Born to Die: Um conto Dramione escrita por Andréia Santos


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

A fic será em partes. Não sei quantas ainda, mas acredito que serão 3.

Comentem =)



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Não fazia mais sentido morar num bairro trouxa sendo uma bruxa poderosa e uma guerra estar acontecendo no mundo onde ela descobriu como tinha potencial. Hermione acabara de completar 17 anos, a maioridade bruxa, e decidiu de uma vez por todas deixar seus pais e encarar o terrível estado que se encontrava o mundo mágico. Ela despediu-se dos dois com um longo abraço e repetindo várias vezes que se cuidaria e voltaria para casa um dia e, dando um longo suspiro, caminhou em direção à porta.

Na Ordem da Fênix todos já esperavam a chegada dela. A castanha insistiu veementemente que eles não deveriam sair das rotinas de missões para irem buscá-la e que sabia se cuidar. Não havia como discutir com ela sobre isso: Hermione Granger era talentosíssima com feitiços defensivos e conseguiria escapar de qualquer coisa que por ventura acontecesse.

Havia um lugar no caminho entre a casa dela e a Estação King Cross que ela sempre quis ir, mas não tinha idade para entrar. Um pub aparentemente ‘normal’, porém feito para bruxos que queriam se misturar com trouxas. Ela colocou as malas ao lado do balcão e sentou-se no banquinho, pedindo uma caneca de cerveja amanteigada, pois não queria tomar nada muito forte até chegar até a segurança do esconderijo.

De repente, como que uma aparição, Draco Malfoy entrou pela porta. Ele estava vestido como as pessoas que ele tanto enchia o peito para dizer que desprezava. Seus cabelos platinados estavam compridos e sem corte, porém penteados para trás. Era final de verão, ainda fazia calor na capital inglesa, talvez esse fosse o motivo daqueles trajes tão inusitados, mas Hermione não podia baixar a guarda. Discretamente, ela puxou sua varinha que estava presa no cós da sua calça e a escondeu pronta para se defender sob sua camiseta:

- Calma, senhorita. – disse o barman, cochichando próximo à ela – Ele é um foragido. Está se escondendo aqui no bar por alguns dias.

- Vocês são partidários de você-sabe-quem? – ela perguntou, desconfiada.

Sem dizer mais nada, o barman empurrou um folheto que, quando Hermione olhou mais de perto, notou que se tratava de um cartaz de procurado. Draco era acusado de desertar da Ordem de Voldemort e ser classificado como ‘altamente perigoso’ pelas informações que ele sabia. Após ler aquilo, estarrecida, Hermione voltou os olhos para ele totalmente incrédula, acompanhando os movimentos nada suspeitos do rapaz que parecia preocupado e ansioso.

Jeans azul, camisa branca

Quando você entrou na sala

Sabe que fez meus olhos queimarem

E o que deveria ser uma passagem rápida tornou-se um trabalho para a noite toda. Tinha um meio de comunicação mais discreto que a Ordem da Fênix desenvolveu para ocasiões de emergência. Tratava-se de um anel com um eixo giratório que enviava mensagens curtas como ‘estou bem’ ou ‘a caminho’ para manter os demais tranquilos. Hermione enviou uma mensagem de ‘já chego’ para os amigos enquanto, após usar um feitiço de expansão para colocar suas malas dentro da sua bolsinha, caminhava em direção ao ex-comensal:

- Como me achou?! – ele perguntou, alarmado, recuando na cadeira onde estava sentado.

- Não estou te perseguindo, Malfoy. – disse Hermione, sentando-se ao lado dele.

- O que quer aqui? – ele perguntou, intrigado, observando que ela fazia sinal para uma garçonete que entregava bebidas nas mesas.

- Entender porque você abandonou sua ‘zona de conforto’. – ela disse, olhando nos olhos dele.

- Você não acreditaria. – ele limitou-se a dizer, ignorando todas as coisas estranhas que estavam acontecendo desde que ele abandonou Voldemort e tomando um gole da bebida que Hermione pagara para ele.

- Ora, Malfoy. Você está num local trouxa, vestido como um trouxa e bebendo com uma sangue-ruim. – ela disse, sorrindo ironicamente – O que poderia ser mais bizarro do que isso?

