Our Little Girl escrita por LionQuinn, MsTigerOwl


Capítulo 5
Capítulo 04




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Santana até pensou que ia se perder no caminho de sua casa para a de Charlotte, mas isso acabou não acontecendo, talvez porque estivesse tão assustada quando viera pela última vez que acabou prestando atenção até na cor das caixas de correio, olhar para coisas nada importantes era o que a morena fazia quando ficava nervosa.

Logo ao chegar, tirou Hagrid do banco de trás e o levou até a entrada, a porta se abriu de uma vez e a garotinha morena correu para fora, atacando o enorme cachorro com um abraço apertado.

– ELE É TÃO FOFO! - exclamou, apertando o pescoço do cachorro, que soltou um ganido.

– Ei, Kara, cuidado, vai machucar ele. - a latina pediu, puxando a menina um pouco para tirá-la de cima do animal.

– Desculpe – pediu, envergonhada, Santana apenas sorriu levemente enquanto dava um beijo na testa da menina.

– Tudo bem, pequena, só não o aperte muito, tudo bem? – Perguntou e a Kara assentiu enquanto olhava ansiosamente para Hagrid o que fez Santana sorrir mais abertamente. – Vem, vamos entrar – disse enquanto segurava a mão da menina e entrava na casa com o cachorro farejando o novo ambiente.

– Mamãe, Mamãe, Mamãe! – Kara exclamou enquanto Charlie entrava na sala e arregalava os olhos para o cachorro – Ele não é uma gracinha? – Perguntou enquanto abraçava o cachorro, dessa vez com mais cuidado.

– Isso é um cachorro? Ele é tão... - Charlie sentiu seu nariz coçar e espirrou várias vezes antes de voltar sua atenção ás duas morenas, Santana tinha se aproximado da filha e estava com a mão nas suas costas enquanto Kara fazia biquinho.

– Tão o quê, mamãe? - perguntou a menina, deixando a cabeça tombar para o lado em confusão.

– Adorável! Vamos almoçar? Eu fiz sanduíche de bacon. - "ok, quando Kara disse que elas só comiam bacon, era sério..." Pensou a latina, arregalando os olhos levemente enquanto Charlie lavava as mãos da pequena.

Santana se apoiou no balcão e sorriu levemente ao ver Charlie e Kara interagirem, a loira realmente cuidava da sua filha e aquilo a deixava incrivelmente feliz, Charlie olhou para Santana e sorriu levemente enquanto lhe estendia o prato com um sanduíche o que a fez levantar as sobrancelhas.

–Você disse que faz tempo que havia comido Bacon – A Loira disse com um sorriso.

–É, Mami! O Bacon da mamãe é incrível! – Kara disse enquanto parecia extremamente confiante no que dizia o que fez a latina rir.

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Faziam alguns dias que Santana havia começado a fazer parte da vida das Fabray, ela estava tentando ganhar a confiança de Charlie para que a loira confiasse mais nela com Kara e pudesse deixá-la ficar mais tempo com a filha, pois até agora, só podia ver a pequena pela manhã quando não tinha nada pra fazer na gravadora e Charlie ainda não tinha ido trabalhar, pois a pequena estava de férias da escolinha.

Aquela manhã ela tinha acordado com um pouco de dor de cabeça por ter cantado a noite toda para um pequeno grupo crítico, dois a adoraram e quatro disseram que era boa, mas precisava de treinamento então César pretendia pegar pesado, o que significava que a partir de segunda feira, começaria a ter uma apertada a agenda de treinamento vocal e não veria mais Kara com a mesma freqüência, por isso pretendia dedicar todo seu final de semana á filha, tinha se sentado e estava procurando pelos chinelos no chão quando Rachel entrou no quarto puxando pela mão uma pequena garota ruiva.

– Quem é essa? - Santana perguntou, estudando a menininha, que tinha grandes cachos loiros, olhos azuis brilhantes e usava um vestido cor de rosa, não parecia muito mais nova que Kara.

– Ah, essa é a Hanna, filha do Brody, e você tem que levá-la com você. - as sobrancelhas de Santana quase sumiram no cabelo, Rachel namorava Brody há quase duas semanas, mas não tinha citado uma filha.

