Eu Gosto Desse Abraço [HIATUS] escrita por Yas


Capítulo 4
Stupid Veelas


Notas iniciais do capítulo

ILARI LARI E O O O
É A TURMA DA XUXA Q VEM DANDO O SEU cu
MINHA GENTEEE vcs nao sabem o quanto eu sofri escrevendo essa merda de cap.
primeiro eu estava na metade, e perdi tudo
aí eu tava reescrevendo e perdi tudo DE NOVO
ENTÃO EU FINALMENTE CONSEGUI ESCREVER ESSA BOSTA POR COMPLETO, DEEM GRAÇAS A DEUS Q TA SAINDO HJ, adeus



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Stupid Veelas

Agarrados às compras, o Sr. Weasley à frente, todos corremos para a floresta seguindo o caminho iluminado pelas lanternas. Ouvíamos a algazarra de milhares de pessoas que se movimentavam à nossa volta, gritos, gargalhadas e trechos de canções. A atmosfera de excitação febril era extremamente contagiosa; Eu não conseguia parar de sorrir. Caminhamos pela floresta durante vinte minutos, conversando e brincando em voz alta e eu, Fred e Jorge chamando Percy de Weatherby até que finalmente emergimos do outro lado e nos encontramos à sombra de um gigantesco estádio.

Vi o assombro passar pelo rosto de Harry.

— Tem capacidade para cem mil pessoas — falei.

— Nerd — ouvi Fred murmurar.

— Vai se fuder, coleguinha — disse para ele que revirou os olhos enquanto Jorge ria. — Do que você está rindo, cupidinho? — perguntei debochada e ele parou de rir, fechando a cara. Ah, falar que é um cupido que vai me juntar com o Fred pode, mas chamar ele de cupidinho não pode, né. Ah, ta legal.

Virei minha atenção para o Sr. Weasley.

— Uma força-tarefa do Ministério, com quinhentas pessoas, trabalhou o ano inteiro. Há Feitiços Antitrouxas em cada centímetro. — dizia ele. — Todas as vezes que, neste ano, os trouxas se aproximavam da área, eles de repente se lembravam de compromissos urgentes e precisavam sair correndo... Deus os abençoe — acrescentou ele carinhosamente, se encaminhando para o portão mais próximo, que já estava cercado por um enxame de bruxos e bruxas aos gritos.

— Lugares de primeira! — exclamou a bruxa do Ministério ao portão, quando verificou as entradas deles. — Camarote de honra! Suba direto, Arthur, o mais alto possível.

As escadas de acesso ao estádio estavam forradas com carpetes púrpura berrante. Subimos com o restante da multidão. Depois de quase perder minhas pernas subindo as escadas e quase morrer, finalmente chegamos ao camarote. Vinte cadeiras douradas e púrpura tinham sido distribuídas em duas filas, e eu, ao entrar na primeira com os Weasley, deparei-me com uma cena que eu jamais imaginara ver.

Cem mil bruxos e bruxas iam ocupando os lugares que se erguiam em vários níveis em torno do longo campo oval. Tudo estava banhado por uma misteriosa claridade dourada que parecia se irradiar do próprio estádio. Ali do alto, o campo parecia feito de veludo.

A última vez que eu vira isso, foi aos meus cinco anos. Eu vira com meu pai e irmão na última Copa, mas agora tudo parecia maior (estranho, deveria ser o contrário) e melhor. Mais divertido porque eu estava acompanhada por mais gente.

Dei uma olhada para ver quem dividia o camarote conosco. Por ora estava vazio, exceto por uma criaturinha sentada na antepenúltima cadeira na fila logo atrás. Pernas curtas, olhos arregalados, orelhas de morcego. Era...

— Dobby? — perguntou Harry incrédulo. Contudo, não era Dobby, eu conhecia ele, era outro elfo. Uma elfa, para ser mais exata.

— Winky! — exclamei feliz. Winky era a elfa do tal Crouch. Eu via ela as vezes em Hogwarts quando Fred e Jorge me enfiavam em suas invasões na cozinha. Conheci ela por Dobby, que sempre fora meu amigo. A última vez que a vi, estava repreendendo Dobby por não querer voltar a servir uma família se me lembro bem. Apesar de não apoiar Winky na ideia de fazer Dobby voltar a ser um servo, ela virou minha amiga.

— Senhorita Diggory! Há quanto tempo não vejo a senhora! — exclamou Winky chacoalhando minha mão diversas vezes.

