Eu Gosto Desse Abraço [HIATUS] escrita por Yas


Capítulo 12
My Ex-Boyfriend Is An Ass


Notas iniciais do capítulo

ABIGOS DO MEU HEART, look who's baaaaaack
Isso mermo, eu. QUEM PEDIU UM NOVO CAPITULO???? Sim, a sayjulia aquela criatura chata que fica na minha orelha toda hora "ai, cade egda, cade egda" TA AQUI EGDA, JULIA, TA AQUI!
GENTE EU GANHEI OUTRA RECOMENDAÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!1111!!!! BEST CORPUS CHRISTI GIFT! Nossa, como se as pessoas ganhassem presentes no Corpus Christi, né Yasmin, sua idiota.
Muito muito muito muito muito bigada à MihValdez, e mais obrigadas para os que deixaram reviews. Eu não respondi, mas amanha eu tiro meu dia pra ficar respondendo os review tuts tuts.
ANYWAY, ta aqui essa bosta, ta longo pra cacete entao quero reviews do mesmo tamanho! Mentira, BUT STILL!
AH! Eu deixei uns avisos sobre as minhas fics no meu perfil, se vocês quiserem ler e blablabla, nao to obrigando ninguem (MENTIRA, VAO LER AQUELA MERDA) a ir ler, só vao se tiverem curiosidade.
Okay, acho que é só isso. Espero que gostem e deixem reviews BECAUSE I WANT YOU TO! Ta, deixem reviews amo voces (mentira).



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My Ex-Boyfriend Is An Ass

Rony começou a me puxar para o lado dele, junto a Harry e Hermione depois de eu ter pego meu dinheiro dos gêmeos.

— Krum, Jamie! Vítor Krum! — berrava Rony para mim, em tom de espanto, quando os alunos de Hogwarts se enfileiraram pelos degraus atrás da delegação de Durmstrang.

— Eu sei, Ron, eu estou vendo ele! — berrei de volta, rindo de seu ataque.

— Pelo amor de Deus, Rony, ele é apenas um jogador de Quadribol — disse Hermione.

— Apenas um jogador de Quadribol? — exclamou Rony, olhando para ela como se não pudesse acreditar no que ouvia. — Mione, ele é um dos melhores apanhadores do mundo! Eu não fazia idéia de que ele ainda estava na escola!

Quando nós atravessamos o saguão com os demais alunos de Hogwarts, a caminho do Salão Principal, eu vi Lino Jordan pulando nas pontas dos pés para conseguir ver melhor a nuca de Krum. Várias garotas do sexto ano apalpavam freneticamente os bolsos enquanto andavam:

— Ah, não acredito, não trouxe uma única pena comigo... Você acha que ele assinaria o meu chapéu com batom?

— Francamente! — eu e Hermione exclamamos, ao passar pelas garotas, agora disputando o batom.

— Vou pedir um autógrafo a ele se puder — disse Rony —, você tem uma pena, Harry?

— Não, deixei todas lá em cima na mochila — respondeu Harry. Os garotos se dirigiram mesa da Grifinória e se sentaram.

Rony tomou o cuidado de se sentar de frente para a porta, porque Krum e seus colegas de Durmstrang ainda estavam parados ali, aparentemente sem saber onde se sentar. Os alunos de Beauxbatons tinham escolhido lugares à mesa da Corvinal. Corriam os olhos pelo Salão Principal com uma expressão triste no rosto.

Três deles ainda seguravam as echarpes e xales que cobriam a cabeça.

— Não está fazendo tanto frio assim — comentei irritada, os observando. — Por que não trouxeram as capas?

— Aqui! Venham se sentar aqui! — sibilou Rony. — Aqui! Mione chega para lá, abre um espaço...

— Quê?

— Tarde demais — disse Rony com amargura.

Vítor Krum e os colegas de Durmstrang tinham se acomodado à mesa da Sonserina. Eu vi que Malfoy, Crabbe e Goyle pareciam muito cheios de si com isso. Enquanto eu observava, Malfoy se curvou para falar com Krum.

— É, vai fundo, puxa o saco dele, Malfoy — disse Rony com desdém. — Mas, aposto como o Krum está percebendo o jogo dele... Aposto como tem gente adulando ele o tempo todo... Onde é que você acha que eles vão dormir? Poderíamos oferecer um lugar no nosso dormitório, Harry... Eu não me importaria de ceder a minha cama, e poderia dormir em uma cama de armar.

Ri baixinho ao imaginar Krum deitado na cama de Rony enquanto este dormia no chão, sorrindo de animação como um viadinho.

— Eles parecem bem mais felizes que o pessoal da Beauxbatons — disse Harry.

Os alunos de Durmstrang estavam despindo os pesados casacos de peles e olhando para o teto escuro e estrelado com expressões de interesse; uns dois seguravam os pratos e taças de ouro e examinavam-nos, aparentemente impressionados.

Na mesa dos funcionários, Filch, o zelador, acrescentava cadeiras. Estava usando a velha casaca mofada em homenagem à ocasião. Eu fiquei surpresa de ver que ele acrescentara duas cadeiras de cada lado de Dumbledore.

— Mas só tem mais duas pessoas — disse Harry, que também havia notado isso. — Por que Filch está colocando mais quatro cadeiras? Quem mais vem?

— Crouch e Bagman, provavelmente. Já que são cargos importantes no Ministério. — disse, dando de ombros.

— É — respondeu Rony vagamente. Ainda olhava com avidez para Krum.
Depois que todos os estudantes tinham entrado no salão e sentado às mesas das Casas, vieram os professores, que se dirigiram à mesa principal e se sentaram. Os últimos da fila foram o Professor Dumbledore, o Professor Karkaroff e Madame Maxime.

Quando a diretora apareceu, os alunos de Beauxbatons se levantaram imediatamente. Alguns alunos de Hogwarts riram. A delegação de Beauxbatons não pareceu se constranger nem um pouco e não tornou a se sentar até que Madame Maxime estivesse acomodada do lado esquerdo de Dumbledore. Este, porém, continuou em pé e o Salão Principal ficou silencioso.

— Boa-noite, senhoras e senhores, fantasmas e, muito especialmente, hóspedes — disse Dumbledore sorrindo para os alunos estrangeiros. — Tenho o prazer de dar as boas-vindas a todos. Espero e confio que sua estada aqui seja confortável e prazerosa.

Uma das garotas de Beauxbatons, ainda segurando o xale na cabeça, deu uma inconfundível risadinha de zombaria. Revirei os olhos.

— Ninguém está obrigando você a ficar! — falou Hermione, com raiva.

— Trou du cul salope (vadia babaca) — murmurei recebendo um olhar de raiva da francesa, também conhecida como Fleur Delaputa. Franceses, são tão fúteis. Tá, menos o meu ex-namorado e a Franky que provavelmente estão aqui.

— O torneio será oficialmente aberto no fim do banquete — disse Dumbledore. — Agora convido todos a comer, beber e se fazer em casa!

Ele se sentou, e eu vi Karkaroff se curvar na mesma hora para frente e iniciar uma conversa com o diretor.

As travessas se encheram em nossa frente com comida, como sempre. Mas, diferentemente do normal, haviam outros tipos de comida nas travessas, mais exóticas, algumas eu nunca havia ouvido falar.

— Que é isso? — disse Rony, apontando uma grande travessa com uma espécie de ensopado de frutos do mar ao lado de um grande pudim de carne e rins.

— Boujilabaisse — disse Hermione.

— Para você também! — respondeu Rony.

— É uma comida francesa, seu idiota — eu falei, revirando os olhandos. — E é deliciosa.

— Ela tem razão — afirmou Mione, se servindo de um pouco. — Comi nas férias, no penúltimo verão, é muito gostosa.

— Acredito — retrucou Rony, servindo-se de chouriço de sangue.

