A Italiana escrita por VickBaroli


Capítulo 11
Capítulo onze - Sacrifícios


Notas iniciais do capítulo

Giovanna capitulo especial pra você que pediu pelo ponto de vista do Aro. Queria agradecer por todos os comentários *-* vcs são uns amores.
Antes de lerem quero pedir que o façam com calma e atenção para entender melhor. Enfim, só isso, espero que gostem ;)



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–---> Ponto de vista do Aro ;)

Eu finalmente entrei em meu quarto. Caius estava simplesmente furioso e eu estava realmente bravo, somos reis e eu sei que peso essa palavra trás, sei as consequências que tal poder proporciona, mas hoje esses rebeldes simplesmente passaram do limite, como eles ousam tacar uma rocha aqui dentro? E se Isabella tivesse se machucado? Eu nunca me perdoaria e iria até o fim do mundo para pegar esse desgraçado. Eu nunca me perdoaria se o nome que eu carrego causasse algum dano a uma criatura tão bela como aquela.

Desde quando fui a passear pela manhã e fui à livraria que eu tenho sentido uma fragrância diferente no ar, um cheiro delicioso, que me lembrava morangos. E hoje no Salão dos Tronos eu senti novamente, não tinha visto de onde vinha a fonte até que desviei meu olhar de Caius, que não parava de falar, e a vi. Ela estava parada perto de Eleonor e Didyme apertando a mão de Athenodora, há mais de 3.000 anos que eu caminho por essa terra e nunca tinha visto uma criatura tão esplêndida, que realmente me agradasse, que me fizesse senti o que eu estou sentindo agora, ela era linda. E quando ela olhou em minha direção eu sorri, não resisti e sorri, eu não acreditei quando ela sorriu de volta, um sorriso franco, de tirar o fôlego.

E depois tudo aconteceu, mas no meio dessa confusão eu descobri seu nome: Isabella. Pelo pouco que eu escutei ela dizer não deixei de notar que ela era forte, não gostava de demonstrar fraqueza, teimosa, despretensiosa, corajosa e sagaz. Quase não acreditei que ela falou daquele jeito com Caius, se não tivesse tão chocado teria morrido de rir, pude perceber que ela ficou confusa quando olhamos para ela, mas logo percebeu o que disse e tratou de consertar. Como eu disse, ela era sagaz.

Caminhei para varanda, sempre que era possível eu saia aqui e observava a lua, é como se todos os meus problemas fossem pequenos e insignificantes. Hoje ela estava diferente, mais brilhante. Fiquei algum tempo e decidi voltar para dentro e tomar um banho. Foi então que eu percebi um vulto vermelho um pouco mais abaixo, observei com mais atenção, não era um vulto e sim Isabella com uma camisola vermelha curtíssima. Aquela deveria ser a varanda do seu quarto, que felizmente ficava uns metros abaixo da minha, ela encostou-se à mureta e observou a lua.

Não sei o que me deu pra eu resolver descer até a varanda do seu quarto, quando ela percebeu minha presença, se virou já preparada para atacar, então ela me reconheceu, relaxou e sorriu dizendo meu nome:

– Aro. – quando ela disse meu nome com tanta naturalidade, todo o meu ser sorriu e uma onda de felicidade me atingiu.

– Olá Isabella.

– Quer dizer Mestre Aro, me desculpe. O que faz aqui?

– Vim saber se você está bem e você pode me chamar simplesmente de Aro, eu gosto quando o faz.

– Ah! Estou ótima não precisa se preocupar. E você pode me chamar de Bella. – Ela disse sorrindo, o sorriso mais lindo do mundo.

– Eu gosto de Isabella, tem certeza que está tudo bem? Não está vendo nada azul?

– Acho que você já desconfia que aquilo foi uma invenção para me livrar de futuros possíveis problemas.

– Desconfiei. – disse e me aproximei me encostando na mureta também. – Observando a lua?

– Sim, ela me acalma e me ajuda a pensar. – ela parou um pouco e depois olhou para mim, seus olhos eram tão intensos e inteligentes, está calor aqui ou só eu que estou sentindo? – Aro, quem você acha que jogou aquela pedra? Com aquela mensagem?

Eu suspirei, era de se esperar que ela fizesse esse tipo de pergunta.

– Desconfio que tenha sido algum rebelde por aí. Entenda quando se é rei é impossível não adquirir inimigos no decorrer da nossa jornada e quando se é rei há tanto tempo os inimigos são cada vez maiores. Nós Volturi lutamos para manter o mundo em harmonia e muitas vezes os desejos dos outros entram em conflito com nossa causa. Nem todos querem harmonia. Vampiros são seres naturalmente egoístas e egocêntricos, obviamente para toda regra a uma exceção, mas a maioria é assim, acham que podem tudo.

