– Então Draco, vamos começar com uma pergunta simples: qual sua cor preferida?

– Verde.

– Claro, uma das cores de Sonserina.

– Claro. - ele sorri como o gato que comeu o canário.

– O que gosta de fazer nas horas vagas?

– Depende bastante do meu humor. Normalmente eu pratico algum esporte, musculação talvez. - ele dá de ombros e um suspiro coletivo pode ser ouvido.

– Então, não está comprometido. - ela pula para a parte importante e o loiro quer rir.

Não foi uma pergunta mas Draco sorri de lado e responde: - O pedido não foi feito, nada foi realmente... firmado. Então posso dizer que não.

O burburinho cresce um pouco e o loiro se recosta melhor na poltrona macia. Deixe que pensem o que quiserem disso. Só quem realmente importa sabe que isso é uma mentira deslavada.

– Isso pareceu um pouco dúbio. - a entrevistadora chega mais perto e apoia a mão no braço dele, ela derrama seus peitos por cima da mesa, dando um tom de confidencialidade à conversa. - Há alguém, ou devemos manter nossas esperanças?

Draco quer rir tão forte que tem de apertar suas mandíbulas no lugar para não sair rolando. Isso seria uma cena de causar ciúmes. A mulher faz um trejeito sensual com os lábios que só ele pode ver.

– Eu não sei quanto às esperanças, mas posso garantir que não tenho uma namorada. - ele sorri novamente, só ele entende esse sorriso e, talvez, mais alguém.

As bochechas maquiadas da entrevistadora tomam uma cor rósea, ela solta um som baixo e volta a olhar suas perguntas. Draco pode ouvir o som leve das pernas dela se esfregando debaixo da mesa.

– Hmm, então, quais são seus planos agora?

– Estou aberto à propostas até o meio do ano, que é quando começo a gravar...

– Minha Vida Com Você. - ela interrompe. Draco sorri o mais simpático que pode mas sente seu rosto tremer de agonia. Deus do céu, ela está prestes a pular essa mesa e me pagar um boquete.

– Parece que você se preparou. - ele flerta só um pouquinho, porque é divertido vê-la com o olhar perdido.

– Sim. - ela praticamente geme, então limpa a garganta percebendo que está sendo antiprofissional.

– Eu pensei que ela ia pular aquela mesa e me tomar ali mesmo.

– Então você seria um cara sortudo, ela é gostosa.

– Blaise.

– O que? - Draco sustenta um olhar mortal. Blasie sorri e ri. - Você é tão gay.

– Calado.

– Ei, você que estava querendo correr da apresentadora gostosa que queria pegar na sua bunda branca - ele faz uma pausa e sorri mais forte. - e gay.

– É isso, acabou, você está demitido.

– É bom você ter sorte e achar outro agente que seja tão bom em esconder suas, uh, preferencias.

– Contando que eu pague bem, qualquer um faz um bom trabalho. - Draco fala, distraidamente perfurando seu celular com força excessiva. Ele só pode estar brincando, não voltará hoje?

– Ei, Doug, - Blaise grita ao motorista. - pare na próxima esquina, parece que estou despedido.

– Isso só pode ser brincadeira... Ele disse que estaria em casa hoje...

– Falando sozinho? - Blaise cutuca o lado de Draco e olha seu celular. - Hmm, Harry estará ocupado esta noite?

– Não seja enxerido. - o loiro bloqueia a tela. - Você não ia descer na próxima esquina? Ela já passou.

– Admita, você não sobreviveria um dia sem eu para salvar sua bunda gay dos tabloides.

– Hoje você tirou o dia... - Draco arregala os olhos para o email em seu celular e abre o link. - Puta merda, eles foram rápidos dessa vez.

– E quando não são? Deixe-me ver. - Draco estende o telefone, Blaise tem um pequeno ataque de riso. - Eles são tão criativos, porra, olhe a quantidade de gifs, isso é hilário.

– Isso é perturbador, eles tem meio que tem toda a porra da entrevista e gifs. Cada fodido sorriso dela.

– E cada olhar seu, porque segundo suas fans: - o moreno limpa a garganta teatralmente para sua fala. - seus olhos acinzentados são como nuvens de tempestade, eles mostram todos os seus sentimentos no meio dessa tormenta.

– Agora, isso foi assustador.

– Eu tenho que me manter atualizado sobre o que escrevem sobre você.

Draco olha para seu próprio reflexo na porta espelhada do elevador. Olhos de tempestade, tch. Ele fecha seus olhos e encosta a cabeça para trás. Ele não vai estar em casa. O que diabos eu deveria fazer se ele não está em casa? O elevador moderno avisa que seu andar chegou.

O loiro larga suas coisas dos bolsos na mesa ao lado da porta e chuta seus sapatos para fora dos pés. Draco vai até a cozinha e decide que quer algo quente para comer antes de se enroscar sozinho nas cobertas. Deprimente. Ele pede a comida pelo telefone e vai para o banho.