De alguma forma o Salão Principal parecia muito mais cheio do que de costume, ainda que só houvesse umas vinte pessoas a mais ali, talvez porque os uniformes de cores diferentes se destacassem tão claramente contra o preto das vestes de Hogwarts.

Agora que tinham despido as peles, os alunos de Durmstrang deixavam ver que usavam vestes de um intenso vermelho-sangue. Vinte minutos depois do início do banquete, Hagrid entrou discretamente pela porta atrás da mesa dos funcionários. Deslizou para sua cadeira na ponta da mesa e acenou para mim, Harry, Rony e Hermione com a mão coberta de ataduras.

— Os explosivins estão passando bem, Hagrid? — perguntou Harry.

— Otimamente — respondeu ele animado.

— É, aposto que estão — disse Rony em voz baixa. — Parece que finalmente encontraram a comida que gostam, não? Os dedos de Hagrid.

— Parece uma comida deliciosa — comentei sem prestar muita atenção. Estava tentando achar o Sam. Sam é o meu recentemente mencionado ex-namorado. Nós nos conhecemos no verão do meu terceiro ano, em que eu fui visitar Beauxbatons e fiz algumas aulas experimentais caso eu quisesse estudar definitivamente lá. Aí eu aprendi francês, fiz amigos e um namorado, Sam. Na verdade uma amiga. Nós namoramos até o verão acabar e minhas aulas em Hogwarts começarem. Nenhum de nós dois estávamos dispostos a ter uma relação à distância, apesar de gostarmos muito um do outro. E ele nunca manteve contato, um dos motivos que vai me fazer bater nele.

Naquele instante, ouvimos uma voz:

— Com licença, vocês von querrer a boujilabaisse?

Era Fleur.

Finalmente retirara o xale. Tinha olhos azuis e cabelos louros prateados, que deixaram Rony totalmente hipnotizado, ele olhou para a garota, abriu a boca para responder, mas não saiu nada a não ser um fraco gargarejo.

— Pode levar — respondeu Harry, empurrando a terrina para a garota.

— Vocês já se serrvirram?

— Já — disse Rony sem fôlego. — Estava excelente.

— Salope — eu falei e ela me lançou outro olhar de desprezo, que eu devolvi com mais desprezo ainda. E então ela saiu, levando a travessa com raiva para a mesa da Corvinal.

— O que você falou pra ela? — perguntou Harry, risonho.

— Chamei ela de puta — falei com cara de inocente e o Harry e Mione começaram a rir. As risadas pareceram tirar Rony de seu pequeno transe.

— É uma Veela! — exclamou com a voz rouca.

— Claro que não! — retrucou Hermione mordazmente.

— É uma meia-Veela. O pior tipo, se você quer a minha opinião. Acham que são amigas íntimas de Merlin ou coisa parecida — falei, comendo mais um pouco do meu boujilabaisse que eu tinha colocado no meu prato antes da patricinha roubar usando o charme no Rony.

— Estou dizendo, não é uma garota normal! — disse Rony, curvando-se para um lado para poder continuar a vê-la sem ninguém na frente. — Não fazem garotas assim em Hogwarts!

— Fazem garotas legais em Hogwarts — respondeu Harry, parecendo falar sem pensar.

— Correção: fazem garotas com cérebro e ética em Hogwarts, muito obrigada. — disse, meio brava, mais porque aquelas garotas não são isso tudo mas também porque eu praticamente fui chamada de feia.

— Ah, não fique assim, Jay-Jay, você é bem mais gostosa do que elas. — disse uma voz atrás de mim.

— Ô querido, eu sei que sou gostosa, tá legal. Dou de 10 a 0 nessas oferecidas, por favor né — falei me virando para Fred e Jorge, que foi quem me falou aquilo, com um sorriso debochado.

— Mas é claro que dá, Jay, nós sabemos. — confirmaram os dois juntos, acenando com a cabeça e sorrindo. Ri balançando a cabeça, eu dou mesmo de 10 a 0 nelas. Puxei os dois para se sentarem ao meu lado Hermione chamou nossa atenção, olhando para a mesa dos professores.

— Olhem só quem acabou de chegar — disse ela.

As duas cadeiras que estavam vazias acabavam de ser ocupadas. Ludo Bagman sentou-se agora do outro lado do Professor Karkaroff enquanto o Sr. Crouch, chefe de Percy, ficou ao lado de Madame Maxime.

— Que é que eles estão fazendo aqui? — indagou Harry surpreso.

— Eles que organizaram o Torneio. Obviamente que querem ver a abertura e gerenciar o seu grande feito — disse dando de ombros.

Quando o segundo prato de comida chegou, pude notar vários tipos de pudins estranhos, que eu nunca havia visto antes, cada um mais estranho que o outro.

Mas alguns deles eu consegui reconhecer por ter os visto em Beauxbatons no meu período experimental. Depois que os pratos de ouro foram limpos, Dumbledore se levantou mais uma vez.

Uma agradável tensão se instalara no ar naquele momento, me senti tremer de excitação só de pensar o que viria a seguir. Fred e Jorge se curvaram para frente, observando Dumbledore com grande concentração.

— Chegou o momento — disse Dumbledore, sorrindo para o mar de rostos erguidos. — O Torneio Tribruxo vai começar. Eu gostaria de dizer algumas palavras de explicação antes de mandar trazer o escrínio...

— O quê? — murmurou Harry. Rony deu de ombros. Burros.

— Apenas para esclarecer as regras que vigorarão este ano. Mas, primeiramente, gostaria de apresentar àqueles que ainda não os conhecem o Sr. Bartolomeu Crouch, Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia — houve vagos e educados aplausos —, e o Sr. Ludo Bagman, Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos.

Houve uma rodada mais ruidosa de aplausos para Bagman do que para Crouch, talvez por sua fama de batedor ou simplesmente porque ele parecia muito mais simpático. Ele agradeceu com um aceno jovial. Bartolomeu Crouch não sorriu nem acenou quando seu nome foi anunciado.

— Nos últimos meses, o Sr. Bagman e o Sr. Crouch trabalharam incansavelmente na organização do Torneio Tribruxo — continuou Dumbledore — e se juntarão a mim, ao Professor Karkaroff e à Madame Maxime na banca que julgará os esforços dos campeões.

A menção da palavra "campeões", a atenção dos estudantes que ouviam pareceu se aguçar. Talvez Dumbledore tivesse notado essa repentina imobilidade, porque ele sorriu e disse:

— O escrínio, então, por favor, Sr. Filch.

Filch, que estava rondando as pontas do salão, trouxe para Dumbledore uma arca de madeira incrustada de pedras preciosas. Era linda, a maioria dos alunos ali não puderam deixar de ficarem hipnotizados por um momento. O murmúrio nas mesas começou, todos se perguntado o que seria aquilo.

— As instruções para as tarefas que os campeões deverão enfrentar este ano já foram examinadas pelos Srs. Crouch e Bagman — disse Dumbledore, enquanto Filch depositava a arca cuidadosamente na mesa à frente do diretor —, e eles tomaram as providências necessárias para cada desafio. Haverá três tarefas, espaçadas durante o ano letivo, que servirão para testar os campeões de diferentes maneiras... Sua perícia em magia, sua coragem, seus poderes de dedução e, naturalmente, sua capacidade de enfrentar o perigo.

Que bosta, viu Cedrico, olha merda que tu foi se meter.

— Como todos sabem, três campeões competem no torneio — continuou Dumbledore calmamente —, um de cada escola. Eles receberão notas por seu desempenho em cada uma das tarefas do torneio e aquele que tiver obtido o maior resultado no final da terceira tarefa ganhará a Taça Tribruxo. Os campeões serão escolhidos por um juiz imparcial...“O Cálice de Fogo”.

Dumbledore puxou então sua varinha e deu três pancadas leves na tampa do escrínio. A tampa se abriu lentamente com um rangido. O bruxo enfiou a mão nele e tirou um grande cálice de madeira toscamente talhado. Teria sido considerado totalmente comum se não estivesse cheio até a borda com chamas branco-azuladas, que davam a impressão de dançar.