- Eu me apaixonar por uma pessoa assim. – ele disse, sério, e Hermione ficou pálida e muda.

Passaram-se alguns minutos de um silêncio que incomodava até Hermione se pronunciar. Draco simplesmente bebia seu drinque como se desse de ombros para a situação quando ela perguntou:

- Como assim?

- Já que eu já estou no fundo do poço mesmo vou te contar. – ele bebeu o restante do drinque num só gole, colocando o copo sobre a mesa com força – Eu estava numa posição bem confortável no meio de Voldemort. Eu consegui confiança e sabia de informações privilegiadas. Eu tinha tudo e, por um descuido, deixei que o Lorde das Trevas soubesse do meu maior segredo. Ele disse que eu tinha uma escolha: ou eu matava minha paixão secreta ou eu morreria no lugar dela.

- E o que você escolheu?

- O que parece? – ele perguntou, irritado – Enfim, estou aqui agora. Sem dinheiro, apenas com essas roupas trouxas e um quarto nos fundos desse pub.

Hermione parou um pouco para refletir a cerca do que acabara de ouvir. Existia um lugar em Londres que ninguém mais usava, pois foi atacado por comensais e as pessoas que ali estavam foram obrigadas a sair às pressas. Acabou que, fazia tanto tempo isso, que nenhum dos dois lados ia mais lá, disso ela tinha certeza:

- Venha comigo. – ela chamou, puxando-o pelo braço.

- Para onde vai me levar?

O lugar não ficava muito longe dali e, por isso, não foi tão difícil arrastar Draco Malfoy para lá. A rua estava calma e, após certificar-se que ninguém estava olhando, Hermione fechou os olhos e murmurou algumas coisas. Do outro lado da rua, os prédios se afastavam e davam lugar a uma mansão sombria com a fachada desgastada:

- Você me trouxe para a Mansão Black? – ele questionou, incrédulo.

- Sim. – ela respondeu, sem se importar – Você não queria um lugar melhor para ficar?

- Voldemort sabe chegar aqui. – ele insitiu.

- E ninguém mais vem aqui. – ela deu de ombros enquanto empurrava os obstáculos para que eles pudessem entrar.

[...]Você é tão jovem para morrer

E é doentio como ca-câncer

Draco acabou se cansando de discutir com Hermione, ao invés disso, ele preferiu começar a limpar o lugar junto com a castanha, que parecia se divertir com o que fazia. Quando ela parecia não perceber, ele a encarava com uma expressão enigmática no rosto. Tudo ficou ainda mais confuso na mente dele quando ela colocou um velho rádio sobre a lareira e colocou uma música dançante para tocar.

Talvez apenas nos seus sonhos ele poderia se imaginar com o amor da sua vida numa situação como aquela. Uma casa sossegada, uma rotina de casal, algumas discussões pelo modo como iriam a determinado lugar (quem sabe?)... parecia que aquele era um modo bom de se levar a vida e que realmente valeu a pena se arriscar daquela forma em nome dela:

- Quer dançar? – Hermione chamou estendendo a mão.

Sinceramente, o que mais ele teria a perder?

- Não entendo como você resolveu ser legal comigo tão facilmente. – ele comentou, intrigado, enquanto dançava com ela.

- Veritasserum. – ela respondeu, encarando-o – Sinto muito, mas eu precisava saber suas verdadeiras intenções andando em meio aos trouxas.

- Não confiaria em mim no seu lugar. – ele deu de ombros – O que pretende fazer agora que tem certeza que eu não sou uma ameaça?

- Quero te ajudar, Malfoy. Todos merecem uma segunda chance.

- Acha que eu posso ser feliz com a pessoa que eu amo?

- É claro! Ainda mais se tratando de uma nascida trouxa. Isso será a reviravolta que sua família precisaria para ser recebida sem preconceitos quando tudo isso acabar.

E diante daquela afirmação Draco não pode conter o riso. Hermione o soltou e se distanciou um pouco, encarando-o com dúvida. Já havia passado o tempo de efeito da poção da verdade, então ela podia esperar qualquer coisa dele:

- Acha mesmo que o Potter vai derrotar o Lorde das Trevas? – ele perguntou, ainda rindo.

