Born to Die: Um conto Dramione escrita por Andréia Santos


Capítulo 5
Parte 5


Notas iniciais do capítulo

Eis o que aconteceu com Draco durante o tempo que ele esteve fora. Obrigada mais uma vez a todos que comentaram e espero ter respondido todas à altura. Qualquer dúvida que não deu para colocar no comentário, procura o FANDOM HP no Facebook que eu estou lá e respondo

E vamos ao que interessa



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Mesmo com a participação que teve durante um bom tempo de combate às forças de Voldemort Hermione não tinha o prestigio necessário para conseguir chegar até Draco. Ela tentou conversar com todas as pessoas que podia e até seguiu e abordou o ministro da magia para conseguir a permissão de encontrar com o prisioneiro, mas seu pedido foi negado por “medidas de segurança” pelo fato de Harry ter usado uma magia proibida para eliminar a ameaça do Lorde das Trevas.

De todas as pessoas entre os mais próximos, de todos aqueles que ela jurava que estariam ao lado dela, mesmo se tratando de “aliança com o inimigo”, ninguém moveu um músculo sequer para ao menos incentivá-la à continuar. Ron, mais do que os outros, tentavam convencê-la a desistir de chegar até Draco e, ainda por cima, tentava impor os sentimentos dele por Hermione pressionando-a a aceitá-lo como namorado:

— Hermione, ouvi gritos. – disse George, abordando a garota no corredor.

— Ron de novo. – ela comentou, vagamente – Você sabe como ele é.

— Por que você está com essa cara? Ainda preocupada com o Malfoy?

— Ele mudou, George. Ninguém acredita em mim, mas eu acredito nele. Eu preciso chegar até ele para saber o que ele fez quando fugiu da mansão Black para juntar com minhas lembranças sobre os dias que passamos juntos e tentar ao menos diminuir sua pena.

— Isso que é amor. – comentou George, tentando sorrir.

— Não o amo! – ela negou de imediato, corando levemente.

— Não? Você está fazendo o impossível para defende-lo diante do tribunal e da imprensa. Você vai dizer que Draco Malfoy é um comensal “regenerado” para o mundo inteiro saber, Hermione. Isso é no mínimo amor.

— Eu sinto que posso confiar em você, George. Você está tão sensível pelo que aconteceu e está conversando comigo como uma pessoa normal, ao contrario de todos os outros. Eu vou te mostrar algo que eu não mostrei para ninguém.

Hermione tomou George pela mão e, depois de se certificar que ninguém estava vendo, levou o rapaz para seu quarto onde trancou a porta e lançou um feitiço de silêncio. Com sua varinha ela transfigurou a pia do seu banheiro numa penseria e tirou um filamento de memória, convidando George para assistir:

— Não estou te perseguindo, Malfoy. – disse Hermione, sentando-se ao lado dele.

— O que quer aqui? – ele perguntou, intrigado, observando que ela fazia sinal para uma garçonete que entregava bebidas nas mesas.

— Entender porque você abandonou sua ‘zona de conforto’. – ela disse, olhando nos olhos dele.

— Você não acreditaria. – ele limitou-se a dizer, ignorando todas as coisas estranhas que estavam acontecendo desde que ele abandonou Voldemort e tomando um gole da bebida que Hermione pagara para ele.

— Ora, Malfoy. Você está num local trouxa, vestido como um trouxa e bebendo com uma sangue-ruim. – ela disse, sorrindo ironicamente – O que poderia ser mais bizarro do que isso?

— Eu me apaixonar por uma pessoa assim. – ele disse, sério, e Hermione ficou pálida e muda.

[...]

— Quer dançar? – Hermione chamou estendendo a mão.

Sinceramente, o que mais ele teria a perder?

— Não entendo como você resolveu ser legal comigo tão facilmente. – ele comentou, intrigado, enquanto dançava com ela.