— Verdade, como vai, Winky? Como vai a vida de elfa? — perguntei para ela que estava a beira das lágrimas. Sempre ficava assim quando era tratada bem.

— Vai ótima, minha senhora, ótima! Apesar de Winky tentar muitas vezes fazer Dobby recobrar o juízo e arranjar uma família decente para servir. — disse ela, e ao mencionar o nome de Dobby, virou-se para o Harry. — O senhor me chamou de Dobby, não foi? — guinchou ela cheia de curiosidade, entre os dedos. Rony e Hermione se viraram nas cadeiras para olhar. Aposto como Harry deve ter falado de Dobby para os dois. Até o Sr. Weasley se virou para trás interessado.

— Desculpe — disse Harry —, achei que você era alguém que eu conhecia.

— Mas eu também conheço Dobby, meu senhor! — guinchou Winky. Escondia o rosto como se a luz a cegasse, embora o camarote de honra não fosse muito bem iluminado. — Meu nome é Winky, meu senhor, e o senhor... — seus grandes olhos castanho-escuros se arregalaram tanto que pareceram pratinhos de pão ao pousarem na cicatriz de Harry — o senhor com certeza é Harry Potter! Jamie, a senhorita nunca me disse que era amiga de Harry Potter!

— Deve ser porque viramos amigos há mais pouco tempo do que você imagina — respondi rindo.

— Ora, Dobby fala do senhor o tempo todo, meu senhor — disse ela baixando um tantinho as mãos e parecendo assombrada.

— Aliás, como vai ele? — perguntei. — Está gostando da liberdade?

— Ah, meus senhores — disse Winky, sacudindo a cabeça —, ah, meus senhores, sem querer lhes faltar ao respeito, meus senhores, mas não tenho muita certeza se o senhor Harry Potter fez um favor a Dobby, meu senhor, quando deu a liberdade a ele.

— Por quê? — perguntou Harry, espantado. — Que é que ele tem?

— A liberdade está subindo à cabeça dele — disse Winky tristemente. — Idéias acima da condição social dele, meu senhor. Não consegue outro emprego, meu senhor.

— Por que não?

Winky baixou a voz uma oitava e sussurrou:

— Ele está exigindo pagamento pelo trabalho que faz, meu senhor.

— Pagamento? — exclamou Harry sem entender. — Ora... por que ele não deveria receber pagamento?

— Harry — comecei me virando para ele e baixando meu tom de voz. — Nem todos os elfos são como Dobby. A coisa é que Winky ama demais servir alguém, ter um senhor. A simples ideia de liberdade ou pagamento aterroriza ela.

Winky pareceu horrorizada com a idéia e fechou os dedos um tantinho, de modo que seu rosto tornou a ficar invisível. — Elfos domésticos não recebem pagamento, meu senhor! — disse ela num guincho abafado. — Não, não, não. Eu digo ao Dobby, eu digo, procure uma boa família e tome juízo, Dobby. Ele anda fazendo todo tipo de feitiço avançado, meu senhor, o que não fica bem para um elfo doméstico. Você fica aprontando por aí, Dobby, eu digo, e daqui a pouco eu vou saber que você teve que comparecer no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, como um duende desclassificado.

— Bem, como eu já lhe disse uma vez, Winky, já estava na hora de ele se divertir um pouco — falei.

— Elfos domésticos não nasceram para se divertir, Jamie Diggory! E a senhora sabe muito bem disso! — disse Winky com firmeza, por trás das mãos. — Elfos domésticos fazem o que são mandados fazer. Eu não estou gostando nem um pouco da altura, Jamie... — ela olhou para a borda do camarote e engoliu em seco —... Mas meu dono me mandou para o camarote de honra e eu obedeço, meu senhor.

— Ah, eu te entendo, Winky, também tenho medo de altura. — falei me afastando da barra do camarote, mesmo que estivesse muito longe.

— Por que é que ele mandou você aqui, se sabe que você não gosta de alturas? — perguntou Harry franzindo a testa.

— Meu dono... Meu dono quer que eu guarde um lugar para ele, Harry Potter, ele está muito ocupado — disse Winky, inclinando a cabeça para a cadeira vazia ao lado. — Winky está querendo voltar para a barraca do dono, Harry Potter, mas Winky é bem mandada, Winky é um bom elfo doméstico.

Revirei os olhos. Ela lançou outro olhar assustado à borda do camarote e tornou a esconder completamente os olhos. Eu e Harry nos viramos para os outros.

— Então isso é um elfo doméstico? — murmurou Rony. — Esquisitos, não são?