- E por que não? – ela perguntou, meio irritada.

- Você é melhor do que ele em batalha e está de malas prontas para se esconder.

- Estou de malas prontas para me juntar aos meus amigos! – ela rebateu, com um tom de orgulho em sua voz.

- Certo. Não discuto com você. Vou procurar um quarto que possa arrumar logo para dormir um pouco. Importa-se, por um acaso?

- Não. Vá em frente.

Em trinta minutos Draco encontrou o quarto perfeito e o organizou, deixando-o bastante apresentável. O cômodo tratava-se de uma suíte e o banheiro que ali havia era um dos poucos lugares da casa que não estava tão caótico. Com apenas um pouco de água ele resolveu tudo por ali, despindo-se em seguida e ligando o chuveiro para tomar um bom banho.

À medida que a água caia sobre seu corpo ele sentia seus músculos relaxando. Sua mente parecia também ser afetada, fazendo-o lembrar-se de pequenos detalhes e coisas que havia algum tempo que ele preferiu deixar de lado. Porém, como era inevitável, ele começou a pensar na sua amada e em como ele adoraria que ela estivesse naquele banheiro com ele.

Inevitavelmente seu corpo respondia aos seus desejos:

- Granger, você perguntou tudo, menos o que eu queria que você perguntasse... – ele disse para si mesmo em voz alta – Como pode não querer saber quem é a pessoa que me mudou? Como não se toca que é você?

[...]Mas você combina mais comigo do que minha camisa favorita

E eu sei, esse amor é malvado, e o amor machuca

Do outro lado da porta do banheiro Hermione ouvia aquilo ainda mais perplexa do que no momento em que soube do que o levou a estar ali. Ela havia subido para entregar-lhe algumas roupas de Sirius que encontrou num baú escondido sob as escadas (pois estas pareciam servir para o loiro) e, sem querer, acabou ouvindo aquelas divagações.

A pergunta agora era: o que fazer?

Corresponder Draco Malfoy ela não correspondia, mas ela não podia simplesmente rejeita-lo, não quando ele estava dando um passo tão importante na sua vida. Ela sentou-se na cama e ficou refletindo ali até que o rapaz saiu do banheiro enrolado numa toalha:

- São para mim? – ele perguntou, alheio ao que acontecia.

- Sim. – ela respondeu, espantando seus pensamentos – Encontrei enquanto finalizava a sala.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele, notando que havia muitas roupas aproveitáveis ali.

- Não, nada... – ela respondeu com um olhar perdido.

O que a fez voltar para a realidade naquele momento foi o fato de que, sem se importar com sua presença, Draco desenrolou a toalha e ficou completamente nu em sua frente. Hemione corou violentamente e jogou-se na cama cobrindo o rosto e gritando:

- Malfoy, vista-se!

- Pensei que você não iria se importar. – ele respondeu, sorrindo de modo debochado.

- Ah, claro! – ela levantou-se com as mãos cobrindo os olhos – Vou sair daqui!

- Cuidado. – ele pediu, vendo que ela esbarrava em tudo porque não queria abrir os olhos e vê-lo como estava – Se você cair, eu vou correr até você e alem de me ver sem roupa vai sentir meu corpo bem próximo ao seu. – ele terminou, enfatizando bem cada palavra.

E Hermione levou uma queda no mesmo instante:

- Não falei? – ele disse, com um tom sedutor em sua voz, enquanto a envolvia com cuidado.

- Malfoy... me solta. – ela pediu, com a voz fraca. Sua pele estava vermelha como um tomate e ela podia sentir a excitação do rapaz tornando-se cada vez mais difícil de conter.

Embargado pela sensação de ter a pessoa que ele mais desejava com ele, ele a beijou. Os lábios deles se entrelaçaram numa espécie de jogo misterioso. De uma maneira não muito brusca, Hermione se afastou e ficou encarando Draco com um misto de receio e excitação:

- Acho melhor eu sair. – ela disse, depois de um tempo.

- Ok. – foi a única coisa que ele pode responder, caminhando logo em seguida em direção ao banheiro para se vestir.

[...]Eu vou te amar até o fim dos tempos

Eu esperaria um milhão de anos


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado dessa parte e fiquem para ver como acaba. Beijos!