A Vida Continua - Fase 01 escrita por Andye


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

Como havia dito, segue o capítulo da formatura como um extra. A partir do próximo vai ser algo mais pós Hogwarts realmente, e as coisas vão começar a desenrolar. Espero que curtam e comentem.



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Estavam todos em nervos.

– Cara, nem acredito que vamos nos formar. – Dino comentava com os amigos de quarto e achava estranho que fossem sair de Hogwarts.

– Estranho mesmo é pensar que sobrevivemos à guerra - Simas comentou sombriamente.

– Eu duvidei que a Profa. Minerva fosse aceitar aquelas coisascomo professores – Neville falou.

– Sim, mas isso é passado. Vencemos e vamos nos formar, é o que importa. - Dino continuou.

– Estranho mesmo é não ter o Rony e o Harry aqui se formando com a gente – disse Neville.

– É... Mas eles tinham coisas mais importantes, talvez! – Agora era o Dino que entrava na conversa.

– O Rony está bem trabalhando nas Genialidades, vocês bem viram durante esse ano. - Neville falou.

– E o Harry também. Foi muito boa a iniciativa que ele teve em criar o orfanato. - Simas continuou.

– É mesmo. Muitas crianças ficaram órfãs nessa guerra estúpida. - Neville falou de forma triste.

– Acho que ele se lembrou dos momentos difíceis que passou com os tios e resolveu... - Simas falou e Dino o interrompeu.

– O Harry deve ser mesmo muito rico...

– Mas ainda bem ele tem usado o dinheiro para o bem do próximo. - Simas continuou.

– Sim, o Harry sempre foi assim... - Neville concordou.

– Ao contrário do Rony que sempre foi preguiçoso. - Simas sorriu. - Ainda não acredito que ele está trabalhando com o Jorge.

– Sim, mas é compreensível. - Neville explicou - Depois que o Fred se foi, o Jorge ficou só. O Rony era o mais próximo, acho que ele se sentiu na obrigação.

– Verdade. - Dino concordou.

– Hey, Neville, quem vai com você ao baile?

Neville engasgou com um sapo de chocolate tentando engolir a pergunta do Simas, a mudança repentina de assunto, mas respirou fundo...

– Eu vou com a Luna!

– Claro, devia ter pensado nisso. Neville e Di-lua. O casal mais perfeito que já vi.

– Cala a boca Simas, antes a Luna que a Patil. – Ralhou Neville.

– Mas a Parvati é linda - se defendeu - Adoro aqueles olhos gigantes que parecem jabuticaba! E você Dino, conseguiu falar com a Lilá?

– Ah sim, vou com ela. - explicou - Ela relutou um pouco porque ainda está com aquela história de se achar feia devido aqueles cortes, mas eu falei pra ela que não me importo com isso, que o que importa é estar com ela...

– Que romântico, em Dino?

Harry comentou chamando a atenção dos garotos que estavam no quarto. Os garotos se levantaram e abraçaram o moreno, demonstrando o carinho que tinham e a saudade que o amigo fazia.

– Ah! Cala a boca Harry. Ninguém está falando da cara idiota que você faz quando chega perto da Gina.

– Ah... Isso porque você não chegou a ver a cara de bobo que o Rony faz quando chega perto da Mione. – se defendeu.

– Mas o Rony sempre teve cara de bobo... – concluiu Simas.

– Quem diria eim... Rony e Hermione... – Pensou Neville

– O trasgo e a sabe-tudo... Ah Harry, isso doeu. – Simas se livrava de um travesseiro que acertou em cheio o seu nariz.

– Não fale mal do meu cunhado na minha frente, só eu posso fazer isto. - Harry falava tentando se mostrar aborrecido.

– Eu não minto! Ela sempre será uma sabe-tudo mandona... Mas gosto muito dela! – Simas defendeu-se.

– A Hermione é demais! – Concluiu Neville.

– Deixa o Rony te ouvir falando assim...

– E onde está o Rony?

– Provavelmente procurando a Hermione.

Harry sorriu e os outros o acompanharam. Ficaram por ali, lembrando as aventuras vividas enquanto não era a hora de descerem para o baile de formatura.

