Quem é você, Hyden? escrita por letiiciabriefs
Notas iniciais do capítulo
Bem, esta fanfic é baseada no livro Enders (continuação de Starters), uma one-shot shippando Callie e Hyden ♥ como vocês podem perceber, me baseei no título de "Quem é Você, Alasca?" para fazer título dessa fic (só to falando isso para não dizerem depois que eu plagiei o título do livro e etc). Enfim, espero que gostem ;) ah, e sugiro que se você não tenha lido Enders, nem leia essa fic, porque, né... ~CHUVA DE SPOILERS~ -Q
“-Eu sou o Velho” – ele disse. Naquela hora meu corpo inteiro gelou, não consegui acreditar naquilo. Como Hyden pôde ter me enganado esse tempo todo? Por que ele não me contou a verdade antes?
Expulso esse pensamento de minha mente por um momento, quando Trax solta um gemido de dor. Ele está inconsciente no banco de trás, onde Michael o observa armado, para evitar que uma atitude inesperada venha de Trax. Estou no banco da frente ao lado de Hyden, que está no volante. Estávamos quase para descobrir a localização da base secreta de Brockman, mas Trax apareceu e acabou nos atrasando. Mas fizemos bem em não atirar nele, pois ao que parece, ele está do nosso lado contra Brockman, e, além disso, foi por causa do aparecimento inesperado de Trax que muitas verdades foram reveladas. Principalmente sobre Hyden.
– Um pequeno flashback do que aconteceu nos últimos 30 minutos -
Encontramos com Trax no meio do deserto.
Hyden assumiu que era o Velho.
Hyden deixou Trax inconsciente, e agora, estamos esperando que ele acorde logo e nos esclareça mais coisas antes de irmos adiante até a base de Brockman.
Hyden e eu somos os únicos que permanecemos acordados. Hyden garantiu que poderia ficar na guarda caso alguém viesse, mas eu senti a necessidade de ficar na guarda também. Não confio mais nele.
– Callie, por favor, fale comigo – implora ele – pergunte-me o que quiser, juro que só direi a verdade.
– Muito bem. Por onde começar? – pergunto, irônica – por que diabos você começou tudo isso? O que tinha na cabeça?!
– Eu só queria salvar os Starters sem família... Ah, Callie, é complicado, você não vai acreditar em mim – lamenta ele. Solto um suspiro de frustração e viro o rosto, encarando a janela do furgão. Não há nada além de areia por toda parte. E o medo constante de alguém nos encontrar aqui. Afinal, um carro estranho parado no meio de um enorme deserto não é lá uma coisa muito comum de se ver. É quase como se estivéssemos colocado uma placa enorme e com luzes piscando no carro dizendo em letras gigantes: “Olhem para cá, aqui estamos nós, 3 Metais prontos para serem capturados!”. É...talvez não tenha sido muito inteligente termos parado no meio do caminho. Mas foi preciso, afinal, só é prudente seguir em frente quando tivermos posse de mais informações, e só quem poderá nos fornecer isso é Trax.
– Callie? – chama Hyden novamente. Olho para ele.
– Já entendi que a sua verdade é complicada demais para a minha compreensão. Então me deixe em paz, só fale comigo se for para contar o que eu ainda não sei sobre a sua “verdadeira verdade” – digo frustrada, lembrando-me de como depositei toda a minha confiança nele, enquanto estava sendo enganada o tempo todo. E por duas vezes! Antes no corpo de Blake, agora no seu corpo de verdade. Mas quem garante que esse é mesmo sua aparência real? Ah, Hyden...o que você fez comigo...
– Eu posso ter mentido para você, mas foi para o seu bem. E eu não menti sobre tudo – diz ele – eu realmente odeio meu pai, e quero acabar com os planos dele. E também, Trax tinha razão sobre uma coisa. Aquilo que ele falou, sobre eu nunca ter me importado com ninguém como me importo com você...
