Eu Gosto Desse Abraço [HIATUS] escrita por Yas


Capítulo 9
Martha And Marcus, My Devious Little Serpents


Notas iniciais do capítulo

VAMO PULA, VAMO PULA VAMO PULA VAMO PULA
não.
Gente linda do meu heart, eu quero agradecer a todas vocês que comentaram, sério. Eu não respondi porque não deu tempo, mas eu li e amei, continuem assim!
Enfim, vocês só tão ganhando esse capítulo pq eu to de bom humor, fui a única da sala que tirei 10 na prova de inglês. SUCK IT, BITCHES!
Ok, enfim... NO SEXCENES, JULIA!
Adeusinho



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Martha And Marcus, My Devious Little Serpents

O temporal já se esgotara quando o dia seguinte amanheceu, embora o teto no Salão Principal continuasse ameaçador; pesadas nuvens cinza-chumbo se espiralavam no alto quando examinava meu novo horário ao café da manhã junto de Harry, Rony e Hermione. Fred, Jorge e Lino estavam do meu lado, discutindo métodos mágicos de se tornarem velhos e, com esse truque, participar do Torneio Tribruxo.

— Isso não vai funcionar, não sei porque vocês insistem nisso — falei para eles passando manteiga numa torrada.

— Se você for jogar macumba não vai funcionar mesmo, Jay — disse Jorge, me olhando emburrado. Eu e Fred explicamos à ele sobre minha preocupação e que eu não queria ver os dois arriscando as vidas, ele entendeu completamente (até tentou quebrar minhas costelas com um abraço), mas isso não o impedia de ficar emburrado comigo por não aprovar a tentativa dos dois entrarem no Torneio.

— Dar opinião é diferente de jogar macumba. Mas também não disse que não ando praticando minhas macumbas contra você, Jorgito — falei com cara de psicopata, mexendo os braços como se estivesse mexendo em um caldeirão. Jorge fez cara de assustado enquanto eu, Fred e Lino ríamos.

Ouvi Harry, Rony e Hermione falando dos horários, os dois teriam Adivinhação hoje... Coitados.

— Você devia ter desistido como eu e Jamie fizemos, não é? — disse Hermione decidida, passando manteiga na torrada. Pois é, eu saí da Adivinhação quando Trelawney me chamou de inútil e disse que eu não tinha dom da visão interior. — Então poderia fazer alguma coisa sensata como Aritmancia.

— Você voltou a comer, pelo que estou vendo — comentou Rony, observando Hermione acrescentar generosas quantidades de geléia à torrada amanteigada.

— Já resolvi que há maneiras melhores de marcar posição no caso dos direitos dos elfos. Você irá me ajudar com isso, Jay — disse Hermione com altivez. Assenti com a cabeça, curiosa, engolindo um pedaço de pão.

— E... E pelo visto está com fome — disse Rony, sorrindo.

Houve um repentino rumorejo acima de nós e cem corujas entraram pelas janelas abertas, trazendo o correio da manhã. Esperei que a minha coruja chegar já que papai costumava mandar uma sempre no começo do ano. E ele chegou. O nome dele é Hades, uma coruja negra com olhos da mesma cor. Os olhos são tão frios que eu senti necessidade de colocar o nome como Hades, #SorryZeus.

Hades sobrevoou todas as mesas e aterrissou na minha frente. A coisa é que Hades é um cuzão. Ele não larga o pacote simplesmente e continua voando, tem que parar e pedir comida. Comecei a pensar na ideia de chamá-lo de Rony.

— Quer comida, Hades? Sério mesmo? Meu Deus, eu nunca tenho descanso. — murmurei, quebrando um pedacinho da torrada e entregando à Hades, que não pareceu satisfeito. Quando eu pensei que ele ia embora, Hades começou a voar ao redor da minha cabeça, me bicando vez ou outra. — Não... Hades, não! Eu não vou te dar mais comida! Quer explodir? Quer virar um Ronald Weasley ("EI" protestou ele com a boca cheia de mingau de aveia)? Ai, ai... PARA COM ISSO, CRIATURA! Não vou te dar mais comida... — falava eu enquanto Hades insistia em me bicar.

— Eu sei que a sua dona te maltrata, Tio Suquinho, mas aqui vai, ó... — disse Fred dando um pedaço maior de pão. Hades pareceu mais do que feliz, porém ofendido com o apelido que Fred dera para ele em meu segundo ano. Sinceramente, "Tio Suquinho"? Imagino o que se passa na cabeça daquele ruivo. Hades soltou um pio agradecido para Fred e um olhar fuzilador para mim antes de levantar voo e sair do salão. Peguei a carta e a guardei para ler ela mais tarde.

— Por que você tem a necessidade constante de fazer Hades ficar contra mim? — perguntei para ele, emburrada.

— Porque é divertido — disse ele, sorrindo e dando de ombros. Atirei minha torrada inteira na cara dele, que logo perdeu o sorriso enquanto Jorge, Harry, Rony, Hermione e eu ríamos da cara dele.

Me despedi dos gêmeos e saí com Harry, Rony e Hermione para à estufa número três, mas ali eu me distraí com a Professora Sprout que mostrava à turma as plantas mais feias que eu já vira. De fato, elas se pareciam mais com enormes lesmas gordas e pretas que brotavam verticalmente do solo do que com plantas. Cada uma delas se contorcia ligeiramente e tinha vários inchaços brilhantes no corpo que pareciam cheios de líquido.