–Desculpe, eu não me lembro de ter dito que era uma babá ou algo do tipo – Santana respondeu sarcasticamente enquanto olhava para Rachel que revirou os olhos, bufando em seguida – E Você nunca me falou de nenhuma filha, aliás – constatou enquanto cruzava os braços.

– É, ele também não me disse. - a judia falou, pensativa, com uma mão nas costas da menina. - mas nós temos uma recepção agora, não podemos levar uma menina de três anos, é só deixá-la brincar com Kara, não tem problema nenhum, vai até te dar mais tempo para lamber a Srta. Fabray. - falou, sarcástica, fazendo a latina revirar os olhos.

–Eu poderia te dar uns tapas agora, mas temos testemunha – Santana respondeu, referindo-se a menininha que a olhava curiosamente – Sabe o quão irresponsável da parte dele simplesmente deixar uma criança com alguém que ele mal conhece? – Perguntou.

–Vocês mal se conhecem por que você faz questão de ignorá-lo – Rachel retrucou.

–Isso deveria servir como uma dica que eu não gosto dele e nem que vou servir de babá pra ele – Respondeu.

–Por favor, Santana! – Rachel pediu fazendo beicinho, Santana revirou os olhos.

– Nunca diga que não fiz nada pra você, Hobbit. - a latina afirmou, gesticulando para deixar a menina no quarto. - vou só trocar de roupa e aí você pode ir. - falou, indo na direção do seu banheiro enquanto Rachel dava pulinhos.

– Se comporte, okay, Hanna? Ela vai te levar pra brincar com a filhinha dela. - afirmou a judia para a menininha que apenas a fitou, curiosa.

Logo após se arrumar, Santana levou Hanna até o seu carro e espero que Charlie não se incomodasse por trazer a menina ali sem avisar antes, o caminho foi silencioso e Santana sentia os olhos curiosos de Hanna sobre ela a todo momento o que era levemente incomodo. Ela se perguntou onde estaria a mãe da menina.

Quando estacionou em frente à casa da Charlie, ela suspirou enquanto saia do carro e abria a porta para Hanna, estendendo sua mão para a menina que segurou sem pestanejar e deixou que a latina a levasse até a porta da casa.

– Hey Santana! - Charlie abriu a porta com um sorriso radiante, usando uma blusa do lanterna verde e shorts.

– Hey, Charlie, essa é a Hanna, espero que não se importe por trazê-la, mas a Rachel me pegou de surpresa. - apresentou a menina. - aí eu a trouxe para brincar com Kara.

– Não, problema nenhum, oi, Hanna, meu nome é Charlie. - estendeu a mão, mas a menina estava muito acanhada para receber.

– É, ela é meio... Calada. - Santana falou, fazendo uma careta pra menina. - porque não aperta a mão dela, Hanna?

Hanna olhou para Santana e em seguida para a mão de Charlie, seu rosto ficou vermelho e com relutância estendeu sua mão para apertar a de Charlie que sorriu para a menina.

– MAMI! QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! VAMOS ASSISTIR DESENHO E... - Kara apareceu na porta incrivelmente animada, mas parou ao ver a outra garota, Hanna parecia desconfortável com aquele jogo de encarar de Kara e deu um passo para trás, Escondendo-se atrás de Santana.

– Kara! Olha só, eu trouxe uma amiguinha para ir ao parque com a gente hoje. - Santana se ajoelhou na altura da filha. - Hanna, essa é a minha filhinha, Kara, Kara, essa é a Hanna.

– Oi. - a moreninha falou, estendendo a mão, o que fez a outra menina olhar para os rostos de todos á volta, ninguém nunca tinha apertado sua mão e de repente todos queriam aquilo.

–O-oi- Respondeu baixo. Segurando na mão de Kara que tombou a cabeça para o lado.

– Seu cabelo é legal - Comentou e olhou par Santana e Charlie - não é? - Disse e Hanna somente corou. Dessa vez Santana riu, sua filha definitivamente sabia como elogiar uma garota.

– É sim. - Charlie falou, sorrindo de lado. - tive uma idéia! Por que ao invés de irmos ao parque não tomamos um banho de piscina?

– Yayyy! Piscina! - Kara jogou os bracinhos para cima, entusiasmada.

– M-mas... Eu não trouxe biquíni. - Hanna gaguejou, olhando para Santana.

– Não tem problema! Eu te empresto um! - a morena afirmou, entusiasmada, pegando a mão de Hanna e puxando-a para dentro de casa.