– Gina, sua mãe acabou de mandar os nossos vestidos. – Hermione entrou afoita no quarto.

– Até que enfim Mione. Pensei que a mamãe tivesse esquecido.

– Sua mãe nunca esquece nada Gina. – Concluiu Parvati - Ela definitivamente, não deixa passar nada.

– Ei Parvati, respeite a minha mãe. – Disse Gina Sorrindo – Embora precisasse concordar.

– Nunca poderei agradecer a professora Minerva por ter me deixado adiantar o ano com vocês, e você, Hermione, por ter me ajudado com as matérias extras.

– Não precisa agradecer, Gina, você é muito inteligente, foi fácil. - um abraço das duas e depois Gina foi ver seu vestido.

– Sempre vou precisar agradecer você, Mione, por tudo - ela olhou para amiga com o vestido nas mãos.

– E o que você tem Lilá? – Hermione perguntou preocupada - As quatro dividiam o quarto agora.

– Nada!

– Ah Lilá, por favor. Fala logo o que você tem! – Parvati exigia da amiga.

– Não é nada meninas, estou bem. - o tom era triste.

– Lilá, por favor, você não me engana tá. O que você tem? Fala logo. – Parvati estava ainda mais autoritária.

– É que... Er... Acho que não vou ao baile de formatura.

– Mas você não vai com o Dino? – Gina assustou-se.

– É. Eu disse que ia, mas acho que não vou mais.

– Por quê? É nossa formatura. Nunca se repetirá. – Hermione questionou.

– Lilá! Por favor. Eu não acredito que é pelo que estou pensando. – Parvati parecia ler a mente da amiga.

– Ah Parvati, você diz isso porque não é com você.

– Qual é o problema então? – Gina estava curiosa.

– As marcas. Elas são o problema. – Lilá aprontava para o próprio rosto.

– Não acredito nisso Lilá. Você sobreviveu a um dos piores comensais que existiu. Não foi infectada. Está bem... – concluiu Hermione revoltada.

– Mas essas cicatrizes me entristecem... Estou feia!

– Lilá, não pense assim... – disse Parvati se aproximando.

– É Lilá, - meteu-se Gina - meu irmão Gui também foi atacado por aquele lobo nojento e sobreviveu. Vive muito bem até. É casado com uma veela e continua lindo por dentro e por fora. Vão até ter um filho...

– Pois é. Você não tem porque ficar triste por isso. – concluiu Parvati.

– São marcas de sua luta. Da nossa vitória... – acrescentou Hermione.

– Ah meninas, mas me sinto tão mal. Não existe cura para essas cicatrizes...

– Mas Lilá, - apressou-se Gina - quase nem dá pra ver. Essa aqui mesmo – ela apontava para o pescoço de Lilá -, o teu cabelo fica em cima.

– É . E as outras são menores. – observou Parvati

– E seu tratamento deu muito mais certo que o do Gui... – acrescentou Hermione amigavelmente.

– Isso porque ele preferiu as cicatrizes... – apresou-se Gina – Ele disse que é para lembrar do quanto foi corajoso...

– Pois é Lilá. – concluiu Hermione - Você não pode deixar de viver por isso. São marcas sim, mas de uma luta que nós vencemos. Marcas de um passado triste que poderia ter sido um futuro sombrio se não tivéssemos lutado. Nos empenhado a vencer.

– Você, o Harry e o Rony, você quer dizer...

– Não. Todos nós. O Harry, o Rony e eu fomos encarregados de uma tarefa, mas vocês, assim como nós, travaram uma guerra aqui. Se expuseram, foram corajosos e continuaram defendendo tudo no que acreditavam. Lutaram ao nosso lado, mesmo que de formas diferentes.

– Resistimos às maldades daqueles comensais. – acrescentou Gina.

– Não voltaram atrás mesmo sabendo que sofreriam e até poderiam ser mortos. Vocês, assim como nós, se arriscaram. Se uniram e isso só prova o quão forte somos quando estamos juntos...

– Como o Dumbledore sempre disse... – Lembrou Gina.