— Bubotúberas — disse a Professora Sprout brevemente. — Precisam ser espremidas. Recolhe-se o pus...

— O quê? — exclamou Simas Finnigan, expressando sua repugnância.

— Pus, Finnigan — respondeu a professora —, e é extremamente precioso, por isso não o desperdice. Recolhe-se o pus, como eu ia dizendo, nessas garrafas. Usem as luvas de couro de dragão, podem acontecer reações engraçadas na pele quando o pus das bubotúberas não está diluído.

Espremer as bubotúberas era nojento, mas dava um estranho prazer. À medida que estouravam cada tumor, saía dele uma grande quantidade de líquido verde-amarelado, que cheirava fortemente a gasolina. Nós o recolhemos em garrafas, conforme a professora orientara e, no fim da aula, havíamos obtido vários litros.

— Isto vai deixar Madame Pomfrey feliz — disse a Professora Sprout arrolhando a última garrafa. — Um remédio excelente para as formas mais renitentes de acne. Pode fazer os alunos pararem de recorrer a medidas desesperadas para se livrarem das espinhas.

— Como a coitada da Heloisa Midgen — disse Ana Abbott, aluna da Lufa-Lufa, em voz baixa. — Ela tentou acabar com as dela lançando um feitiço.

— Que menina tola! — disse a professora, balançando a cabeça.

— E como — murmurei rindo baixinho.

— Mas, no fim, Madame Pomfrey fez o nariz dela voltar à forma anterior.

Uma sineta ressonante sinalizou o fim da aula e a turma se separou; os da Lufa-Lufa subiram a escada de pedra rumo à aula de Transformação e nós da Grifinória tomamos outro rumo, descendo o jardim em direção à pequena cabana de madeira de Hagrid, que ficava na orla da Floresta Proibida.

Hagrid estava parado à frente da cabana, uma das mãos na coleira do seu enorme cão de caçar javalis, Canino. Havia vários caixotes abertos no chão a seus pés, e Canino choramingava e retesava a coleira, aparentemente tentando investigar o conteúdo dos caixotes mais de perto. Quando nós nos aproximamos, um estranho som de chocalho chegou aos nossos ouvidos pontuado, aparentemente, por pequenas explosões.

— Bom Dia! — cumprimentou Hagrid, sorrindo — Melhor esperar pelos alunos da Sonserina, eles não vão querer perder isso... Explosivins!

— Como é? — perguntou Rony.

— Arrrrrre! — exclamou Lilá Brown num gritinho agudo, saltando para trás.

"Arrrrrre" resumia o que eram os explosívíns, na minha opinião. Pareciam lagostas sem casca, deformadas, terrivelmente pálidas e de aspecto pegajoso, as pernas saindo dos lugares mais estranhos e sem cabeça visível. Havia uns cem deles em cada caixote, cada um com uns quinze centímetros de comprimento, rastejando uns sobre os outros, batendo às cegas contra as paredes das caixas. Desprendiam um cheiro forte de peixe podre. De vez em quando, soltavam faíscas da cauda e, com um leve pum, se deslocavam alguns centímetros à frente. Perfeitas para se lançar na cara dos meus caros amigos Sonserinos.

— Acabaram de sair da casca — informou Hagrid orgulhoso —, por isso vocês vão poder criar os bichinhos pessoalmente! Achei que podíamos fazer uma pesquisa sobre eles!

— E por que nós íamos querer criar esses bichos? — perguntou uma voz fria.

Os alunos da Sonserina haviam chegado. Quem falava era Draco Malfoy. Crabbe e Goyle davam risadinhas de prazer ao ouvir suas palavras. Hagrid pareceu embatucar com a pergunta.

— Quero dizer, o que é que eles fazem? — perguntou Malfoy. — Para que servem?

Hagrid abriu a boca, aparentemente fazendo um esforço para responder, houve uma pausa de alguns segundos, depois ele disse com aspereza:

— Isto é na próxima aula, Malfoy. Hoje você só vai alimentar os bichos. Agora vamos ter que experimentar diferentes alimentos... Nunca os criei antes, não tenho certeza do que gostariam... Tenho ovos de formiga, fígados de sapo e um pedaço de cobra, experimentem um pedacinho de cada.

— Primeiro pus e agora isso — resmungou Simas.

— Uma nova diversão a cada dia, colega — falei rindo.

Nada, exceto a profunda afeição que eu tinha por Hagrid por ter sido um dos melhores amigos que eu tivera, poderia ter feito eu apanhar mãos cheias de fígados de sapo melados e baixá-las aos caixotes para tentar os explosivins. Por mais que tentasse, não consegui refrear a suspeita de que aquilo tudo não tinha finalidade alguma, porque os bichos não pareciam ter bocas.

— Ai!— gritou Dino Thomas, passados uns dez minutos. — Ele me pegou!

Hagrid correu para o garoto, com uma expressão ansiosa no rosto.

— A cauda dele explodiu! — disse Dino zangado, mostrando a Hagrid uma queimadura na mão.

— Ah, é, isso pode acontecer quando eles disparam — disse Hagrid, confirmando o que dizia com a cabeça.

— Arre! — exclamou Lilá Brown outra vez. — Arre, Hagrid, que é essa coisinha pontuda neles?

— Ah, alguns têm espinhos — disse Hagrid entusiasmado (Lilá retirou depressa a mão da caixa). — Acho que são os machos... As fêmeas têm uma espécie de sugador na barriga... Acho que talvez seja para sugar sangue.

