My Awesome Portal Key Trip

Acordo no outro dia com um copo d'água na minha cara. Sim, é o Cedrico. Abro meus olhos assustada e furiosa, me deparando com a imagem de meu irmão se contorcendo de tanto rir no chão. Me levanto sem proferir uma palavra enquanto ele ri.

— Babaca — digo passando por ele sem deixar de o chutar nas partes baixas, seus risos logo se tornam reclamações de dor e sobre como eu sou malvada. Entro no banheiro e olho pela pequena janela que há perto do box, ainda é escuro lá fora. Eu mereço. Volto o olhar para o espelho e minha aparência de trasgo me dá um susto, praticamente mergulho meu rosto na pia o molhando, quando levanto está um pouco melhor. Resolvo inovar.

"Como assim inovar, Jamie?" Bom, esse ano eu vou colocar a operação Fazer Fred Weasley Abrir A Porra Dos Olhos, também conhecida como F.F.W.A.A.P.D.O. E pra isso acontecer, eu tenho que fazer ele voltar a me notar, então vou começar a passar maquiagem pro babaca notar quE EU SOU UMA GAROTA PORRA! Tá, bom, tá bom, acalma Jay, acalma.

Mas pra começo, passo somente uma maquiagem fraca e batom vermelho. Sim, vermelho, só pra provocar. (como se eu fosse provocar alguma coisa, né, detalhes) MUAHAHAHAHAHA. Chega, Jay, chega.

Saio do banheiro e dou graças à Merlim que Ced já tenha saído, provavelmente para se lamentar para mamãe sobre como eu devo ficar de castigo para sempre. O mesmo papo chato de sempre. Resolvo colocar uma blusa regata verde, um casaco por cima e um cachecol. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto e desço para a sala de estar. Lá encontro Cedrico deitado no sofá, lendo O Profeta Diário, assim que ele levanta seu olhar para mim, arregala os olhos.

— Quem é você e o que fez com a minha irmã caçula Jamie Diggory? - fala ele com a boca ligeiramente aberta, acho que porque eu estou de shorts também. Começo a rir.

— Ainda sou eu, Cedrico. - falo. Ele parece sair de um transe falando que eu não devo sair por aí com as pernas expostas daquele jeito. Após uma pequena discussão em que Cedrico mete até Jared Leto no meio, não sei porque, não me perguntem, eu, Ced e papai saímos de casa, rumando para o ponto de encontro com os Weasley.

— CAVALINHO, CED! - grito quando vejo o tanto que teríamos de andar, Ced, muito relutante, abaixa as costas e eu pulo em cima delas. Demoramos, porém finalmente achamos os Weasley procurando a tal chave de portal.

— Aqui, Arthur! Aqui, Jay, Ced, achamos! - berra papai assim que vemos eles.

— Amos! — exclama o Sr. Weasley, encaminhando-se sorridente para nosso pai. Poaao ver os garotos o acompanhando. Ainda estou nas costas de Ced. Sr. Weasley e papai se cumprimentam, papai está corado da caminhada, o que chega a ser engraçado.

— Este é Amos Diggory, pessoal — apresenta-o o Sr. Weasley. — Trabalha no Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas. E acho que vocês conhecem o filho dele, Cedrico? — Assim eu me sinto excluída, tio Arthur! Ced diz um breve oi que é retribuído por todos. — E essa vocês provavelmente não conhecem, exceto por Fred e Jorge. - fala o Sr. Weasley apontando para mim com a cabeça, pulo das costas de Ced.

– Fala tio Arthur! - digo levantando a mão pra fazer um "High-Five", ensinei isso pra ele no segundo ano. - Prazer, todo mundo, eu sou James Diggory. Sim, James porque minha mãe achou que seria divertido ferrar com a vida da filha. Sério, ela me disse isso - me apresento para os outros, que riem. Mas é verdade, minha mãe adora fazer esse tipo de coisa, digo, ferrar minha vida.

— Uma longa caminhada, Arthur? — pergunta papai.

— Não foi tão ruim assim — responde o Sr. Weasley. — Moramos logo ali do outro lado do povoado. E você?

