Enfim, o Natal havia chegado. Todos estavam com os últimos preparativos. Eu havia mostrado à todos oque era uma árvore de Natal, e eles adoraram. Posso afirmar que ficou mais bonita que a da minha casa. Em falar em casa, ainda estou um pouco brava com meus pais. Eles foram passar o Natal no Brasil. Mas que saber? Foda-se. Só aumentou ainda mais as minhas expectativas de passar o Natal com Ronald e sua família. Obviamente, eu não gostava da presença de Gina. Para piorar, eu e Harry brigamos. Sim, tipo, de quase puxar a varinha da bota. Vou explicar como foi.

Flash Back.

"Todos estavam com os últimos enfeites da árvore. Só faltava colocar a estrela, foi quando o Sr. Weasley me chamou com a mão, colocando uma pequena escada para alcançar o topo.

– Pode ir lá? Você é a mais magrinha daqui, depois do Harry, é claro. – ele disse, com um sorriso maroto e Harry bufou.

– Mas é claro. – eu sorri.

Andei até lá e fui subindo degrau por degrau bem devagar, já que a escada se balançava um pouco. Ronald e o Sr. Weasley, que tentavam segurar a escada, foram para dentro logo depois que Molly os chamou. Foi quando vi Gina vir em minha direção com um sorriso maldoso no rosto. Oque ela faria? Senti a escada trombar e não tive tempo de puxar a varinha da minha bota, caí com tudo no chão. Obviamente fez um grande barulho, chamando a atenção de todos.

– Ai! – gritei, ao sentir o meu tornozelo doer. – Sua maluca! Poderia ter me matado! – todos se aproximavam.

– Oque está acontecendo aqui? – indagou o Sr. Weasley.

– Sua filha! Empurrou a escada e quase me matou! – gritei.

– Gina! Oque foi que deu em você? – indagou Molly, enquanto o Sr. Weasley conjurava alguma mágica para melhorar o meu tornozelo. – Depois nós vamos ter uma conversa muito, muito séria!

– Sra. Weasley, não é para tanto. – fiquei chocada quando me virei e vi Harry, sorrindo. – A Clarie já está bem.

– É, não por sua culpa. Eu podia ter quebrado o pescoço, e aí, tchau, tchau, Clarisse! – berrei. Todos, prevendo que haveria uma discussão, se afastaram.

– Deixa de ser dramática. – ele deu ombros.

– Como? Não sei por que estou surpresa. – eu ri. – Está sempre defendendo a Gina, não é, Harry? O pior, eu não posso dizer nada. Nem namorados nós somos. Só lhe digo uma coisa: a pessoa só dá valor, depois que perde. – eu disse, com lágrimas nos olhos, me virando para sair dali."

Flash Back Off.

A briga foi feia, não? Chorei a noite inteira, desejando nunca ter sido nada de Harry Potter. Nem Cedrico me fazia chorar tanto assim, eu sentia saudades. Hermione saiu do banheiro perfeita, acredite. Logo foi a minha vez, e também saí de lá muito bonita, sem querer me gabar.

(N/A: Vestidos. O da Clarisse é o quarto da fileira de cima e o da Hermione é o primeiro da fileira de baixo.)

Fiz uma trança de lado e Hermione deixou os cabelos soltos. Passei um batom bem clarinho e calcei a minha sapatilha preta. Não estava com humor para ficar de salto, Hermione também parecia que não, pois calçou uma sapatilha parecida com a minha.

– Uau. – foi oque Ronald disse ao nos ver, descendo as escadas. Harry quase cuspiu a bebida que tomava, sem exagero. Eu apenas dei um sorriso fraco, e Hermione se jogou nos braços de Ronald. Vai entender.

A ceia fora incrível. A comida majestosa e as companhias ainda mais. Oque estragou mesmo a minha noite foi ver Gina sentada ao lado de Harry e eles rindo de cinco em cinco segundos. Logo depois que terminei de comer, me levantei, pedi licença e fui caminhar um pouco. Aquele grande campo verde me acalmava.

Senti um solavanco no chão e percebi que alguém havia aparatado. Olhei para trás e não acreditei no que vi: Córmaco.

– Córm! – gritei, indo abraçá-lo.

– Hey, pequena! – ele gritou, enquanto me girava no ar.

– Oque faz aqui, pensei que estaria na França! – eu ri.

– Não faz mal eu vir entregar o seu presente, já que não voltaremos para Hogwarts. – ele riu e me entregou uma caixinha.

– Ai meu Deus, que linda. – murmurei. Era uma pulseira de ouro, com um pingente de bailarina. Córmaco sempre soube que eu adorava música clássica, era demais.

– Você está bem? – ele indagou.

– Briguei com Harry. – murmurei. – Acho que dessa vez é pra valer.

– Oh, eu sinto muito. – ele sussurrou. – Quer saber? Não sinto não! Se vocês brigaram, é por que ele é um babaca! – nós rimos.

Córmaco ficou mais um pouco, me entregou o presente da Hermione e foi embora. Entrei na casa dos Weasley's feliz, pulando de alegria.

– Oque aconteceu? Um unicórnio te mordeu? – indagou Hermione.

– Melhor ainda! Córmaco estava aqui ainda a pouco. – ela fez cara de brava.

– Por que não me avisou? Queria desejar feliz Natal! – berrou.

Harry e Ronald nos olhavam com repreensão, idiotas.

– Ele me deu um presente. – eu sorri.

– Deu? – indagou ela.

– Deu? – indagou Harry. Apenas o ignorei.

– E também trouxe um pra você. – eu disse, e ela sorriu.

– Caramba. Como ele sabia que eu queria isso? – ela gritou. Era um romance trouxa, muito conhecido. Não havia em nenhuma livraria, estava esgotado em todas. – Tenho que me lembrar de agradecê-lo.

– Ele me deu isso. – eu lhe mostrei a pulseira.

Ficamos mais alguns minutos conversando, e Harry e Ronald parados ali, nos encarando feio. Foi quando decidimos subir para dormir e senti meu pulso ser puxado.

– De novo não. – murmurei.

– Precisamos conversar. – ele sussurrou.