— Dobby era ainda mais esquisito — disse Harry, com veemência.

— É, mas era bem mais normal — intervi.

Rony tirou o onióculo e começou a testá-lo, observando a multidão embaixo, do lado oposto do estádio.

— Irado! — disse ele, girando o botão lateral para fazer a imagem voltar. –Consigo ver aquele velhote lá embaixo meter o dedo no nariz outra vez... Mais uma vez... E mais outra...

Entrementes, Hermione estava lendo superficialmente o programa que tinha borda e capa de veludo.

— Vai haver um desfile com as mascotes dos times antes da partida — leu ela em voz alta.

— Ah, a isso sempre vale a pena assistir — disse o Sr. Weasley. — Os times nacionais trazem criaturas da terra natal, sabem, para fazer farol.

— Verdade, se bem me lembro, terão as... — minhas voz morreu ao lembrar da atração dos búlgaros. Eram as Veelas. E eu sei muito bem o efeito que elas causam nos meninos, por isso achei melhor não falar para os meninos sobre elas para eles não ficarem muito animadinhos (especialmente o Fred. E sim, eu estou com ciúmes).

O camarote foi-se enchendo gradualmente à nossa volta durante a meia hora seguinte. O Sr. Weasley não parava de apertar a mão de bruxos, obviamente muito importantes. Percy levantou-se de um salto tantas vezes que até parecia que estava tentando sentar em cima de um porco-espinho. Quando Cornélio Fudge, Ministro da Magia, chegou, Percy fez uma reverência tão exagerada que seus óculos caíram e se partiram. Muito encabulado, ele os consertou com a varinha e dali em diante permaneceu sentado, lançando olhares invejosos a Harry, a quem o ministro cumprimentara como um velho amigo. E eu devo dizer que era uma situação muito engraçada, já que o Percy ficava se auto-humilhando para ter atenção de Fudge e Harry nem queria essa atenção.

— Jamie, garota! — exclamou o ministro para mim depois de apresentar Harry para alguns bruxos búlgaros. Vantagens de se ter um pai bajulador: Pois é, nenhuma. Como meu pai conversa muito com Fudge, acabou que ele me conhece, e isso não é muito legal, sabe. — Como vai, como vai?

— Olá ministro, vou bem, muito bem na verdade. E você, como vai, está lidando bem com os estrangeiros? — falei tentando parecer o mais amigável possível. Pude ver Fred e Jorge fazendo imitações baratas minhas, me limitei a fazer um gesto obsceno para os dois.

— Ah, estou tentando meu melhor. — disse Fudge para mim. — Não sou grande coisa para línguas, preciso de Bartô Crouch nesses encontros. Ah, vejo que o elfo doméstico está guardando o lugar dele... Bem pensado, esses búlgaros danados têm tentado arrancar da gente os melhores lugares... Ah, ai vem Lúcio!

Me virei rapidamente, sendo seguida por Rony, Harry e Hermione. Avançando vagarosamente pela segunda fila, em direção a três lugares ainda vazios, bem atrás do Sr. Weasley, vinham ninguém menos que os antigos donos de Dobby — Lúcio Malfoy, Draco (nojento, escroto, loira do banheiro, viado nojentinho) e Narcisa Malfoy.

Draco Malfoy é meu inimigo declarado desde o momento em que eu o humilhei no terceiro ano na frente de toda a Hogwarts. Todos riram. Foi engraçado mesmo.

Malfoy pai e filho se pareciam muito, rostos finos e cabelos excessivamente loiros. A mãe também era loira, alta e magra, e até seria bonita se não tivesse uma expressão de que cheirou bosta de cavalo.

— Ah, Fudge — disse o Malfoy Alfa, estendendo a mão para o Ministro da Magia, ao chegar mais próximo. — Como vai? Acho que você não conhece minha mulher, Narcisa? Nem o nosso filho, Draco?

— Como estão, como estão? — disse Fudge, sorrindo e se curvando para a Sra. Malfoy. — E me permitam apresentar a vocês o Sr. Oblansk ("Obalonsk, senhor"), bem, o Ministro da Magia da Bulgária, e de qualquer modo ele não consegue entender nenhuma palavra do que estou dizendo, portanto não faz diferença. E vejamos quem mais, você conhece Arthur Weasley, imagino?

Foi um momento tenso.