– Isso mesmo. Agora vamos deixar de remoer essas tristezas passadas. Nós conseguimos e temos um baile para nos preparar. – acrescentou Parvati.

– E você, Srta. Brown. Coloca já um sorriso nesse rosto e vamos nos arrumar... – concluiu Hermione, tirando um leve sorriso da garota.

– É. Não quero deixar o Harry esperando.

– Ah Harryzinho, meu amor...

– Ah... Cala a boca Mione! – ela foi atingida por um travesseiro que a fez cair e roubou um sorriso de verdadeiro agradecimento da Lilá.

[...]

Harry desceu antes que a maioria. Os alunos dos outros anos haviam ido para casa e o salão principal estava maravilhoso. O teto mostrava uma noite clara de lua cheia muito estrelada e tranquila. As velas flutuavam dando um toque especial à decoração principal que trazia as cores das casas como principal.

Nessa noite, grifinórios, corvinais, lufa-lufas e sonserinos estariam se formando, devidamente aprovados em suas N.I.E.Ns e ansiosos para o que fariam depois de Hogwarts.

Mesas redondas eram distribuídas ao longo do salão e seu tamanho e a quantidade de cadeiras eram colocados em relação à quantidade de parentes de cada aluno.

Ele reparou uma mesa muito maior que as demais e ao se aproximar, viu que era a mesa de sua família, os Weasley. Nela havia cadeiras em demasia.

Harry sempre se sentiu como parte daquela família. Considerava a todos como seus. Sempre tivera Rony como um irmão e o amava como tal.

Reparou ainda que a mesa encostada a dos Weasleys era conhecida. Tinha um enorme Grangercentral e quatro cadeiras. Ele se perguntou se a quarta cadeira seria apenas para completar a mesa ou se seria a cadeira destinada a Rony, que também era convidado de Hermione. Tentou contar as cadeiras Weasley e tirar a dúvida, mas foi surpreendido pelo Sr. Nicolas.

– Olá Sr. Potter. Boa noite.

– Boa noite Sr. Nicolas.

– Contemplando a ornamentação. Realmente o Prof. Flitwick é um ótimo decorador.

– É sim.

– O professor Dumbledore está muito feliz. Eu o encontrei em uma moldura no quinto andar. Ele estava contando aos cavalheiros do quadro o quanto o aprecia Sr. Potter.

– Acho que vou vê-lo.

– Ah não. Não se incomode. Ele falou que não iria participar. Foi visitar a irmã em outro quadro. Mas acredito que não faltarão oportunidades para que o Sr. possa conversar com ele.

– É verdade.

– Ah! Sr. Weasley. Que bom revê-lo. - Nicolas sorriu para o ruivo animado ao reencontra-lo depois de mais de um ano.

– E ai Nick. Essa cabeça ainda não caiu de vez?

– Sr. Weasley, relevarei este comentário infundado por esta noite se tratar de uma grande festa. Percebo que o senhor continua com os mesmos modos de antes e pelo fato do senhor está aqui como um convidado, prefiro me ausentar agora. Sr. Potter. Sr. Weasley. – a última palavra saiu um tanto que irritada, e virando-se rapidamente fazendo sua cabeça balançar, o Sr. Nicolas sumiu em uma parece.

– Cara, ele continua sensível como sempre!

– E onde estava?

– Por ai, procurando o pessoal, mas não encontrei ninguém do nosso ano.

– Estão todos lá em cima. Vamos?

– É. Vamos. Vamos, assim esperamos as meninas no salão.

Rony foi festejado ao passar pela mulher gorda e até foi saudado por ela. Fazia tanto tempo que não entrara na sala da Grifinória, mas percebeu, tudo estava como sempre fora. Tudo permanecia normal.

Conversaram muito e ainda tiveram tempo de jogar uma partida de xadrez de bruxo até Neville avisar que iria descer, pois Luna o aguardava do lado de fora do retrato. Eles conseguiram reverter o feitiço que Hermione havia usado nas moedas da AD no quinto ano e agora as usava para se comunicar.

Passou mais um tempo até Rony começar a se desesperar.

– Cara, elas demoram demais. Desse jeito vamos perder o banquete.

