Iron Girl escrita por gabriela stark


Capítulo 74
74 ▬ Take Me To Church


Notas iniciais do capítulo

Finalizar uma fanfic nunca é fácil, por isso demorei um pouco para postar, parecia que nada ficava bom e eu tinha sempre que reescrever um pedaço.
Capítulo dedicado a Lights, minha lindeza, que recomendou a fic e voltou a postar Secret. ♥
Boa leitura gente, nos vemos lá embaixo.



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"I'll tell you my sins
So you can sharpen your knife
Offer me my deathless death
Good God, let me give you my life"

[ Take Me To Church — Hozier ]

— Então sua mãe é uma ex-agente da KGB ? — Indaguei Alice, incrédula. Estávamos nos trocando para a nossa missão em Sokovia. Alice vestia um macacão emprestado da S.H.I.E.L.D, preto e sem adornos. Já eu vestia a versão feminina da roupa do Clint: um macacão simples preto com detalhes cor de vinho.

— Loucura, não é ? nunca ia imaginar isso — Alice terminou de fechar o zíper do seu macacão e veio me ajudar com o meu.

— Mas como ela conheceu o tio Rhodes ?

— Não sei direito os detalhes mas parece que o papai era uma das missões dela. Algo deu errado, ela ficou grávida de mim e decidiu sair.

— Para virar modelo ?

— Uhum mas dona Cassandra tem 0 instinto materno, do modo que me entregou para o papai depois que nasci — Alice narrava, eu só ouvia. — Terminei, gata.

Beijei sua bochecha e fui ajeitar o meu cabelo, o prendi em um rabo de cavalo.

— Pronta para sua primeira missão e talvez a minha última ? — Indaguei minha amiga.

— Vamos lá.

Fomos de encontro ao resto do pessoal, Clint assobiou quando me viu e eu ri baixinho, totalmente corada. Já no jatinho que nos levaria a Sokovia, eu tentava invocar o meu poder porém eu sempre falhava. Será que eu tinha o perdido ? era só o que me faltava.

— Por que tá com essa ruguinha ?

— Que ruga, Clint ?

— Essa — Ele passou o indicador no espaço entre minhas sobrancelhas. Nem tinha reparado, eu estava mesmo com uma ruguinha.

— Não é nada, eu ... só estava pensando.

— No que ?

— No futuro — Respondi baixinho. Clint me puxou para perto de si e beijou o topo da minha cabeça, isso era bom. — As vezes eu penso em sair dos Vingadores, vender a Bratva para o meu pai e ser uma simples agente. Morar no meio do mato, levar uma vida simples.

— E nessa visão do seu futuro, a minha presença está nela ?

— Ué, não era você que era cheio dos planos ? uma casinha, cerca branca, piscina, churrasqueira e dois cachorros ?

— Continuo sendo mas quero saber se nos seus planos eu estou incluído.

— O que você acha ? — O indaguei com um sorriso.

— Eu acho que você está fazendo mistério de propósito.

— Adivinha, Clint.

— Nós dois, uma casa no campo, um labrador, talvez dois. Morar no meio do nada mesmo, cercados de árvores, Escócia seria perfeito. Talvez um filho mas isso é um talvez bem grande. Eu me contento em envelhecer ao seu lado.

Aquelas palavras do Clint me atingiram em cheio, ele queria envelhecer do meu lado, sem perspectivas de filhos e netos o rodeando. Sorri, comovida, e entrelacei minha mão na dele. Pedi que ele me contasse uma história e enquanto voávamos para Sokovia, ele me falava da sua juventude no circo.

Após várias horas de viagem, chegamos ao nosso destino. Encontramos caos, gritaria e muita destruição. Nos dividimos, Bruce foi resgatar a Natasha e o restante foi tentar encontrar o Ultron. Bom, não foi difícil achar ele e seu exército, assim como não foi difícil achar o dispositivo que ele havia criado e prometia destruir a cidade inteira. Acabamos nos separando de novo, para tentar salvar a população e o mundo, e fiz dupla com o Clint.

— Meg !

— O que foi ? — Respondi quando tive uma brecha, parecia que aqueles robôs brotavam do chão.

— Sei que é ... morre desgraçado — Clint destruiu um dos robôs com uma das suas flechas elétricas. — Sei que é um momento ruim mas preciso te perguntar algo.

— Agora !? — Desmontei um dos robôs a facadas, já que o meu poder não se manifestava.

— Agora !

— Pergunta de uma vez.

— Depois de acabarmos aqui, vamos tirar longas férias, só eu e você, topa ?

— Na praia ?

— Pode ser, você aceita ?

— Aceito — Falei ofegante mas sorrindo. Clint tinha aquele dom de me fazer sorrir em qualquer momento e lugar. Clint sorriu e voltamos a nossa atenção para os robôs. Após algum tempo ouvimos um rugido, eu sorri. — Bruce conseguiu.

— Mais ajuda, isso é bom.

— Esse setor tá livre, Clint. Podemos ir até a igreja ver se tá tudo bem, a Wanda tá lá.

— Vamos lá.

Seguimos pela a avenida destruída de mãos dadas. Várias pessoas passaram correndo por nós, uma gritaria sem fim que estava mexendo com o meu emocional.