O banheiro vazio parece opressor demais então ele liga seu ipod no aleatório. O loiro toma um banho lento e preguiçoso, enrola-se numa toalha e vai para o quarto. A campainha toca e ele se xinga por ter demorado. Draco percebe que o interfone não tocou confirmando que alguém estava subindo. Uma animação cresce em seu estômago.

Só três pessoas tem permissão para subir sem serem anunciados: Blaise, sua mãe e Harry. Qualquer um dos três pode vê-lo de toalha, provavelmente Blaise reclamaria mas ele acabou de estar consigo no carro, não estaria ali tão cedo. Sua mãe, bem, digamos que ela não vem nessa casa de Draco.

Ele olha pela porta e vê o pacote de comida na frente do olho mágico. Draco abre a porta segurando a toalha com a outra mão.

– É assim que você atende todos os entregadores? - Harry sorri de lado, parado na porta. Draco lança seu melhor sorriso sexy e arruma sua toalha... um pouco mais para baixo.

– Sim, na maioria das vezes, sim. Eu me esforço para manter o nível alto.

Harry rasga um sorriso feroz e entra empurrando Draco para dentro. As mãos do moreno logo estão no pequeno 'v' à mostra de Draco. A porta se fecha com um estrondo e o loiro sente suas costas contra ela.

– Você parece estar conseguindo isso. - Harry está feroz quando beija Draco, ele empurra seu quadril com força fazendo o loiro gemer e abrir as pernas.

– Você disse que não chegaria hoje. - Draco sussurra entre os lábios famintos de Harry.

– Eu menti. - Harry assopra.

– Graças à Deus.

Um mês pode não ser tanto tempo assim. Quer dizer, são só 4 semanas, 30 dias, 720 horas e muitas fodidas noites rolando na cama! Ok, pode ser sim um longo tempo. Por isso Harry apertou Draco contra a porta na primeira oportunidade. Por isso, também, que Draco enfia sua mão por dentro do casaco do moreno em busca de pele.

A toalha é tão ridiculamente fácil de se tirar que Draco deseja que estivesse vestido. Bom, na verdade, talvez deseje, isso é uma questão complicada. O casaco de Harry fica pela sala junto de seus sapatos e a bendita toalha. O moreno agarra forte a bunda de Draco e o puxa para cima, para que enrole suas pernas em sua cintura.

O loiro geme e arqueia um pouco as costas, Harry aproveita a deixa e lambe um dos mamilos dele. Draco está na cama e o moreno está estre suas pernas, ajoelhado no colchão, deliberadamente se demorando para abrir suas calças. Harry tem aquele fogo nos olhos, eles nem tem mais a cor verde de sempre, estão escurecidos ao ponto de perecerem negros.

Draco se senta, incomodado e quente com o olhar do outro, ele agarra a frente da camisa de Harry e o puxa para baixo num beijo duro e sensual. O loiro corre as mãos para baixo e finalmente abre as calcas do outro.

– Eu acho que não estamos com tempo. - ele sussurra, meio aborrecido, e Harry ri em seu pescoço enviando cócegas por ali.

– Eu posso ver isso.

Draco enfia as mãos por dentro da camisa de Harry e a puxa para cima com pressa. O moreno para com a brincadeira de se demorar, afinal, faz um mês inteiro para os dois lados e Harry não pode se conter.

O toque do celular de Draco grita de algum lugar no quarto e ele decide não atender, Harry também não parece assim tão interessado nisso quando se curva e lambe o queixo do loiro. O toque para e então recomeça. Malfoy bufa em frustração mas não pretende atender, ele dá um impulso e os vira na cama espaçosa, para um momento porque Harry parece muito gostoso de ângulo, com os cabelo em desordem total e os olhos quentes. Então o celular toca novamente e o loiro grunhi exasperado, três ligações seguidas querem dizer que alguma coisa séria aconteceu e Blaise precisa falar com ele.

– Cuspa.

– Uh, Harry está aí?

– Sim, Blaise. Fale o que quer.

– Quanto mal-humor. Eu só estou ligando porque seu voo de hoje a noite foi remarcado.

– Ok, não tem problema chegar mais tarde.

– Hm, foi remarcado para mais cedo.

– O que? Não! Só pode estar de brincadeira. Arrume outro horário mais tarde. - Harry chuta suas calças para fora da cama e se acomoda. Draco geme percebendo que ele está fazendo pose de modelo de cuecas.

– Você gemeu? Pelo amor de Deus, não me diga que está no meio da coisa. Sabe que não precisa me atender se estiver no meio, não é? Tem alguém chupando seu pau? Porra, essa imagem foi perturbadora, não me fale se estiver.

– Não é isso. - Draco suspira fazendo beicinho para o Harry sexy em sua cama. - Que horas?

– As 19h. – Draco joga o celular de volta na mesinha.

– Problemas?

– Tenho um voo as 19h.

– Mas eu pensei...

– É, eu também. - Draco se senta no final da cama de modo desanimado. Queria tanto esse dia com Harry, tinha esperado o mês inteiro...

– Ainda temos cinco horas, você sabe... - Harry sussurra envolvendo o loiro por trás, seus lábios roçando o ombro do outro.

Draco sorri. Afinal, em cinco horas pode-se fazer todo tipo de coisas interessantes.