– Rony, você não muda mesmo, cara.

– Poxa, eu tô com fome Harry. E a Mione nem pra pensar nisso.

– Temos que esperar. – comentou Dino - Acho que vão descer as quatro juntas.

– É. Acho que já desceu praticamente todo mundo. – observou Simas.

– Será que ainda existe aquele feitiço que não nos deixa entrar no quarto das meninas? – Rony se perguntou.

– Não sei. Nunca tentei. - Neville respondeu.

– Pois eu vou. - Rony levantou decidido.

Um pouco depois ele desceu rolando as escadas que havia se transformado em algo parecido com um tobogã. O jogara a uma grande distância do primeiro degrau da escadaria dos dormitórios femininos.

– Acho que isso responde a sua pergunta. Os três caíram na gargalhada enquanto Rony se endireitava e era observado por alguns poucos que ainda estavam no salão.

Um tempo depois a primeira a aparecer foi Parvati. Ao apontar no alto da escada, Simas se contorceu. Ela usava um lindo vestido verde esmeralda e uma bela faixa nos cabelos. Tinhas brincos grandes, bem característicos, e o cabelo estava adornado com broches brilhantes em uma longa trança.

– Boa noite, rapazes. Olá Rony, Harry, quanto tempo.

– Boa noite Parvati.

– É bom rever você.

– Tá bom, afasta que o namorado aqui sou eu...

– Quem tentou subir no dormitório? Ouvimos a queda.

Eles se olharam e sorriram. Logo depois Gina surgiu, para a felicidade de Harry e o desespero de Rony, que estava com muito medo de ficar frente a frente com sua antiga namorada Lilá.

Gina usava um vestido laranjado que deixava seu cabelo ainda mais vivo e vermelho. O vestido ia até um pouco acima do joelho e era todo enfeitado com pedrarias que brilhavam graciosamente cada vez que ela se mexia. Ela usava um sapato com um alto salto que Harry duvidou ser possível se equilibrar em cima.

– Oi Harry.- ela beijou o namorado fazendo Rony revirar o estômago - Olá Roniquinho - beijou a bochecha do irmão - A Mione já vai descer. E então, vamos Harry?

Ele assentiu com a cabeça e saiu, deixando Rony e Dino sozinhos. Alguns minutos depois Mione surge linda e perfeita aos olhos de Rony, ao lado de Lilá Brown.

– Olá Ron. – Mione disse ao abraçar o ruivo.

– Oi Rony. Olá Dino! – agora era cumprimentado por Lilá, muito educadamente.

– Oi Lilá.

– Está linda, Lilá. – Dino estava abobado com a beleza da namorada.

– Obrigada Dino! Vamos?

– Vamos sim. – apressou-se Hermione

– O que aconteceu com ela? – sussurrou Rony para a namorada afastando-se um pouco.

– O que? Pensou que ela iria ficar te esperando para sempre ou iria te lançar uma azaração?

– Quase isso...

– Não seja ridículo, Ron. Vamos logo.

– A propósito. Mione, você está linda. A moça corou e sorriu.

Hermione usava um vestido vermelho muito bonito. Tinha alças finas que se cruzavam nas costas. Parecia um corpete na cintura e a deixava muito bonita e atraente. Rony se sentia o máximo, namorava a mais bela e inteligente garota de toda a Hogwarts. Quando desceram, Rony percebeu que já estavam praticamente todos ás mesas.

– Graças a Merlin, ainda não houve o banquete.

– Ah Rony, por favor.

– Mione, eu tô com fome.

– Só para variar em Ronald.

– Ah papai, mamãe. Que alegria vê-los aqui. – Hermione estava radiante.

– Minha filha, ficou lindíssima com esse vestido.

– Obrigada papai.

– É sr. Weasley. A Mione está a cada dia mais linda. – acrescentou Gina.

– Assim me deixa com vergonha Gina.

– Mas é verdade! – entristeceu-se brincando.

– É sim, Mione. Lindíssima. – concluiu Rony.

– Obrigado crianças. Vejo que minha filha realmente teve muita sorte em tê-los como amigos.