A última vez que eu vira o tio Arthur e o Sr. Malfoy juntos fora em meu segundo ano, na livraria Floreios e Borrões. Eu estava fazendo minhas compras no Beco Diagonal e encontrei Fred e Jorge, antes que pude perceber o Malfoy e o Sr. Wealey já tinham partido pra briga. Foi um dia muito foda.

Os olhos do Sr. Malfoy, frios e cinzentos, examinaram o Sr. Weasley e depois a fila em que ele estava.

— Meu Deus, Arthur — disse ele baixinho. — Que foi que você precisou vender para comprar lugares no camarote de honra? Com certeza sua casa não teria rendido tudo isso, não?

Naquele momento eu chutei a canela do Malfoy nojento tão forte que poderia tê-la quebrado. Ele fez uma enorme expressão de dor, porém não falou nada. Eu sorri vitoriosa quando seus olhos focaram-se em mim, eles demonstravam pura raiva. É, ele sabia quem eu era.

Fudge que não estava prestando atenção, comentou:

— Lúcio acabou de fazer uma generosa contribuição para o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Está aqui como meu convidado.

— Que... Que bom — disse o Sr. Weasley com um sorriso muito forçado.

Os olhos do Sr. Malfoy se voltaram para Hermione, que corou de leve, mas retribuiu o seu olhar com determinação. Eu sabia exatamente porque o Sr. Malfoy crispou seus lábios quando olhou para Hermione. Veja bem, a família Malfoy contém só bruxos de sangue-puro e se orgulha-se disso, qualquer bruxo de sangue mestiço ou "ruim" é considerado por eles como "de segunda classe". Então, como os pais de Hermione são 100% trouxas, você já deve saber o que se passa. Mas na presença de Fudge, o Sr. Malfoy não se atreveria em dizer nada. Acenou a cabeça com desdém para o Sr. Weasley e continuou a avançar em direção aos lugares vazios. Draco lançou a Harry, Rony e Hermione um olhar de desprezo e a mim um de ódio, que foi retribuído pelo mesmo gesto obsceno que eu usara com Fred e Jorge, depois se sentou entre a mãe e o pai.

— Ah, a minha melhor amiga é foda! — disse Jorge se sentando do meu lado. Fred se sentou do outro.

— Vocês viram a cara de ódio dele quando a Jay chutou a perna dele? — exclamou Fred, sorrindo. — Genial! Você foi genial! — disse ele me chacoalhando pelos ombros. Todos riram.

No momento, seguinte, Ludo Bagman adentrou o camarote de honra.

— Todos prontos? — perguntou ele, o rosto redondo e excitado brilhando como um queijo holandês. — Ministro, podemos começar?

— Quando você quiser, Ludo — disse Fudge descontraído.

Ludo puxou a varinha, apontou-a para a própria garganta, disse "Sonorus!” e então, sobrepondo-se à zoeira que agora enchia o estádio lotado falou; sua voz reboou, ecoando em cada canto das arquibancadas:

— Senhoras e senhores... bem-vindos! Bem-vindos à final da quadricentésima vigésima segunda Copa Mundial de Quadribol!

Os espectadores gritaram e bateram palmas. Milhares de bandeiras se agitaram, somando seus desafinados hinos nacionais à barulheira geral. O grande quadro-negro defronte apagou a mensagem (Feijõezinhos de todos os sabores Beto Botts — um risco cada dentada!) e passou a informar:

BULGÁRIA: ZERO

IRLANDA: ZERO

— E agora, sem mais demora, vamos apresentar... Os mascotes do time búlgaro!

O lado direito das arquibancadas, que era uma massa compacta e vermelha, berrou manifestando sua aprovação.

— Que será que eles trouxeram? — comentou o Sr. Weasley curvando-se para frente na cadeira.

Engoli em seco quando vi o que era, mesmo que eu já soubesse, tinha esperanças de que eles tinham mudado o mascote.

— Veelas — murmurei, já me sentindo angustiada.

— O que são Veelas? — perguntou Harry.

Mas sua resposta apareceu logo em seguida. Cem Veelas entraram no estádio, e eu soube que daria merda.

— Mione, não deixe o Rony se levantar! — gritei para Hermione em meio aos urros de aprovação, ela assentiu e agarrou o braço de Rony, que estava totalmente petrificado com as Veelas.

Logo tratei de agarrar o braço de Jorge quando este fez menção de tentar levantar quando a música das Veelas começou a tocar. O Jorge eu até conseguia segurar, já o Fred não ia dar muito certo. Ele já estava de pé quando eu me desesperei e berrei:

— FREDERICO WEASLEY! VOCÊ VAI PARAR COM ESSA PALHAÇADA AGORA MESMO PORQUE SE NÃO EU VOU TE DAR UMA BOFETADA TÃO FORTE NA CARA QUE VOCÊ VAI ESQUECER O PRÓPRIO NOME!

