Mais dias chatos se passaram, e eu surtaria se não fosse pela AD. Dolores andava nos vigiando mais que nunca, e agora interditava as corujas também. Harry e eu tivemos de parar de enviar cartas para Sirius, já que ele também sabia oque a monstra estava fazendo. A Armada se reunia duas vezes por semana, e hoje seria o dia. Neville definitivamente era o mais ansioso de todos, chegava até a dar pulinhos. Alunos de todas as casas estavam lá, mas somente dois ou três me incomodavam. Não gostei de Cho Chang ter entrado, ela me relembrava Cedrico, e não de uma forma boa. Zacarias Smith era outro, perturbava Harry até não conseguir mais.

– Reducto! – gritei para Ronald, que voou.

– Parabéns, Clarie. – disse Harry, me abraçando de lado.

– Expelliarmus! – ouvi Hermione berrar, e logo depois Neville voar.

– Todos estão muito bem, não acha? – indaguei.

– Bem até demais. – sorriu.

– Temos um ótimo professor, Harry. – brinquei. Me afastei de Harry, logo depois que ele disse que eu teria que duelar com Cho. Dei um sorriso maldoso ao ver a garota que se afastava de mim, ficando na posição de combate.

– Clarie, vá com calma. – Hermione sussurrou.

– Não se preocupe. Não vou arrancar a cabeça dela. – ela sorriu, mais segura. – Só não garanto que ela não vá sangrar. – murmurei só para mim.

Cho se preparava, e todos prestavam atenção em nós. Harry deu o sinal e quando ela ia gritar algum feitiço, fui mais rápida.

– Expelliarmus! – berrei, vendo Cho dar três giros no alto antes de cair no chão. Óbvio, que ela não tinha se machucado, se levantou rápido.

– Muito bem. – disse Harry, sorrindo. Ele não estava preocupado com a Chang? Oras, temos um avanço aqui.

– Só eu percebi, ou Harry não estava nem um pouco preocupado com a Cho? – perguntou Hermione, sussurrando.

– Pensei que só eu havia percebido. – murmurei.

– Pois é. – murmurou de volta. Era a vez de Ronald e Hermione, e eu sabia que ele ia se dar mal.

– VAI, HERMIONE! – gritei, dando um incentivo.

– Obrigada pela torcida, Clarie. – Ronald disse, bravo.

– Não há de que. – sorri, ironicamente.

Acabou como pensei, Hermione havia vencido. Ronald voou alto antes de cair com tudo no chão. Fred e Jorge brincavam com a cara do irmão a todo momento, eram verdadeiros Marotos. Como eu sabia dos Marotos? Sirius havia me contado. Também me contou que meu pai havia sido um Maroto, mas logo depois deixou a vida de bagunças para estudar e ser alguém no Ministério. Oras, então a minha facilidade para me meter em confusões havia sido por causa de meu pai? Bom saber.

***

Todos estavam indo para o jantar. Ronald havia contado uma piada boba, na qual só eu e ele rimos. Sentamos na mesa da Grifinória ainda rindo como dois bobocas. Só parei de rir quando me deparei com um ser loiro me encarando com um sorriso bobo. Era Córmaco McLaggen.

– Boa noite, Clarisse. – sorriu.

– Boa noite, Córmaco. – sorri de volta.

Eu não sabia o motivo de Córmaco estar falando comigo, mas percebi Harry fazer uma cara feia e parar de falar com todos.

– Oque houve, Harry?

– Nada.

– Mas por que você...

– Já disse que nada! – exclamou e saiu andando. Os colegas que estava mais perto encaravam a cena assustados. Me levantei da mesa e fui atrás dele.

– HARRY POTTER! – exclamei, puxando sua mão. – Oque aconteceu?

– Clarie...

– Não vou sair daqui até você me contar.

– Mas que droga, Clarie!

Ficou alguns minutos me encarando, e seu olhar me hipnotizava.

– Vamos, não tenho a noite inteira!