando sobre minhas mãos.

Eu nunca estive tão assustada e tão confusa em toda a minha vida, saí da caverna com tanta pressa, O QUE DIACHO ESTA ACONTECENDO? ISSO É UM PESADELO? ACORDA BELLA, ISABELLA ACORDE AGORA. Isabella? Esse é o meu nome? Que vontade de gritar, porque eu não consigo lembrar de nada? Qual o meu problema? Sentei no meio da floresta e embrulhei minhas pernas com as minhas mãos e permaneci assim como uma bola, sabe-se lá por quanto tempo. Foi quando eu ouvi, não muito longe, alguém conversando:

– Serena deixa de ser idiota eu não disse isso, eu quis dizer qu...

– Shhh... Silêncio.

– O que foi?!!

– SHHHH...

– Serena não me assuste assim eu...

– CALA A BOCA, não está sentindo o cheiro?

– Hm.....Vampiro, mas eu não o vejo, será que esta escondido?

– Não sei Helena, consegue vê alguma coisa?

– Só um momento, preciso me concentrar....... Consigo ver o calor, mas sua energia esta fraca, acho que esta machucado, está caido por ali perto daquelas árvores, hm, você quer ir checar?

– Não sei se é sensato, e se for perigoso? Tem certeza que está fraco?

– Tenho, sua energia é quase nula.

– Okey então, vamos.

Ainda estava encolhida no meio da floresta, ouvi passos rápidos se aproximando, mas não conseguia me mexer. As vozes estavam mais perto agora, praticamente ao meu lado, mas não levantei a cabeça para ver a fonte dessas vozes.

– Oh, Serena é uma vampira, parece que está em choque, toda suja, pobrezinha.

– Não chegue perto Helena, qual que é o seu problema? Pode ser perigosa.

– Deixe de besteira e venha me ajudar, pegue um cobertor dentro da mochila.

– Isso é desnecessário, vampiros não sentem frio.

– Não vê que a pobrezinha esta praticamente nua? Ande, pegue o cobertor, por favor.

– Aqui tome. Então o que vamos fazer?

– Não sei.

– Ei, você? Quem é você?

– Como eu disse, ela parece está em choque.

– Hm, tem uma cachoeira aqui perto, acho melhor levarmos ela pra lá, dar um banho, trocar as roupas.

– Tem razão, me ajude aqui.

O já chão estava longe do meu corpo, o vento batia gelado no meu rosto, meus olhos estavam fechados, deve ter se passado uns cinco minutos assim, então senti água escorrendo pelo meu corpo, minhas roupas foram tiradas e alguém não parava de cantarolar, fui tirada da água, não estava tão bom, quero voltar pra lá – pensei, mas não fui atendida.

– Ela deve estar com fome.

– Suponho que sim, ainda tem uma bolsa de sangue na mochila, vou verificar.

– Obrigada, Serena.

Algo foi colocado em minha boca, e caramba como era bom, tinha um sabor maravilhoso, indescritível, despertou todos os meus sentidos, como se fosse um liquido milagroso, tomei consciência que alguém me segurava e com um movimento rápido me desfiz desses braços e estava de pé.

Duas vampiras estavam naquele espaço, olhei atônita para elas, uma estava sentada sobre um lençol e me olhava com cara de espanto, era jovem, devia ter no máximo dezenove anos, tinha os cabelos longos, cor de ouro que descia como cascata até sua cintura, seus olhos eram de um vermelho intenso, ela era incrivelmente linda, seus lábios eram cheios e tinham um tom rosa claro, era mediana e sua estatura era proporcional.

A outra estava em pé, um pouco atrás e me olhava cautelosamente, era alta e esguia, devia ter uns 20 anos, tinha os cabelos castanhos um pouco abaixo dos ombros, era tão bonita quanto a outra, apesar de sua beleza ser mais discreta, e tinha os olhos no mesmo tom de vermelho. Notei que as duas usavam roupa de caminhada, e tinha duas mochilas enormes no chão.

– Quem são vocês? – eu perguntei.

A de cabelos castanhos bufou e disse:

– Quem é você? Nós te alimentamos e te ajeitamos nada mais justo do que você nos dizer quem você é.

A vampira loira levantou e lançou um olhar de reprovação em direção à outra e me disse:

– Eu me chamo Helena e essa é minha irmã Serena. Encontramos você mais ao sul deitada no meio das árvores e cuidamos de você, não se preocupe, não vamos lhe fazer nenhum mal. – Ela sorriu e continuou – E então como você se chama querida?

– Meu nome é Isabella, - lhe disse sorrindo e acrescentei – eu acho.

– Como assim você acha? – A vampira de cabelos castanhos, que se chamava Serena perguntou.

Eu suspirei e respondi:

– Eu não tenho certeza, tudo é tão confuso, me lembro de algumas coisas, como a água, tinha muita água e gritos, acho que eu cai, onde nós estamos?

– Newport, Oregan.

– Hm, - olhei pra baixo e vi que estava limpa e que estava livre daqueles farrapos ensanguentados, usava uma blusa preta de mangas, uma calça jeans e um tênis de caminhada- Muito obrigada por me ajudarem, nem sei como agradecer.

– Que isso, não tem problema. – Helena disse.

– Acho que só preciso de um tempo para me lembrar tudo, estou melhor agora, o que vocês me deram para beber aquela hora, era muito gostoso?

– Ah só um pouco de sangue.

SANGUE? Como assim sangue? Então tudo aconteceu de repente, parece que eu cai dentro de um redemoinho, minha memória voltou como se alguém tivesse atirando-as com um taco de baseboll, tudo fazia sentindo agora, eu fui mordida por Laurent e Victória, eu cai do penhasco e por algum milagre meu coração continuou batendo por tempo suficiente até que a transformação se completasse...

Eu era uma vampira agora.


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Notas finais do capítulo

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