Por mais incrível que pareça, ele pareceu me ouvir. Acho que reconheceu minha voz, ou sei lá, mas ele acordou do seu transe.

— Jamie? — perguntou debilmente. Soltei um suspiro de alívio quando constatei que ele e Jorge tinham acordado.

— Sim, seu merda, sou eu. Agora senta essa sua bunda gorda no assento porque eu não estava mentindo sobre a bofetada. — falei para ele, que se sentou, obediente. Quando pude, enfim, ter certeza de que ambos os gêmeos estavam acordados e não fariam nenhuma bobagem pelas malditas Veelas, fui me preocupar com os outros dois patetas.

Rony estava sendo contido por Hermione, e eu agradecia muito. Mas comecei a me desesperar quando não encontrei Harry na cadeira. Vou falar sério, eu tenho trauma dessas Veelas, porque da última vez em que eu vim para a Copa Mundial, vim com dois homens. Então não foi uma das melhores experiências ver meu pai e irmão quase pulando no estádio para chegar perto das Veelas.

O pânico se apoderou de mim quando vi Harry passando uma das pernas pela barra do camarote, exatamente como Cedrico havia feito. Consegui me acalmar um pouco, respirei fundo e me aproximei de Harry, coloquei a mão em seu ombro pois sabia que um homem só acordaria do encanto de uma Veela pelo toque de outra mulher. Respirei fundo mais uma vez.

— ACORDA, HARRY! — berrei em seu ouvido, e assim a droga da música das Veelas parara.

Harry "acordou" totalmente atordoado. Bufei e puxei o braço dele o jogando de volta em seu assento. Parei em frente aos garotos. Rony ainda estava estático.

— Ainda em transe? — perguntei para Mione indicando com a cabeça Rony. Ela revirou os olhos e assentiu, dava para ver que não gostara das Veelas também.

Cheguei perto de Rony e dei um tapa na sua cara.

— ACORDA, TAPADO! — gritei pra ele.

— AI! — exclamou Rony passando a mão na bochecha onde levara o tapa.

É, ele acordou.

Voltei a encarar todos os meninos, tinha certeza de que meus olhos estavam queimando de raiva.

— Ok. Eu vou falar isso da maneira mais educada possível — falei começando calmamente, o que não era bom sinal. — QUAL É O PROBLEMA DE VOCÊS, SEUS ACÉFALOS? QUERIAM O QUE? DANÇAR BALÉ COM AS VEELAS? É CLARO QUE EU IMAGINO TODOS VOCÊS USANDO TUTU ROSA, MAS POR FAVOR!

Claro que eles ficaram muito assustados com o meu berro, menos Hermione, essa já estava vermelha de tanto querer rir. Respirei fundo mais uma vez antes de voltar a me sentar entre Fred e Jorge. Os dois estavam despedaçando pétalas dos chapéis de Trevo.

— Nem sei porque estou com esse chapéu de qualquer jeito, nem estou torcendo pela Irlanda — murmurou Fred e Jorge resmungou em concordância. Agora sim eu fiquei com muita raiva. Trinquei meus dentes e disse:

— Vocês estão brincando, não é? Esqueceram da PORRA DA APOSTA COM O BAGMAN? — bati na cabeça dos dois com a mesma força que chutei a canela do Malfoy bostinha. Eles pareceram se lembrar vagamente enquanto massageavam a cabeça. — Francamente!

— E agora — trovejou Ludo Bagman — por favor, levantem as varinhas bem alto... Para receber os mascotes do time nacional da Irlanda!

No instante seguinte, algo que lembrava um imenso cometa verde e ouro entrou velozmente no estádio. Deu uma volta completa, depois se subdividiu em dois cometas menores, que se projetavam em direção às balizas. De repente, um arco-íris atravessou o céu do campo unindo as duas esferas luminosas. Toda a minha raiva das Veelas se esvaiu, eu adorava eles, os Leprechauns.

A multidão fazia "aaaaah" e "ooooh", como se presenciasse um espetáculo de fogos de artifício. Depois o arco-íris foi se dissolvendo e as esferas se aproximaram e se fundiram; tinham formado um grande trevo refulgente, que subiu em direção ao céu e ficou pairando sobre as arquibancadas.

Parecia estar deixando cair uma espécie de chuva dourada...