– O que tem isso? – indago com o olhar frio para a janela.
– Era a mais pura verdade. Tudo em mim talvez tenha sido uma grande mentira, menos isso. Eu amo você, Callie, faria tudo para te proteger, te manter em segurança, e finalmente depois ter você só para mim – ele fala, meio corado, com os olhos fixos em mim. Forço-me a manter o olhar na janela, mas acabo desviando o olhar para ele. Os olhos dele penetram os meus, quase como se nossos olhos pudessem se tocar. A falta de contato humano que Hyden teve que suportar por tanto tempo deve ser muito difícil para ele. Eu consigo sentir, mesmo sem que ele me toque, que ele está me tocando sim, mas com seus olhos. E faço o mesmo.
– Será que estou progredindo, com relação à minha sensibilidade ao toque? – pergunta ele, quebrando o silêncio. Percebo o que ele quer dizer com isso.
– Temos que testar – respondo, e percebo seu rosto ficar ainda mais corado e um pequeno sorriso se formar em seus lábios. Com cuidado, pego sua mão e a seguro com leveza, e ele solta um pequeno gemido de dor, mas não afasta sua mão da minha. Ele solta um suspiro aliviado por conseguir aguentar a dor. E então eu lembro que há apenas alguns minutos atrás, eu estava furiosa com ele. Retiro minha mão de cima da sua e volto a encarar a janela. Não posso evitar sentir atração por ele. Ele é o Velho, eu o odeio, mas ao mesmo tempo lembro-me dos momentos que passamos juntos enquanto ele era Blake, e dos últimos momentos até agora, enquanto ele era Hyden.
– Me toque novamente – pede ele – por favor, Callie...
Tento não dar ouvidos a ele, mas antes que eu consiga respondê-lo, ele coloca um braço ao meu redor, encostando a mão em meu ombro despido. Suas mãos estão frias, mas uma frieza estranhamente confortável. Não quero que ele tire a mão dali.
– Me diga, como posso reconquistar sua confiança? – pergunta, bem próximo a mim. Ainda acho estranho ele não estar mais sentindo dor ao me tocar. Talvez ele esteja mesmo progredindo em relação a isso.
– Não há nada que você possa fazer – respondo – não vou odiá-lo para sempre, mas é impossível conseguir confiar em você de novo.
– Então vou ter que ir conseguindo isso aos poucos. Um dia você vai entender porque fiz aquilo, e talvez até me agradeça.
Agradecer? Agradecer a ele?! Por ter transformado Starters em bonecos, por ter me enganado o tempo todo?!
– Você é idiota? Entenda, você só está aqui porque precisamos de você para chegarmos aonde queremos. Quando isso tudo acabar, nem pense em olhar novamente para a minha cara – respondo fria. Ele demonstra uma expressão de mágoa no rosto, uma expressão de cachorrinho ferido. Mas não tenho dó.
– Impossível. Você pode até tentar fugir de mim, ou qualquer outra coisa, mas todos os seus esforços para me manter longe vão falhar.
Tendo dito isso, ele aproxima seu rosto do meu e me beija. E não sinto o mesmo que senti quando beijei Blake. Sinto algo muito melhor, uma sensação enorme de que eu o conhecera desde sempre. Como se eu já pertencesse a ele, e ele a mim. E agora, finalmente, posso tê-lo aqui sem máscaras e sem mentiras. Apenas o Hyden.
Depois de longos instantes trocando beijos e carinhos, ele envolve meu rosto com suas mãos e encosta sua testa na minha. Dá para perceber que ele está segurando mesmo a dor, se esforçando para não soltar grunhidos ao meu toque.
– Hyden, você está bem? – pergunto, sentindo-me um pouco culpada por tê-lo feito passar por toda essa dor.
– Nunca me senti melhor – retruca, sorrindo. Sorrio de volta e nos abraçamos. E assim ficamos, até Trax e Michael acordarem.
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Digam o que acharam, por favor? :)