“Tem aqueles vampiros que acham que os humanos são apenas comida, se fossem por eles andaríamos por aí como os donos da terra e os seres-humanos seriam nossos escravos. Tem gente que crê que não existe problema em andar por aí e deixar que os humanos saibam da nossa existência. As pessoas temem o desconhecido, já imaginou se os humanos descobrissem sobre o sobrenatural? Iria ser um caos. Eles têm armas poderosíssimas, mas nós também temos poderes incríveis. Haveria uma guerra, disso eu tenho certeza e eu não sei se alguém sairia vencedor.”

“As pessoas chamam os Volturi de tiranos e ditadores, mas esses títulos sempre irão cair sobre aqueles que têm objetivos diferentes dos nossos. Existem milhões de vampiros por aí e muitos deles descontentes conosco. Pois iriam acabar nos expondo e nos prejudicando de alguma forma e tiveram que ser punidos. Viver uma democracia entre vampiros seria impossível, o quanto nós não já tentamos, tentar dialogar com eles é quase uma tarefa suicida.”

“Quantas vezes eu não pensei em jogar a toalha pro alto e quis gritar foda-se, fugir e morar em uma cidade pequena, ter uma casa e viver com todos que eu amo, viver com a minha família sem me preocupar com nada, apenas com o que iríamos fazer para nos divertir nesta tarde, se iríamos jogar baseball em uma clareira ou ir para a praia, fazer uma roda ao redor da fogueira e cantar e contar histórias. Mas eu não posso fazer isso, eu tenho uma responsabilidade.”

“Eu me sacrifico para que os humanos possam fazer isso, para que os poucos civilizados da nossa espécie possam fazer isso também. Enquanto muitos se divertem e se preocupam com sua casa, se precisam ir ao shopping fazer compras e todas essas outras coisas simples, eu tenho que me preocupar com aquele vampiro que está se alimentando descontroladamente e deixando um rastro de destruição por onde passa, eu tenho que me preocupar com aqueles que transformam crianças em seres imortais, com aqueles que criam exércitos para lutar pelo domínio de um pequeno pedaço de terra. Enquanto uns se preocupam com onde irão levar a namorada para jantar eu tenho que me preocupar sobre o que cada ser nesse faz ou pensa e se isso de alguma forma poderia prejudicar a paz que viemos construindo no decorrer desses milênios.”

“Eu me sacrifico todos os dias, para que as pessoas desse castelo, as pessoas que eu amo, minha família, minha espécie e os humanos, não tenham que viver em guerra, não tenham que se sacrificar e não tenham que lutar para manter o equilíbrio do mundo. Eu e meus irmãos lutamos por eles, não é uma tarefa fácil, ser chamado de tirano, ditador e ser ameaçado de morte é o preço que nós pagamos para manter o mundo em paz.”

“Como eu disse, temos muitos inimigos, já fizemos muita coisa errada sim, eu admito, mas sempre pensando em um bem maior. Muitos não entendem nossa causa, muitos não concordam com nossos interesses e muitos nos julgam sem conhecer nossos propósitos, porque é muito mais fácil julgar do que fazer o que nós fazemos, ninguém nunca chegou em nós e nos disse que iria manter o mundo em ordem. Que não iriam deixar que o mundo entrasse em guerra. Ninguém, então nós temos que fazer.”

“Porque eu prefiro muitos descontentes e ameaças de morte gravada em pedras, do que canhões apontados para minha família, do que tanques destruindo tudo ao nosso redor, do que humanos morrendo a cada esquina. Eu prefiro ser chamado de tirano, ambicioso e sei lá mais o que, do que ver o mundo ser destruído diante dos meus olhos.”

“Então Isabella, eu não tenho certeza de quem jogou aquela pedra em você, creio que a intenção não era te acertar, mas apenas enviar uma mensagem para nós, eu sinto muito que você tenha ficado no caminho.”

Ela me olhava atentamente, desencostou da mureta e caminhou em minha direção. Ela não sorria, ela não dizia nada, seu olhar era indecifrável. Ela pegou minhas mãos, me puxou, colocou os braços envolta do meu corpo e encostou sua cabeça no meu peito, eu coloquei meus braços em sua cintura e a puxei para mais perto do meu corpo, abraçando-a. E assim nós ficamos abraçados, ali eu sentia que tinha finalmente encontrado meu lugar e pela primeira vez depois de muito tempo eu me senti feliz, completo. Não sei quanto tempo se passou, se foram apenas minutos ou algumas horas, mas o sol começou a nascer no horizonte e escutamos uma leva batida na porta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do meu Aro que é a cara do Orlando Bloom? Eu sei que nos filmes e nos livros o Aro é um tirano que só quer poder. Eu não quero essas características pra esse personagem, esse não é santo obviamente mas pelo menos tem uma boa índole. Então gostaram do capitulo? bjs *-*