— Excelente! — berrou Rony, quando o trevo sobrevoou o camarote, fazendo chover pesadas moedas de ouro, que ricocheteavam nas cabeças e cadeiras.

— Leprechauns! — exclamei maravilhada. — Toma aqui, Harry — gritou Rony feliz, metendo um punhado de moedas de ouro na mão do amigo. — Pelo onióculo! Agora você vai ter que me comprar um presente de Natal, ha!

O maior dos trevos se dissolveu e os Leprechauns, que são duendes irlandeses, foram descendo no lado do campo oposto ao das Veela, e se sentaram de pernas cruzadas para assistir à partida.

E então começou a apresentação dos times. O primeiro foi o time búlgaro. O último jogador que apareceu foi o Krum, e assim a multidão foi a loucura. Especialmente Rony, devo dizer.

Vítor Krum era magro, moreno, de pele macilenta, com um narigão adunco e sobrancelhas muito espessas e negras. Lembrava uma ave de rapina grande demais. Era difícil acreditar que tivesse apenas dezoito anos.

E então entraram os jogadores Irlandeses.

Sete borrões entraram velozes no campo; Girei um pequeno botão lateral no onióculo e reduzi a velocidade da imagem o suficiente para ler "Firebolt" em cada uma das vassouras, e ver os nomes, bordados em prata, nas costas dos jogadores.

— E conosco, das terras distantes do Egito, o nosso juiz, o famoso bruxo presidente da Associação Internacional de Quadribol, Hassan Mostafa!

Um bruxo miúdo e magro, completamente careca, mas com um enorme bigode, entrou em campo trajando vestes de ouro puro para combinar com o estádio. Um apito de prata saía por baixo dos bigodes e ele sobraçava de um lado uma grande caixa de madeira e, do outro, sua vassoura.

E assim começou a partida. Gostaria de poder narrar tudo, mas devo dizer que muitas coisas aconteceram, em certo ponto, o goleiro da Bulgária fez algo muito bruto usando os cotovelos e o juíz o repreendeu.

— E Mostafa repreende o goleiro búlgaro pelo jogo bruto, usou os cotovelos! —, informa Bagman aos espectadores que berram. — E... Confirmando, é pênalti a favor da Irlanda. — Os Leprechauns, que haviam levantado vôo, furiosos, como um enxame de marimbondos reluzentes, quando Mullet fora atingida, agora corriam a se juntarformando as palavras "HA! HA! HA!". As Veela, do lado oposto do campo, levantaram-se de um salto, sacudiram os cabelos com raiva e recomeçaram a dançar.

E como se fossem um só, os garotos Weasley e Harry enfiaram os dedos nos ouvidos. Mas eu e Hermione não nos demos ess trabalho, começamos a puxar os braços de Harry.

— Olha o juiz! — dissemos, rindo.

Harry olhou para o campo. Hassan Mostafa aterrissara bem diante das Veela dançantes, e estava agindo de modo realmente estranho. Flexionava os músculos e alisava os bigodes, muito agitado.

— Ora, isso não é admissível! —, disse Ludo Bagman, embora seu tom de voz fosse o de quem estava achando muita graça. — Alguém aí dê um tapa nesse juiz!

Um medibruxo entrou correndo em campo, os dedos enfiados nos ouvidos, e deu um baita chute nas canelas de Mostafa, meio que como o meu quando chutei o Sr. Malfoy. O juiz pareceu voltar a si, vi que Mostafa parecia extremamente constrangido e gritava com as Veela, que tinham parado de dançar e pareciam estar se rebelando.

— E a não ser que eu muito me engane, Mostafa está de fato tentando despachar as mascotes do time da Bulgária! —, comentou Bagman. — Aí está uma coisa que nunca vimos antes... Ah, isso é capaz de dar confusão...

E deu: os batedores búlgaros, Volkov e Vulchanov, pousaram ao lado de Mostafa e começaram a discutir furiosamente com o juiz, gesticulando em direção aos Leprechauns, que agora formavam alegremente as palavras "HI! HI HI!". Mostafa, porém, não se deixou impressionar com a argumentação dos búlgaros, espetou o dedo indicador no ar, dizendo claramente a eles que voltassem ao ar e quando os jogadores se recusaram, ele puxou dois silvos breves no apito.

— Dois pênaltis a favor da Irlanda! —, gritou Bagman, ao que a torcida búlgara ululou de raiva. — E é melhor Volkov e Vulchanov voltarem a montar as vassouras... É isso aí... E lá vão eles... E Troy toma a goles...

