A Different Dawn Treader escrita por Nymeria


Capítulo 12
Resfriados nem sempre afetam a audição


Notas iniciais do capítulo

Oi ser vivo que ainda acompanha essa fanfic!
Nesses últimos dois anos tem acontecido muita coisa, e isso influenciou para que eu deixasse essa história em hiatus. Felizmente, eu decidi que não deixaria essa história inacabada, mas só agora tive tempo/cabeça pra voltar aqui e postar um novo capítulo.
Espero que me perdoem pelo tempão de hiatus e é isto.

Também queria agradecer à Lady, que me mandou uma mensagem muito amorzinho e me incentivou a continuar essa fanfic!



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Caspian se remexia em sua rede chamando pelo pai enquanto Edmundo pensava em tudo o que havia acontecido desde que retornaram à Nárnia. Nunca havia pensado que tudo poderia acabar tão errado.

— Edmundo — uma voz o chamou. — Edmundo!

Virou-se devagar, achando que estava apenas ouvindo coisas, então viu a imagem esfumaçada da Feiticeira Branca.

— Venha comigo — dizia ela. — Junte-se a mim.

O garoto, assustado, puxou rapidamente a espada, direcionando-a para onde a imagem de Jadis flutuava.

— Edmundo! — Lúcia murmurou.

Edmundo suspirou, saudando a irmã em seguida.

Caspian acordou com um susto.

— Eu perdi o sono — Lúcia disse.

— Já até sei — o garoto disse, continuando em seguida: — São pesadelos. Ou estamos enlouquecendo. Ou estão brincando com nossas mentes.

Os três ouviram um resmungo sonolento e, então, Raisha estava parada ao lado de Lúcia.

Edmundo pensava sobre ela também, antes da visão da Feiticeira. Nas últimas duas semanas os dois haviam ficado mais próximos, amigos. Raisha era uma boa pessoa, afinal. E muito parecida com Adria. De certa forma, ela supria a ausência da última. As duas tinham o mesmo senso de humor e sarcasmo natural.

— Alguém viu a Adria?

E então eles perceberam que estavam todos ali, menos ela.

— Ela não estava dormindo com você? — Caspian, ainda com sono e perturbado, perguntou.

— A não ser que ela tenha entrado e saído enquanto eu estava dormindo, eu não a vi. — Raisha disse. — Acho que você deveria ir procurá-la, Edmundo. Caspian parece um louco e está chovendo, eu que não vou.

— Realmente parece — Lúcia concordou.

— Tudo bem.

Edmundo se levantou e saiu da cabine, passando por pequenos corredores com algumas cabines onde marinheiros exaustos dormiam. Sabia por que Raisha o havia mandado ir atrás de Adria. Ela, na verdade, o fazia todos os dias, porém naquela noite só tinha uma desculpa para isso.

— Você é um idiota — ela disse ao encontrá-lo na proa na mesma noite em que Adria e ele haviam brigado.

Ou quase brigado, por que não foi realmente uma briga. Mas ainda assim, tecnicamente, foi.

— Eu realmente espero que você esteja pensando num pedido de desculpas. Sinceramente, Edmundo, eu sei que saber que a garota que você gosta vai ser rainha é estranho, mas não é pra tanto.

— Você não entende, Raisha.

— Então explique. Por quê?

Edmundo suspirou.

No outro dia, ela insistiu novamente.

— Dessa vez eu não deixarei você não me responder.

— Diga-me: Você não acha que eu devia saber? — Ele perguntou. — Estou chateado por ela ter ocultado uma parte importante da vida dela.

— Por que é importante?

— Porque é sobre ela. É sobre a vida dela e o que ela vai ser no futuro. Eu só gostaria de saber; ter uma futura ela para imaginar quando eu estiver em meu mundo.

— Parece-me justo.

O garoto deu de ombros.

— Acho que você só precisa de um tempinho pra organizar as ideias — Raisha por fim disse. — Enquanto isso, eu gostaria de saber sobre o seu mundo. Adria falou de coisas inimagináveis.

Edmundo sorriu. Era engraçado quando falava de seu mundo para Adria. Uma vez falou sobre eletricidade e ela disse “O quê?! Eu.. Eu não entendo!” e passou as horas seguintes pensativa. Era quase visível um ponto de interrogação em sua testa.

Droga, ele sentia falta dela. E como sentia. Esperava que ela estivesse bem.

XX

Adria não enxergava nada. Estivera tentando sair do convés, sem sucesso. Escorregou duas ou três vezes e sentia-se mais tola do que achava possível. Devia ter ido embora quando todos disseram, mas não, quis ficar mais um pouco. A tempestade piorou e agora estava completamente desorientada.

— Adria? — ouviu uma voz próxima.

Era estranho, mas a garota podia jurar que era a voz de Arya.

— Olá?

— Adria, venha. Volte para casa.