— É lindo — falei com os olhos brilhando, Mione, que estava na minha frente, sorria do mesmo jeito.

Dumbledore fechou o escrínio e pousou cuidadosamente o cálice sobre a tampa, onde seria visível a todos no salão.

— Quem quiser se candidatar a campeão deve escrever seu nome e escola claramente em um pedaço de pergaminho e depositá-lo no cálice — disse Dumbledore. — Os candidatos terão vinte e quatro horas para apresentar seus nomes. Amanhã à noite, Festa do Dia das Bruxas, o cálice devolverá o nome dos três que ele julgou mais dignos de representar suas escolas. O cálice será colocado no saguão de entrada hoje à noite, onde estará perfeitamente acessível a todos que queiram competir.

— Para garantir que nenhum aluno menor de idade ceda à tentação, — continuou Dumbledore, — traçarei uma linha etária em volta do Cálice de Fogo depois que ele for colocado no saguão. Ninguém com menos de dezessete anos conseguirá atravessar a linha.

— E, finalmente, gostaria de incutir, nos que querem competir, que ninguém deve se inscrever neste torneio levianamente. Uma vez escolhido pelo Cálice de Fogo, o campeão ficará obrigado a prosseguir até o final do torneio. Colocar o nome no cálice é um ato contratual mágico. Não pode haver mudança de idéia, uma vez que a pessoa se torne campeã. Portanto, procurem se certificar de que estão preparados de corpo e alma para competir, antes de depositar seu nome no cálice. Agora, acho que já está na hora de irmos nos deitar. Boa-noite a todos.

— Uma linha etária! — exclamou Fred, seus olhos brilhavam enquanto atravessávamos o salão rumo às portas que se abriam para o saguão de entrada.

— Bom, isso deve ser contornável com uma Poção para Envelhecer, não? E depois que o nome estiver no cálice, a gente vai ficar rindo, ele não vai saber dizer se você tem ou não dezessete anos!

— Nem pensem nisso — falei sem olhar pro rosto deles — Não vai dar certo.

— Você para de ser pessimista porque a sua macumba pega, ta legal? A gente vai conseguir sim! — disse Jorge, mais tentando convencer a si mesmo do que os outros.

— NÃO VÃO, NÃO! — berrei.

— VAMOS SIM! — ele berrou de volta.

— CALA ESSA SUA BOCA, JORGENEY, SUA FADA ESTÚPIDA! VOCÊS NÃO VÃO! — e então eu enrolei o Profeta Diário que tinha em mãos e bati com toda força em sua cabeça.

— AI! — ele exclamou passando a mão no topo da cabeça que foi onde eu o acertei. Aí eu me fiz de inocente.

— Eu hein, tudo viado.

E todos riram porque eu sou a pessoa mais engraçada da face da Terra.

— De qualquer jeito — disse Jorgeney ainda com a mão na cabeça (cintura solta, dá meia volta, DANÇA KUDU... tá, calei a boca). — Você vai tentar entrar, não vai, Harry?

Harry pareceu refletir longamente como se estivesse tentando decidir entre soltar um peido ou não. Não sei se ele ia responder ou não, mas nem importa porque Rony não havia ouvido uma única palavra do que nós estávamos falando.

— Onde está ele? — perguntou ele, totalmente distraído, examinando a aglomeração de alunos para ver que fim levara Krum. — Dumbledore não disse onde o pessoal de Durmstrang vai dormir, disse?

Mas sua pergunta foi respondida quase instantaneamente; os garotos estavam passando pela mesa da Sonserina naquele momento e Karkaroff se apressava em chegar aos seus alunos.

— Voltamos ao navio, então — CHUPA RONY. — Vítor, como é que você está se sentindo? Comeu o suficiente? Devo mandar buscar um pouco de quentão na cozinha?

Pude ver Krum sacudir negativamente a cabeça e tornar a vestir as peles.

— Professor, eu gostaria de beber um pouco de vinho — disse outro garoto de Durmstrang esperançoso.

— Eu não ofereci a você, Poliakoff — retorquiu Karkaroff, seu caloroso ar paternal desaparecendo instantaneamente. Haha, se fudeu. — Vejo que derramou comida nas vestes outra vez, moleque porcalhão...

No momento em que Karkaroff começou a conduzir os alunos na minha direção e na de Ron, Harry e Mione, resolvi já dar o fora pra ver se eu conseguia achar Sam no meio da aglomeração. Em parte porque eu realmente queria encontrar esse viado mas também porque eu não tinha ido com a cara do diretor de Durmstrang.

Passei pelos alunos de Durmstrang de cara amarrada como se tivessem cheirado bosta, e cheguei onde as garotas que soltavam purpurina se encontravam. A maioria ainda tremia de frio, com ou sem chale, estavam todos olhando para o castelo ou para a Madame Maxime, alguns olhavam com superioridade para as paredes de Hogwarts, como se Beauxbatons fosse mil vezes melhor, outros já olhavam encantados.

E então eu caí no chão. Foi de um segundo pra outro, em um momento eu estava observando os estudantes de Beauxbatons, tentando achar Sam e no outro... BAM! Uma criatura de outra galáxia se jogou em mim e eu caí com tudo no chão duro. Poderia ser Sam, mas era uma pessoa muito mais magra e, a julgar pela cabeleira loira que voou na minha cara, uma garota.

— JAMIE! — Como que eu fui me esquecer desse capeta, Jesus?? Tá, eu amo ela, claro, mas nem vou falar do quão escandalosa esse estrupício é. Essa é a Francesca.

Franky tem cabelos loiros encaracolados, olhos azuis e um rosto cheio de sardas. Seus dentes debaixo são todos tortos, mas ela é bonita. Claro, ela é meio-Veela, né Jamie, ela é perfeita.

Viramos amigas no mesmo período em que eu namorei Sam, na verdade foi ela quem me apresentou a ele. Franky foi a única e primeira amiga que eu fiz em Beauxbosta.

E agora ela voltou pra encher minha paciência.

— FRANKY, PUTA MERDA! — berrei, sem ter a chance de levantar porque Franky me puxou pela mão, me fazendo dar um salto ao levantar. Ela me abraçou tão forte que eu achei que minhas costelas quebrariam.

— Jamie, você está aqui! — ela berrou de volta me largando com um sorriso enorme no rosto.

— É claro que eu estou aqui, eu estudo aqui, sua anta — resmunguei estalando as costas ao me espreguiçar.

— Semprre muito educada — falou ela revirando os olhos, sorri meiga.

— Sempre, Frankyzinha. — ela sorriu e colocou seu braço ao redor do meu ombro.

— Então... Como vão as coisas por aqui? Querro dizerr, eu e Sam não recebemos notícias suas desde que você saiu de Beauxbatons — disse ela com seu forte sotaque. Franzi a testa. Como assim eles não tiveram notícia minhas? Eu é que não tive deles!

— Mas eu falei para o Sam me mandar notícias, não o contrário! — exclamei confusa e ela riu.

— É sempre bom saber como você não mudou seu temperamento. Nem um pouco — disse uma voz atrás de mim, me abraçando.

— SAM! — berrei mais uma vez, me virando e o abraçando forte. Não tão forte, tipo estilo Franky, mas forte.

— JAMIE! — ele berrou me zoando. — Menos de cinco minutos com a Franky e você já está assim, nem quero ver no final desse torneio. — Sam falou fingindo uma cara de medo. Franky riu e eu bati no braço dele.

— Por que você não me mandou nenhuma carta, seu babaca? — ele fez cara de inocente.

— Se você quer a verdade eu mandei diversas cartas, mas aparentemente o Woody (coruja dele) não gosta de você, Jay, porque ele sempre trazia as cartas de volta.

