O despertar escrita por NMCMsama


Capítulo 1
O despertar


Notas iniciais do capítulo

Esse é um pequeno conto que escrevi a tempos atrás.
Eu não gosto muito de histórias tristes kkkk Eu sou muito chorona!
Por isso, essa é minha primeira história do gênero!
Espero que gostem! Ç-Ç



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O Cemitério de Highgate

Um jovem vaga pelos túmulos tal como se estivesse passeando em um belo domingo de manhã em alguma praça da capital inglesa, contudo o ambiente não condiz com esse ato, era noite tão pouco era um fim de semana... O jovem parecia não ligar para o fato, cantarolava enquanto andava por entre covas sem se importar. Para diante de um mausoléu e se senta.

-Aqui é tão tranquilo... –Diz alegremente se espreguiçando –Será que isso que dizem sobre eterna paz? –Ri baixo com aquela pergunta –Paz...Será que existe isso mesmo?

Com quem estava conversando? Com o nada? Esperava uma resposta? Não...Por isso se distanciava de todos ... Se sentia próximo dos mortos do que os vivos.

“Será por que eu sinto que estou morto?” Pensou.

-Não existe paz... –Uma voz foi emitida da escuridão, o garoto se sobressalta e busca a fonte da voz, será que algum policial o tinha encontrado?

-Quem está aí? –Perguntou já pegando um punhal que escondia no bolso de seu casaco, seus olhos de íris que assemelhavam a mais pura esmeralda vasculhavam a escuridão. Aquele cemitério não era só conhecido pelas pessoas famosas que ali tinham sido enterradas, mas também pelo relatos da existência de fantasmas e vampiros a vagarem por aquele solo dos mortos.

-Só uma alma solitária como você... – Uma luz de um cigarro sendo acendido foi visto nas trevas, o cigarro foi levado a boca e uma face jovem foi iluminada, era belo, tinha uma pele alva que mais se assemelhava a um fantasma.

-Quem é você? –Perguntou o garoto temendo aquela figura que mais parecia uma ilusão do que um ser real.

-Francis... Meu sobrenome eu já esqueci... Com o passar dos anos ele nada significa...-Sorriu o jovem se aproximando –E qual é o seu?

O garoto analisou a situação, será que devia dizer ou não? Mas...Faria alguma diferença? Não era alguém importante... O que devia temer por revelar o seu nome?

-Meu nome...Sou Arthur Kirkland... O que fazes em um cemitério a essas horas da noite?

-Moi? Só estou passeando...-Falou, um sotaque francês se fez transparecer.

-Em um cemitério?

-Uoi... Além do mais, você também está aqui... O que faz um garoto sozinho em meio a um cemitério? Se me dizer isso talvez eu digo o meu motivo...-Sorriu amistoso.

-Eu gosto daqui...

-Hum? Um vivo que gosta de ficar junto com os mortos? Que interessante...-Francis parecia interessado, Arthur esperava um repudio ou mesmo um risada... Relaxou um pouco, talvez tenha encontrado alguém que compartilhava dos mesmos gostos.

-A maioria daqueles que amei estão no mundo dos mortos... Dos vivos não tenho nenhum afeto, não mais...

-Oh... –Francis sentou ao lado de Arthur no mausoléu –Conte-me a sua história...

-Tsc... Eu não gosto de receber ordens...Muito menos de um estranho! –Resmungou Arthur.

-Ora, só estou curioso... Nunca encontrei alguém que tenha simpatia pelos mortos, muitos jovens temem a morte... Evitam relembrar daqueles que já se foram... Por isso quero saber mais! Por que não conta para mim? Tem medo de mim...Artie? –Provocou o jovem.

-Ah? Lógico que não...Não temo nada!-Disse Arthur corando um pouco com aquele apelido que foi proferido.

-Então...Me conte a sua história!

-Eu nasci no campo, meu pai tinha uma grande propriedade rural... Estava na nossa família por gerações, meu pai ficou iludido com o dinheiro da sua herança bem como dos bons frutos que vinham com o negócio...Decidiu se mudar para Londres onde se deixou consumir pelas paixões da vida, bebida, jogos de azar, ópio... Traiu a minha mãe com incontáveis prostitutas, logo estávamos afundados em dívidas...Isso o levou a depressão e por fim o suicídio... Minha mãe se casou com o sócio de meu pai este a maltratava constantemente... Um dia, em uma briga os dois caíram da escada e morreram... Tudo isso aconteceu quando eu tinha apenas 10 anos...Eu vi meu pai pegando sua arma em seu escritório, ele beijou o meu rosto, seus olhos...Não havia mais vida neles...Pareciam os olhos de corpo vazio, só havia escuridão neles...Ele atirou em sua cabeça na minha frente... Ainda posso sentir o seu sangue quente em meu rosto... –Arthur tocou seu rosto, sim ainda podia sentir o liquido rubro lá, mesmo que já tenha passado tanto tempo –Quanto a minha mãe...Eu encontrei ela e meu padrasto quando retornara da escola...Eles estavam mortos já fazia horas... Seus corpos já fediam...Mesmo assim eu a abracei e dei o meu adeus...-Sorriu ao se lembrar do toque frio do corpo sem vida de sua progenitora –Depois disso fui jogado a um orfanato...Mas não permaneci lá por muito tempo... Eu sofria maus tratos pelos outros garotos órfãos pelo simples fato de eu ter sido rico... Fugi de lá quanto completei 14 anos...E estou nas ruas desde então...Prefiro viver nos cemitérios...

