– Para Rony!

Gina e Rony tomavam café da manhã na Toca. Estavam sentados sozinhos um do lado do outro na mesa.

– Mas eu não fiz nada.

– Eu sei muito bem que foi você que enfeitiçou essa vareta. - Com um aceno da varinha, a vareta que cutucava a garota queimou - E agora fique quieto se não quiser ser o próximo.

– Gina, você é tão sem graça.

– E você já deveria estar na Logros.

– Ah, o Jorge me deu folga hoje.

– Como assim? Você mal trabalha e já está de folga?

– Que história de não trabalho é essa, Ginevra?

– Não.Me.Chame.de.Ginevra.Abílio.

– Mas é um nome tão lindo - sorriu - E para sua informação, eu agora sou sócio da Logros.

– Já não era sem tempo de você prestar para alguma coisa.

– Que história é essa, Gina? Eu sempre prestei...

– Sim, claro. Para desgnomizar o jardim e ser o motivo de chacota dos gêmeos. AI, RONY. - Outra vareta cutucava a garota - Eu vou te azarar...

– Você me insultou.

– Vocês são duas crianças grandes, sabiam? - A sra. Weasley acabara de entrar na cozinha.

– Ah, mamãe. O Rony que começou.

– Não comecei nada, foi você que me chamou de imprestável...

– E estou mentindo, por acaso?

– Claro que está. Eu sirvo pra muita coisa.

– Ah! Claro que serve... Serve demais até...

– CHEGA! Vocês parecem ainda ter 4 e 5 anos. Como é possível?

– Eu não. - Gina apressou-se - Cresci e amadureci. O Rony que continua um bebezão...

– Eu não sou...

– Parem agora. E terminem logo esse café.

Os dois se olharam enraivecidos. Pareciam mesmo duas crianças grandes. Enquanto terminavam o café, Rony percebeu uma coruja se aproximando.

– Lá vem uma coruja.

– Deve ser do seu pai - a sra Weasley apressou-se, mas a coruja desviou.

Para a Srta. Ginevra Molly Weasley

– Para você? - Rony estranhou.

– Não está vendo? - ela retrucou - Está cego, por acaso?

– Deve ser do Harry – observou a sra. Weasley.

– Não mamãe, o Harry não me chama de Ginevra. Deixa eu ler.

A garota começou a abrir o envelope lacrado.

– Rony, da licença. Eu posso ler a minha carta em paz?

O rapaz havia se precipitado para o lado da irmã, a fim de ler junto com ela o que estava escrito.

– Então minha filha? – A sra. Weasley estava preocupada. A filha olhava fixamente para o papel há alguns minutos e não falava nada.

Ela levantou os olhos em direção à mãe. Fitou o irmão e sorriu. Estava sem palavras. Não sabia como contar. Rony se precipitou novamente e arrancou o pergaminho das mãos da irmã, depois começou a ler em voz alta.

“Cara Senhorita Ginevra Molly Weasley,

Escrevemos para convidá-la a participar do nosso teste para apanhadoras.

Um de nossos olheiros presenciou seu treino e ficou surpreso com sua habilidade.

Caso tenha interesse, compareça no próximo domingo, às 9h da manhã, ao estádio de treinamento do Harpias de Holyhead, localizado no País de Gales.

Att.

Guga Jones

Capitã do Time Harpias de Holyhead”

– Eu ouvi direito? – A sra. Weasley espantou-se.

– Eu não li errado, então? – Gina sorria bobamente.

– Teste no Harpias? - Rony estava igualmente surpreso.

Os três tinham a cara da mais perfeita incredulidade. Ficaram se olhando apreensivos até serem acordados do transe por um grito esganiçado de Gina.

– Eu vou pro Harpias... Não acredito! Mamãe, estou sonhando?

– Acredito que não, Gina – A sra. Weasley ainda olhava com um misto de dúvida e espanto.

– Preciso avisar ao Harry.

Gina apanhou rapidamente a varinha e enviou um patrono gritante para o namorado.

