Choices escrita por Kuchiki Hiruno


Capítulo 19
Encontros Inesperados




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482770/chapter/19

Cap19

—Tem certeza que não quer que eu vá?

—Makarov ! – repreendeu - Tenho quase 28 anos ! Acho que sei me cuidar sozinha , não é?

—Tome cuidado ! Estar lá não significa que estará totalmente segura ! Já coloquei um detetive atrás desse maluco . Se depender de mim ele não toca em um fio do seu cabelo.

—Obrigada ... – Os olhos da ruiva ficaram marejados .

—Mas , tem certeza que quer voltar para lá?

—Passei parte da minha adolescência lá e depois fugi que nem uma covarde. Acho que está na hora de voltar não é?

—Tome cuidado minha querida – abraçou a ruiva pela ultima vez

—Não se preocupe , ficarei bem - disse após derramar algumas lagrimas discretas , abraçando Makarov e dando uma ultima olhada na casa. Sim, ela estava voltando para Fiore .

***

Mesmo que você pare e espere, o*ontem* nunca te alcança
Apenas os sentimentos de ir podem alcançar o “amanhã”
Então aperte firme o “agora” em suas mãos ... "

(Never-Ends Tale- Fairy Tail )

 

O tempo nunca havia passado tão lentamente. Estava sentado ali sentado por no mínimo 3 horas. Já havia perdido a noção de tempo , na verdade . Após uma longa espera, uma figura de cabelos azuis abriu a porta do centro cirúrgico , retirando a touca que prendia seus cabelos , bagunçando- os com uma das mãos.

—A cirurgia foi um sucesso – avisou- fique tranquilo. Ele vai ser direcionado para o quarto .

—Muito obrigado doutor , muito obrigado – disse o homem que , aos olhos de Jellal, devia ser um pouco mais velho que ele .

—O senhor o salvou – disse – se não tivesse trazido ele aqui tão rápido, eu estaria agora de mão atadas- o homem começou a chorar .

—Obrigado doutor , ele ...- limpou algumas lágrimas com uma das mãos – ele é meu irmão , é o único parente que eu tenho- soluçou um pouco – só temos um ao outro ....

—Não se preocupe , seu irmão ficará bem – Jellal sorriu tentando conforta-lo – eu te entendo perfeitamente porque – suspirou – eu também só tenho o meu irmão.

O homem o fitou por longos segundos , agradeceu novamente e Jellal o encaminhou para uma outra sala de espera. O azulado estava exausto , precisava de um banho e boas horas de sono . Ao deixar o irmão do seu paciente da sala de espera andou até sua sala , pegou suas coisas e foi trocar de roupa. Precisava sair dali, o dia foi extremamente cansativo . Colocou sua calça social preta , blusa branca social , dobrando as mangas até chegarem próximas ao cotovelo e por fim os sapatos . Botou a mochila em um dos ombros e foi até a recepção , avisar que já estava saindo . Uma das recepcionistas digitou algo e deu boa noite . Antes de passar pela porta principal sentiu uma mão em seu ombro.

—E ai cara , como foi a última cirurgia?

—Foi meio complicada, mas tudo acabou bem – suspirou- e você, vai dar plantão hoje de novo Natsu?

—Vou ! -disse todo sorridente.

—Você é a única pessoa que dá dois plantões seguidos e continua com esse sorriso- riu.

—Olha essas crianças lindas !- apontou discretamente para a porta que dava na sala de espera da ala pediátrica- como ficar triste? Elas já estão doentes, não é? Imagina se eu chegasse na sala e elas me vissem com cara séria?

—Elas sairiam correndo, tem razão- zombou o azulado.

—Exatamente ! – Natsu deu risada -amanhã você está de folga né? Vamos sair a tarde ! Passo la depois do meu plantão , durmo um pouco e vamos , que tal?- sugeriu empolgado- faz tempo que a gente não sai para beber ! Caramba, precisamos de um tempo para fortalecer a nossa amizade!

—Natsu , você é meu amigo a mais de dez anos! Não tem mais o que fortalecer ai – Jellal riu . Natsu estava no hospital a um dia e meio e continuava com a empolgação de sempre – mas concordo , preciso sair e sair para beber seria ótimo ! Estarei te esperando então.

—Combinado ! -Natsu olhou para o relógio em seu pulso – Caramba , deixa eu ir porque a emergência hoje está muito cheia ! Até amanhã !

Jellal mal conseguiu se despedir do amigo , pois o rasado já tinha saído bem apressado . Depois que havia perdido no primeiro vestibular , Natsu estudou como nunca havia estudado na vida e passou , três anos depois , em medicina e hoje era um dos melhores pediatras do hospital Mushida . Quem conheceu o Natsu no ensino médio nunca imaginaria que ele seria um pediatra tão competente. Chegava a ser bem engraçado.