— Eu te disse que Woody era um nome idiota pra se dar para uma coruja, Sam — revirei os olhos e ele deu uma risada forçada, zoando o meu propósito de achar aquele nome estúpido para uma coruja: PORQUE É! E PRA CARALHO!

— Você e essa sua coisa com o nome Woody... — ele resmungou revirando os olhos.

— É UM NOME IDIOTA PRA SE POR EM UMA CORUJA, SAM!

— COMO SE HADES FOSSE MELHOR!

— NÃO OUSE FALAR DO DEUS DO SUBMUNDO!

— Parem vocês dois! — interviu Franky, se metendo no meio de nós dois. — Mal se viram e já estão discutindo! E por causa de corujas!

— Nomes de corujas na verdade... — murmurou Sam, corrigindo-a baixinho. Ela ficou vermelha e nós rimos, ela odeia quando a corrigimos.

— TANTO FAZ, SAM! EU TAMBÉM NÃO TO NEM AÍ! — ela berrou, mexendo os braços escandalosamente e saiu com passos apressados enquanto eu e Sam continuávamos a rir.

— Então, Sammy — falei depois de parar de rir. — Conseguiu alguma outra garota pra me substituir?

— De fato, eu... Ah, quem eu estou enganando. As patricinhas de Beauxbatons me cansam, Jamie. Por que elas não podem ser que nem você? — ele lamentou, tristonho.

— Porque elas não são perfeitas, meu querido — respondi com meu sorriso "oi, tenho 42 dentes".

— Porque você é um poço de perfeição, né Jamie?

— OBVIO QUE EU SOU, ESTRUPÍCIO! — ele riu de mim e colocou o braço no meu ombro.

— Você continua baixinha, incrível. A mesma altura depois de um verão inteiro — ele falou, apoiando o cotovelo na minha cabeça.

— Sabe, eu sofro muito bullying perto de você, TEM UMA RAZÃO PELA QUAL NÓS TERMINAMOS! — eu berrei, mais uma vez, tirando seu cotovelo da minha cabeça.

— E foi porque nós não concordamos em uma questão:

— Alpacas e lhamas não são a mesma coisa.

— SÃO SIM, JAMIE! — ele protestou.

— Eu não vou discutir sobre isso com você de novo! — falei entre as risadas.

E nós conversamos por um bom tempo, aí a Franky chegou e nós continuamos a conversa com ela. Até Dumbledore se aproximar.

— Desculpem interromper a conversa, mas eu preciso pedir um favor para você, Srta. Diggory — ele falou com aquele sorriso bondoso de sempre. Arqueio a sombrancelha em dúvida. O que Dumbledore precisaria de mim?

— Claro, senhor. O que eu posso fazer por você? — perguntei de um jeito tão educado que me fez até duvidar do quão amável eu era.

— Eu preciso que alguém vigie, de uma certa distância, o Cálice de Fogo para observar quem se inscreveu ou tentou trapacear de noite. Acha que consegue fazer isso?

— Eu to dentro! — exclamei animada. Logo ele conseguiu meter o Sam e a Franky pra ficarem comigo também porque o mundo me odeia, e nós três nos sentamos no canto do salão, apenas vendo os estudantes de outras escolas indo embora até todos irem embora e só sobrar eu, Franky e Sam de pijamas com cobertores porque tá frio e eu não vou me dar o luxo de ficar só com o short de pijama sem cobertor sentada no chão frio de Hogwarts assistindo uma porra de uma taça tamanho família com dois bocós do meu lado.

Foi a partir de meia-noite que os cagões começaram a vir. E é com grande riso que eu declaro que meu irmão faz parte desses cagões.

Vários caras feiosos de Durmstrang e gatos de Beauxbatons passaram para deixar seus bilhetes com os nomes escritos. Alguns conhecidos de Hogwarts passaram e vieram. Nenhum realmente me interessava.

— Ei, vocês não vão se inscrever? Os dois já são maiores de idade, achei que fariam. — lembrei eles, de repente.

— É VERDADE! — berrou Franky se levantando, ela é meio hiperativa. Conjurou dois pedaços de pergaminho e uma pena. — Toma — ela disse entregando um dos pedaços para Sam.

— Tem certeza disso, Franks? — perguntou ele meio apreensivo, qualquer um ficaria desse jeito se tivesse uma possibilidade de entrar num Torneio assassino.

Pelo menos eu ficaria.

— Não seja uma bicha, Sam.

— Ai, amiga — disse ele fazendo pose e voz de gay. Se não tivesse sido namorada dele eu teria achado que ele realmente era gay.

— Tá legal, pode parar com o teatrinho. Agora sério, não vai fazer mal colocar seu nome lá, o máximo que vai acontecer é você ser escolhido pra enfrentar coisas mortais, de dragões até sereianos e a chance de você poder morrer em um labirinto assassino. — eu falei, sendo o mais agradável possível. Os dois me olharam com cara de tédio.

— Nossa, Jay, isso me fez sentir muito melhor. Valeu — Sam disse, a voz no tom de seu rosto: tediosa.

— Ah, Sam, deixa disso, é só por diversão, nada de ruim vai acontecer. Todos sabemos que a pessoa mais prrovável de ser escolhida é Fleur. Que é uma vaca, mas eu estou totalmente ok com isso. — disse Franky, e eu fui obrigada a concordar com ela.

— Que se dane — falou ele e escreveu o nome no papel rapidamente, ele levantou-se rapidamente e puxou a minha mão e a de Franky. — Se nós vamos fazer isso você vem conosco também.

— Por acaso eu tenho escolha? — perguntei cansada.

— Não. — responderam os dois juntos. — Vem, vamos logo.

Eu já estava tremendo de frio sem o cobertor quando os dois resolveram jogar os papelzinhos no Cálice.

— Meu heróis —murmurei vendo os dois pedaços de pergaminho caírem lentamente dentro do Cálice de Fogo.

Eu acho que os dois ouviram o que eu disse, porque eles se viraram e vieram correndo me abraçar, me tacando no chão gelado mais uma vez.

— SE VOCÊS VÃO FAZER ISSO, PELO MENOS ME DEIXEM FICAR ENROLADA NO COBERTOR! — Berrei em protesto. Os dois riram e me empurraram para perto do cobertor. Nós voltamos a ficar assistindo o nada do Cálice, somente esperando alguém aparecer para colocar seu papelzinho dentro do Cálice.

Perto das quatro horas da manhã, os dois ao meu lado já haviam desmaiado de sono, e eu não sabia se conseguiria aguentar por mais tempo. Aos poucos, meus olhos foram se fechando e eu não consegui mais controlar minha mente.

Eu estava em um lugar em destroços. Tudo estava caindo aos pedaços, e então eu notei que era Hogwarts. Fiquei até assustada ao ver como tudo estava destruído. O que havia acontecido ali, uma guerra? Olhei para minhas próprias mãos, estava cobertas de sangue e calos. O que EU havia feito? Eu pude ouvir gente gritando ao longe, chorando. Era horrível.

Saí para ver o que estava acontecendo e comecei a andar pelos corredores até o Salão Principal. Só pelos corredores eu pude ver a guerra acontecendo. Estudantes de Hogwarts e outros contra Comensais da Morte. Todos correndo de um lado para o outro, se protegendo, chorando e gritando. Feitiços jorravam por todo o lugar, era como um arco-íris gigante. Várias partes do castelo estavam destruídas, qual foi a causa disso tudo?

Entrei, finalmente, no Salão Principal. Ele estava sendo usado como um tipo de enfermaria, vários corpos estavam deitados em macas no chão, e me doeu reconhecer alguns daqueles corpos. O professor Lupin estava lá, deitado ao lado de uma mulher com cabelos castanhos, ambos com uma expressão tão singela no rosto que pareciam estar dormindo, não mortos. Isso doeu mais ainda.

