Our Little Girl escrita por LionQuinn, MsTigerOwl


Capítulo 3
Capítulo 02




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As batidas na porta pareceram mais altas do que deveriam ser aos ouvidos da morena, ela mal conseguia parar no lugar, achava que a qualquer minuto alguém pularia de trás de alguma coisa e gritaria que aquilo era uma pegadinha, de tão surreal que tudo aquilo parecia, a porta foi aberta por uma garotinha, ela tinha a pele alva, olhos azuis cor de gelo e cabelos loiros caindo em cachos sobre os ombros.

– Oi, meu nome é Beth. - afirmou, estendendo a mão para Rachel, que sorriu e a apertou.

– Ah, oi, queridinha, meu nome é Rachel. - a judia afirma, chacoalhando a mão da pequena. - você sabe onde a Charlotte está? - Santana avaliava a menina, será que era a irmã de Kara? Talvez a mãe adotiva de sua filha também tivesse uma filha biológica.

– Tia Charlie? - ela abriu um olho e fechou o outro, a mão pequena apoiada na porta.

– Isso mesmo! - Santana falou, impaciente. - pode chamá-la, por favor?

Rachel cutucou Santana numa forma de repreendê-la, mas a latina somente a ignorou enquanto via a garotinha correr para dentro de casa para chamar pela tia, Santana respirou fundo algumas vezes e consertou o cabelo.

–Ei, fica calma! – Rachel disse enquanto olhava para Santana.

–Não posso ficar calma! Aliás, não consigo! – Exclamou, ficando cada vez mais nervosa com a espera.

– Calma, Santana, isso é um choque eu sei, mas você precisa ter paciência. - a mais baixa tentou acalmá-la, segurando seus dois ombros, todos ouviram um pigarro suave e se viraram para achar uma garota loira, ela tinha cabelos dourados cortados abaixo da orelha, pele alva como mármore e brilhantes olhos verdes.

– Err... Olá, eu sou... Charlie Fabray, posso ajudar? - cumprimenta, os agentes se apresentam e então o fazem para Rachel e Santana.

– Será que você pode pedir que sua filha vá com sua sobrinha para o quarto? Precisamos conversar. - o agente loiro pediu.

– C-como vocês s-sabem que eu tenho uma filha? - pergunta, meio assustada.

–Por que é o meu bebê! – Santana disse de repente, fazendo a loira a olhar confusa.

–Santana! – Rachel repreendeu mais uma vez enquanto apertava seu braço, tentando acalmá-la. – Pelo amor de Deus, fica calma!

–Eu não quero ficar calma!

–Por que elas estão aqui? – Charlie olhou para o agente – Por que vocês estão aqui? – perguntou, assustada.

– Srta. Fabray, nós somos do FBI, isso é um caso muito sério e pedimos que a senhorita nos obedeça e mande as crianças para cima, para que assim possamos conversar. - o agente moreno falou, Charlie olhou do homem para Santana e franziu o cenho.

– Tudo bem, esperem aqui um minuto. - virou-se e foi em direção á parte de dentro da casa. - Kara! Beth! Vão jogar lá em cima um pouquinho, por favor. - ouviram-na falar e Santana mordeu o lábio com força, esperando ver Kara, mas não viu nada, apenas a mulher loira voltando. - podem entrar. - a casa era o contrário do que havia imaginado, para ser sincera, ela esperava porta retratos e fotos da sua filha para todo lado, mas a decoração era aconchegante do seu jeito, haviam artigos de filmes, jogos e quadrinhos por todo lado, quadros, bonecos, almofadas e até tapetes.

Eles foram para a sala, onde havia um enorme tapete do lanterna verde, um sofá bege cheio de almofadas com personagens dos quadrinhos que era apoiado a uma estante de quadros cheia de filmes e jogos dos pés a cabeça, na diagonal, duas poltronas, uma enorme TV e alguns aparelhos de videogame antigos que deviam custar uma nota, detrás das poltronas, a parede era toda de vidro e dava para ver lá fora uma piscina enorme, uma árvore com uma casinha pintada de rosa e vários brinquedos espalhados pela grama, se sentaram no sofá e Charlie se aconchegou na poltrona.