Harry estava em transe. Conversava com o Ministro Kingsley quando fora interrompido pelo cavalo prateado que gritava a voz de Gina pelos arredores da sala no Ministério.

Harry. Fui convocada para fazer um teste para o Harpias de Holyhead. Não estou conseguindo me conter de alegria.

– Dê, por favor, meus parabéns a senhorita Weasley, Harry. - o ministro falou brincalhão.

– Claro Ministro, darei sim. - respondeu um Harry claramente envergonhado.

Gina não parava de saltitar pela casa. Já havia informado a Mione, o Gui, o Jorge e até o Carlinhos recebera o patrono da ruiva. Estava ansiosa e aproveitou a semana para treinar a vontade para o teste. Não se cabia mais de emoção.

Combinou de se encontrar com Harry no estádio. Ele tinha uma missão e só chegaria em cima da hora. Não daria tempo de ir a Toca então preferiu ir direto para o estádio.

Hermione passara a noite de sábado para domingo na Toca e aproveitou o incentivo da amiga extremamente aflita para visitar o namorado.

Gina estava nervosa, porém muito confiante. Gostava de ser aoanhadora. Depois de tomar uma poção do sono, finalmente dormiu tranquila.

A manhã era clara e ensolarada. Perfeita para um teste de Quadribol. Gina aparentava estar bem tranquila, o que deixou Rony levemente cismado.

– Vamos então? – O Sr. Weasley apressou-se.

– Vamos. – Todos responderam em uníssono.

– Vamos para a lareira. – Usariam o pó de flur para chegar ao estádio. Hermione achou estranho que um estádio de Quadribol tivesse uma lareira, mas resolveu não comentar. A dúvida parecia ser apenas dela.

– Primeiro você, Gina querida. – A Sra. Weasley apressou-se entregando o pote com pó de flur para a filha.

Fora seguida pela sra. Weasley, Hermione, Rony e pelo sr. Weasley.

– Olá Ginevra, fico feliz que tenha aceitado o convite para participar do treino – Gina ficou rubra como os cabelos. Havia sido saudada por ninguém menos que Guga Jones, a capitã do Harpias.

– Er... Espero fazer o melhor! – Uma Gina incrivelmente sem palavras respondeu.

– Basta fazer o que sabe e já será o suficiente – Guga concluiu – Agora venha comigo Ginevra, você precisa ficar na concentração com as outras meninas convocadas.

– Claro.

– Senhores. – Guga continuou – Será um prazer que assistam nossa seleção. Ficarei muito feliz que participem. Podem ficar nas arquibancadas.

– O...bri.ga.do!

– Rony, por Merlin – Hermione contestou – Fecha a boca.

– Desculpe, Mione.

– Vamos sentar.

– Ótimo jogo, Gina- a Sra. Weasley abraçou a filha.

– Obrigada mamãe.

– Apenas se divirta, minha filha – Agora abraçada pelo Sr. Weasley.

– Obrigada papai.

– Vai dar tudo certo, Gi...

– Obrigada, Mione.

– Sorte, Ginevra.

– Obrigada, Abilio.

A família rumou para as arquibancadas e sentaram-se junto a Jorge e Angelina e Gui que já haviam chegado. Fleur não estava presente. Não gostava de Quadribol e estava indisposta.

Um tempo depois Harry aparatou e logo localizou um mar de cabelos flamejantes, indo de encontro à família.

Os testes começaram. As primeiras a se apresentarem foram às batedoras. Lançaram balaços umas nas outras e tinham que se defender mandando-os para o mais longe possível.

Logo em seguida entraram as goleiras e as artilheiras.

As artilheiras jogavam a goles e faziam passos entre si a fim de marcar pontos.

O final foi reservado às apanhadoras. Dividiram-se as garotas do teste em dois times de 9 pessoas. Jogariam umas contra as outras em dois períodos de 30 minutos para ver como se sairiam juntas. Gina estava em muito boa forma. Se entrosou facilmente com as duas formações montadas pela capitã e demais jogadoras do Harpias e realmente estava confiante.

