Iron Girl escrita por gabriela stark


Capítulo 72
72 ▬ Fire Meet Gasoline


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, essa é praticamente a volta dos que não foram. Não vou sumir mais, prometo.
Capítulo dedicado a Natália Draven, por me puxar as orelhas e por me dar uma inspiração.
Aproveitem o capítulo, boa leitura e nos vemos lá embaixo.



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" So come on now
Strike the match, strike the match now
We’re a perfect match, perfect somehow
We were meant for one another
Come a little closer "

[ Fire Meet Gasoline — Sia ]

— Eu adoro Seul ! — A voz alegre de Alice preencheu o ambiente, nos fazendo despertar do nosso pequeno transe. Encarei minha melhor amiga e ela deu de ombros. — Que foi ? eu tenho contatos lá, além da minha mãe.

— Isso pode vir a ser útil — Fury se pronunciou. — Pode contatar sua mãe ?

— Posso — Alice disse simplesmente antes de desaparecer por entre um dos pequeninos corredores daquela casa. Meu estômago estava embrulhado, do modo que fui para fora tomar um pouco de ar e organizar os meus pensamentos. Tentei me afastar ao máximo da casa e acabei indo para o pequeno conjunto de árvores que havia ali.

Aquele pedaço de terra era grandinho e dava para se perder ali se não soubesse se guiar. O arvoredo era composto por salgueiros-chorões, carvalhos e pinheiros, muitos pinheiros. Provando que eu não estava lá muito normal, escalei os galhos de um dos salgueiros-chorões que havia ali. Minhas pernas ficaram balançando e eu podia sentir a brisa fresca beliscando minhas bochechas e bagunçar meu cabelo.

Ouvi passos perto de mim e apurei minha audição, eram pesados, então supus ser algum dos rapazes ou meu pai. Então meu nome foi chamado e aquela voz eu reconhecia a distância. Provando que é realmente quando estamos que vem as ideias de doido, com certa dificuldade me coloquei de pé sobre o galho, que graças a deus não era alto. Esperei a pessoa ficar bem embaixo do galho e num impulso corajoso, pulei sobre ela.

— Megan ! quer me matar ? — Clint me ajeitou melhor sobre os seus ombros e eu ri. — Seu pai está te procurando — Me informou e eu assenti antes de beijar sua testa.

— Me desce Clint, vou ferrar com as suas costas desse jeito — Falei enquanto dava tapinhas no seu ombro. Clint me desceu e eu pulei dos seus ombros. — Posso te fazer uma pergunta ?

— Manda.

— Você se arrepende de ontem a noite ?

— Se eu me arrependo ? Meg, ontem a noite foi a melhor de toda a minha vida. Parece que agora cada facada, tiro, flechada, soco que ganhei valem a pena — Nossa, ele sabia ser poético quando queria.

— Desde quando gosta de mim ? — Perguntei, eu precisava saber.

— Batalha de NY — Murmurou, ele parecia meio envergonhado. Franzi um pouco o cenho, levemente confusa. — Você me ajudou em uma hora em que eu estava cercado de Chitauris e sem flechas, nunca esqueci. — Completou. Peguei sua mão e a apertei de leve.

— Devemos entrar, tá batendo um ventinho e estamos com pouca roupa — De fato, eu estava de short e Clint de regata. Seguimos de mãos dadas até a casa, e quando entramos, nos separamos. Clint foi conversar com Natasha sobre a que pé estávamos sobre Seul e eu fui procurar o meu pai. Encontrei o senhor Tony Stark bem instalado na rede que havia na varanda dos fundos, observando os últimos resquícios de sol no horizonte. — Queria me ver pai ?

— Aham, senta aqui baby girl, faz tempo que não trocamos uma ideia — Me acomodei ao seu lado na rede e seus braços me envolveram, eles eram o meu casulo contra o mal, enquanto eu estivesse ali nada de mal iria me acontecer. — O que está rolando entre você e o Gavião ?

— Ãhn ? não tá rolando nada pai — Tentei desconversar.

— Aham, e eu nasci ontem — Papai disse antes de nos balançar de leve. — Abre o bico Megan, o que tá rolando ? não sou bobo, vi vocês de mãos dadas mais cedo, o jeito que se olhavam mesmo se comportando normalmente. Rolou algo ? deve ter rolado, eu sei que o Gavião arrasta uma asa para você desde sempre.

— E se sabia disso, por que nunca me contou ? por que deixou eu me envolver com o Thor e o James ?