Santana riu da animação de Kara e olhou para Charlie que também sorria.

– Ela é bem receptiva com gente nova - Santana comentou enquanto seguia a loira para dentro da casa.

–Bastante... Menos quando se tratava das minhas namoradas... - Charlie respondeu, pegando a latina de surpresa.

– Namoradas? - Perguntou, surpresa.

– É... Eu sou gay, saí do armário aos 16, tive várias namoradas durante um tempo, mas nunca achei... A pessoa certa, ter uma filha sempre foi um sonho meu, então decidi realizá-lo sozinha... - a loira disse, um pouco acanhada, ela não gostava da presença de Santana perto de Kara, tudo bem que a latina estava realmente tentando e o que tinham feito com ela não fora certo, roubaram sua filha e tudo mais... Só que Charlie nunca aceitaria que Kara não fosse sua e só sua, como tem sido pelos últimos quatro anos, só que havia algo na morena que não deixava que Charlie fosse má com ela.

– Isso é... Interessante. - Santana sorriu de lado e analisou seu rosto, aquilo era o que a loira mais odiava, parecia que a latina estava sempre analisando-a, procurando motivos para arrancar Kara de seus braços.

Elas ficaram em silêncio por alguns segundos até o silêncio ser rompido por Kara que entrava na sala com seu biquíni, acompanhada de uma tímida Hanna que segurava umas bóias.

A visão fez Charlie rir e ir ate a garota, lhe bagunçando os cabelos.

– esperem aqui enquanto eu pego um biquíni, certo? - Kara assentiu com uma expressão seria que fez com que Santana risse enquanto via Charlie subir as escadas e fazer um gesto com a cabeça para que a latina a seguisse.

Quando as duas estavam no quarto de Charlie, Santana olhou em volta curiosamente enquanto a loira procurava em sua gaveta por roupas de banho apropriadas, estava óbvio que Charlie não era exatamente muito fã de arrumação, os lençóis pareciam ter sido chutados pela manhã e ficado por lá mesmo, a loira lhe entregou um biquíni branco e gesticulou para o banheiro.

– Pode se trocar ali dentro. - afirmou, e a latina apenas assentiu, ela não se lembra da última vez que usou um biquíni, sempre eram maiôs, principalmente por causa das marcas em sua barriga, mas ela sai alguns minutos depois com os braços envolvendo o abdômen para esconder as cicatrizes, Charlie a olha de cima a baixo curiosa com o porquê de a latina estar se escondendo.

– Você está... Legal - Charlie disse e Santana arqueou a sobrancelha e antes que pudesse dizer algo Charlie entrou no banheiro, Santana suspirou e sentou na cama enquanto esperava, Ela havia notado que a loira continuava com o pé atrás em relação a ela e isso era incomodo por algum motivo.

– Ei - Santana olhou para o lado para ver o biquíni de Charlie e levantou as sobrancelhas e deu um leve sorriso malicioso pra visão.

– Está linda. - a latina levanta e esquece de esconder o abdômen, Charlie franze o cenho para as marcas embranquecidas na pele morena.

– O que é isso? - perguntou, ignorando o elogio de Santana, que levou alguns segundos para perceber do que a loira falava, apertando os braços em volta do próprio corpo novamente.

– Foi a... A cesariana da Kara... - sua voz era quase um sussurro, fraca e entrecortada. - poderiam ter sumido se eu tivesse deixado as enfermeiras... Cuidarem e tudo mais só que... Nas duas semanas seguintes após ter ouvido aquela notícia... - seu olhar estava perdido, ela parecia cansada de repente. - eu não deixei ninguém me tocar, tentavam conversar, chamar psicólogos, conselheiros... Eu não conseguia acreditar que algo como aquilo tivesse acontecido ou que qualquer uma daquelas pessoas fosse real.

Charlie apenas a olhou e Santana não soube dizer se ela estava com pena ou somente triste com o fato.

– Mas agora eu tenho minha garotinha de volta - Disse esboçando um leve sorriso.

"Minha garotinha" Charlie quis dizer, mas as palavras travaram em sua garganta.

– Kara realmente gosta de você - Foi tudo o que a loira conseguiu dizer.

– Eu fico feliz... - ela sorri para os pés e passa as mãos uma na outra nervosamente. - fico muito feliz. - uma lágrima escapa de seus olhos e ela a seca rápido.