E então cheguei perto de um corpo que estava rodeado de pessoas, todas choravam. Minha visão estava embaçada, então não pude enxergar quem eram as pessoas. Continuei me aproximando até ter uma visão completa do corpo. E aquela foi a cena que mais me machucou, de tudo o que eu já havia visto de triste no mundo, aquilo foi pior ainda. Eu não consegui suportar olhar para aquele corpo inerte. Morto. Porque eu não conseguirir encarar Fred Weasley morto.

Passos me acordaram. Na verdade, parecia mais uma bengala ou coisa parecida. Meu rosto estava molhado, então aquilo era só um sonho. Eu chorei porque achei que Fred estava morto, mas ele não está. Ele está bem. Foi só um sonho, Jamie.

Tentei focar minha visão na pessoa que estava se aproximando do Cálice. Minha visão não é das melhores quando eu acordo, especialmente quando ando chorando. Quem quer que a pessoa que tivesse colocado o nome no cálice fosse, era rápida. Mal tive tempo de esfregar os olhos para conseguir energá-la melhor e a imagem da pessoa sumiu.

Olhei para o lado. Franky e Sam continuavam em sono profundo, Franky roncando porque ela faz isso as vezes. Então eu talvez só tenha imaginado a pessoa ali, de acordo com meu relógio eu só cochilei por uns 10 minutos, a falta de sono pode estar me fazendo pensar coisas que não são reais. Claro, essa é a resposta.

X - X - X - X - X

Depois daquele sonho eu não consegui dormir novamente. Eu não sei o que aconteceu, mas toda vez que eu tentava fechar os olhos a imagem de Fred morto aparecia na minha mente e eu começava a chorar mais uma vez. Aquele sonho foi a primeira vez em que eu cogitei a ideia de viver em um mundo sem o Fred, e era horrível.

De tanto pensar no estranho sonho que eu tive, nem notei quando amanheceu e os dois bestas ao meu lado acordaram. Sam foi o primeiro.

— Bom dia, flor morta do dia — foram suas primeira palavras ao ver meu rosto.

— Há-há, como você é engraçado, Sammyzitcho. — disse ironicamente, revirando os olhos, ele riu de mim.

— Eu sou hilário. E você está linda fantasiada de zumbi — ele disse me abraçando.

— To nem aí também. Acorda a bela adormecida porque eu quero ficar olhando pro Cálice enquanto tem tempo.

Logo conseguimos acordar Franky que despertou berrando que não roncava, e a puxamos para ficarmos sentados de frente para o grande Cálice de Fogo.

— Eu estou louca parra saberr quem vão ser os escolhidos — falou Franky bocejando. — Querro dizer, sei que a Fleur — mencionou a francesa com nojo na voz. — é a mais prrovável parra ser a campeã de Beauxbatons, mas eu realmente esperro que seja qualquer outra pessoa. Literalmente qualquerr outra pessoa.

— E é assim que se manda uma indireta para mim — resmungou Sam coçando a cabeça.

E ficamos sentados ali, até o salão começar a encher e os dois irem para a mesa da Corvinal, e eu para a da Grifinória, que ainda estava vazia. Tentei focar minha atenção na torrada que acabara de aparecer em meu prato. Mas toda vez que eu pisco o corpo de Fred aparece mais uma vez para atormentar meu subconsciente.

De um minuto para outro, Rony, Harry e Hermione sentaram-se no meu lado e na minha frente.

— Você parece uma merda, hein. — comentou Rony servindo seu prato, Mione socou seu braço de uma forma que pareceu tão dolorosa que fez Ron formular uma careta enorme de dor, mas não falar nada, o que me fez rir.

— E está de pijamas — completou Harry ao meu lado. — Suas olheiras te denunciam, você dormiu hoje, Jamie?

— Por uns dez minutos às quatro da manhã. Fiquei acordada vendo os que se candidataram para serem campeões e os que tentariam entrar sem ter idade. Dumbledore pediu. Não foi fácil, mas eu tive companhia — expliquei e eles fizeram caras confusas, Rony ainda segurando o braço em que Mione bateu nele.

— Companhia de quem? — perguntou Hermione, o cenho franzido.

— Uma amiga de Beauxbatons e um ex-namorado.

— Por acaso eu ouvi ex-namorado? — exclamou uma voz atrás de mim e logo deslizando para sentar-se ao meu lado. Vocês já devem ter adivinhado quem é mas eu vou dar uma pista: o nome começa com Jorge e termina com Bundão.

— Ouviu sim. — confirmei voltando minha atenção para a torrada em minha frente, tendo total noção de que os quatro ali olhavam para mim.

— Então...

— Então o quê? — perguntei confusa.

— CONTE SOBRE ELE PRA GENTE, JAMES DIGGORY! — exclamou Jorge um pouco alto demais.

— COMO OUSA ME CHAMAR POR ESSE NOME DO CARALHO, JORGENEY? — gritei arregalando os olhos, o trio riu ao me ouvir chamando-o de "Jorgeney".

— Só fala logo pra gente sobre esse seu ex-namorado! — interviu Rony de uma vez.

— Não tem muito o que falar sobre ele. Ãhn, ele tem dezessete anos agora, é de Beauxbatons, nós namoramos por um verão inteiro do meu terceiro ano, quando o verão acabou nós terminamos pelo fato de que nenhum de nós estava de acordo com um namoro a distância, e não conseguimos manter contato até ele e a minha amiga voltarem para o Torneio ontem. — expliquei calmamente enquanto Jorgeney abria um sorriso.

— Jamie tem um namorado, o Fred dançou — ele cantarolava. Bastou uma torrada na cara para que ele se levantasse e saísse ainda cantarolando para qualquer um que quisesse ouvir.

— Enfim, alguém já depositou o nome? — perguntou Rony, ansioso, para mim.

— Todo o pessoal de Durmstrang, alguns de Beauxbatons e de Hogwarts também.

— Era de se esperar que a maioria das pessoas iriam colocar os nomes de noite, imagina se o cálice cuspisse o nome de volta? — disse Harry. — Eu faria assim também.

Alguém riu às nossas costas. Ao me virar, vi Fred, Jorge e Lino Jordan correndo escada abaixo, os três parecendo excitadíssimos.

— Resolvido — disse Fred num cochicho vitorioso para mim, Harry, Rony e Hermione. — Acabamos de tomá-la.

— Quê? — exclamou Rony.

— A Poção para Envelhecer, cabeça-de-bagre — disse Fred.

— Não vai dar certo — cantarolei voltando a comer meu café-da-manhã.

— É tão lindo o jeito como você torce pela gente, Jaysinha — disse Jorge, fingindo estar emocionado.

— Qual é a do pijama? — perguntou Fred num misto de curiosidade e malícia. Eu ia responder, mas Jorge achou melhor responder por mim.

— A Jay-Jay aqui ficou acordada com o...

— NÃO OUSE FALAR O QUE EU ACHO QUE VOCÊ VAI FALAR! — o interrompi ficando vermelha imediatamente.

— Você cansa tanto a minha paciência, JJ — falou Jorgeney jogando o cabelo pro lado como se estivesse em uma propaganda da L'oreal. — Mas deixa pra lá, vamos logo com isso!

— Concordo com a Jamie, não tenho muita certeza de que isso vai dar certo — disse Hermione em tom de aviso.

Mas o trio de cocotas nem prestou atenção.

— Pronto? — perguntou Fred aos outros dois, tremendo de excitação. — Vamos então, eu vou primeiro...

Vi ele tirar um pedaço de pergaminho do bolso com os dizeres "Fred Weasley — Hogwarts". Ele foi direto à linha e parou ali, balançando-se nas pontas dos pés como um mergulhador se preparando para um salto de quinze metros. Depois, acompanhado pelo olhar de todos que estavam no saguão, ele respirou fundo e atravessou a linha.

— Eu estou louca para ver as barbas deles crescendo — falei soltando um risinho ao ver Jorge, achando que a coisa toda funcionou, soltando um berro de triunfo e correndo até Fred. Mas no momento seguinte, ouvimos um chiado forte e os gêmeos foram arremessados para fora do círculo dourado, como bolas de golfe.