— Bom, sem a menor dúvida eu entendo por que estamos tentando manter esses bichos vivos — disse Malfoy sarcasticamente. — Quem não iria querer animaizinhos de estimação que podem queimar, picar e morder, tudo ao mesmo tempo?

— Você só os julga por causa de sua aparência, Malfoy. Só porque não são bonitos não significa que não são úteis. E esse caso se aplica também para dragões, o sangue é extremamente mágico, mas você não gostaria de ter um dragão como bicho de estimação, não é? — retorqui erguendo uma sombrancelha. Harry, Rony e Hermione sorriram para Hagrid na hora em que eu mencionei os dragões, acho que porque Hagrid sempre fala como adoraria ter um dragão como bicho de estimação. — Mas, obviamente que esse caso não se aplica com você, já que a aparência é feia e por dentro é a mesma coisa. — falei sorrindo ironicamente, todos começaram a rir.

— Bom, pelo menos os explosivins são pequenos — disse Rony, quando voltávamos uma hora depois ao castelo para almoçar.

— São agora — disse Hermione, com uma voz exasperada —, mas depois que o Hagrid descobrir o que eles comem, imagino que vão atingir um metro e meio de comprimento.

— Bom, isso não vai fazer diferença se descobrirem que eles curam enjôo ou outra coisa qualquer, não é? — disse Rony, sorrindo sonsamente para mim.

— Você sabe perfeitamente bem que a Jamie só disse aquilo para calar a boca de Malfoy — retrucou Hermione. — Aliás acho que ele tem razão. O melhor que podíamos fazer era acabar com os bichos antes que eles comecem a nos atacar.

Nos sentamos à mesa da Grifinória e nos servimos de costeletas de cordeiro com batatas. Hermione começou a comer tão rápido que eu, Harry e Rony ficamos olhando para ela.

— Hum, essa é a sua nova posição em favor dos direitos dos elfos? — perguntou Rony. — Em vez de não comer, comer depressa para vomitar?

Eu ri, afinal sou retardada e é isso que retardados devem fazer: rir de tudo.

— Não — respondeu Hermione com toda a dignidade que conseguiu reunir tendo a boca cheia de couves-de-bruxelas. — Só quero chegar à biblioteca.

— Quê?— exclamou Rony incrédulo. — Mione, é o primeiro dia de aulas! Ainda nem passaram dever de casa pra gente!

Hermione sacudiu os ombros e continuou a devorar a comida como se não comesse há dias. Em seguida se levantou e disse:

— Vejo vocês no jantar! — e saiu apressadissima.

Quando a sineta tocou para anunciar o inicio das aulas da tarde, eu desejei Harry e Rony boa sorte, já que seria aula de Adivinhação e eu teria um horário livre.

Me levantei da mesa, depois de terminar de comer calmamente, e comecei a vagar pelos corredores desertos de Hogwarts. Eu estava realmente entediada, e não tinha nada que eu pudesse fazer para sair do tédio. Não queria ler (já havia lido todos os livros da seção que realmente me interessava na biblioteca, isso significa: Mitologia Grega), também não queria estudar ou fazer tarefa, convenhamos não sou nenhuma Hermione 2.0. Estava passeando lá pelo terceiro andar quando alguém me puxa pela cintura rapidamente pro canto, tapando minha boca com a mão.

Arregalei os olhos e estava pronta para soltar um berro quando vi quem era.

— O que vocês querem, seus merdas? — perguntei com raiva, mas aliviada, quando tiraram a mão da frente da minha boca. Fred e Jorge Weasley estavam parados na minha frente, ambos com sorrisos marotos idênticos e os olhos brilhando. — Não deveriam estar na aula?

— Jamie, oh querida Jamie, depois de passar tanto tempo conosco, você ainda acha que não teríamos coragem de matar aula? — falou Jorge, sorridente.

— Tem razão, ignorem, foi uma pergunta estúpida — disse fazendo um gesto displiscente com a mão, sacudindo a cabeça. — Mas posso saber o motivo de ter sido raptada? — perguntei erguendo as sombrancelhas.

— Mas é claro, pequena Jay-Jay, siga-nos, por favor — disse Fred e então os dois começaram a andar em direção à uma salinha, carregando uma maleta nas mãos. Depois que nós três entramos na sala, pude avaliá-la melhor. Deveria pertencer à algum professor ou ex-professor, mas eu realmente não me importava no momento. Tinha aspecto de não ter sido usada há muito tempo.

— Se eu não os conhecesse melhor, diriam que querem vender meu rim no mercado negro, mas aí eu lembrei que vocês são somente Fred e Jorge, então vamos descartar essa possibilidade. — falei dando uma volta pela sala.

— Você fala como se Fred não tivesse pensado nessa possibilidade, Jaysita — disse Jorge, e mesmo que eu estivesse de costas, sabia que ele estava sorrindo de orelha à orelha. Revirei os olhos.

— Mas afinal... — falei tentando mudar o assunto. — O que é que vocês vieram me mostrar? — perguntei.

Eles pegaram a maleta, colocaram ela na mesa e a abriram. Lá estavam as coisas mais magníficas que eu nunca pensara ver. Coisas coloridas, gosmentas, simplesmente espetaculares...

Fred e Jorge me explicaram o que cada um era, exatamente. Caramelos Incha-Língua, Vomitilhas, Kit Mata-Aula...