— Tivemos que nos levantar as duas, não foi? - pergunta rapidamente olhando para mim e para Cedrico, olho para meu irmão com raiva, por causa do jeito como ele me acordou, e o desgraçado disfarça a risada com uma tosse. — Confesso que vou ficar satisfeito quando Ced passar no exame de aparatação, apesar de que Jay ainda tem somente quatorze anos. Mas... Não estou me queixando... A Copa Mundial de Quadribol, eu não a perderia nem por um saco de galeões, e é mais ou menos quanto custam as entradas. Mas, pelo visto, parece que me saiu barato... — ele mira bem-humorado os gêmeos e Rony, Harry, Hermione e Gina. — São todos seus, Arthur?

— Ah, não, só os ruivos — esclarece o Sr. Weasley apontando os filhos. — Esta é Hermione, amiga de Rony, e Harry, outro amigo...

— Pelas barbas de Merlin! — exclama papai arregalando os olhos. — Harry? Harry Potter?

Reviro os olhos murmurando "vai começar...".

— Hum... É — responde o garoto.

Acho que Harry já está acostumado com todo tipo de gente o olhando com admiração ou surpresa, mas ainda deve causar certo desconforto ou vergonha. Aconteceria comigo, pelo menos.

— Ced nos falou de você, naturalmente — diz ele, parecendo eufórico. — Nos contou tudo sobre a partida que jogaram com vocês no ano passado... Eu disse a ele: Ced, isto vai ser uma história para contar aos seus netos, ah, vai... Você derrotou Harry Potter!

— Pai, já lhe falamos milhares de vezes que Harry caiu da vassoura, você tem que parar de inventar essa coisa que Cedrico derrotou ele. - falo impaciente, o que arranca sorrisos dos gêmeos, que até então estavam de cara amarrada. Até parece que Ced falou que derrotou Harry, quanta bobagem. Ced concorda prontamente com o que eu falei, mas papai nem parece ligar.

— É, mas seu irmão não caiu, não é mesmo? — rugi nosso pai jovialmente, dando uma palmada nas costas de Ced. — Sempre modestos, esses dois... Mas venceu o melhor, tenho certeza de que Harry diria o mesmo, não é? Um cai da vassoura, um continua montado, não é preciso ser gênio para saber quem voa melhor! - mordo a língua para não soltar uma resposta mal-educada.

— Deve estar quase na hora — diz o Sr. Weasley depressa, puxando o relógio do bolso mais uma vez. — Você sabe se temos que esperar mais alguém?

— Não, os Lovegood já estão lá há uma semana e os Fawcett não conseguiram entradas — diz papai. — Não tem mais gente nossa na área?

— Não que eu saiba. Só falta um minuto... É melhor nos prepararmos...

Ele olha para Harry e Hermione.

— Vocês só precisam tocar na Chave do Portal, só isso, basta um dedo...

Com dificuldade, por causa das volumosas mochilas, todos nós nos agrupamos em torno da velha bota que meu pai segura.

Todos ficamos parados ali, num circulo fechado, sentindo a brisa gélida que varre o cume do morro. Ninguém fala. De repente me ocorre como pareceria estranho se um trouxa subisse até ali naquele momento... Dez pessoas, dois adultos, segurando uma bota velha de pano, esperando...

— Três... — murmura o Sr. Weasley, com o olho ainda no relógio — Dois... Um...

Aconteceu tão rapidamente que se eu tivesse fechado os olhos por um segundo não acreditaria que fosse real. Tenho a horrível sensação de que um gancho puxa meu umbigo, meus pés deixam o chão; posso sentir os ombros de Cedrico e de papai tocando os meus. Todos estamos avançando; meu dedo indicador está grudado na bota como se esta o atraísse magneticamente para frente, e então...

Meus pés batem no chão. Não é exatamente como os gatos caem de pé de grandes alturas, porque se for eles se machucam bastante. Caio de cara no chão, ao lado de (por um lindo acaso do destino) Fred, não me pergunte como sabia que era ele. Ergo meus olhos e pude ver Sr. Weasley, Cedrico e meu pai, apesar da aparência que aparenta que eles tinham sido varridos pelo vento, ainda de pé.

— Vocês tem que me ensinar isso um dia — e minha cara vai de encontro ao chão novamente.

— O sete e cinco chegando do morro Stoatshead — anuncia uma voz.