A partida agora atingira um nível de ferocidade que ultrapassava tudo que os garotos já tinham visto. Os batedores dos dois lados jogavam sem piedade: principalmente Volkov e Vulchanov pareciam nem ligar se os seus bastões estavam fazendo contato com balaços ou com gente, quando os giravam violentamente no ar. Dimitrov disparou um balaço em cima de Moran, que segurava a goles, e quase a derrubou da vassoura.

— Falta!— urraram os torcedores irlandeses em uníssono, todos de pé como uma enorme onda verde.

— Falta! —, ecoou a voz de Ludo Bagman, magicamente ampliada. —Dimitrov esfola Moran, o jogador saiu com intenção de dar um encontrão e tem que ser outro pênalti e aí vem o apito!

Os Leprechauns subiram ao ar mais uma vez e agora formaram uma gigantesca mão que fazia um gesto muito grosseiro para as Veela. Ao verem isso, elas se descontrolaram. Precipitaram-se pelo campo e começaram a atirar algo com o aspecto de bolas de fogo contra os duendes irlandeses. Observando com o onióculo, eu vi que elas agora não estavam nem remotamente belas. Muito ao contrário, seus rostos começaram a se alongar para formar cabeças de aves com bicos afiados e cruéis e irromperam asas longas e escamosas dos seus ombros...

— E aí está, rapazes — berrou o Sr. Weasley se sobrepondo ao tumulto da multidão embaixo — está aí a razão por que vocês não devem se deixar levar só pelas aparências!

— Em outras palavras: CHUPEM ESSA! — gritei para eles.

Bruxos do Ministério invadiam o campo para separar as Veela e os Leprechauns, mas sem muito sucesso, entrementes a batalha no campo não era nada comparada a que estava ocorrendo no ar. Eu me virava para cá e para lá, espiando pelo onióculo, pois a goles trocava de mãos com a velocidade de uma bala...

— Levski — Dimirrov — Moran — Troy — Mullet — Ivanova — Moran de novo — Moran — um GOL DE MORAN!

Mas a gritaria da torcida irlandesa mal conseguia abafar os gritos agudos das Veela, os estampidos que agora vinham das varinhas dos funcionários do Ministério e os berros furiosos dos búlgaros.

A partida recomeçou imediatamente, agora Levski estava com a posse da goles, agora Dimitrov... O batedor irlandês Quigley levantou com violência o bastão contra um balaço que passava e arremessou-o com toda a força contra Krum, que não se abaixou com suficiente rapidez. O balaço atingiu-o em cheio no rosto. Ouviu-se um lamento ensurdecedor da multidão, o nariz de Krum parecia quebrado, saía sangue para todo lado, mas Hassan Mostafa não apitou. Distraíra-se e eu não podia culpá-lo, uma das Veela atirara uma mão cheia de fogo e incendiara a cauda da vassoura do juiz.

Eu só queria que alguém notasse o nariz quebrado de Krum. Apesar de estar torcendo para a Irlanda, a Bulgária não merecia um jogador ferido no campo.

Rony obviamente sentia o mesmo.

— Tempo! Ah, anda, ele não pode jogar assim, olha só para ele...

— Olha o Lynch! — berrou Harry.

O apanhador irlandês repentinamente mergulhara e eu tive certeza de que aquilo não era uma finta de Wronski, era para valer...

— Ele viu o pomo! — berrei. — Ele viu! Olha lá ele correndo!

Metade da multidão parecia ter compreendido o que estava acontecendo, a torcida irlandesa se levantou como uma grande onda verde, animando o apanhador... Mas Krum voava na esteira dele.

Como conseguia enxergar aonde ia, eu não fazia idéia, gotas de sangue voavam pelo ar à sua passagem, mas ele emparelhava com Lynch agora e os dois disparavam em direção ao chão...

— Eles vão bater! — esganiçou-se Hermione.

— Não vão! — berrei.

— O Lynch vai! — gritou Harry. E tinha razão — pela segunda vez, Lynch bateu no chão com um tremendo impacto e foi imediatamente pisoteado por uma horda de Veela raivosas.

— O pomo, onde é que está o pomo? — berrou Carlinhos, mais adiante na fila.

— Ele pegou, Krum pegou, terminou o jogo! — gritei me sentindo mais do que ansiosa.