Depois de finalizados os testes a capitã do time apressou-se para conversar com as garotas.

– Meninas, - Guga começou – vocês estão, sem dúvidas, de parabéns. Não darei resultados agora porque ainda preciso sentar com as demais jogadoras e nossa técnica. Entre duas semanas vocês deverão receber nossa carta informando se foi ou não selecionada e como fazer caso a resposta seja positiva.

“Mais uma vez, obrigada a todas por terem comparecido a este teste e independente de qual seja o resultado, vocês todas foram muito bem e devem permanecer em busca de seu objetivo maior.

Estão dispensadas.”

Gina correu de imediato para a família. Foi abraça e cumprimentada por todos. Tinha sido ótima e foram ao Beco Diagonal comemorar o bom teste com uma deliciosa cerveja amanteigada.

Gina achava que os dias não passavam. Foi passar dois dias na casa de Hermione, que estivera sozinha devido a uma viajem a trabalho dos pais. Conversaram e se divertiram bastante.

Hermione levou Gina ao shopping, mas a ruiva não conseguia se desprender da angústia que era esperar uma resposta.

Na sexta-feira da última semana dada pela capitã do time, Gina já tinha perdido todas as esperanças. Estava cabisbaixa e mal falava com ninguém.

– Minha filha – Molly se apressou em acalentá-la – Não fique assim meu amor.

– Ah mamãe – A ruiva estava desolada – Eu estava tão animada. Pensei que daria certo, mas me enganei.

– Não há motivos para ficar triste. Tudo na vida é assim querida. Às vezes ganhamos, às vezes perdemos. Não se preocupe, novas oportunidades virão.

– Obrigada mamãe. Vou tentar melhorar.

– Assim é que se fala meu amor.

– Gina – Rony vinha descendo as escadas quase que tropeçando em suas pernas enormes – Acho que o Harpias tem uma coruja parecida com o Errol. Me entregaram isso.

Ele entregava sorridente um pergaminho lacrado com o símbolo do Harpias endereçado a Gina. Ela olhava assustada para o irmão e paralisou-se sem conseguir falar nada.

– Tá bem. – Rony apressou-se – Eu leio então.

– Não senhor. Me entrega a carta.

O tom autoritário lembrava a mãe. Como se Rony soubesse o efeito que faria as palavras ditas a pouco na irmã, sorriu e entregou de bom grado a carta a Gina.

A ruiva estava vermelha e não respirava direito. Olhava petrificada para o pergaminho aberto entre os dedos.

Como era de costume na casa, Rony puxou a carta da irmã e começou a leitura em voz alta.

Prezada Srta Ginevra Molly Weasley,

É com grande prazer que a aguardamos no próximo dia 19 as 8h da manhã para o seu primeiro treinamento como apanhadora reserva do nosso time.

Aguardamos para que também assine seu contrato e para fazer as devidas medições em seu uniforme.

Parabéns e contamos com você

Att.

Guga Jones

Capitã do Time Harpias de Holyhead

– Eu entrei? - ela falou em tom baixo gritando em seguida – EU ENTREI!!!

– Parabéns minha filha... A sra Weasley tinha grossas gotas de lágrimas em seus olhos – Estou muito orgulhosa.

– E dá-lhe Gina – Foi surpreendida por um abraço do Rony – Estou orgulhoso.

– Valeu, Rony.

– Precisamos comemorar - A sra Weasley agora sorria animada enquanto enxugava as lágrimas que haviam escapado – Vamos convidar todos os parentes e fazer um grande almoço no domingo.

Gina tinha um sorriso tão grande que nem cabia em sí.

– Ah...

– O que foi, Rony?

– Bem que o Harry podia ter esperado pra te pedir em casamento num jogo, igual o Rodolfo Brand fez com a Dulce Griffiths.

– A diferença é que o Harry não seria espancado por mim.

Todos foram avisados sobre a nova artilheira do Harpias graças aos patronos de Gina e Rony e devidamente convidados para o almoço de comemoração que seria oferecido no domingo na Toca.