Faltavam apenas dez dias para as aulas retornarem. Eu estava bastante ansiosa para ver Hermione, Harry e Ronald. Bom, eu tinha vários outros amigos, mas alguns eram de outras casas. Uma vez, Hermione viu uma amiga da Sonserina vir me cumprimentar e reclamou em meus ouvidos por quase duas semanas. Oras, não é tão ruim ter amigos na Sonserina. Ou é? Vou contar-lhe um segredo. Bom, não sei como dizer isso, mas eu sou a melhor amiga de Draco Malfoy. Não me julgue, nós somos apenas amigos. Minha família e a família dele não se gostam muito, mas eu não tenho de ser igual a minha mãe. Draco é uma das pessoas que mais me entendem no mundo. Apesar de todos o odiarem, eu o adoro. Em falar em pessoas que eu odeio, nessa lista eu incluo Gina Weasley. Ora, mas que garota insolente! Vive esbarrando em mim, derramando suco de abóbora em minhas vestes e quando eu vou tirar satisfação com a pequena ratinha, ela nada diz. Eu acho que é por que ela gosta de Harry. Não há motivos para ter ciúmes, eu e Harry somos apenas amigos.

Saí de meus pensamentos quando vi uma coruja em minha janela. Era completamente branca com alguns pontos pretos, e seus olhos eram completamente negros. Edwiges. Ela trazia uma carta pregada à pequena pata. Quando desamarrei a carta, dei-lhe um biscoito. Me dirigi até minha cama e abri o envelope. Obviamente era de Harry.

"Hey, desculpe-me por não ter mandado cartas durante as férias. Meu primo anda me irritando mais que o normal. Enfim, Ronald pediu para escrever-lhe sobre a Copa Mundial de Quadribol. Ele disse que seu pai convidou a todos para ir, e que você não ficaria de fora. Escreva-me outra carta que eu respondo a Ronald. Por falar nisso, como vai Hermione? Não falo com ela há alguns dias. E como vai você? Enfim, não tenho mais assunto. Espero que Edwiges não te dê muito trabalho. Até mais, Clarisse.

Harry Potter."

Eu adorava conversar com Harry. Se é que isso poderia ser chamado de conversar. Em um pulo fui para a sala, implorando aos meus pais se poderia ir a Copa Mundial de Quadribol junto aos Weasley's. Como sou muito boa em implorar, eles concederam. Respondi a Harry e então fiquei pensando nos próximos dias.

Seria tudo tão bom.

Ou não.

***

Os dias se passaram arrastando. Logo eu me encontrava de madrugada na casa dos Weasley's. Por que iríamos sair tão cedo? Pergunte ao Sr. Weasley. Logo após a grande briga para Harry e Ronald acordarem, começamos a caminhar não sei para onde. Eu vestia uma blusa de frio branca, uma calça escura e botas que iam até metade da minha canela, também escuras. Oras, eu tinha que estar arrumada para ver Victor Krum. Quem é esse? Não diga isso perto de Ronald ou ele te mata. Andamos até certo ponto, eu estava ainda mais distante que Harry e Ronald. Quando ouvi vozes diferentes, nem me preocupei em olhar para frente, só andava olhando para o chão. Meus longos e lisos cabelos castanhos voavam conforme o vento, foi quando ouvi um baque e olhei para frente. Um senhor cumprimentava o Sr. Weasley e... Caramba! Um garoto extremamente lindo estava ao seu lado.

– Ah, e aquela perdida ali no fundo se chama Clarisse. – Arthur apontou para mim, e o garoto olhou em minha direção, lançando um sorriso lindo. – Vamos crianças, já estamos atrasados.

Chegamos até uma bota velha, e todos se ajoelharam e colocaram suas mãos. Previ que fosse a Chave de um Portal e os imitei. Quase que Harry ficou para trás, mas desconsidere.

– Nos vemos no jogo, Amos! – Sr. Weasley disse, vendo o homem e o filho se afastarem. Antes de desaparecer, Cedrico virou sua cabeça para trás e acenou para mim. E eu? Obviamente acenei de volta.

***

Logo estávamos indo para o enorme estádio. Vimos Draco e seu pai no caminho, eu apenas dei-lhe um sorriso discreto, ele retribuiu. Eu torcia para a Irlanda. Ronald quase me esganou quando eu disse que não queria saber de Victor Krum.

Aquela seria uma boa noite.

Uma longa noite.