— Vocês são geniais! Por mais que eu odeie admitir, vocês são mesmo! — exclamei pegando um punhado dos caramelos e os olhando melhor.

— Taí uma frase que eu pensei que iria morrer sem escutar, especialmente vinda de você, Jamie — disse Fred colocando a mão no queixo, fazendo uma falsa expressão pensativa.

— Acredite, estou tão surpresa quanto vocês — falei mexendo em umas Vomitilhas. — Ei, posso pegar uma dessas Vomitilhas? — Perguntei para eles, ainda observando as balinhas suspeitas.

— Podemos perguntar por quê? — falaram os dois juntos.

— Ah, só pra presentear meu caro amigo loiro e sonserino — disse eu sorrindo marotamente e eles me acompanharam. — Ei, ainda temos muito tempo livre, considerando que vocês dois mataram aula. — observei enquanto guardava várias Vomitilhas no meu bolso.

— Pois é, vocês querem fazer alguma coisa? — Fred perguntou.

— Eu não sei vocês, mas tenho que resolver umas coisas na biblioteca, sozinho. Tchauzinho, vejo vocês no jantar. — falou Jorge e antes que eu pudesse contestar, ele já havia saído correndo para fora da salinha. Agora estávamos somente eu e Fred. Fred e eu... O que fazer, o que fazer, são tantas possibilidades.

— Deus, ele mente mal.. — falei olhando pro teto.

— Por que você diz isso? — perguntou ele, confuso. Eta, lerdeza.

— Fred, queridinho, por acaso você viu o Jorge, seu irmão, sequer entrar numa biblioteca por vontade própria? — perguntei erguendo as sombrancelhas.

— Bom, teve uma vez, mas... Foi só porque ele achou a bibliotecária bonita — disse ele de modo pensativo e nós rimos. — E então... O que você quer fazer, Jay? — perguntou Fred para mim, arrastando os pés de um jeito tímido tão fofo que eu quase apertei as bochechas dele.

— Eu não faço a menor ideia... — falei olhando ao redor da sala. — Quer ir lá no jardim? — sugeri apontando o jardim com a cabeça. Ele assentiu e nós seguimos para fora, sem trocar uma única palavra, o que deixava a situação um pouco desconfortável.

Assim que chegamos no jardim avistei uma árvore em que costumo ficar quando quero descansar e sentir a brisa. Nossa... Na boa, eu me senti uma maconheira, agora.

Me sentei encostada na árvore e Fred sentou-se à minha frente. Não soube o que ele estava fazendo, porque fechei os olhos, somente sentindo o ar passar pelo meu rosto. Era uma sensação boa.

Sorri meio que involuntariamente, me lembrando de que foi aqui que eu conheci os gêmeos. Longa história, envolve patos assassinos, moedas que me odeiam e um algodão doce que eu chamei de Stankinislaidi.

— Ei, Jamie — chamou Fred. — Toca pra mim? — perguntou naquele tom de criança pedindo um brinquedo pros pais. Soltei um profundo suspiro. A coisa é que eu toco violão desde os meus cinco anos, e um dia Fred me ouvira tocar uma música no dormitório (não preciso nem acrescentar que ele apanhou e ficou me enchendo o saco por isso), desde então ele sempre me pede pra tocar uma música para ele. Só que eu estava cansada demais para negar.

— Mas, Fred, eu nem sequer estou com meu violão aqui... — resmunguei, abrindo os olhos e encarando o rosto sorridente de Fred.

— Ah, mas isso não é um problema. — e com um feitiço convocatório, meu violão apareceu nas mãos de Fred, o qual mantinha um sorriso "tenho quatrocentos dentes, CHECK IT OUT!". Bufei, tirando o violão de suas mãos.

— Tem alguma música específica em mente que quer que eu cante? — perguntei, afinando as cordas do violão.

— Aquela que eu ouvi você cantar no dormitório. — falou ele, ansioso. Parei de afinar as cordas rapidamente. Ah, não, a música que eu estava tocando era... hum, meio que uma indireta pro Fred, digamos assim.

— Tá, tudo bem — respirei fundo comecei a tocar.

Stop me on the corner

I swear you hit me like a vision

I, I, I wasn't expecting

But who am I to tell faite where it's supposed to go with it?

Don't you blink you might miss it

See we got a right to just love it or leave it

You find it and keep

'Cause it ain't every day you get the chance to say

Eu tocava sem nem me dar conta de que Fred sorria. E eu corava só de imaginar se ele entendia as indiretas.

Oh, this is how it starts, lighting strikes the heart

It goes off like a gun, brighter than the sun

Oh, we could be the stars, falling from the sky

Shining how we want, brighter than the sun

E bem na parte do refrão, eu olhei para ele, que sorria e corava. Agora sim que a merda toda fudeu e ele entendeu as indiretas.

I never seen it, but I found this love I'm undefeated

You better believe, I'm gonna treat it better than anything I've ever had

'Cause you're so damn beautiful

Read it

It's time and deliever, let's seal it

Boy, we go together like peanuts and paydays and Marley and reggae

And it ain't every day you get the chance to say

Oh, this is how it starts, lighting strikes the heart

It goes off like a gun, brighter than the sun

Oh, we could be the stars, falling from the sky

Shining how we want, brighter than the sun

Quando eu cheguei no refrão novo, Fred sorria largamente. Eu vou matar esse desgraçado.