– Então... - começou, os dedos entrelaçados.

–A Senhora adotou uma menina, Kara, há alguns anos, certo? – O Agente loiro perguntou enquanto olhava para a mulher que apenas assentiu e seus olhos se fixaram em Santana que a olhava fixamente enquanto Rachel estava ao seu lado também a olhando, séria.

–Sim, é verdade, Mas... Eu não entendo, Por que estão aqui? Como sabem disso tudo? – Perguntou e Santana apenas suspirou, perdendo a paciência.

– Essa, é a Srta. Santana Lopez. - um dos agentes falou, fazendo a latina bufar em impaciência.

– É, achei que a reconhecesse de algum lugar, eu e Kara vimos um vídeo seu hoje de manhã. - Charlie afirmou, com um sorriso fraco, a perna de Santana tremia ritmicamente.

–Srta. Fabray – Um dos agentes começou a falar, chamando a atenção da loira – A Srta. Lopez é a mãe biológica da sua filha – ele disse e Charlie arregalou os olhos e olhou para Santana, parecendo atordoada.

–O-O que? – A Loira balbuciou ainda sem acreditar no que o homem disse, ela olhou para o agente em pânico como se a qualquer momento ele levantasse e levasse sua filha embora.

– Err... E... O que isso tem agora? Quer dizer... Eu a adotei há quatro anos, legalmente, assinei os documentos e tudo. - a loira disse, meio nervosa, suas mãos tremiam e ela as colocou no colo, olhando para Santana de forma suplicante. - Kara é tudo para mim... Eu...

– Houve um engano, foi descoberto um tráfico... - um dos agentes explicou, Santana se sentia desconfortável debaixo dos olhos de Charlie, que olhar mais... Estranho. - você... Adotou a filha dela, que foi roubada.

– R-roubada?! A Karrie? Eu... Eu não sabia disso, eu j-juro. - ela estava com uma sensação horrível no estômago, queria correr aquelas escadas, agarrar sua filha e nunca mais soltá-la. - m-me desculpa, eu não...

Ela parou de falar enquanto respirava fundo, tentando assimilar tudo aquilo, estava diante da mãe biológica do seu bebê, que havia sido roubado dela, Charlie respirou fundo e olhou para os agentes.

–Isso quer dizer que você vão levá-la embora? – Perguntou com os olhos marejados enquanto ofegava, ficando cada vez mais desesperada com a idéia de perder Kara.

– Eu não quero isso. - Santana olhava pela janela e via brinquedos por todos os lados na grama, conseguia imaginar uma menininha de cachos escuros correndo por ali, fazendo bolinhas de sabão e saltando na piscina com a mulher loira á sua frente, tinha a impressão que seu bebê tinha sido feliz, tudo por causa de Charlie, e tirá-la da única mãe que ela conhecera seria a pior coisa que poderia fazer com sua filha. - não quero mesmo, mas... Ela é minha filha e eu quero conhecê-la.

– Kara? E-eu, não sei o que dizer... - a mais velha ficou em choque por alguns segundos, não podia evitar sentir uma pontadinha de ciúmes, não gostava da idéia de alguém agindo como mãe da sua filha, e se Kara gostasse mais de Santana? E se ela quisesse ir embora com a latina? E se nunca mais quiser olhar na sua cara?

– Podem nos deixar a sós, por favor? - Santana pediu, os agentes se entreolharam e Rachel ia dizer alguma coisa, mas os três desistiram ao ver o olhar ameaçador da morena e se levantaram para sair.

Santana olhou para Charlie em silêncio e viu em seus olhos a angustia de uma mãe ao pensar na probabilidade de perder seu bebê.

– Olha, Eu não quero roubar a Kara de você ou algo do tipo, Só quero conhecê-la... Fazer parte da vida dela - Explicou angustiada. Charlie suspirou.

–Eu realmente não sei o que dizer Srta. Lopez...