Eles aterrissaram dolorosamente, a dez metros de distância no frio chão de pedra e, como eu havia dito, brotaram duas barbas longas e idênticas nos dois. Eu corri até eles gargalhando.

O saguão de entrada ecoou de risadas. Até Fred e Jorge riram depois de se levantar e dar uma boa olhada nas barbas um do outro.

— Eu avisei a vocês — disse uma voz grave e risonha, ao que todos se viraram e deram com o Professor Dumbledore saindo do Salão Principal. Ele examinou Fred e Jorge, com os olhos cintilando. — Sugiro que os dois procurem Madame Pomfrey. Ela já está cuidando da Srta. Fawcett da Corvinal e do Sr. Summers da Lufa-Lufa, que também resolveram envelhecer um pouquinho. Embora eu deva dizer que as barbas deles não são tão bonitas quanto as suas.

Eu e os dois mongolóides seguimos para a ala hospitalar, eu não parava de rir e repetir "eu falei pra vocês", enquanto eles me batiam com as barbas.

— Será que não tem outro jeito de nos inscrevermos nessa merda sem acabarmos como cosplay de Dumbledore? — perguntou Jorge, parecendo derrotado, sentado em uma das macas da ala hospitalar.

— Não, Jorge, não tem. Foi mal — eu falei. Eles realmente queriam estar naquele Torneio.

— Não, tá tudo bem, lá no fundo eu sabia que não ia dar certo, só não queria dar ouvidos pra você — ele disse dando de ombros.

— Se faz vocês se sentirem melhor, as barbas estão muito estilosas.

— Querida, disso a gente já sabe. — disse Fred jogando a barba pro lado de maneira gay, mas eu não estou julgando.

Depois de uma grande bronca da Madame Pomfrey e uma poção que, pela cara dos gêmeos, tinha uma gosto podre, ela liberou os dois e nós voltamos para o salão bem no momento em que os alunos de Beauxbatons entravam enfileirados com pedaços de papéis com seus nomes e o nome da escola.

Me sentei ao lado de Rony e Harry com Fred e Jorge ao meu lado.

— Ei, Rony — disse Harry de repente. — É a sua amiga...

Cada um dos alunos ia colocando o pedaço de pergaminho no cálice, a cada nome o fogo se avermelhava e faiscava por um breve instante.

— Que é que vocês acham que acontece com os que não são escolhidos? — murmurou Rony, quando a garota Veela, mais conhecida por mim e pela Franky como "Puta Fleur", deixou cair seu pedaço de pergaminho no Cálice de Fogo. — Vocês acham que voltam para a escola ou ficam por aqui para assistir ao torneio?

— Ficam aqui para assistir o torneio — confirmei com a cabeça. — As duas delegações ficam, então você vai ter tempo de pedir um autógrafo pro Krum e babar pela Fleur.

— Então o nome dela é Fleur... — disse Jorge.

— Interessante... — continuou Fred, ambos sorrindo maliciosos.

— Nem pensem nisso! — exclamei em tom de aviso e desespero.

— E por que não? — perguntou Fred ainda sorrindo com malícia.

— EU ME RECUSO A DEIXAR VOCÊS SE RELACIONAREM, FALAREM OU PENSAREM NAQUELA PUTINHA! NÃO POSSO SER AMIGA DE GENTE QUE CONHECE AQUELA ESCROTA! — berrei sem me dar conta do quão alto eu havia falado.

— Calma, tudo bem, nós não vamos nem falar com ela — disse Jorge colocando as mãos no meu ombro, tentando me acalmar.

— E até parece que ela iria falar com vocês — eu ri. Os dois reviraram os olhos.

Depois que os alunos de Beauxbatons se inscreveram, Madame Maxime levou-os de volta aos jardins.

— Onde é que eles estão dormindo, então? — perguntou Rony chegando até as portas de entrada e acompanhando-os com o olhar.

— Na carruagem em que vieram — falei, porque eu havia visto e porque Sam e Franky me falaram.

Ouvi um ruído de chocalho atrás de mim, Harry e Rony. Era Hermione com uma caixa do que parecia ser vários distintivos do F.A.L.E.

— Nós vamos visitar o Hagrid, Jamie, quer vir também? — perguntou Hermione sorrindo animada.

— Claro! — engoli uma torrada, me enrolei no cobertor e saí com os três.

— Ah, bom, vamos logo — disse Rony e desceu aos saltos os degraus de pedra, mantendo os olhos fixos na Fleur, que a essa altura já estava no meio do jardim com a diretora.

Ao chegarmos perto da cabana de Hagrid, vimos que eu estava certa ao ver a enorme carruagem azul estacionada lá. Os cavalos elefânticos que puxavam a carruagem pastavam agora em um picadeiro improvisado montado a um lado.
Harry bateu na porta de Hagrid e os latidos retumbantes de Canino responderam imediatamente.

— Até que enfim! — saudou-os Hagrid, quando abriu a porta e viu quem batia.
— Achei que vocês tinham esquecido onde eu morava!

— Estivemos realmente ocupados, Hag... — Hermione começou a dizer, mas parou de chofre, encarando Hagrid, aparentemente sem saber o que dizer.

Hagrid estava usando seu melhor (e horroroso) terno de tecido marrom peludo, com uma gravata amarela e laranja. Mas isto não era o pior, ele evidentemente tentara domesticar os cabelos, usando uma grande quantidade de um produto que parecia graxa para eixo de rodas. Estavam agora alisados em dois molhos — talvez ele tivesse tentado fazer um rabo-de-cavalo como o de Gui, mas descobrira que tinha cabelo demais. O penteado realmente não combinava nadinha com Hagrid. Por um instante, Hermione mirou-o de olhos arregalados, depois, obviamente decidindo não fazer comentários disse:

— Hum, onde estão os explosivins?

— Lá fora no canteiro de abóboras — respondeu Hagrid alegre. — Estão ficando uns bichões, quase um metro de comprimento agora. O único problema é que começaram a se matar uns aos outros.

— Ah, sério? Que pena — falei tentando ao máximo não encarar ou rir do cabelo de Hagrid. Hermione lançou um olhar de censura para mim e para Rony, que também não parava de encarar.

— É — disse Hagrid com tristeza. — Mas tudo bem, eles agora estão em caixas separadas. Ainda sobraram uns vinte.

— Isso é que foi sorte! — disse Rony. Mas Hagrid não percebeu a ironia.

A cabana de Hagrid tinha um único cômodo, e a um canto havia uma cama gigantesca coberta com uma colcha de retalhos. Uma mesa igualmente enorme com cadeiras ficava diante da lareira, sob uma quantidade de presuntos curados, e aves mortas que pendiam do teto. Os garotos se sentaram à mesa enquanto Hagrid preparava o chá e logo se deixaram absorver por mais uma discussão sobre o Torneio Tribruxo. Hagrid parecia tão excitado com o assunto quanto eles.

— Aguardem — disse ele, sorrindo. — Aguardem só. Vocês vão ver uma coisa que nunca viram antes. A primeira tarefa... Ah, mas eu não posso contar.

— Vamos, Hagrid! — insistiram Harry, Rony e Hermione, mas ele apenas sacudiu a cabeça, rindo.

— Ah, eu acho que sei o que é! — exclamei com um sorriso largo.

— O que é, o que é? — perguntaram Rony e Harry ansiosos.

— Eu não vou falar — disse rindo, Hagrid e Mione me acompanharam enquanto os dois ficavam com cara de emburrados.

— Não vamos estragar a surpresa. Mas vai ser espetacular, isso eu posso dizer. Os campeões vão ter tarefas escolhidas sob medida. Nunca pensei que ia viver para ver organizarem novamente um Torneio Tribruxo! — falou Hagrid.