– Mamãe! Mami! Venham pra piscina! - Kara invadiu o quarto e agarrou a mão de Charlie, puxando-a para fora do quarto, fazendo Santana sorrir.

Ela seguiu a loira e a filha ate a piscina e sorriu quando Kara reclamou por ter que usar bóias.

– Mas eu sei nadar! - a garota resmungou.

–Kara, Meu amor, Eu não vou deixar você entrar nessa piscina sem as bóias, veja a Hanna! - Indicou a menina que olhou para o chão - Ela esta usando as bóias.

– Mas ela é bebê, Eu sou uma mocinha.

– Eu não sou um bebê! - a loirinha falou pela primeira vez, cruzando os braços, fazendo todos a olharem incrédulos, pois já achavam que ela nem sabia como falar.

– É sim! Eu tenho um dedinho a mais que você. - afirmou Kara, mostrando cinco de seus dedos.

– Querida, você só tem quatro dedinhos. - Santana a distraiu enquanto Charlie enfiava suas bóias nos braços da menina.

– Mas ela só tem três! - gesticulou a moreninha.

– Na verdade eu fiz quatro dedinhos hoje. - afirmou a menina, fazendo todos a olharem de novo, Charlie estava enchendo as bóias da filha e parou o que estava fazendo, boquiaberta. - papai esqueceu... - a garota chutou uma pedrinha sobre o deck da piscina.

"Mas que filho da mãe" Santana pensou e sentiu os olhos de Charlie nela, querendo respostas.

–Ei, little Hanna - Santana chamou enquanto a menina a olhava - Que tal brincar na piscina depois eu posso comprar uma torta e faremos um aniversário improvisado - Disse com animação, Os olhos de Hanna brilharam com aquilo. Charlie sorriu e olhou para Santana, Ela realmente era uma boa pessoa.

As duas meninas pularam na piscina e começaram a jogar água uma na outra e rir enquanto as adultas se ajeitavam nas cadeiras.

– Tinha alguma idéia que era aniversário dela? - a loira perguntou, colocando o protetor solar de Kara na mesa para que elas passassem mais tarde quando o sol estivesse mais intenso.

– Nenhuma, acabei de conhecê-la, na verdade, ela é filha do namorado da Rachel. - explicou, observando as duas menininhas batendo os pés na água e dando risadinhas, Kara saiu da água e correu até as duas.

– Mamãe! Eu posso pular do carvalho? - perguntou, fazendo os olhos de Santana se arregalarem ao perceber que ela falava da enorme árvore perto da piscina.

– Mas de jei... - começou a falar, mas foi interrompida por Charlie.

– Claro, querida. - afirmou a loira, ela não gostava nada de Santana ter se metido naquilo.

–Espera! Você vai deixá-la pular de uma arvore? Enlouqueceu? - Santana perguntou parecendo afobada e entrou em desespero ao ver Kara subir na arvore.

– Ela é a minha filha, Lopez - Charlie a cortou seria. Santana fechou as mãos em punhos parecendo irritada.

– Ela pode se machucar! Só tem quatro anos! - Santana afirmou, indignada, ficando de pé e vendo a menina se preparar pra pular na piscina.

– Óbvio que não vai se machucar, ela já faz isso há um bom tempo. - Charlie deu de ombros, enquanto a menina pulava de um dos galhos direto na água da piscina. - ela é minha filha eu não a colocaria em risco.

– Você a está colocando em risco se a deixa subir em árvores aos quatro anos de idade! - afirma a morena, irritada, se levantando.

– Ela é capaz disso, eu a ensinei, não venha me dizer o que minha filha pode ou não fazer! - a loira ficou de pé também.

– Pára de falar isso! Você sabe que não é verdade! - um forte estalo foi ouvido quando Charlie deu um tapa em Santana, que levou as mãos ás bochechas e a olhou, de alguma forma se sentindo magoada.

– Isso não está dando certo. - a loira passa as mãos pelos cabelos nervosamente.

– Eu concordo - Santana disse, ainda com a mão sobre a bochecha enquanto olhava para Charlie.

– Eu cuidei dela, de cada cólica, cada má criação, cada febre a noite, E você Santana Lopez, Não pode vir aqui e querer me dizer como criar a MINHA filha! - Charlie disse, Respirando pesadamente.