Jellal entrou no carro , jogou a mochila no banco do carona e deu a partida . Realmente precisava de uma cama urgentemente . Foi o caminho inteiro suspirando de cansaço e se imaginando enrolado nas cobertas . Mesmo sendo bem exaustivo , Jellal amava o que fazia . Tinha se especializado em cardiologia e era considerado um dos melhores da cidade. Sentia-se feliz e realizado profissionalmente- poderia dizer o mesmo da sua vida pessoal . Estava pensando seriamente em fazer outra especialização , só estava faltando decidir qual.

Assim que chegou em casa , correu para o banheiro e tomou um bom banho . Vestiu roupas confortáveis , deitou na cama e ligou a televisão do seu quarto. Morava em um apartamento relativamente grande , bem espaçoso que tinha uma decoração sofisticada e de bom gosto. Assim que conseguiu juntar uma quantia com seu salário, Jellal comprou aquele apartamento e mudou-se da casa em que morava com Mystogan. Não conseguiria viver muito tempo naquela casa que foi comprada com o dinheiro de seu pai. Ah sim, do pai ainda queria distância . Isso nunca mudaria.

Não havia nada muito interessante passando em nenhum canal, então resolveu que assistiria algum filme. Havia comprado alguns dvds , mas ainda não tinha conseguido ver nenhum , devido à falta de tempo . Levantou-se , abriu o guarda- roupa e pegou uma caixa que estava na parte de cima . Ele precisava organizar os dvds em algum lugar melhor, mas a falta de tempo também o impedia. Colocou a caixa em cima da cama e a revirou um pouco a procura de algum título que lhe agradasse quando viu uma capa totalmente preta com um cd em branco. Não havia etiqueta ou nada escrito que identificasse que filme seria aquele. Colocou no aparelho, por curiosidade , a fim de descobrir que filme seria e tomou um susto quando apertou a tecla play do controle .

Era Erza. A Erza de sua adolescência , a Erza pela qual havia se apaixonado a dez anos atrás . A mesma Erza que ainda dominava seus sonhos mesmo depois de tanto tempo e neles , os dois estavam juntos e felizes, passeavam pela cidade , dormiam juntos , assistiam filmes juntos, resolviam os problemas juntos. Mas era só um sonho. Ela não estava lá, ela havia o deixado à dez anos . Ela foi embora , levando um pedaço dele na bagagem ,algo que Jellal nunca conseguiu recuperar. Depois do que havia acontecido , depois dele provar do “próprio veneno” , não conseguiu manter relacionamentos muito longos . Por mais que odiasse ou quisesse, não conseguia para de pensa na ruiva de vez em quando. E quando ele pensava que havia conseguido se livrar daquele sentimento, a ruiva aparecia em seus sonhos novamente. Não sabia mais o que fazer , então parou de lutar e a 5 anos não tinha um relacionamento serio com ninguém. Não que ele se privasse de sair com alguém as vezes , mas nada que fosse além disso .

Aquele cd sem etiqueta nada mais era do que o trabalho de geografia que ele havia feito com Erza no terceiro ano colegial . O trabalho que de alguma forma acabou aproximando eles. O azulado ficou paralisado , olhando fixamente para a televisão . Fechou os olhos e decidiu ficar ali , ouvindo a voz da ruiva , de vez em quando abria os olhos para observar o sorriso dela . A quanto tempo não escutava aquela voz ou via aquele sorriso? Jellal ficou em pé , como se estivesse hipnotizado , olhando fixamente para a televisão por longos minutos até a gravação acabar. Ao final do vídeo ele deitou na cama e fitou o teto . Depois de um tempo resolveu fechar os olhos , queria encontra-la em seus sonhos desta vez .

***

—Finalmente !

Destrancou a porta e entrou sem cerimonias. Encontrou tudo limpo e exatamente no lugar que havia deixado. Erza estava de volta a sua antiga casa, a mesma casa que passou a adolescência. A ruiva não teve tempo de arrumar algum apartamento, já que saiu dos Estados Unidos praticamente correndo. A única coisa que conseguiu nesse meio tempo que estava cuidando do “tal” caso , era um emprego- e um bom emprego diga-se de passagem . Trancou a porta e subiu até seu antigo quarto; havia pedido a Mirajane que arranjasse alguém para dar uma limpada antes da sua chegada, estava exausta por causa da viagem como havia imaginado e não teria condições de arrumar a casa . Mas, por sorte , havia deixado uma cópia da chave com a amiga ,então tudo foi bem tranquilo de resolver . Iria visitar Mira no dia seguinte, após seu primeiro dia de trabalho. Ao lembrar disso , percebeu que precisava dormir urgente , teria apenas quatro horas para descansar. Tomou um bom banho , vestiu roupas confortáveis e sentou na cama , pegando o celular que estava na mesinha ao lado.