Everything is like a white out, 'cause we shk shk, shine down

Even when when the light's out but I can se you glow

Got my head up in the rafters, got me happy ever after

Never felt this way before, ain't felt this way before

I swear you hit me like a vision

I, I, I wasn't expecting

But who am I to tell faite where it's supposed to go?

Oh, this is how it starts, lighting strikes the heart

It goes off like a gun, brighter than the sun

Oh, we could be the stars, falling from the sky

Shining how we want, brighter than the sun

Brighter than the sun

Brighter than the sun

Brighter than the sun

E então toquei até o final.

Assim que toquei as últimas notas, levantei meu olhar para Fred, que sorria de orelha à orelha.

— Então... — começou ele, pegando na minha mão e entrelaçando nossos dedos. MEU DEUS, POR QUE, FRED? POR QUE VOCÊ FAZ ISSO COMIGO, FREDERICO?? — Você escreveu aquela música pra alguém? — disse ele, fazendo carinho na minha mão. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. Mas se eu escrevi para Fred ou não, ele nunca chegaria a saber, já que veio um monstro ruivo atirando uma bola em mim.

Não, é sério. Antes que eu pudesse notar, uma bola veio voando e passou raspando pelo meu rosto.

— Ô PORRA, QUEM FOI O ESQUILO?! — berrei me virando e levantando-me rapidamente. E lá estava ele. Jorge Weasley, com uma bola daquele esporte trouxa, como é o nome mesmo? Basquete, acho eu. Aparentemente, ele atirou a bola pra acertar a minha cara, mas errou e correu atrás dela. — Desculpa, Zeus, eu errei quando disse que a culpa era sua. A culpa é totalmente do imbecil do meu melhor amigo. — disse olhando para o céu. Ajudei Fred a se levantar e fui em direção à Jorge, que ria falando que sentia muito. Obviamente ele não sentia nada disso, esse idiota.

— Ei, Jamiesinha, calma aí, amiga querida, não me bate. — dizia ele enquanto eu me aproximava com uma expressão assassina no rosto. Mas tarde demais, eu já estava estapeando toda a cara dele.

— Seu... Completo... Idiota... Eu vou... Te... Matar — só quando eu quase arranquei um tufo de cabelo do Jorge foi que Fred interferiu, me puxando pra longe de Jorge, que agora ria de mim. Mas eu sabia que os tapas tinham doído, pelo menos esperava que sim. Por fim, peguei a bola de basquete jogada no chão e mirei bem em seu braço, acertei em cheio e ele caiu no chão dramaticamente.

Só agora fui notar que Lino Jordan estava ali. Ele e Fred estavam amparando Jorge, ambos atuando dramaticamente também. Me recompus, coloquei o cabelo pra trás e comecei a andar lentamente para o castelo.

— Homens... — falei revirando os olhos.

— Ela me atingiu bem no braço... Vão ter que amputar... — dizia Jorge para Lino e Fred forçando uma voz embargada. Revirei os olhos novamente.

— Acho que só as garotas são capazes de ter sensibilidade e sentimentos...

BAM!

Uma bolada bem na cara. Caí com tudo na grama, pelo menos ela diminuiu a dor que eu sentiria se fosse em outro piso. Maldito Jorge. Eu podia ouvir as risadas dele, de Lino e Fred ecoarem à minha volta.

Minha visão ficara turva, eu me sentia tonta. Quando tentei me levantar, cambaleei e me senti amparada por alguém, no momento não sabia quem, já que eu mal conseguia enxergar.

— Jamie, você está bem? Jamie, responde, vamos! — dizia uma voz que reconheci ser a de Jorge, que me sacudia pelos ombros. Sacudi a cabeça rapidamente e pisquei os olhos com força.

— Você me atira uma bola na cara duas vezes e me pergunta se eu to bem? Sério, Jorge, qual é o teu problema, homem? Me diz, que eu quero saber — falei esfregando as costas da minha mão nos olhos. Minha visão já estava voltando ao normal.

— Ai, graças a Deus, ela tá bem! — exclamou Jorge colocando a mão na testa (dramaticamente, de novo, eu mereço) e me largando de um jeito tão repentino que eu quase fui dar um oi pro chão de novo.

— Eu não mereço isso — reclamei massageando meu rosto, que por sinal ainda doía.

Depois disso, eu, Jorge, Lino e Fred seguimos para o Salão Principal, para jantar. Chegamos ao saguão de entrada, que estava lotado de gente fazendo fila para o jantar. Quando entramos no final da fila, ouvimos uma voz alta soar lá atrás, bem atrás de Rony, Harry e Hermione, que eu só vi terem chegado agora.

— Weasley! Ei, Weasley!

Me virei ao mesmo tempo que os gêmeos, o trio e Lino. Malfoy, Crabbe e Goyle estavam parados ali, cada qual parecendo mais satisfeito.

— Que é? — perguntou Rony rispidamente.

— Seu pai está no jornal, Weasley! — disse Malfoy brandindo um exemplar do Profeta Diário, e isso bem alto para que todas as pessoas aglomeradas no saguão pudessem ouvir. — Escuta só isso!

NOVOS ERROS NO MINISTÉRIO DA MAGIA

Pelo visto os problemas no Ministério da Magia ainda não chegaram ao fim, informa nossa correspondente especial Rita Skeeter. Recentemente censurado por sua incapacidade de controlar multidões durante a Copa Mundial de Quadribol, e ainda devendo à opinião pública uma explicação para o desaparecimento de uma de suas bruxas, ontem o Ministério enfrentou novo constrangimento com as extravagâncias de Arnold Weasley, da Seção de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas.