– Ah, mas não se demorem, vamos juntar as mesas... – apressou-se o Sr. Weasley.

– Estava demorando mesmo... – Observou Jorge.

– Ele agora vai começar com um monte de perguntas aos coitados dos meus sogros. – observou Rony.

– Ah Rony. Deixa! Eles se entendem. – concluiu Hermione.

O baile transcorria perfeitamente. Após um breve discurso da Diretora Minerva parabenizando os alunos e suas famílias o banquete foi liberado para a alegria de Rony.

– Esfes elfos coozinham mu...tu bomm...

Ah Roony, que harror. Noom sé com vocêêê agurrenta Hérmion. – Fleur estava escandalizada.

Todos sorriram.

Uma banda alegrava a noite e todos se divertiam muito. Após devorar o banquete como fazia na época da escola, Rony resolveu convidar Hermione para dançar. Harry aproveitou a deixa e chamou Gina. Logo depois sobraram apenas Gui e Fleur na mesa.

– Ela fica ainda mais enjoada grávida. – Ralhou Gina.

– Gina, esquece a Fleur. Só por hoje está bem?

– Verdade Harry. Você tem razão. Vamos comemorar... Ah... Rony! Dance como gente. E não como um trasgo montanhês com dois pés direitos. - Rony acabara de pisar, incrivelmente, o pé da irmã - - Como você consegue pisar meu pé se está dançando com a Mione?

– Não tenho culpa se você colocou o pé embaixo do meu.

– Claro. A culpa agora é minha.

– Vem mais pra cá Ron... – Hermione interviu os irmãos exaltados enquanto sorria.

– É Mione. Tira esse pé em tamanho gigante de perto de mim.

– Como vocês conseguem viver na mesma casa? – Harry surpreendeu-se brincalhão.

– Não sei Harry. Acho que nos amamos muito. Adoro meu irmão. Mas não conte isso pra ele. – Gina tinha colocado um tom muito forte na última frase, o que levou Harry a crer que nunca deveria comentar àquele assunto com o amigo.

– Tudo bem.

– Olá Rony. Quanto tempo. - Luna e Neville se aproximaram dos quatro.

– Olá Luna. Faz um tempão mesmo.

– Está muito bonita Luna. E você também Neville. – Observou Hermione.

– Obrigado Mione. Depois quero apresentá-los devidamente aos meus pais.

– Seus pais vieram? – Hermione estava surpresa e feliz.

– Ah sim. Vovó conseguiu a autorização para trazê-los. Estão um pouco confusos, mas estão gostando da festa.

– Olá Rony...

– Olá Cho! Padma! Quanta gente Mione!

– É mesmo...

– O que é aquilo? O McLaggen com a Chang?

– É sim Rony. Qual o problema?

– É estranho?

– Parece que ela tem uma queda por jogadores...

– Então ela não anda mais chorando por ai?

– Ah... Olha ali o Harry e a Gina. – Hermione mudou a conversa.

– Rony, Mione. Estava procurando vocês. O que acham de irmos falar com o Hagrid?

– Uma ótima ideia Harry. –Concordou Hermione - Tinha pensado o mesmo.

– Então vamos? – Apressou-se Rony.

– Ah, vão vocês. – Assentiu Gina - Vou sentar um pouco.

– Tudo bem então. Vamos.

– Potter, Weasley, Granger. – a voz arrastada e conhecida fez Rony sacar imediatamente a varinha.

– O que você quer, Malfoy? – o ruivo apontava a varinha bem no peito de Draco.

– Calma, Rony. – Hermione de apressou.

– Eu gostaria de conversar um pouco com vocês. – Draco continuou.

– Conosco?

– Rony, sossega tá... – Hermione segurava o namorado.

– Eu quero agradecer o que vocês fizeram por mim. Sei que nunca fui muito sociável...

– Não mesmo...

– Rony.

– Sei também que fiz e disse muitas coisas que ofenderam e maltrataram vocês. Principalmente você, Granger. Por isso eu... Quero sinceramente me desculpar por tudo o que eu fiz e por ter prejudicado vocês na maioria das vezes.

