Eu estava levando a minha vida. Reavaliando tudo oque eu fiz. Decidi que estava na hora de mudar, mudar tudo. Quando terminasse meu último ano, iria para o Brasil. Era um ótimo lugar, minha avó tinha uma casa em São Paulo e eu ficaria longe da Inglaterra por bastante tempo. Exatamente, estava decidido. Após tantas confusões, nada como uma mudança de ares. Peguei meu livro de Poções que estava jogado em cima da cama e desci as escadas em direção ao Salão Comunal. Vi que Hermione e Ronald conversavam animadamente em frente á lareira, e ia me dirigindo até lá, quando Harry se sentou em uma poltrona perto deles. Desisti de falar com meus amigos por causa de um idiota, ótimo.

Fui andando sem rumo por aí, até que cheguei à Torre de Astronomia. Não havia ninguém, seria muito bom ficar sozinha. Sentei-me em uma cadeira, em frente à uma janela que dava uma vista incrível. O sol estava se pondo, aquilo era demais. Seria ainda melhor se eu não estivesse no meio de uma crise. Já haviam se passado duas semanas desde a briga com Harry. Eu só falava com Hermione nas aulas e no dormitório. Meu único confidente agora era Córmaco. Exatamente, Córmaco McLaggen, o bonitão, o garanhão, o pegador, como você preferir.

– E então. – ouvi uma voz soar atrás de mim, era Córmaco.

– Como me achou, Córm? – perguntei.

– Fácil. Você está sempre aqui. – riu. – No que está pensando?

– Nas pessoas que eu perdi. – murmurei. – Sabe, se Cedrico estivesse vivo, nada disso seria tão complicado. Eu ainda estaria com ele e Harry ainda seria só meu amigo. – eu disse, um pouco mais alto.

– Cedrico era legal. Sempre muito cordial.

– Não ajuda ficar falando das qualidades dele. – ri. – É como se eu fosse viúva, é tão estranho.

– Vocês namoravam? – indagou.

– Sim. Ninguém sabia disso, só Hermione. Não tive muito tempo pra espalhar a notícia, sabe como é. – eu ri, sem ânimo.

Ficamos mais algumas horas conversando, Córmaco era um ótimo amigo. Logo depois ele me recrutou até o dormitório, onde me joguei em minha cama e adormeci.

***

Meses depois.

Minha vida continuava a mesma. A diferença é que eu falava ainda mais com Hermione, já que ela havia brigado com Ronald. Mas eu acho que eles iria se reconciliar logo, já que ele fazia de tudo para chamar a atenção dela. Pelo que Harry me disse uma vez, eles se pareciam com Lily e James. Eu não posso discordar.

Esse momento é um dos mais importantes da minha vida. Estou com Hermione, em nosso dormitório. Vou falar para ela por que não vou vê-la nunca mais.

– Você tem que entender, tá legal? – perguntei.

– Tudo bem. – ela riu.

– É sério, não sai gritando pro mundo inteiro. – falei, baixo.

– Tudo bem, oras. Córmaco nos convidou para ir até o Lago, mais tarde. – ela riu. Hermione também gostava de Córmaco, apesar do incidente no sexto ano. Ronald não gostava nada, nada dele. – Pode falar.

– Eu vou para o Brasil. – ela sorriu. Espera, ela sorriu?

– Que legal! Ouvi falar que é lindo! – sorriu.

– Hermione, você não entendeu. – murmurei. – Eu vou morar no Brasil. Adeus, Inglaterra. Nunca mais vou voltar. – o sorriso que ela tinha se desmanchou, dando lugar ás lagrimas. As minhas lágrimas também escorriam como cachoeiras. Ela se levantou, indignada.

– Como assim? V-Você não pode! Não pode fazer isso comigo! – ela gritava, chorando ainda mais.

– Eu cansei daqui. Cansei de Hogwarts, que só me fez sofrer. – desabei.

Hermione se levantou, bufando, e desceu as escadas em direção ao Salão Comunal. Fui atrás dela, vai que ela faz alguma besteira? Por ser um sábado, não haviam muitas pessoas na escola. Só estavam Harry e Ronald lá em baixo. Ótimo, lá vem mais escândalo.

– Como assim, você não pode! Não pode se cansar de Hogwarts, não pode! Não pode me deixar! – gritou, chamando a atenção dos dois meninos.

– Me desculpa. Mas eu cansei. Eu sofri durante seis anos, seis anos. Mas agora é hora de mudar. Você pode me visitar quando quiser, sabe disso. – murmurei. Hermione ainda estava meio relutante, mas eu a puxei para um abraço.

– Como eu te odeio. Você vai pro Brasil, eu nunca mais vou te ver. Que droga, grande droga. – ela riu.

– Como é? Nunca mais vai nos ver? – Ronald berrou.

– Ah, Ron. – eu ri, vendo sua expressão brava. – Vou pro Brasil. Não há nada que me prenda aqui. – murmurei, sentindo o olhar severo de Harry sobre mim.

– Como não há nada? – indagou ele. Ronald estava bravo, era engraçado.

– E então, vamos meninas? – era Córmaco. Ele sorria.

– Já sabe que a sua amiguinha vai pro Brasil? – Hermione disse, irônica.

– Na verdade, eu sabia. – ele deu ombros.

– Legal, virou mania esconder coisas de mim. – Hermione riu. Ela sabia sobre meu beijo com Draco. Me esgoelou, mas depois me entendeu. – Vamos passear? – ela indagou.

– Vamos, eu vou também. – disse Ronald, se metendo.

– Podem ir na frente, eu vou ao meu dormitório pegar um livro. – sorri.

Então, eles foram. Eu estava subindo as escadas quando senti meu braço ser puxado por alguém, era Harry.

– Oque você quer? – indaguei, fazendo cara de brava.

– Você. – ele disse e me puxou para um beijo, me deixando ainda mais confusa.

Como se fosse possível, humpf.