Malfoy ergueu os olhos.

— Imagina, nem escreveram direito o nome dele, Weasley, é quase como se ele não existisse, não é?
Meu Deus, eu vou bater nesse idiota. Todos no saguão agora prestavam atenção. Malfoy esticou o jornal com um gesto largo e continuou a ler:

Arnold Weasley acusado de possuir um carro voador há dois anos, envolveu-se ontem numa briga com guardiões trouxas da lei (policiais) por causa de latas de lixo extremamente agressivas. O Sr. Weasley parece ter ido socorrer "Olho-Tonto" Moody, um ex-auror idoso, que se aposentou do Ministério ao se tornar incapaz de distinguir um aperto de mão de uma tentativa de homicídio. Ao chegar à casa do ex-auror, fortemente guardada por um funcionário verificou, sem surpresa, que, mais uma vez, o Sr. Moody dera um alarme falso. Em conseqüência, o Sr. Weasley foi obrigado a alterar muitas memórias para poder escapar dos policiais, mas se recusou a responder às perguntas do Profeta Diário sobre as razões que o levaram a envolver o Ministério nesse episódio pouco digno e potencialmente embaraçoso.

— E tem uma foto, Weasley! — acrescentou Malfoy, virando o jornal e mostrando-a. — Uma foto de seus pais à porta de casa, se é que se pode chamar isso de casa! Sua mãe bem que podia perder uns quilinhos, não acha?

Rony tremia de fúria. Passei na frente de todos que estavam em minha frente e cheguei perto de Rony, Harry e Hermione

— Se manda, Malfoy — falei para ele. — Vamos Rony...

— Ah, você esteve visitando a família no verão, não foi, Diggory? — caçoou Malfoy. — Então me conta, a mãe dele parece uma barrica ou é efeito da foto?

BANGUE!

Um belo soco no nariz de Malfoy, que agora sangrava sem parar. Ninguém pôde conter a risada.

— Quem você pensa que é pra falar da mãe dos outros, Malfoy? Já olhou bem pra cara da sua mãe? Aquela expressão na cara dela, de quem acabou de esfregar bosta nas narinas? Ela sempre teve aquela expressão ou foi só porque estava perto dessa sua cara de monstrengo? — falei ameaçadoramente, chegando perto de seu rosto ensanguentado.

— Não se atreva a ofender minha mãe, Diggory — disse ele com a voz trêmula.

— Então vê se cala essa boca — falei para ele e virei as costas.

BANGUE!

Várias pessoas gritaram — Eu senti uma coisa branca e quente arranhar o lado de meu rosto — mergulhei a mão nas vestes para apanhar a varinha, mas antes que chegasse sequer a tocá-la, ouvi um segundo estampido e um berro que ecoou pelo saguão de entrada.

— AH, NÃO VAI NÃO, GAROTO!

Me virei. O Professor Moody descia mancando a escadaria de mármore. Tinha a varinha na mão e apontava diretamente para uma doninha muito alva, que tremia no piso de lajotas, exatamente no lugar em que Malfoy estivera. Fez-se um silêncio aterrorizado no saguão. Ninguém exceto Moody mexia um só músculo.

Ele se virou para me olhar — pelo menos, o olho normal estava me olhando; o outro estava apontando para dentro da cabeça.

— Ele a mordeu? — rosnou o professor. Sua voz era baixa e áspera.

— Não — respondi —, por pouco.

— DEIXE-O! — berrou Moody.

— Deixe... O quê? — perguntei meio espantada.

— Não você, ele! — vociferou Moody, apontando o polegar por cima do ombro para Crabbe, que acabara de congelar em meio a um gesto para recolher a doninha branca. Parecia que o olho giratório de Moody era mágico e enxergava através da nuca do professor. Isso é, ao meu ver, TOTALMENTE FODA!

Moody começou a mancar em direção a Crabbe, Goyle e a doninha, que soltou um guincho aterrorizado e fugiu em direção às masmorras.

— Acho que não! — rugiu Moody, tornando a apontar a varinha para a doninha, ela subiu uns três metros no ar, caiu com um baque úmido no chão e quicou de novo para cima.

— Não gosto de gente que ataca um adversário pelas costas — rosnou Moody, enquanto a doninha quicava cada vez mais alto, guinchando de dor. — Um ato nojento, covarde, reles...

A doninha voava pelo ar, as pernas e a cauda sacudiam descontroladas.

— Nunca... Mais... Torne... A... Fazer... Isso — continuou o professor, destacando cada palavra para a doninha que batia no piso de pedra e tornava a subir.

— Professor Moody! — chamou uma voz chocada.

A Professora Minerva vinha descendo a escadaria com os braços carregados de livros.

— Olá, Professora McGonagall — cumprimentou Moody calmamente, fazendo a doninha quicar ainda mais alto.

— Que... Que é que o senhor está fazendo? — perguntou a professora seguindo com o olhar a subida da doninha no ar.

— Ensinando — respondeu ele.

— Ensinan... Moody, isso é um aluno? — gritou a professora, os livros despencando dos seus braços.

— É.

— Não! — exclamou ela, descendo a escada correndo e puxando a própria varinha, um momento depois, com um estampido, Draco Malfoy reapareceu, caído embolado no chão, os cabelos lisos e louros sobre o rosto agora muito vermelho, especialmente com o sangue escorrendo do nariz.