— Não sei, talvez eu achasse que você, com o tempo, visse que o Clint gostava de você mas né, você só tinha olhos para a Barbie do espaço, estava deslumbrada por ele. "Ai meu Deus, como ele é lindo" — Disse, fazendo um falsete na última frase.

Engoli em seco, papai estava sendo extremamente franco comigo e não estava fazendo suas costumeiras piadas sem graça. Me aconcheguei melhor nos seus braços e suspirei bem alto.

— Eu dormi com o Clint — Falei baixinho, papai não me interrompeu, então supus que eu poderia continuar a narrativa. — Eu estava conversando com a Alice e a Melanie sobre sabe ... as mancadas do Thor e outras coisas relacionadas a isso, então a Alice me lançou uma pergunta que me fez ficar pensativa e ... acabou rolando. O Clint tem sido tão bom comigo nos últimos tempos pai, na verdade ele sempre foi. Eu sempre o considerei o meu melhor amigo, então é muito fácil gostar dele — Respirei fundo. — Então pode me julgar agora, me dar lição de moral por que traí o Thor e essas coisas, cumpra seu papel de pai.

— Meu amor, eu sempre, e digo sempre, vou apoiar sua felicidade, mesmo que ela esteja ao lado do Gavião. E vamos pensar um pouquinho, o Thor te traiu bem antes, não é ? é sim — Acrescentou, vendo a cara de confusão que eu fazia. — Com a Amora, ela ia ter um bebê dele.

— Mas ... mas era eu.

— Correção, era a Amora. Por acaso você estava no controle do seu corpo ? — Me indagou e eu neguei. — Então, ele não pode querer te dar lição de moral nenhuma e se der, eu soco ele — Eu gargalhei e abracei o mais apertado que conseguia o meu pai. — E vou dizer outra coisa, prefiro você aqui do meu lado, casada com o Gavião, do que longe de mim, imortal e morando em outro reino.

— Você é o melhor pai do mundo, vou morrer dizendo isso.

— É sempre bom ouvir isso — Falou cheio de si, esse era o meu pai. — Eu te amo, minha menininha.

— Também te amo, meu herói.

Fiquei mais um tempo ali, falando bobagem com o meu pai e só voltamos para dentro quando Eva nos chamou para jantar.

— Boas notícias pessoal — Alice anunciou, desviamos a atenção dos nossos pratos. — Tudo certo para Seul, não sei como mas minha mãe vai dar abrigo para todos nós. Se não me importarem, eu vou junto por que só eu sei lidar com o humor instável dela.

— Não nos importamos, não é ? — Falei, olhando toda a mesa, ninguém discordou de mim. Terminamos o jantar em silêncio e eu fui cuidar da louça, eu não suportava ver nada sujo.

— Ei miss american pie — Clint falou ao pé do ouvido, ele havia passado a me chamar assim desde o dia em que havia descoberto que American Pie era uma das minhas músicas favoritas. — Tudo bem entre o seu pai e você ?

— Tudinho, ele só queria conversar um pouco.

— Eu ouvi ... o fim da conversa.

— Abusado — Lhe dei um tapinha no braço antes de voltar a minha atenção para a louça. Clint riu e passou a me ajudar. — Você ouviu a conversa então ?

— É, ouvi. Seu pai te apoia muito.

— Uhum mas mancada dele não me contar ... você sabe.

— Ele deve ter os seus motivos mas nunca vamos entender Tony Stark 100% — Terminamos tudo ali, a casa já estava silenciosa, todos foram dormir cedo pois amanhã iríamos viajar para Seul. — Posso dormir com você hoje de novo ? — Me perguntou com a maior carinha de inocente, simplesmente irresistível.

— Pode, o quarto é seu mesmo mas sem sexo.

— Tá naqueles dias ? com enxaqueca ?

— Você não tem cura, Clint Barton.

Saí correndo na direção da escada mas ele foi mais rápido, simplesmente me jogou no seu ombro e subiu escada acima. Não rolou sexo, ficamos conversando apenas. Entramos a madrugada conversando sobre absolutamente tudo: relembramos da batalha contra os Chitauri, das missões que fizemos juntos, do dia em que resgatamos Eva e daquele dia em que retornei para Asgard com o poder da Amora e lhe mostrei a sua visão de uma vida perfeita. Dormimos só quando o dia estava amanhecendo mas não nos importamos, dormimos felizes.