— Terremoto ? — Perguntei enquanto sentia o chão tremer. Logo um forte solavanco fez com que eu caísse e trouxesse Clint junto.

— Isso não parece um terremoto — Ele se levantou e me ergueu. — Vamos, gatinha.

Corremos até onde o dispositivo estava. Wanda parecia ter tudo sob controle mas mesmo assim ficamos para ajuda-la.

— Você tem o poder igual ao meu, use ele — A garota me disse com a voz carregada de sotaque.

— Não consigo, ele sumiu.

— Não sumiu, continua dentro de você mas bloqueado — Ela pegou a minha mão. — Vamos Megan, você consegue — Fechamos os olhos juntas e tudo ao nosso redor pareceu desacelerar. Os sons estavam abafados, como se viessem de muito longe. Respirei fundo e senti um puxão na minha barriga, como se algo tivesse sido içado e agora estivessem puxando para fora de mim. Minha concentração foi quebrada, abri os olhos e gemi.

— Não consigo.

— Vai conseguir.

Os tremores continuavam, mais fortes do que nunca. Eu havia entendido, estávamos todos condenados a morrer ali. Mas a esperança persistia e ela surgiu na forma de um aeroporta-aviões da S.H.I.E.L.D, eu nunca tinha ficado tão feliz de ter visto o Fury. Começamos a evacuar a cidade enquanto ainda nos restava tempo.

— Dois aviões ? — Wanda me pergunta e olho na direção que ela olhava. Um quinjet, Fury não tinha poupado esforços mesmo.

— Quanto mais melhor, não ? — Ela assentiu em concordância. — Cadê o seu irmão ? temos que ir.

— Ele estava com o Barton.

Procurei Clint com o olhar e vi ele correndo na direção de um garotinho que parecia ter se perdido da mãe, então eu vi tudo em câmera lenta. O quinjet começou a atirar na direção que o Clint estava, Pietro correu para o ajudar. Não era um quinjet da S.H.I.E.L.D e sim do Ultron. Eu e Wanda arquejamos ao mesmo tempo, a dor que eu estava sentindo era inimaginável. Nós duas gritamos juntas, como se tivéssemos sincronizado, e tudo a nossa volta pareceu explodir. Eu senti aquele puxão novamente e eu vi tudo roxo e vermelho, literalmente. Eu e o Wanda, cegas pelo o desespero, liberamos o nossos poderes e destruímos todos os robôs ao nosso redor. O quinjet havia sido atingido também e agora repousava destruído em cima de um prédio. No meio do caos, não vimos que o dispositivo foi acionado por um dos robôs.

Corri até onde Clint e Pietro estavam. Pietro estava segurando o garotinho e Clint jazia no chão, agonizando. Pude contar pelos menos uns seis buracos de bala no seu peito.

— Ei ei, nada de fechar os olhos — Falei, enquanto segurava sua mão. — Pietro, por favor, nós não temos muito tempo.

— Claro, pega ele aqui mana — Ele entregou o garotinho para a irmã e pegou Clint no colo com dificuldade, o ajudei o quanto pude. Ele correu e eu segui atrás, Wanda já estava em segurança.

A cidade já havia sido totalmente evacuada, assim meu pai e Thor a destruíram sem maiores problemas sobrecarregando o dispositivo, salvando assim a vida de todos. Bem depois que descobri que o Visão tinha destruído o Ultron e carregado Alice para longe. Passei a viagem de volta inteira agarrada ao corpo do Clint, eu não ia permitir que ele morresse, eu não suportaria.

+++

O barulho daquele bip era irritante e estava me enlouquecendo. Fazia três dias que eu estava sentada no mesmo lugar, esperando que Clint acordasse do coma. 6 tiros, horas infindáveis de espera em uma sala de espera para ouvir de um médico que Clint havia entrado em coma depois da cirurgia. Eu ainda não tinha conhecido meu irmãozinho recém nascido ou os meus priminhos gêmeos, filhos da Sharon e do Bruce. Eu só tinha visto meus filhos rapidamente, eles estavam sendo cuidados por Roy e Eva, e fui para o hospital.

Me aproximei da maca e segurei a mão gelada do Gavião. Ele estava ligado a vários aparelhos e respirava com ajuda. Seu tórax estava todo enfaixado e ele tinha vários arranhões e hematomas espalhados pelo o corpo. Natasha tinha me garantido que Clint ia sair dessa pois ele tinha sofrido coisa pior.

— Ei JC, eu nunca fui de rezar, nunca fui a igreja, devo ser a pior fiel existente — Disse baixinho. — Não me acho no direito de pedir nada mas por favor, poupe a vida do Clint. Ele tomou 6 tiros para proteger a vida de um garotinho, ele é um verdadeiro herói — Nesse ponto eu estava chorando. — E eu o amo, eu só queria ter dito isso para ele antes.

E nesse momento, a minha mão foi apertada pela a do Clint.


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Notas finais do capítulo

Eu adorei essa interação Megan e Wanda, achei fofa.
Não se desesperem, ainda tem o epílogo dividido em duas partes e a segunda temporada logo vai estar aí.
Comentários respondidos em breve.
Beijos enormes.