Ele se levantou, fazendo uma careta.

— Moody, nunca usamos transformação em castigos! — disse a professora com a voz fraca. — Certamente o Professor Dumbledore deve ter lhe dito isso?

— É, talvez ele tenha mencionado — respondeu Moody, coçando o queixo displicentemente —, mas achei que um bom choque...

Eu tive que colocar a mão em frente à boca para reprimir um riso descontrolado.

— Damos detenções, Moody! Ou falamos com o diretor da casa do faltoso!

— Vou fazer isso, então — disse Moody, encarando Malfoy com intenso desagrado.

O garoto, cujos olhos claros ainda lacrimejavam de dor e humilhação e o nariz ainda sangrava, ergueu o rosto maldosamente para Moody e murmurou alguma coisa em que se distinguiam as palavras "meu pai”.

— Ah, é? — disse Moody em voz baixa, aproximando-se alguns passos, a pancada surda de sua perna de pau ecoando pelo saguão.

— Bom, conheço seu pai de outras eras, moleque... Diga a ele que Moody está de olho no filho dele... Diga-lhe isso por mim... Agora imagino que o diretor de sua casa seja o Snape, não?

— É — respondeu Malfoy cheio de rancor.

— Outro velho amigo — rosnou Moody. — Estou querendo mesmo conversar com o velho Snape... Vamos, seu... — E segurando o garoto pelo antebraço saiu com ele em direção às masmorras.

A Professora Minerva acompanhou-os com um olhar ansioso por alguns momentos, depois apontou a varinha para os livros fazendo-os subir no ar e voltar aos seus braços. Então seu olhar se voltou para mim. Ah, sim, agora eu me fudi.

— Srta. Diggory... Foi você quem deu o soco no rosto do Sr. Malfoy? — perguntou ela com o mesmo ar severo de sempre.

— É, talvez... Provavelmente... — falei fazendo cara de santinha.

— Jamie, o que foi que nós te falamos sobre bater no colega? — perguntou ela ainda mais severa. Revirei os olhos.

— "Jamie, você não pode bater nos coleguinhas, especialmente no Sr. Malfoy, é muito muito feio e não é assim que se resolve as coisas" — falei numa imitação ridícula da voz da Profa. Minerva, todos começaram a rir.

— Belo soco! — disseram os gêmeos pra mim, sorrindo, quando estávamos entrando no salão.

— Eu sei que sou demais — falei jogando os cabelos pro lado.

— E é também chata... — começou Jorge.

— E metida... —continuou Fred.

— E estúpida...

— E entediante...

— E horrorosa...

— Mas nós te amamos mesmo assim! — terminaram os dois juntos, sorrindo com falsa inocência. Revirei os olhos bufando e segui para onde Harry, Rony e Hermione estavam sentados.

Rony falava como gostaria de gravar aquele momento da doninha na memória para o resto da vida. Me joguei em uma cadeira ao lado de Hermione.

— Draco Malfoy, a fantástica doninha quicante.

O trio riu.

— A fantástica doninha quicante. — disse Rony fechando os olhos com um expressão de enlevo no rosto.

Hermione começou a servir bife de caçarola no prato meu e de Rony e Harry.

— Ele poderia ter realmente machucado Malfoy, mais do que Jamie já havia feito — comentou ela. — Foi bom a Professora Minerva ter feito ele parar...

— Mione! — exclamou Rony furioso, os olhos se abrindo repentinamente. — Você está estragando o melhor momento da minha vida!

Hermione soltou uma exclamação de impaciência e começou a comer outra vez em alta velocidade.

— Não me diga que vai voltar à biblioteca hoje à noite? — perguntou Harry, observando-a.

— Preciso — respondeu Mione indistintamente. — Muito que fazer.

— Mas você nos disse que a Professora Vector...

— Não é dever de escola. Jamie, venha comigo. — E me puxou pela mão deixando meu prato quase intocado, e seguimos correndo pelos corredores em direção à biblioteca.

Mal tive tempo de falar alguma coisa, procurava o ar onde não tinha para poder perguntar à Hermione por que tanta pressa. Quando finalmente chegamos na biblioteca ela se pronunciou.

— Venha comigo na mesa dos fundos, preciso te contar uma coisa.

— Ah, claro... Só espere um minuto... Acho que vou voltar, tem uma grande possibilidade de eu ter largado meu pulmão no meio do caminho até aqui — falei ofegando, apoiando minhas mãos nos joelhos em busca de ar.

Hermione nem me dera tempo de pensar, puxando minha mão para a tal mesa dos fundos.

— Então, qual a razão de você fazer eu largar meu pulmão por aí? — perguntei depois de ter me recuperado da falta de fôlego.

— Bem, eu tenho lido sobre o Torneio Tribruxo e... — ela pareceu meio apreensiva. — É tão perigoso, Jamie! Agora eu entendo porque você se desesperou com Fred e Jorge — falou ela, parecendo soltar uma coisa que a agoniava há um tempo. — E especialmente com Fred, cá entre nós — disse Mione baixando o tom de voz.

— O que você quer dizer com isso? — perguntei tentando ao máximo não demonstrar meu nervosismo.

— Ah, Jay, eu vi como você olha pra ele. Não tente me enganar, eu já percebi! — exclamou ela e eu arregalei os olhos.

— Eu deixo tão óbvio assim?