Veritasserum.— ela respondeu, encarando-o – Sinto muito, mas eu precisava saber suas verdadeiras intenções andando em meio aos trouxas.

— Não confiaria em mim no seu lugar. – ele deu de ombros – O que pretende fazer agora que tem certeza que eu não sou uma ameaça?

— Quero te ajudar, Malfoy. Todos merecem uma segunda chance.

[...]

— Granger, você perguntou tudo, menos o que eu queria que você perguntasse... – ele disse para si mesmo em voz alta – Como pode não querer saber quem é a pessoa que me mudou? Como não se toca que é você?

Do outro lado da porta do banheiro Hermione ouvia aquilo ainda mais perplexa do que no momento em que soube do que o levou a estar ali. Ela havia subido para entregar-lhe algumas roupas de Sirius que encontrou num baú escondido sob as escadas (pois estas pareciam servir para o loiro) e, sem querer, acabou ouvindo aquelas divagações.


— Ele não sabe que você o ouviu? – perguntou George alguns segundos de silêncio após o final das lembranças.

— Acredito que não, mas eu fiz de tudo para que ele me dissesse. – ela respondeu, agoniada – Eu quase discuti com ele por isso! Ele sempre com a conversa de “protegê-la” mantendo-a na ignorância.

— Então você se apaixonou pelo “doce Malfoy”? – brincou George, sorrindo de uma maneira mais aberta.

— George, você é um caso sério! – ela sorriu gostosamente, abraçando o ruivo – Obrigada, George.

— Tenho algo que pode te ajudar, mas é extremamente ilegal.

— Não tenho mais modos legais de fazer mesmo. – ela respondeu, interessada.

— Oh Merlin! Malfoy também mudou você! – ele gargalhou novamente, saindo do quarto – Volto já.

Era muito bom vê-lo sorrindo assim novamente...

— Prontinho. – ele disse, entregando um pedaço de pergaminho velho.

— Isso é... – Hermione espantou-se ao ver um mapa detalhado do Ministério nas mãos no rapaz.

— Não me pergunte como eu consegui, mas eu tenho.

— Nossa, não sabia que tinha tantas passagens secretas sob o ministério, muito menos na sala que dá acesso direto à saída do Beco Diagonal.

— Isso é coisa de Fudge. Ele queria uma rota de fuga, mas não sabia que essas informações poderiam vazar.

— Vai me ajudar bastante. Já tenho até um plano. – ela agradeceu, correndo para desaparatar dali de imediato.


[...]E, querido, tudo bem
Eu disse que não importa o que você fez
Eu estaria ao seu lado

Havia quatro passagens que levavam para a Rede de Flú dos Aurores e estas ficavam todas próximas aos departamentos ministeriais. Seria necessário para chegar até lá um passe especial ou ser funcionário, o que não foi problema nenhum para Hermione. Simulando um esbarrão, a castanha bateu de frente com a secretária do responsável pelo departamento de Controle e Proteção de Animais mágicos onde aproveitou para pegar não só o crachá dela, mas também um fio de cabelo para a poção Polissuco:

— Joselyn, onde estão meus papeis?! – reclamou o chefe dela com Hermione.

— Ah, me desculpe senhor, volto já! – ela disse e correu de volta pela porta, empurrando o crachá da verdadeira Joselyn e tentando acessar o andar superior por outro lado.

O restante do caminho foi sem problemas, apesar de levar quase 40 minutos desde que ela tomou a poção para chegar até as lareiras especiais. Ao chegar nas selas, ela viu a sua frente uma espécie de recepção, porém não haviam muitos funcionários – afinal não era qualquer um que podia ir até lá, principalmente pelo modo como ela foi – e ela seguiu para um canto mais discreto onde vestiu-se com uma capa preta e, ao acabar o efeito do polissuco, transfigurou-se para não parecer consigo mesma e vestiu roupas de auror que encontrou num armário meio aberto.