Nós acabamos almoçando com Hagrid, embora não comêssemos muito — ele disse que preparara um picadinho de carne, mas quando Hermione encontrou uma garra no dela, nós quatro perdemos um pouco o apetite. Mas nos divertimos tentando fazer Hagrid contar as outras tarefas que haveriam no torneio, especulando quais dos inscritos seriam provavelmente escolhidos para campeões.

Uma chuva leve começara a cair lá pelo meio da tarde, foi muito gostoso sentarmos ao pé da lareira e escutar as gotas de chuva tamborilando de leve na janela, vendo Hagrid cerzir suas meias enquanto discutia com Hermione sobre os elfos domésticos — porque ele se recusou terminantemente a entrar para o F.A.L.E. quando a garota lhe mostrou os distintivos. A parte engraçada nisso tudo foi que eu ainda estava usando pijamas e meu cobertor.

— Seria fazer a eles uma maldade, Hermione — disse sério enquanto trabalhava com uma enorme agulha de osso enfiada com uma linha de cerzir amarela. Faz parte da natureza deles cuidar dos seres humanos, é disso que eles gostam, entende? Você os faria infelizes se tirasse o trabalho deles e os insultaria se tentasse lhes pagar um salário.

— Mas Harry libertou o Dobby e ele foi à lua de tanta felicidade! — disse Hermione. — E ouvimos dizer que ele está exigindo salário agora!

— Tudo bem, tem aberrações em toda espécie da natureza. Não estou dizendo que não haja elfo esquisito que aceite a liberdade, mas você jamais convenceria a maioria deles a concordar com isso, não, nada feito, Hermione.

Hermione pareceu ficar realmente contrariada e guardou a caixa de distintivos no bolso da capa. Lá pelas cinco horas começou a escurecer, e eu, Rony, Harry e Hermione decidimos que já era hora de voltar ao castelo para a festa do Dia das Bruxas — e, o que era mais importante, para o anúncio de quem seriam os campeões das escolas.

— Vou com vocês — disse Hagrid, deixando o cerzido de lado. — Me dêem um segundo.

Ele se levantou, foi até a cômoda ao lado da cama e começou a procurar alguma coisa nas gavetas. Os garotos não prestaram muita atenção, até que um fedor realmente horrível chegou às suas narinas. Tossindo, Rony perguntou:

— Hagrid, que é isso?

— Eh? — exclamou Hagrid, virando-se com um enorme frasco na mão. — Você não gostou?

— Isso é loção de barba? — perguntei, com um tom de voz levemente chocado.

— Hum... Eau-de-Cologne — murmurou Hagrid. Ele ficou vermelho. — Talvez seja um pouco demais — disse meio impaciente. — Vou tirar, esperem aí...

Ele saiu desajeitado da cabana e nós o vimos lavar-se vigorosamente no barril de água do lado da janela.

— Eau-de-Cologne? — repetiu Hermione surpresa. — Hagrid?

— E qual é a explicação para os cabelos e o terno dele? — perguntou Harry em voz baixa.

— Olhem lá! — exclamou Rony de repente, apontando para fora da janela.

Hagrid acabara de se aprumar e se virara. Se ficara vermelho antes, não era nada comparável ao que estava acontecendo agora. Levantando-se muito cautelosamente, para que Hagrid não os visse, eu, Harry, Rony e Hermione espiamos pela janela e vimos que Madame Maxime e os alunos de Beauxbatons tinham acabado de sair da carruagem, obviamente para irem à festa também. Os garotos não conseguiam ouvir, mas Hagrid estava falando com a diretora com os olhos embaçados e uma expressão de arrebatamento.

— Ele está indo com ela para o castelo! — disse Hermione indignada. — Pensei que ele estava nos esperando!

Sem lançar sequer um olhar à cabana, Hagrid foi subindo pelo gramado com Madame Maxime, e os alunos de Beauxbatons seguiam em sua cola, quase correndo para acompanhar os passos enormes dos dois.

— Ele está caído por ela! — comentou Rony incrédulo, e eu ri. — Bom, se eles tiverem filhos, vão marcar um recorde mundial, aposto como um bebê deles iria pesar uma tonelada.

Nós quatro saímos da cabana sozinhos e fechamos a porta ao passar. Estava surpreendentemente escuro do lado de fora. Puxando as capas para mais junto do corpo e eu meu cobertor, nós subimos pelos gramados da propriedade.

— Ah, são eles. Olhem lá! — sussurrou Hermione.

A delegação de Durmstrang seguia do lago para o castelo. Vitor Krum caminhava ao lado de Karkaroff e os outros os acompanhavam em pequenos grupos. Rony observou Krum excitado, mas o jogador nem olhou para os lados ao alcançar as portas do castelo um pouco à frente de mim, Hermione, Rony e Harry, andando sempre reto.

Quando nós quatro entramos, o salão iluminado por velas estava quase cheio. O Cálice de Fogo fora mudado de lugar; agora se encontrava diante da cadeira vazia de Dumbledore, à mesa dos professores. Fred e Jorge já pareciam estar aceitando o desapontamento muito bem.

— Espero que seja Angelina — disse Fred, quando Harry, Rony, eu e Hermione nos sentamos. Já fiquei cheia de ódio só de ouvir o nome dela.

— Ah, claro, você adoraria que a sua namoradinha fosse escolhida, não é? — falei sem conseguir conter a minha raiva.

— Ela não é minha namoradinha! E você fala como se também não tivesse um namorado, não é mesmo? — ele retrucou com a mesma raiva.

— Eu não tenho um namo... Você contou pra ele, Jorge?! — perguntei zangada para Jorge, que estava se segurando para rir, aumentando minha vontade de bater nele.

— Você que me falou sobre ele — disse Jorge levantando as mãos em sinal de rendição.

— Ele é meu ex-namorado! E o que é que você tem a ver com isso, Fred?

— Eu pergunto o mesmo! O que é que você tem a ver com o que acontece entre mim e a Angelina? Pelo menos eu falo, você nem teve a consideração para falar desse seu namoradinho francês pra gente, né? — ele exclamou com raiva. Metade do salão já olhava pra gente.

— Eu não preciso aguentar isso, Fred. Você é um babaca. Eu vou me trocar, vem comigo, Mione — e puxei Hermione pela mão sem ligar para os olhares sobre mim.

Já no quarto, eu berrava sem parar e Mione só me ouvia sentada na cama.

—... quero dizer, eu não fiz nada de errado, por que é que ele tem que ser tão imbecil! Por que é que tem que ser tão estúpido! Por que? — e me joguei de cara no travesseiro. — POR QUE? — Berrei com a voz abafada por conta do travesseiro.

— Porque ele te ama — respondeu Hermione calmamente, com um tom de riso na voz.

— Ama nada.

— Ama, sim, eu já criei até nome pra vocês dois, NÃO ESTRAGUE ISSO PRA MIM, JAMIE!

— Tá legal, tanto faz, eu não vou deixar esse babaca estragar minha noite e a escolha dos campeões. Vou colocar uma roupa — falei e entrei no banheiro — ME ESPERA! — berrei para Hermione já dentro do banheiro, ela berrou um "POR ACASOU EU TENHO ESCOLHA" e eu ri.

Depois de trocada, eu e Hermione saímos do dormitório e fomos em direção ao Salão Principal. O salão já estava completamente lotado quando entramos, mas conseguimos achar um lugar adivinha onde, isso mesmo do lado do Jorge ou do Fred. Hermione como a melhor amiga possível sentou-se ao lado do Jorge, me obrigando a sentar do lado de Fred, o maior babaca do universo inteiro.

A festa das bruxas pareceu durar muito mais do que habitualmente. Talvez porque fosse o segundo banquete em dois dias, eu não parecia muito interessada na comida preparada com extravagância tanto quanto das outras vezes, talvez também porque eu e Fred não nos olhamos ou conversamos o banquete inteiro.

