Born to Die: Um conto Dramione escrita por Andréia Santos


Capítulo 7
Parte FINAL


Notas iniciais do capítulo

Finalmente gente. Mudei algumas coisas no capítulo desde a primeira postagem que não estavam bem, mas a essência é a mesma.



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— Me ama mesmo? – perguntou Draco através das barras do portão – Como pode me amar?

— Como não amaria? – ela perguntou, ainda chorosa, encarando aquela expressão de espanto.

— Depois de tudo o que eu fiz com você na escola?

— Depois de tudo que você fez por mim, pra me proteger. – ela frisou, recuperando-se aos poucos e tentando ficar de pé.

— Granger... eu não devia ter dito aquelas coisas. Se eu tivesse resistido mais à poção da verdade...

— Não podia resistir se não sabia dela.

Agora a distância entre eles diminuíra novamente. As barras do portão era a única coisa que impedia que os corpos estivessem colados e, por alguns instantes, as mãos de Draco acariciaram as de Hermione do modo que puderam naquele pequeno espaço. Aquela ligação, embora simples, foi o suficiente para que uma onda em forma de sentimentos percorresse todo o corpo do rapaz. Ele lembrou, então, daquele sonho forte que teve. Aquele momento tão vivido que nunca existiu onde eles se amaram loucamente.

Seus dedos tamborilavam de nervosismo sobre a pele de Hermione, que sentia seu corpo esquentar aos poucos. Ela tentava se lembrar de como aconteceu de ela sentir que necessitava da companhia de Draco não só como um ‘companheiro de casa’, mas como algo mais. Por mais que ela se esforçasse aquilo parecia vão. As lembranças que vinham era dos momentos alegres que eles compartilhavam, mas que no fundo, no fundo, ela não estava tão feliz assim e muito desconsertada por saber que ele tinha sentimentos secretos por ela.

Talvez não fosse bem amor a palavra certa, pensando bem:

— O que houve? – Draco perguntou ao notar que Hermione vacilara um instante.

— Não, nada. – ela respondeu vagamente, soltando as barras do portão e limpando as suas roupas – Eu... eu vou embora.

— Deveria segui-la? – perguntou Draco, intrigado.

— Não sei... – ela respondeu encarando-o com um olhar triste.

Quando teve certeza que Hermione não iria mais voltar Draco entrou novamente em casa. Lá, Narcissa o esperava na porta porque tinha notado que algo estava acontecendo. O rapaz olhou para a sua mãe com uma expressão confusa e perguntou:

— Eu devo segui-la, mãe?

— É o que você quer? Quer mesmo arrasta-la na lama que ficou nosso nome? – ela perguntou, séria.

— Não é bem isso, mãe. – ele disse enquanto procurava sentar-se – Ela não tem certeza do que quer comigo.

— Uma coisa é certa. Ela nos ajudou muito e, embora para ela tenha sido apenas uma “troca de favores” – Narcissa fez o sinal de aspas com as mãos – Ela fez muito mais do que isso.

— Vou deixa-la em paz. – ele decidiu, triste – É o melhor a fazer.

Eu vou te amar até o fim dos tempos
Eu esperaria um milhão de anos

Os anos se passaram um após o outro sempre deixando aquela sensação que o futuro poderia ter sido diferente. Contudo algumas dessas coisas ficaram como deveriam ser. Harry Potter tornou-se auror e, embora muitos o cotassem para Ministro da Magia (o mais jovem de todos os tempos), ele não queria saber de tanto poder em suas mãos, muito menos agora que sua filha, a mais nova da família, estava finalmente indo para Hogwarts:

— Será que Rose e Hugo já chegaram? – perguntou ansiosa a pequena Lily.

— Ron disse que é quase impossível fazer os filhos levantarem a tempo. – comentou Gina, rindo.

— Mas eu quero que eles estejam para procurarmos uma boa cabine antes de irmos!

— Eu sei, querida, mas eles...

E uma onda de cabelos castanhos envolveu Lily, que gargalhou enquanto abraçava a sua prima Rose:

— Onde está a tia Mione? – perguntou Lily, sorrindo.

— Saiu para comprar alguns doces que eu pedi. – disse Rose, olhando por cima do ombro para ver se a reconhecia na multidão – Eu disse que podia ir, mas ela acha que eu vou me perder.

— Você é igualzinha a ela quando se trata de ser teimosa. – comentou Ron, aproximando-se com Hugo ao seu lado – Olá Gina, oi Harry.

— Oi Ron, como vão as coisas?

— Hugo, vá com sua irmã e sua prima, está bem? – pediu Ron, observando as crianças se distanciarem – As coisas vão como vocês sabem. Eu sabia desde o começo do nosso casamento que ela não me amava.

— Ron, eu sei que você tentou bastante e Hermione também se esforçou para ser uma boa mulher para você. – disse Gina, solidária.