“Depois que meu pai foi para Azkaban, eu conversei muito com minha mãe. Eu vi que muitas das coisas que nos acontece são resultados das escolhas que fazemos. Não quero me inocentar, mas nunca tive muita escolha e aprendi desde que nasci que apenas o puro sangue merecia ser considerado bruxo.”

“Vocês me mostraram o que eu não queria ver. É verdade que minha família continua a pensar dessa forma, mas sinceramente, eu não. Nem minha mãe ou meu pai. Vocês me ajudaram quando não havia mais esperança pra mim. Se não tivessem voltado eu certamente teria morrido queimado e eu nunca vou esquecer que devo a vida a vocês.”

– Mas você também nos ajudou, Draco. – apressou-se Hermione - Não entregou o Harry quando a Bellatrix nos encurralou...

– Tudo começou quando o Lord ameaçou minha família. Disse que mataria minha mãe se eu não matasse o Dumbledore. Eu não queria, mas me vi sem escolha. Tudo foi ficando cada vez pior. Ele encurralou meu pai. Ele queria desistir. Abandoná-lo. Mas temeu por mim e minha mãe.

“Você nos ajudou, Potter e quero agradecer em nome dos meus pais por tudo. Sei que não seremos os melhores amigos, não é o que pretendo, mas quero que entendam que sou grato pelo que vocês fizeram por mim e meus pais.”

– Tudo bem Draco. – Hermione quebrou o silêncio.

Harry assustou-se ao ver a mão de Draco estendida, mas não recusou. Apertou a mão do até então inimigo e a cena se repetiu com Rony e Hermione. Ele se afastou dos três satisfeito. Estava sorrindo.

– O que está acontecendo aqui? – Rony tinha a voz empastada.

– Eu imaginei que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. – Hermione acrescentou, porém não tão incrédula quanto o namorado.

– Cara, eu não acredito no que eu ouvi. – Rony ainda estava surpreso.

– As pessoas mudam, Rony. As dificuldades e os medos nos fazem perceber que há coisas mais importantes que o nosso próprio egoísmo e acredito que o Malfoy realmente entendeu.

– Assim espero. – concluiu Harry, que não havia falado até agora.

– Hagrid!

– Garotos... Estão indo embora então...

– Hagrid, sem chororô, por favor. – Rony foi direto e levou um cutucão de Hermione.

– Ah, mas parece que foi ontem que vocês desembarcaram aqui. Ah, me lembro bem como me ajudaram com Noberto, digo, Noberta, e como me ajudaram com Aragogue. Alimentaram o Canino e nunca esqueceram de mim.

– Ah Hagrid, você é muito especial para nós. – Hermione tinha lágrimas nos olhos.

– É verdade. Gostamos muito de você e novos alunos virão... – Acrescentou Harry.

– Mas não serão vocês...

– Eu sei, Hagrid – Harry se adiantou - Mas nunca deixaremos de ser amigos. Tudo o que passamos só nos fez reconhecer. Ver quem realmente nos ama.

– E como vai o Grope? – Rony tentou mudar de assunto ao perceber lágrimas brotando também em seus olhos.

– Ah... Bem melhor agora. Está tranquilo no local onde vive. A mulher dele teve um bebê. É maior que eu, o danadinho...

Os três se olharam incrédulos, mas continuaram a conversa por um bom tempo.

Os festejos se encerraram tranquilamente. Àquele havia sido, sem dúvidas, um dia diferente. Especial.

As famílias ficaram acomodadas no castelo durante a noite para partirem na manhã seguinte.

Harry, Rony e Hermione estavam saudosos. Entravam, enfim, pela última vez no Expresso de Hogwarts. Lugar onde uma pura e verdadeira amizade nasceu, onde tramaram e enfrentaram alguns perigos. Onde se divertiam comendo sapos de chocolate e escolhendo feijõezinhos de todos os sabores, discutiam sobre Quadribol ou simplesmente irritavam Hermione com alguma pergunta idiota a respeito de Hogwarts.

Sim. Haviam sido felizes. Mesmo que as trevas os perseguissem, a amizade cresceu forte. E essa amizade iria perdurar eternamente.


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