Agora podia ver. Seu pai estava deitado numa cama com sua mãe e sua irmã ao lado. Parecia ainda pior do que estava quando ela partiu com Caspian.

— Adria? — essa voz ela sabia perfeitamente de quem era.

Edmundo estava parado do lado contrário ao de sua família, ao seu lado esquerdo. Sua mão estava estendida, esperando.

— Venha comigo, você está toda molhada.

— Adria — seu pai sussurrou.

— E-eu...

Tentou pensar, mas não conseguia. Era isso, então? Ela teria de escolher entre os que mais amava?

Inconscientemente, seus pés viraram-se para a esquerda e ela começou a andar devagar até Edmundo. Estava mesmo deixando sua família para trás? Realmente preferia deixá-los?

— Adria!

Seus olhos se abriram. Até então não sabia que estavam fechados. Sentiu as faces quentes e sabia que estava chorando.

— Você está bem? — Edmundo rodeou os braços ao seu redor e içou-a para cima, de pé.

Adria olhou para atrás, a fim de achar qualquer vestígio da estada de sua família ali.

Desceram, e Edmundo trouxe toalhas.

— Está chorando?

— Er, eu, hã...

— Foi a tentação? Era só um pesadelo — ele a envolveu em sua toalha. — Todos passamos por isso hoje.

— Não era só um pesadelo. Foi mais real do que eu pensei que seria.

Adria escorregou para a parede e sentou-se no chão. Edmundo fez o mesmo.

— Sabe, eu vi minha família. Meu pai estava tão debilitado... — ela balançou a cabeça. — Eles me chamavam e pediam para que eu retornasse, mas quando você estendeu sua mão... Eu simplesmente fui. Eu simplesmente deixei-os para lá.

Edmundo reprimiu a vontade de sorrir. Era realmente uma visão terrível escolher entre pessoas que ama, mas o fato de ela o escolher não passou despercebido por ele.

— Foi só uma visão. Não foi real. Não se sinta mal por isso.

— Eu me sinto mal porque-

— Adria? Ah, meu Aslam! Você está tremendo — Lúcia atravessou o corredor e os viu ali, sentados. — Edmundo! Olhe só para ela, pode pegar uma pneumonia!

— Uma o quê?

Mas Adria não obteve uma resposta. Logo estava presa numa cama, enrolada dos pés à cabeça e sendo obrigada a bebericar uma sopa.

Raisha tinha ido vê-la várias vezes no dia que se seguiu àquele. Levava sopas e perguntava como ela se sentia. Adria queria ter tido forças pra provocá-la por estar cuidando dela. Caspian falava como estava preocupado com a tripulação e que talvez aceitasse o conselho de Drinian para voltarem a Nárnia. Lúcia gostava contar histórias de seu mundo para Adria, uma coisa que muito a agradava.

Edmundo não tinha ido visitá-la, até aquele momento.

— Pode entrar — Adria disse ao ouvir alguém bater a porta.

Edmundo entrou cuidadosamente, a fim de não fazer muito barulho. Achava que, se a garota ouvisse um barulho muito alto, poderia fazer-lhe mal. Lembrava de como seus ouvidos se comportavam de maneira estranha quando pegava um resfriado.

— Por que está andando desse jeito? — Adria perguntou.

— Não quero incomodá-la com o barulho.

— Bom, até onde eu sei, meus ouvidos estão perfeitamente bem.

— Sim, mas… Deixa pra lá.

Suspirou. Era difícil argumentar com Adria.

— Eu vim me desculpar — disse. Adria levantou uma sobrancelha. — Eu fui um idiota.

— Concordo.

Edmundo sorriu, continuando:

"No início eu estava com raiva de você por não confiar em mim. Então percebi que, na verdade, estava com raiva de mim por saber o quão maravilhosa você será como rainha e não poder compartilhar isso com você. Não vê-la sendo coroada. Não vê-la liderando, sendo diplomática. Eu me dei conta de que não faria parte da sua vida."

— Você já faz e sempre fará parte da minha vida. Sempre fez. — A garota sorriu levemente. — Quando eu era criança, eu lia sobre você e te achava bastante corajoso.

— Me sinto muito velho.

Adria não pôde evitar rir.

— Eu não quero mais pensar ou falar sobre isso — Adria continuou. — Acredito que nós dois erramos, mas eu não quero mais desperdiçar nosso tempo juntos.

Ela havia pensado muito sobre o assunto. Desde que Lúcia e Edmundo tinham voltado, não parava de pensar que aquela podia ser a última vez dos dois em Nárnia.

Edmundo assentiu, sussurrando: — Eu amo você.

Adria também sorriu ao passar os braços ao redor do garoto, puxando-o para um beijo.

— Eu também amo você.


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui: me diz o que achou! Eu adoro ler os comentários.

Ah, se você, assim como eu, shippa Tratie (PJO), eu comecei uma fanfic com esse casal maravilhoso!

Um chêro ♥



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