— O negócio é que ela nunca esqueceu o Malfoy e chegou um dia que era insustentável dar continuidade a uma vida a dois.

— Rose aparentemente já superou o divórcio.

— Fazer o quê? Agora mamãe está feliz. – comentou a vozinha embargada de Rose por trás dos adultos.

— Rose, por que estava ouvindo escondida? – repreendeu Ron, sério.

— Foi sem querer. – ela defendeu-se, tentando enxugar as lágrimas.

— Rose! – chamou um jovem de cabelos platinados no meio da multidão.

— Scorpius... – ela disse, meio fora de si.

— Você está chorando por quê? – perguntou ele, enxugando as lágrimas dela.

— Está na hora de embarcar. Vamos? – ela chamou, desconversando.

— Claro. Com licença. – pediu o garoto virando-se para Ron e Gina.

— Até a Rose prefere um Malfoy. – comentou Ron, observando sua filha caminhar lado a lado com o filho de Draco.

[...]Querida, você consegue ver através das lágrimas?

O ultimo sinal do trem soou e todos os alunos embarcaram. As crianças amontoavam-se nas janelas e acenavam para seus pais na plataforma. Da mesma forma que todos estava Scorpius, acenando para seu pai que sorria brevemente. Coincidentemente naquele dia fazia dois anos que Astoria, sua mãe, havia morrido, mas o luto permanecia por parte de Draco.

Quando Hermione entendeu que o relacionamento entre Draco e ela não seria possível, ele começou a se envolver com Astoria e, devido a sua família, casou-se com ela. Foram 12 anos de um casamento tranquilo, mas uma doença séria acabou levando-a, deixando Draco e Scorpius imersos num vazio e conduzindo-os mais ainda ao isolamento. Nisso, o garoto começou seu primeiro ano em Hogwarts e encontrou em Rose Weasley uma boa amiga e consolo naquela fase tão difícil.

Já não dava mais para ver o trem no horizonte. Um a um, os pais iam passando pela passagem entre as plataformas 9 e 10 da King Cross. Draco faria o mesmo naquele momento, mas algo o fez hesitar. Hermione estava ali entre eles, sozinha, enquanto Harry, Gina e Ron iam por outro caminho.

Sem que ela percebesse, ele aproximou-se amigavelmente e a cumprimentou:

— Malfoy! – ela assustou-se, recuando um pouco.

— Te notei agora a pouco. Não me lembro de ter te visto ano passado. – ele comentou.

— Eu cheguei em cima da hora e sai rápido. Rose resmunga sobre isso até hoje.

— A Hermione Granger que eu conheço não se atrasaria nem que quisesse. Estava com medo de quê?

Hermione suspirou cansada:

— Eu não podia simplesmente chegar e te ver, ainda mais depois do que houve com sua esposa. – ela respondeu, desviando o olhar.

— Astória era uma mulher incrível. Devo muito a ela. – ele comentou, sorrindo.

— Eu sinto muito por sua perda. – ela comentou, triste.

— Não foi a primeira vez que eu deixei partir alguém que eu gostava muito. – ele respondeu, encarando-a – Granger, eu sempre te amei, só não tinha coragem de dizer por causa do meu orgulho.

— Então por que, quando disse, não ficou comigo? – ela indagou, emocionada.

— Não suportaria o fato de as pessoas te bombardeando com coisas como “ele vai se aproveitar de você para limpar o nome e depois de jogar fora”. Eu queria o melhor para você e isso eu não podia dar. Não com minha associação com Voldemort.

— Sabe por que eu me separei do Ron? – ela disse e ele balançou a cabeça negativamente – Porque mesmo tentando por anos ficar em paz com ele, tentando sentir ao menos paixão, eu nunca esqueci você.

— Eu também nunca te esqueci.

Um silêncio perdurou por alguns minutos. Os dois de olhavam sem nada dizer e parecia que nada iria mudar isso. As mãos suavam, o corpo tremia, a ansiedade tomava conta, mas ninguem tomava uma atitude...

Então os dois riram a valer:

— Quer tentar recomeçar? – perguntou Draco, ainda sorrindo.

— Acho que sim. – Hermione respondeu, interessada – Sou Hermione Granger, prazer.

— Draco Malfoy. Sou o pai do namorado de sua filha.

— Rose está namorando?! – ela espantou-se.

— Podemos discutir o que eu sei num café, aceita?

— Claro, senhor Malfoy.

[...] Diga que você se lembrará
Oh, querido, diga que você se lembrará, oh, querida
Eu amarei você até o fim dos tempos

— FIM -


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a todos que ficaram até o final da fic. Espero que tenham gostado e, caso não tenham, não hesitem em falar. Se ainda tiverem interesse em continuar acompanhando minhas fics visitem meu perfil e veja o que mais está disponível. Beijão a todos!