Um toque frio na bochecha de Arthur o fez parar de falar, Francis acariciava sua face...Logo percebeu que estava chorando. Desde quando? Nem sentia as lágrimas escorreram de seus olhos...

-Não preciso de sua compaixão...-Afastou aquela mão do seu rosto, quanto tempo não tivera uma caricia? Neste anos...Fora os seus pais, nunca recebera afeto.

-Não se trata de compaixão... –Sorriu Francis –Eu só achei que devo lhe dar um pouco de conforto...

-Não sou mais uma criança...-Resmungou, tentando esconder o rubor de sua face levantando a gola de camisa.

-Quantos anos tens?

-Tenho 17... E você? –Perguntou curioso.

-Digamos que se eu contasse quantos anos tenho de verdade...Não irias acreditar! –Riu Francis, isso deixou Arthur confuso.

-Como você me contou a sua história acho que lhe devo a explicação por que estou aqui... Bem... –O jovem retira papeis de seu casaco , eram desenhos, pareciam retratos reais feito com simples lápis dos túmulos daquele cemitério –Me considero um artista...

-Tens um gosto estranho...

-Parece que temos gostos semelhantes ,Artie... –Sorriu, Arthur pode ver por um relance algo que parecia presas.

-Estou buscando um modelo... Cansei de desenhar objetos...Queria desenhar algo vivo...O que me diz? Queres ser o meu modelo?

Algo dentro de Arthur gritava para se afastar daquele estranho, sentia que algo ruim iria acontecer se ficasse ao seu lado...Mas, ao mesmo tempo sentia uma estranha atração, queria ficar ao seu lado...Queria descobrir mais dos mistérios que aquele jovem belo guardava...Mesmo que aquilo pudesse custar a sua vida.

“Estou destinado a morrer... Por que temer o futuro então?” Pensou resoluto.

-Eu aceito... Serei o seu modelo...

-Que bom...-Francis sorriu.

“Sim...De fato...São presas...” Notou Arthur ao ver os caninos avantajados sendo expostos naquele sorriso, deveria correr? Devia gritar e implorar a sua vida para aquele ser que deveria ser um vampiro?

-Vamos? Ou iras me desenhar aqui? –Perguntou Arthur se levantando.

-Oh...Não! Eu tenho um apartamento aqui perto...Queres mesmo vir comigo? –O tom dele parecia incerto.

-Não me faça repetir duas vezes...Eu já disse que aceitava...-Sorriu Arthur.

-Bem... Então vamos...Artie...

~~~O despertar~~~

Ele o tinha mordido, sentiu suas presas em sua carne, sugar o seu sangue... Sentiu a sua vida escapar pelo o líquido escarlate que escapava de seu corpo.

Seu coração...

As batidas diminuíam...

Pareciam cada vez mais distantes...

Até que se tornar apenas um murmuro distante...

Por fim, nada mais existe...

Um silêncio se instalou...

...

...

...

Arthur abre seus olhos, o mundo parecia renascer... Tudo parecia mais brilhante e exalar um diferente tipo de luz...Mesmo na escuridão...Parecia que estava em plena manhã. O jovem inglês se levanta, nota que ao lado da cama em que estava deitado estava vazio, onde estava Francis? Havia desenhos seus espalhados pelo o pequeno quarto, desenhos na qual Arthur tinha roupa, outros que ele tirava uma das peças...Logo desenhos que ele não tinha roupa nenhuma... O inglês corou com aquilo, nunca pensou que iria se entregar a alguém em uma só noite, pareciam que se conheciam a muito tempo... Como se o destino finalmente tinham os unidos...

Arthur sorriu, mesmo que seu coração não batesse mais... Mesmo, que não estivesse mais vivo...Tinha despertado para uma nova realidade e não estava sozinho.

-Francis... –Cobriu o seu corpo nu com as cobertas e vagou pela pequeno recinto a procura do vampiro... A porta da varanda estava aberta, uma brisa quente vindo de fora adentrou fazendo os papeis de desenhos dançarem no ar. Francis estava na varanda observando o nascer do sol.

“Vampiros podem andar a luz do dia?”

-Fran...

Fumaça começou a emanar do corpo do outro... Francis o encarou sorrindo triste.

-FRANCIS!

-Há anos que eu não vejo o nascer do sol... –Disse, seu corpo aos poucos começava a entrar em chamas – Sinto muito Artie... Eu não quero passar mais uma noite em ver o nascer de uma nova manhã...

-Não...Por que? Espere! –Arthur nada pode fazer, as chamas já consumiam totalmente o vampiro, o garoto observava aquilo atônico... O que podia fazer? Seu corpo tremia.

O sol nasceu, o corpo do vampiro já não mais existia...Somente cinzas...

-Por que?... Por que me transformou...Sabendo que iria me deixar... Por que? –Novamente lágrimas se formavam em seus olhos.

-Maldito...Pensei...Que finalmente podia ser feliz...Se não fui em vida...Seria em morte...Por que? Por que? –Chorou, esse era o seu despertar...

Uma nova jornada se iniciava...

Essa seria sua nova vida...

Ou a sua morte?


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Notas finais do capítulo

Para escrever essa fic eu tomei como base "o Cemitério de Highgate "http://pt.wikipedia.org/wiki/Cemit%C3%A9rio_de_Highgate
Um cemitério ingles que tem como fama ser assombrado por fantasmas e vampiros!

Espero que tenham gostado!
Beijos!



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