 

O nome de Draco Malfoy estava na parte superior de uma lista de prisioneiros anexada ao mural, pois ele ainda tinha chance de escapar do julgamento. Imediatamente, Hermione correu até ele, que recuou assustado:

Illusive. – conjurou Hermione e, por alguns minutos, quem passasse em frente a cela ia ver Draco Malfoy encolhido no fundo de cabeça baixa.

— Hermione?! – perguntou Draco, confuso.

— Draco... – ela disse, emocionada, desfazendo a transfiguração e abraçando-o com força – Merlin! Você está péssimo! Essas marcas... seu cabelo... Draco!

— Hermione... como você...? – ele tentava perguntar, mas não conseguia soltá-la.

— Não tenho muito tempo. Violei algumas leis para chegar até aqui e preciso de suas memórias para ajudar na sua defesa.

— Eu fiz coisas terríveis... – ele disse, sério.

Não me importa!— ela praticamente gritou, acariciando o rosto dele – Draco, eu vou te tirar daqui para não voltar, mas eu preciso saber exatamente o que você andou fazendo.

Relutante e preocupado ao ver tantos guardas passando em frente a sua cela, Draco permitiu que Hermione retirasse suas memórias e colocasse nas ampolas que ela carregava. Com mais um abraço forte, ela despediu-se dele e disse que cumpriria sua promessa.

**

— Que bom que tudo deu certo. – comentou George, quando Hermione chegou na Toca.

— Preciso agora assistir as lembranças dele. – Hermione respondeu, quase sussurrando.

— Não tem medo do que possa encontrar?

— Tenho bastante. – ela respondeu, séria e pensativa – Contudo é a única forma de evitar que ele seja preso.

Mais uma vez a pia do quarto de Hermione foi transformada em uma penseira. Cuidadosamente, ela depositou o conteúdo total das ampolas e mergulhou naquelas lembranças¹...

Draco deixou a carta para Hermione em cima da cama que ela usava para dormir e saiu da mansão Black com pressa. No meio do caminho para a King Cross, ele passou no pub onde o barman que o ajudara estava e se despediu dele agradecendo por tudo. O homem parecia preocupado, mas não o impediu de seguir seu destino.

As coisas que ele via e que ele fazia no meio do caminho, todos os comensais que ele abatia e os ataques que ele conseguia impedir, tudo era dedicado a lembrança de Hermione. Ele sempre sussurrava ao vento o quanto a amava e queria que ela sobrevivesse:

— Ora, ora, ora! – disse uma voz rouca por traz dele – Olha quem está fazendo bagunça nas coisas do Lorde.

— Saia da minha frente, Lestrange. – disse Draco, apontando a varinha para ele.

— E o que vai fazer? Vai me matar?! – zombou Rodolphus, avançando.

Crucius!— conjurou Draco, fazendo o marido se sua tia se contorcer no chão – Acho que você já pode morrer... avada kedavra!

O corpo de Rodolphus deu uma ultima guinada e caiu imóvel em seguida. Draco caminhou até ele e agachou-se ao lado, cuspindo cada palavra com desprezo:

— Eu sei que foi você que contou para minha tia sobre Hermione. Sempre soube que você mexia nas minhas coisas só para ter um motivo para rastejar de volta para sua mulher vagabunda e ela te jogar um osso fedorento! Você foi só o começo... apenas um aviso!

Estupore! – conjuraram os aurores.

— Ah, Draco. – disse Hermione ao ver a última imagem da mente dele antes de a prisão – Espero que os crimes que você cometeu não se sobressaiam diante do meu depoimento.


Porque eu estou para o que der e vier
Não importa se você cair ou voar
Dane-se, pelo menos você tentou


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Notas finais do capítulo

Se puder, deixa seu comentário sobre o capítulo e quais são suas expectativas para o final da fic. Faltam apenas mais 3

¹ Não quis me estender na lembrança de Draco, deixarei mais detalhes para o julgamento