+++

A viagem até Seul não foi das piores, papai não havia ido conosco pois iria fazer um desvio em Oslo mas nos encontraria lá assim que possível. O pessoal ia em um jatinho fretado, cortesia da mãe da Alice, porém eu preferi ir voando com uma das minhas armaduras. Eu sentia saudades de usar ela mas eu devia admitir, lutar com as mãos nuas não era nada mal.

Enfim chegamos em Seul. Não perdemos muito tempo, apenas largamos o excesso de bagagem no hotel e logo fomos para o laboratório da amiga do Bruce. Encontrei a pobre Helen ferida no chão, não parecia que ia morrer mas ela estava bem machucada. Em poucas palavras, ela resumiu o que havia acontecido ali.

Correr atrás do Ultron era algo que eu não queria mas se fez necessário e não íamos conseguir fazer isso de forma mais pacífica, não, tivemos que destruir tudo o que víamos ao nosso redor mas ganhamos uma ajuda inesperada. Os gêmeos Maximoff apareceram, Pietro auxiliava Steve a controlar um trem desgovernado cheio de inocentes e Wanda ajudava eu e Clint a tirar os civis da linha de fogo.

Eu respirava em arquejos curtos e dolorosos, eu estava cozinhando dentro da minha armadura e o meu poder estava falhando, algo inédito até então.

— Cadê a Natasha ? — Indaguei Clint quando tivemos uma pausa.

— Estava ajudando o Capitão.

— Rogers ! — O chamei pelo o comunicador.

O que foi ?

— A Nat está com você ? — Silêncio. — Ela está, não está ?

Ela foi capturada pelo o Ultron mas recuperamos o corpo sintético, estou indo para o laboratório.

— Nos vemos lá — Arranquei o comunicador da minha orelha e o atirei longe, o gesto não passou despercebido por Clint. — Nat foi capturada pelo o Ultron mas o Capitão conseguiu recuperar o corpo dele, está indo para o laboratório. — Suspirei. — Vou para o hotel, tirar a armadura e ir para lá.

— Gatinha, é uma boa ideia ficar sem a armadura ?

— Eu estou cozinhando aqui dentro Clint, então sim, é uma boa ideia ficar sem ela.

Clint não discutiu e disse que iria comigo para o hotel pois queria pegar algumas flechas, Wanda disse que iria se encontrar com o irmão e Steve, não discutimos e deixamos ela ir. O hotel não era longe, do modo que chegamos lá rapidamente. Me livrei da armadura e apalpei um dos lados da minha cintura, estava dolorida pra caramba e havia um hematoma. Catei a primeira muda de roupa que vi e a vesti, no fim eu estava usando um short e regatas pretos e um casaco de couro roxo por cima, calcei botas sem salto e prendi o cabelo. Escondi as minhas facas de caça nas botas e eu estava pronta para outra. Clint também estava pronto, havia se abastecido de flechas e usava uma regata limpa, fomos o mais rápido possível para o laboratório.

Havia uma multidão lá a nossa espera, papai estava lá assim como os gêmeos e Alice, essa última parecia deslocada ali mas achei bom a presença da minha melhor amiga. Senti que algo estava errado e constatei isso ao ver que papai estava carregando J.A.R.V.I.S no corpo sintético daquele monstro homicida.

— O que diabos está fazendo ? desliga isso pai !

— Não posso Meg.

— Se não desligar eu ... — Não completei a frase, a figura de Thor me fez estacar. — Ótimo — Murmurei após me recuperar do susto inicial. O grandão me olhou e eu empinei o nariz, demonstrando o quanto ele havia pisado na bola, ele entendeu o recado. Olhou para Clint que estava do meu lado, depois para mim e por fim suspirou. Me preparei para uma discussão que imaginei que iria vir mas não veio, Thor simplesmente ajudou a ativar o corpo sintético.

A câmara explodiu e revelou o que estava lá dentro, um ser totalmente diferente de tudo o que eu já tinha visto. Eu não saberia dizer se ele era o J.A.R.V.I.S ou o Ultron. Ele nos encarava e se demorou muito mais em Alice, ambos se encararam por longos minutos até que a minha amiga desviou o olhar, totalmente corada.

O que havíamos feito ? o que acabamos de criar ali ?


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Notas finais do capítulo

Escrever cenas Melint é tão fácil, talvez seja por que originalmente a Megan ia ficar com ele e não com o Thor
Comentários sendo respondidos e capítulos sendo betados.
A fic está perto do seu fim e logo teremos uma segunda temporada, tem algo que gostariam de ver ? alguma cena em específico ou algum personagem ? aceito sugestões.
Beijos e até o próximo capítulo. ❤