– ELA É MINHA FILHA TAMBÉM - Gritou, chamando a atenção das meninas na piscina.

– Você, Charlotte Fabray, acha que tem mais direito sobre ela porque cuidou dela dês de que nasceu, é isso? - a latina deu um passo á frente, as mãos caindo dos lados do corpo como se estivesse derrotada. - eu a quis dês de o momento que fiz o teste de gravidez, eu fui a cada exame, deixei todos os meus médicos doidos "procura mais, pode ter alguma coisa errada, eu quero que ela seja perfeitamente saudável", eu sempre dizia isso, enchi a minha casa de coisas, berços, roupinhas, carrinhos... Pintei murais, cantei pra ela quando chutou pela primeira vez, eu não conseguia parar de chorar, ela era o meu novo começo, eu sabia desde aquele momento que a amaria pelo resto da minha vida. - uma lágrima desceu do olho da morena e ela respirou fundo, a enxugando rapidamente. - mas aí pisaram nisso da pior forma possível, arrancaram a minha filha dos meus braços, então se você acha que tem mais direito sobre ela porque deu papinha, está muito enganada, eu quis fazer essas coisas! Eu quis cuidar dela.

– PARA DE SE FINGIR DE VÍTIMA! - Charlie surtou, enquanto as meninas saíam da piscina. - EU NÃO SABIA DE NADA DISSO!

– PARA VOCÊ DE SER TÃO EGOÍSTA, CHARLOTTE FABRAY - Santana exclamou ficando mais e mais irritada.

– Mami! Mamãe - Kara disse indo até as duas, parecendo assustada com a briga.

–Vá pra dentro, Kara - Foi tudo que a loira disse, os olhos fixos em Santana.

– Não! Parem de brigar! - Kara gritou, irritada, batendo pé e fazendo birra exatamente igual Santana. - vocês estão estragando tudo!

– Kara, por favor, nós precisamos conversar. - Santana pediu, educadamente observando a filha.

– Mas...

–Pra dentro, Kara – Charlie disse, firme, dessa vez a garota não contestou e somente entrou na casa junto de Hanna – Eu vou dizer mais uma vez... Eu sei o que é melhor pra Kara, Eu sei o que vai fazer mal a ela ou não, então não se meta, por que ela é minha legalmente – Disse, séria.

–Ela é minha filha também – Santana respondeu dando um passo na direção de Charlie – Eu posso tirá-la de você se eu quiser – ameaçou, mas realmente não sabia se podia fazer aquilo, nunca havia realmente perguntado para os agentes, mas ela só não queria sair por baixo naquela discussão.

–Você não ousaria... – A Loira respondeu, sentindo seu coração apertar.

– Você realmente acha que não? - Santana perguntou, sarcástica. - ela é minha, na hora que eu der um show naquele tribunal e chorar por horas sobre como você foi uma megera e não queria me deixar chegar perto dela, consigo a guarda dela em um estalar de dedos, você nunca mais vai vê-la. - ameaçou.

Charlie parecia desesperada, ela respirava profundamente e Santana por um momento teve medo que ela tivesse uma parada cardíaca a qualquer momento, mas continuou com a expressão indiferente no rosto.

–Você é uma vadia – Charlie disse depois de alguns segundos em silêncio – Eu devia saber que seu jeito de mamãe que perdeu a filhinha era só uma grande besteira pra tirar a única coisa importante que eu tenho de mim! – Exclamou, sentindo os olhos marejarem.

–Quem esta se fingindo de vítima agora? – Santana provocou, em seguida levando mais um tapa.

– Vai lá, Charlotte, bate mais... O juiz vai adorar. - provocou a morena, a encarando provocadoramente, ela se sentia uma megera por estar falando aquelas coisas para Charlie, mas se a loira queria jogar daquele jeito, duas podiam brincar... - Vem, Charlotte, quanto mais você se enfurecer, mais eu posso provar que é uma louca descontrolada não capaz de criar minha filha.

– E quem é você?! É uma desconhecida! A Kara não te ama! Se você a levar de mim só vai fazê-la te odiar mais. - Charlie cuspiu, quase sentindo o veneno na língua. - ela nunca vai te perdoar e você nunca terá o amor dela.