– Me chame de Santana - A latina disse com um leve sorriso tentando amenizar toda aquela tensão.

– Olha... Eu... Também não tenho muito a dizer... As coisas estão acontecendo muito rápido, mas... Quatro anos atrás, eu tinha dezenove anos, eu... Estava grávida, e por incrível que pareça, meus pais me apoiavam muito, eu... Sentia como se aquele bebê fosse o meu novo começo, como a borracha de todas as coisas que eu me arrependia, eu poderia começar limpo com ela, poderia ser a mãe que sempre sonhei em ter, mas... No dia que ela nasceu... - os olhos castanhos ficaram um pouco vagos, como se ela pudesse ver algo muito longe, Charlie se inclinou um pouco, esperando que ela desmaiasse ou tivesse um colapso, alguns segundos se passaram e a loira já ia cruzar a sala e perguntar qual era o problema. - eu não desejo a ninguém, ouvir o que eu tive que ouvir, não desejo a nenhum ser humano, nem ao meu pior inimigo... Ter que ouvir que a sua filha está morta é a pior coisa que eu imagino. - uma lágrima desceu pela bochecha morena e ela a secou, cruzando as pernas. - então... Eu nem sei como me sinto aqui dentro... Em saber que ela está viva, é tudo que eu tenho desejado dês de aquele dia, eu não sei como vai ser daqui pra frente, mas... Espero que você entenda que eu não posso deixá-la ir, e espero que se esforce tanto quanto eu pra fazer isso funcionar, porque nós duas a amamos e não seríamos capazes de abrir mão dela.

Charlie olhou para o chão enquanto respirava fundo, fechou os olhos fortemente, os abriu em seguida olhou para Santana.

–Eu preciso de um tempo – afirmou, séria – Preciso conversar com Kara, esclarecer tudo, isso... Isso é muito para uma garotinha – completou. Santana apenas assentiu enquanto se sentia ficar mais leve com aquilo, pelo menos Charlie não colocaria nenhum obstáculo para que Santana visse sua filha.

– Eu quero explicar com você. - Santana falou, se inclinando um pouco no sofá. - quero explicar para ela que não vou levá-la embora nem nada disso, a gente manda esses agentes embora e eu falo pra Rachel ir cuidar da vida dela, por favor, tenta entender, foram quatro anos, eu quero vê-la, quero falar com ela e te ajudar a fazê-la entender, depois, eu te dou o tempo que quiser, espero você decidir que posso falar com ela, mas isso é o máximo que consigo aguentar.

–T-Tudo bem – A Loira disse, hesitante enquanto olhava para Santana cuja os olhos brilharam de ansiedade, ela finalmente iria ver sua menininha, que ela sempre julgou estar morta, seu coração não podia estar mais acelerado como naquele momento. –Eu vou subir e chamá-la – levantou-se e olhou para Santana que também levantou e sustentou seu olhar, a loira suspirou novamente e saiu da sala, indo em direção as escadas.

Subiu as escadas, fazendo planos mentais em como pegar sua filha e fugir dali, não deixar que Santana chegasse perto de Kara, tê-la só para si, imaginou o que aconteceria se a menina gostasse mais de Santana, e quisesse ir morar com ela, Charlie nunca suportaria, sua filha era tudo o que ela já tinha desejado em sua vida, tudo o que ela tinha, balançou a cabeça para afastar os pensamentos, Kara podia aceitar isso normalmente... Talvez começasse a gostar de Santana, mas continuasse a amar a sua mãe como sempre... A quem ela estava enganando? Criou uma imagem da latina na sua cabeça, os olhos castanhos suaves, o sorriso calmo... Não tinha como não gostar dela. Merda.

– Kara? - colocou a cabeça para dentro do quarto da filha e ela estava com Beth, deitadas no tapete e desenhando em alguns papéis. - pode sair aqui um pouquinho pra falar com a mamãe? - ela se levantou e correu porta afora, opa, tarde demais. - tem uma moça lá embaixo que quer falar com você, é importante, então quero que você ouça com atenção, ok? - a loira se ajoelhou na frente da menina.