Como todas as pessoas no salão, a julgar pelas constantes espichadas de pescoços, as expressões impacientes nos rostos, o desassossego de todos que se levantavam para ver se Dumbledore já acabara de comer, eu simplesmente queria que os pratos fossem retirados e os nomes dos campeões anunciados.

Depois de muito tempo, os pratos voltaram ao estado de limpeza inicial, houve um aumento acentuado no volume dos ruídos no salão, que caiu quase instantaneamente quando Dumbledore se ergueu. A cada lado dele, o Professor Karkaroff e Madame Máxime pareciam tão tensos e ansiosos quanto os demais.

Ludo Bagman sorria e piscava para vários alunos. O Sr. Crouch, porém, parecia bastante desinteressado, quase entediado.

— Bom, o Cálice de Fogo está quase pronto para decidir — disse Dumbledore. — Estimo que só precise de mais um minuto. Agora, quando os nomes dos campeões forem chamados, eu pediria que eles viessem até este lado do salão, passassem diante da mesa dos professores e entrassem na câmara ao lado — ele indicou a porta atrás da mesa —, onde receberão as primeiras instruções.

Ele puxou, então, a varinha e fez um gesto amplo, na mesma hora todas as velas, exceto as que estavam dentro das abóboras recortadas, se apagaram, mergulhando o salão na penumbra. O Cálice de Fogo agora brilhava com mais intensidade do que qualquer outra coisa ali, a brancura azulada das chamas que faiscavam vivamente quase fazia os olhos doerem. Todos observavam à espera... Alguns consultavam os relógios a todo momento...

— A qualquer segundo agora — sussurrou Lino Jordan, a dois lugares de distância de mim.

As chamas dentro do Cálice de repente tornaram a se avermelhar.

Começaram a soltar faíscas. No momento seguinte, uma língua de fogo se ergueu no ar, e expeliu um pedaço de pergaminho chamuscado — o salão inteiro prendeu a respiração.

Dumbledore apanhou o pergaminho e segurou-o à distância do braço, de modo a poder lê-lo à luz das chamas, que voltaram a ficar branco-azuladas.

— O campeão de Durmstrang — leu ele em alto e bom som — será Vítor Krum.

— Grande surpresa! — berrou Rony, ao mesmo tempo que uma tempestade de aplausos e vivas percorreu o salão. Pude ver Vítor Krum se levantar da mesa da Sonserina e se encaminhar com as costas curvas para Dumbledore, ele virou à direita, passou diante da mesa dos professores e desapareceu pela porta que levava à câmara vizinha.

— Bravo, Vítor! — disse Karkaroff com a voz tão retumbante que todos puderam ouvi-lo apesar dos aplausos. — Eu sabia que você era capaz!

Os aplausos e comentários morreram. Agora todas as atenções tornaram a se concentrar no Cálice de Fogo, que, segundos depois, tornou a se avermelhar.

Um segundo pedaço de pergaminho voou de dentro dele, lançado pelas chamas.

— O campeão de Beauxbatons é Fleur Delacour!

— Ah, merda — lamentei ao mesmo tempo que Franky ficava vermelha de raiva na mesa da Corvinal e Sam tentava a acalmar, mas rindo. Não pude deixar de rir de toda a raiva dela.

— É, ela, Rony! — gritou Harry, quando Fleur que parecia uma Veela levantou-se graciosamente, sacudiu a cascata de cabelos louro-prateados para trás e caminhou impetuosamente entre as mesas da Corvinal e da Lufa-Lufa.

— Ah, olha lá, eles estão desapontados — disse Hermione sobrepondo sua voz ao barulho e indicando com a cabeça o resto da delegação de Beauxbatons.

"Desapontados" era dizer pouco, pensei, rindo. Duas das garotas que não tinham sido escolhidas debulhavam-se em lágrimas e soluçavam, com as cabeças deitadas nos braços. Fui obrigada a gargalhar do draminha delas.

Quando Fleur Delacour também desapareceu na câmara vizinha, todos tornaram a fazer silêncio, mas desta vez foi um silêncio tão pesado de excitação que quase dava para sentir seu gosto. O campeão de Hogwarts é o próximo... E o Cálice de Fogo ficou mais uma vez vermelho; jorraram faíscas dele; a língua de fogo ergueu-se muito alto no ar e de sua ponta Dumbledore tirou o terceiro pedaço de pergaminho.

— O campeão de Hogwarts... — anunciou ele.

— É agora... — sussurrei, mais para mim mesma, tremendo de nervosismo.

—... é Cedrico Diggory!

— AI MEU MERLIN! — eu berrei sem poder me conter.

Cada um dos alunos da Lufa-Lufa ficou de pé, gritando e sapateando, quando Cedrico passou por eles. Não pude me segurar, então saí correndo no meio da gritaria e abracei Cedrico bem forte quando ele andava até a câmara.

— VOCÊ CONSEGUIU, CED! VOCÊ CONSEGUIU!

— EU SEI! NA VERDADE, NÃO SEI, MAS EU CONSEGUI, JAY! — ele respondeu, me abraçando mais forte. — Eu tenho que ir. — ele falou alguns segundos depois, a gritaria ainda continuava. Ele beijou o topo da minha cabeça e saiu em direção à câmara.

Alguém tocou meu ombro, e ao ver que era Harry, eu o abracei forte, ainda feliz.

— Eu não acredito, Harry! Não acredito! — disse, já chorando. Eram tantas coisas que se passavam pela minha mente que eu não pude saber se estava chorando de felicidade, preocupação, orgulho ou sei lá o que.

— Eu sei, Jay, calma. Se acalma. — ele falou rindo. Nos desvencilhamos mas continuei o abraçando de lado, Rony e Hermione se aproximaram uns minutos depois.

Na verdade, os aplausos para Cedrico foram tão longos que passou algum tempo até que Dumbledore pudesse se fazer ouvir novamente.

— Excelente! — exclamou Dumbledore feliz, quando finalmente o tumulto serenou.

— Muito bem, agora temos os nossos três campeões. Estou certo de que posso contar com todos, inclusive com os demais alunos de Beauxbatons e Durmstrang, para oferecer aos nossos campeões todo o apoio que puderem, torcendo pelo seus campeões, vocês contribuirão de maneira muito real...

Mas Dumbledore parou inesperadamente de falar, e tornou-se óbvio para todos o que o distraíra. O fogo no Cálice acabara de se avermelhar outra vez.

Expeliu faíscas. Uma longa chama elevou-se subitamente no ar e ergueu mais um pedaço de pergaminho. Com um gesto aparentemente automático, Dumbledore estendeu a mão e apanhou o pergaminho.

— O que será que aconteceu? — perguntei baixinho, confusa, secando as lágrimas. Os três pareciam tão confusos quanto eu.

Dumbledore ergueu o pedaço de pergaminho e seus olhos se arregalaram para o nome que viu escrito.

Houve uma longa pausa, durante a qual o bruxo mirou o pergaminho em suas mãos e todos no salão fixaram o olhar em Dumbledore. Ele pigarreou e leu o nome da pessoa que sempre se mete em confusão:

— Harry Potter!


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Notas finais do capítulo

O CAPITULO SÓ SAI COM 5 REVIEWS OU MAIS!!!!1!1!11!
Ah, tem mais uma coisa! Falem pra mim um personagem que vocês amem muito, tipo o favorito de voces (SE FOR O FRED NAO VALE), porque eu to pensando em escrever outra fic e pode ser com literalmente qualquer personagem.
Tambem, me sigam no twitter @grangerlixo, se vocês tiverem, pra eu poder avisar vocês mais rápido.
E por último: SE ALGUEM AÍ GOSTAR DO SAM COMO EU AMO AQUELE VIADO DA MINHA LAIFE, ME FALEM SE VOCÊS QUISEREM VER ELE COMO EU IMAGINEI, tipo, o famoso que eu imaginei.
OKAY, bjao migas