Santana levantou a mão para bater na loira, mas um soluço chamou a atenção das duas, Kara estava encolhida olhando para as duas com os olhos marejados enquanto soluçava, ambas se sentiram as piores mães do mundo. Antes que a latina pudesse ir até a filha, a loira tomou a frente e andou até Kara a colocando em seus braços enquanto murmurava desculpas diversas vezes enquanto a menina chorava, hesitantemente Santana fora até elas.

–Ei, garotinha – Chamou e Kara a olhou – Desculpe por isso, meu anjo – Respondeu, tocando na bochecha da Kara em seguida que fungou, seu olhar fora até Charlie que ainda a olhava irritada.

– Isso é tudo culpa sua! Não consegue se controlar e agora ela está chorando! - a loira afirmou.

– Minha culpa? Você que começou a me atacar, Charlotte, eu só quero o bem dela! - a latina falou, enquanto a loira ficava de pé novamente. - eu só queria o bem dela porque a amo!

– Eu também a amo! - Charlie gritou de volta.

– PAREM! - a moreninha gritou, os olhos cheios de lágrimas. - NENHUMA DE VOCÊS ME AMA! - gritou, correndo quintal afora e saindo pela porta ao lado.

– Kara! Kara volta aqui! - Charlie saiu correndo atrás da menina e Santana a seguiu.

A Menina correu pelo jardim da frente, sendo seguida por Charlie que quando viu, fora ultrapassada por Santana e antes que Kara conseguisse chegar à rua, fora segurada por Santana, que fez a menina a encarar.

–Ei, ei, ei, nunca mais saía correndo assim! – Repreendeu enquanto Charlie parava ao seu lado, agachando também na frente de Kara – Eu alguma coisa acontecer com você, Kara, eu não sei o que eu faço! – Charlie olhou para Santana e levantou as sobrancelhas, como diabos ela já esta suando?

–Amorzinho – Charlie olhou para a filha – Isso foi uma briga estúpida, não vai mais se repetir, eu prometo – Disse, e Kara ainda parecia desconfiada.

–Promete de mindinho? – Perguntou enquanto estendia o dedo mindinho para a loira que sorriu levemente enquanto envolvia seu dedo mindinho no de Kara.

–Prometo.

O resto do dia foi bem mais leve, as duas tentavam se manter comportadas e brincar com Kara e Hanna, quando Rachel e Brody vieram buscar a pequena, Santana quase matou o homem por esquecer o aniversário da filha, mas ela parecia feliz ao sair da casa com um ursinho de pelúcia marrom chamado Aldo que Kara havia lhe dado.

Elas pediram comida chinesa e colocaram na mesinha de centro, comendo todas juntas enquanto assistiam desenhos do Cartoon Network, até que era a hora da moreninha dormir.

– Kara, meu amor, tá na hora de dormir. - afirmou Charlie, olhando enciumada para a filha toda encolhida no colo de Santana. - vamos lá tomar banho e colocar seu pijaminha?

– A mami pode ir comigo? É que ela nunca viu meu quarto. - pediu a menina e foi como fincar uma flecha no coração da loira, até hoje a menina nunca havia deixado ninguém colocá-la na cama além da mãe.

–C-claro - Respondeu, o tom cabisbaixo chamando a atenção de Santana que reprimiu um suspiro cansado. Kara sorriu e saiu do colo de Santana.

– Vamos mami! - Disse animada enquanto segurava na mão de Santana que sorriu enquanto era puxada escada a cima, Charlie apenas suspirou enquanto seguia as duas.

Depois que a pequena estava devidamente embrulhada e havia caído no sono, as duas saíram do quarto pé ante pé e desceram as escadas, em silêncio, ao chegarem no final das mesmas, ficaram se encarando, desconfortáveis.

– É, eu... Acho que vou indo... - a latina afirmou, olhando para seus tênis.

– Me desculpa por tudo aquilo. - Charlie disse do nada e Santana a olhou, surpresa. - eu não devia ter agido daquela forma, nenhuma de nós pediu por isso, mas Kara não deve pagar por nada, concordamos que ela não irá perder nenhuma de nós e nós não iremos perdê-la, eu... Não estava fazendo meu máximo para isso funcionar, mas a partir de agora, quero fazer, porque é importante.


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Notas finais do capítulo

Um pouco de barraco não machuca ninguém u.u O Que acham do capítulo? Gostaram? Sim ou não? Hanna é muito fofinha :3 Assim como a Kara.
Não esqueçam de comentar u.u



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