Krum, as vestes vermelhas tintas com o sangue que escorrera do seu nariz, tornava a levantar vôo suavemente, o punho erguido lá no alto, um brilho de ouro na mão. O placar piscou por cima da multidão:

BULGÁRIA: CENTO E SESSENTA

IRLANDA: CENTO E SETENTA

Mas os torcedores não pareciam ter percebido o que acontecera. Então, lentamente, como se um grande jumbo começasse a aquecer as turbinas, o rugido da torcida da Irlanda foi se avolumando e explodiu em urros de alegria.

— VENCE A IRLANDA! —, gritou Bagman, que, como os irlandeses, parecia estar espantado com o inesperado desfecho da partida. — KRUM CAPTURA O POMO — MAS VENCE A IRLANDA. Deus do céu, acho que nenhum de nós esperava uma coisa dessas!

— Para que foi que ele agarrou o pomo? — berrou Rony, ao mesmo tempo em que continuava a pular, aplaudindo com as mãos no alto. — Ele encerrou a partida quando a Irlanda estava cento e sessenta pontos à frente, o idiota!

— Ele sabia que o time não ia conseguir se recuperar — respondi aos gritos, tentando me sobrepor à zoeira geral e aplaudindo com estrépito — os artilheiros irlandeses eram bons demais... ele queria encerrar a partida nos termos dele, foi só...

— Ele foi valente, não foi? — comentou Hermione esticando-se à frente para ver Krum pousar e um enxame de medibruxos abrir caminho à força entre os Leprechauns e as Veela que brigavam para chegar ao apanhador. — Ele está pavoroso...

Tornei a levar o onióculo aos olhos. Era difícil ver o que estava acontecendo lá embaixo, porque os Leprechauns sobrevoavam o campo, felizes e em grande velocidade, mas eu consegui divisar Krum, rodeado por medibruxos.

Parecia mais carrancudo que nunca e se recusava a deixar que o limpassem. Seus colegas de time o rodeavam, sacudindo a cabeça, arrasados; um pouco adiante, os jogadores irlandeses dançavam felizes sob a chuva de ouro que seus mascotes faziam cair. Bandeiras se agitavam pelo estádio, o hino nacional irlandês tocava altíssimo por todo lado; as Veela revertiam à beleza de sempre, mas pareciam desanimadas e infelizes.

— Pom, prrigamos falentemente — disse uma voz triste atrás de Harry. Ele se virou para olhar; era o Ministro da Magia búlgaro.

— O senhor fala a nossa língua! — exclamou Fudge indignado. — E vem me obrigando a falar por mímica o dia inteiro!

— Pom, foi muito engrraçado — disse o ministro búlgaro, encolhendo os ombros. E então eu gargalhei.

— E enquanto o time irlandês dá a volta olímpica, ladeado pelos mascotes, a Taça Mundial de Quadribol está sendo levada para o camarote de honra! — berrou Bagman.

A minha visão foi repentinamente ofuscada por uma luz branca, o camarote de honra foi magicamente iluminado para que todos os espectadores nas arquibancadas pudessem ver o seu interior. Apertando os olhos na direção da porta, eu viu dois bruxos ofegantes entrarem no camarote com uma imensa taça de ouro, que foi entregue a Cornélio Fudge, ainda muito aborrecido por ter passado o dia falando com as mãos à toa.

— Vamos aplaudir com vontade os galantes perdedores, Bulgária! — gritou Bagman.

Mas eu nem ligava, tentava achar Fred e Jorge no meio de toda multidão para comemorar com eles.

Depois foi a vez do time irlandês. Aldan Lynch veio amparado por Moran e Connolly; a segunda colisão parecia tê-lo atordoado e seus olhos pareciam estranhamente fora de foco. Mas ele sorriu com alegria quando Troy e Quigley ergueram a Taça no ar e a multidão embaixo fez ouvir sua aprovação. Minhas mãos estavam insensíveis de tanto aplaudir.

Finalmente, quando o time irlandês deixou o camarote para dar mais uma volta olímpica montado nas vassouras (Aidan Lynch na garupa de Connolly, agarrado à sua cintura e ainda sorrindo abobalhado), Bagman apontou a varinha para a própria garganta e murmurou Quietus.

— Eles vão comentar isso durante anos — disse ele rouco — uma reviravolta realmente inesperada, essa... pena que não pudesse ter durado mais... ah sim... Sim, devo a vocês... Quanto?

Pois eu, Fred e Jorge tínhamos acabado de saltar por cima de nossas cadeiras e estávamos parados diante de Ludo Bagman com enormes sorrisos no rosto, as mãos estendidas.


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Notas finais do capítulo

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