—Já chegou? – Indagou a voz do outro lado da linha.

—Cheguei e já tomei um bom banho! Estou exausta .

—Vá dormir, você precisa se acostumar com os horários .

—Tem razão – suspirou.

—Vou tentar tirar uma folga daqui a umas duas semanas , então vê se não arranja confusão até lá okay?!

—Laxus, quantos anos você acha que eu tenho ?- riu do comentário do loiro.

—Você me entendeu, Erza !

—Está tudo bem , okay?! Ficarei bem !

—Desculpe não poder ir mais cedo, estou no meio de um caso importante e não há como viajar agora, mas assim que eu acabar...

—Laxus – interrompeu o loiro- não se preocupe , sou adulta ! Vou sobreviver duas semanas sozinha .

—Espero que sim – ironizou .

—Idiota...- bufou irritada – vou dormir ! Tenho que levantar daqui a exatamente quatro horas para meu primeiro dia no trabalho .

—Vou avisar ao velho que você chegou bem ! Bom descanso , Erza.

—Obrigada ...- a ligação foi encerrada .

***

Ah, como Erza queria ter ficado na cama mais um pouco . Acordou, tomou banho , comeu algo que tinha na geladeira-Mira sabia que ela chegaria tarde ,então deixou algo para a ruiva comer - e foi se arrastando para a estação de metrô . Iria resolver o problema da falta de carro no almoço talvez, mas por enquanto , precisou sair uma hora mais cedo de casa para conseguir achar o lugar. Havia ficado dez anos sem andar por aquelas linhas , então tinha esquecido muita coisa. Depois de quase pegar o metrô errado , entrar em três ruas sem saída e perguntar para meia dúzia de pessoas onde era o tal prédio, conseguiu chegar ao seu destino. A empresa era bem grande , então ocupada um prédio de cinco andares inteiro e a ruiva soube que eles estão pensando em expandir aquela filial ,pois o local já estava ficando pequeno .

Ao chegar , se apresentou para a recepcionista que , após fazer uma ligação , avisou que seu local de trabalho seria no quarto andar, mas que antes deveria ir até o ultimo andar , onde o presidente da filial a aguardava para uma conversa de orientação. Erza agradeceu e entrou no elevador que logo abriu no quinto andar. Os corredores eram climatizados e após alguns passos , encontrou outra recepcionista que também fez uma ligação antes de direciona-la até a sala da presidência .Apesar da sala ser de vidro , só era possível ver quem estava dentro entrando no local. A ruiva estava bem surpresa , pois a empresa era bem mais sofisticada do que havia imaginado .

Ao seguir as indicações da recepcionista , chegou ao final do segundo corredor e bateu na porta antes de abri-la . Um susto. Erza ficou paralisada com a porta entreaberta, olhando fixamente para o homem que ocupada a cadeira da presidência .

—Você deve ser a nova advogada , certo? – o homem estava de cabeça baixa , escrevendo em uma folha de papel - Entre e sente-se por favor. Não se preocupe , tenho costume de conversar com os novos funcionários da empresa para orienta-los, principalmente os advogados.

Com muito esforço , Erza fechou a porta e caminhou até ficar em frente a mesa em que o homem sério e concentrado , escrevia algo que parecia importante .A ruiva estava suando frio , não sabia o que dizer ou fazer naquela situação , só conseguia fitar o homem de cabelos azuis a sua frente . Aquele seria Jellal ou Mystogan? Erza torcia para ser a segunda opção, com todas as forças .

—Sinto muito pelo pequeno atraso, estou desacostumada a andar por esta cidade de metrô – foi a única coisa que conseguiu dizer . Não sabia como, mas disse. Ao terminar a frase , o homem levantou o olhar e a fitou incrédulo .

—Meu deus...- a caneta caiu de seus dedos e agora , o papel no qual estava concentrado não era mais importante e sim a mulher a sua frente. Uma ruiva que não havia como Mystogan esquecer – Erza...

—Mystogan?- indagou , rezando para que a resposta fosse positiva .

—Sim...- levantou sem tirar os olhos da ruiva – não acredito que você está aqui – andou até ambos ficarem frente a frente .

—Eu também não- riu discretamente .

Assim que terminou de falar , Mystogan a abraçou forte , de um modo que queria ter feito a dez anos atrás. Erza ficou estática, não sabia bem o que fazer naquela situação . Estava no seu primeiro dia no novo trabalho , descobriu que seu chefe é seu antigo colega do ensino médio, irmão-gêmeo - do cara que havia lhe traído a anos atrás e agora ele estava dando uma abraço incrivelmente apertado nela , podendo a qualquer momento a secretaria que tinha visto agora pouco abrir a porta e flagrar aquela cena . O que fazer? Ficar parada foi a única coisa que a ruiva conseguiu pensar .