Sei que estava entregando todo o jogo, mas Hermione é esperta demais, logo saberia da verdade. Sem falar que eu tinha que me preocupar com a situação de "deixar muito óbvio minha enorme paixão por Fred" no momento.

— Falando honestamente, você esconde muito bem. Mas convenhamos, eu sou bem perceptiva — falou ela e piscou um olho, rindo logo em seguida da minha cara que estava provavelmente muito pálida.

— Mione, você jura nunca contar isso pra ninguém? É que você é meio que a única que sabe disso... — falei meio desconfortável.

Depois de fazer Hermione jurar, nós duas começamos a conversar animadamente sobre o Torneio, as delegações de Beauxbatons e Durmstrang, discutimos sobre como deveriam ser aquelas escolas. Passamos mais um tempo falando sobre eu ser apaixonada por Fred, e descobri que ela agora faz parte do grupinho que quer eu e Fred como um casal, ou como ela mesma denominou: Jared.

Eu não mereço uma amiga assim, não mereço.

Quando já estava quase na hora do toque de recolher, eu e Mione fomos para o Salão Comunal. Todos estavam conversando, cada um com seu grupinho em cada canto da Sala Comunal. Achei os gêmeos, Lino, Harry e Rony falando sobre Moody em um canto, eu e Hermione seguimos na direção deles.

— Então — falei me jogando no sofá, que estava vazio. — Moody. Ele é legal?

— E como — disse Jorge se levantando do seu lugar e vindo para perto do sofá. Parou em frente às minhas pernas. — Olá, pernas, será que vocês me cederiam um lugar? — ele perguntou de um jeito tão pomposo em estilo Percy que eu fui obrigada a rir. Levantei as pernas e Jorge se sentou, recoloquei as pernas no seu colo enquanto ele murmurava algo como "preguiçosa idiota". Revirei os olhos.

— Hey! Mais respeito com sua melhor amiga! Quer que eu chame Martha e Marcus pra te encherem o saco?

— Ah, não, a Martha e o Marcus não — falou Jorge num resmungo audível, Fred riu.

— Você ainda tem os dois? — perguntou ainda rindo da linda desgraça de Jorge. Assenti, rindo também.

— Sabe, eles me matariam se eu os colocasse no lixo. Mas quando me enchem a paciência eu até os ameaço.

— Ei, sem querer interromper mas já interrompendo, quem são Martha e Marcus? — perguntou Harry evidentemente confuso, que nem Hermione e Rony.

— Eu esqueci de apresentar a vocês! Accio pulseira! — exclamei e com um aceno da varinha, uma pulseira veio diretamente para minha mão, e onde deveriam ter os pingentes, haviam duas cobras entrelaçadas. A princípio, as duas estavam duras como estátuas. — Martha, Marcus, acordem. — e então, as cobras ganharam vida, causando susto no trio.

Jamie! Achei que nunca mais nos tiraria daquela posição pra lá de desconfortável, disse Marcus, revirando seus olhinhos de cobra. Aquilo pareceu assustar mais ainda Harry, Ron e Mione, porém pareciam mais curiosos e interessados do que com medo. Mas vamos ao que interessa. Nos trouxe ratos? Minha vez de revirar os olhos.

Marcus! A garota acabou de nos acordar e você a recebe assim? repreendeu-o Martha. E ainda na frente dos amigos dela? Aliás, olá, eu sou Martha e esse estúpido com quem eu divido minha posição na pulseira é Marcus, não liguem para ele, eu sou a legal. disse ela para todos, seus olhos se focaram em Fred e Jorge. Ah, vocês dois! Que saudade. Mais de você, Fred, do que do Jorge, mas melhor não falarmos disso Jorge fez cara emburrada enquanto eu e Fred ríamos.

— Martha, Marcus, esses são Rony, Hermione e Harry — disse eu apresentando cada um.

Harry? Harry Potter? Aquele menino que sobreviveu lá? Perguntou Marcus curioso, se desenrolando lentamente da pulseira e examinando o rosto de Harry.

— Meu Deus, como você sequer soube sobre a história de Harry? — perguntei confusa. Mas Marcus nem pareceu interessado em responder minha pergunta.

Ah, então você é! Prazer, eu sou o Marcus e apertaria sua mão se tivesse uma! falou ele e me olhou de cara feia.

— Por que é que você sempre me olha com essa cara? Como se fosse minha culpa que você não tem mãos! — exclamei, colocando a pulseira com os dois de pingente no meu pulso.

Nunca se sabe, Jay-Jay disse Marcus, e eu te juro que se cobras pudessem dar de ombros ele fez isso. Revirei os olhos enquanto todos riam.

Ficamos conversando com Martha e Marcus por horas, até que Marcus resolveu abrir a boca grande e quase falar o que não deve (e com isso eu quero dizer, em relação a eu gostar do Fred) e eu coloquei ele e Martha para dormir.

— Acho que vou ir dormir também, gente — falei bocejando. Levantei e fui dar um beijo de boa noite na bochecha deles. Só que quando eu fui dar um beijo no rosto do Fred, alguma coisa deu errado, porque ele virou o rosto e aconteceu um selinho.

Claro que foram somente alguns segundos que nossos lábios se tocaram, mas isso não me impediu de corar e sair correndo enquanto Jorge berrava "DÁ-LHE FREDERICO, QUERO UM BEIJO MELHOR!"


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Notas finais do capítulo

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