Kara franziu o cenho, mas deu de ombros enquanto assentia, Charlie sorriu docemente para a menina e levantou, segurando sua mão e descendo as escadas com Kara, respirou fundo enquanto tentava parecer calma, mas cada passo que dava lhe dava a impressão de que estava cada vez mais próxima de perder sua filha, mas seguiu até a sala onde estava Santana, parecendo visivelmente nervosa.

A Loira pirragueou, chamando a atenção da Latina que a olhou e em seguida para a menininha que segurava sua mão, o ar parecia faltar quando Santana olhou para Kara pela primeira vez, todo o discurso que havia preparado para ela morreu naquele momento, ela só queria abraçar a menina como nunca lhe permitiram fazer.

–Ei – A Menininha começou a falar e Santana deu um sorriso bobo – Ela é a garota do vídeo, mamãe! – exclamou enquanto olhava para a loira.

– Você é muito bonita! - exclamou, com os olhinhos castanhos brilhando, Santana se ajoelhou e Charlie sentiu seu estômago revirar quando Kara tentou soltar sua mão para se aproximar da morena, agarrando a filha com mais força.

– Não mais do que você. - a latina falou, ela podia sentir lágrimas se formando, desejou não ter dispensado Rachel e os agentes, não sabia se conseguiria se controlar para não agarrar aquela menina e simplesmente sair correndo pela porta, mas mesmo assim tinha certeza que os agentes estavam rondando a casa, então não fazia muita diferença.

– Ela que queria falar comigo, mamãe? - perguntou a garotinha, fazendo Charlie também se ajoelhar e afrouxar o aperto na mão da filha.

– É, é ela sim, você pode ouvir, por favor? - pediu, e Kara se virou para fitar Santana, Charlie gesticulou para que começasse.

– Então, Kara, meu nome é Santana. - estendeu a mão para a pequena, que corou e a apertou, ninguém nunca a tinha tratado como adulta antes e era tão legal. - eu vim falar com você porque, eu tive uma bebêzinha bem pequenininha, quatro anos atrás.

– Que nem eu? Quando eu era menor? Mamãe disse que eu era bem pequenininha. - Kara sorriu, ela adorava ter coisas em comum com as outras pessoas.

– É, exatamente como você. - a latina sorriu de lado e Charlie apertou a mão da filha quando a mesma deu um passo á frente. - então... Uma pessoa muito má levou minha bebezinha embora. - uma lágrima desceu pela bochecha da morena e a cabeça da pequena tombou para o lado como um filhote confuso.

– Embora? - perguntou, olhando de Charlie para Santana e tentando libertar sua mão, o coração da loira apertou. – Mas por quê? – Perguntou parecendo cabisbaixa, Santana deu um sorriso triste.

–Eu não sei – Disse e Kara conseguiu soltar sua mão da de Charlie que respirou fundo enquanto engolia em seco ao ver a menina ir tão ansiosamente para perto de Santana.

–Mas isso é errado, não é mamãe? – Perguntou enquanto olhava para a loira que apenas assentiu.

– Mas não é importante agora... - Santana falou, sorrindo ao ver Kara chegar mais perto, mais algumas lágrimas saindo de seus olhos. - o que importa é que essa pessoa má me disse que meu bebê tinha virado um anjinho lá no céu e que nunca mais eu ia vê-la. - a menininha olhou da latina para a mãe, sem entender direito, mas decidiu continuar ouvindo. - e hoje, eu descobri que aquela pessoa má tinha levado meu bebê e entregado para outra pessoa, que cuidou dela e deu comida pra ela e aí ela cresceu, só que eu não sabia que ela não tinha virado uma estrelinha, está entendendo? - Kara apenas assentiu, interessada. - só que a pessoa que cuidou do meu neném realmente ama ela, ama muito, assim como eu amo, ok? - assentiu novamente. - pois bem, Kara, você é aquele bebê.


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Notas finais do capítulo

Então...? Gostaram? :v Espero que sim u.u até a próxima sexta-feira :3