—Erza, você está aqui- disse se afastando- aqui na minha frente e ....

—É bom vê-lo novamente também , Mystogan- riu – ou melhor , presidente .

—Sim, é ... é ótimo vê-la ! Meu deus ! – Mystogan ainda estava incrédulo – você se formou mesmo em direito não é? O Ayato me falou tão bem do currículo da nova advogada que havia me indicado que não tive duvidas , contratei na hora – parou para recuperar o ar – Ayato é meu braço direito aqui dentro da empresa e um grande amigo lá fora – explicou , ao perceber a confusão no olhar de Erza ao citar o amigo .

—Que bom que gostou do meu currículo –sorriu - esta empresa tem um nome de peso tanto aqui quanto nos Estados Unidos , não tive dúvidas que seria um bom trabalho .

—Estados Unidos ? Então foi para lá que você foi?

—Sim, meu pai mora lá então...- parou pensativa – podemos não falar no seu irmão por favor?!

—Sim , claro – sentou novamente – tem razão, o assunto chegaria até ele . Por favor sente-se ! Irei te passar algumas instruções e entregar as normas de convivência da empresa para você dar uma lida em casa- procurou algo na gaveta – fico feliz em ver que se formou em direito !

—Era o que eu sempre quis fazer – comentou .

—Eu acabei fazendo direito também ,sabia? E um ano depois fiz administração. Meu pai não ia me deixar em paz enquanto eu não me preparasse adequadamente para assumir este posto.

—A empresa é do seu pai?- indagou espantada. Mas logo se arrependeu. Mystogan podia ser um antigo colega , mas era seu chefe agora - desculpe, não deveria fazer esse tipo de pergunta.

—Não, está tudo bem ! Não tem como não conversar como nos velhos tempos não é? – riu descontraído – sim, a empresa é do meu pai e ele é o presidente . Eu apenas cuido dessa filial , mas da empresa como um todo ...- encontrou o que procurava e colocou em cima da mesa- ele ainda faz questão de administrar com as próprias mãos.

—Entendo...

—Aqui , pegue ! Este aqui é o nosso código de convivência. Vou te explicar algumas coisas importantes então preste atenção.

Após uma conversa que durou em média quinze minutos , Erza foi liberada , mas antes de sair Mystogan perguntou se ela não queria tomar algum café após o trabalho. A ruiva agradeceu, mas tinha combinado com Mirajane de ir vê-la . Além disso , a ruiva pensou no transtorno que esse café poderia lhe causar se alguém da empresa a visse saindo com o presidente .Agora restava saber se ela iria conseguir olhar para Mystogan todos os dias e lembrar de um certo azulado que por mais que ela tentasse , nunca conseguiu esquecer completamente. Seu coração ainda estava disparado pelo simples fato de ter pensado que estava frente a frente com Jellal.

***

Ao final do seu primeiro dia de trabalho , Erza correu para pegar um metrô. Chegaria na casa de Mira atrasada para o jantar que havia combinado com a amiga. Na hora do almoço a ruiva passou em uma concessionaria e comprou um carro de seu agrado , porém só poderia ser entregue em alguns dias . Por enquanto , teria que se acostumar novamente com o metrô - se bem que teria que lembrar das ruas para andar de carro, então aproveitaria esse tempo para andar um pouco pela cidade . Ao bater na porta , foi surpreendida por uma garota que julgava ter entre 17 e 20 anos.

—Lisanna ! – exclamou bastante surpresa – você cresceu tanto !

—Seja bem vinda de volta !- a garota sorriu . Erza havia visitado Lisanna no hospital diversas vezes , mas vê-la ali na sua frente era completamente diferente- entre por favor ! Minha irmã está bem ansiosa a sua espera ! – Erza riu e após dar dois passos na sala , foi surpreendida por um forte abraço .

—Erza !!!- Mira a apertava cada vez mais – que saudade ! Nem acredito que você voltou !!!

—Mira, você está me sufocando- alertou já meio sem ar e a garota de cabelos brancos afastou- se .

—Vem ! Precisamos comer e conversar ! – puxou a amiga até a cozinha – vem logo Lisanna !

O jantar foi bem divertido. Mira não sabia se mastigava ou falava. De cinco anos para cá , Erza e Mirajane diminuíram bastante a frequência com que se falavam . Não por falta de vontade de conversar , mas por falta de tempo. Mira havia se tornado uma modelo bem requisitada e mesmo nos seus quase vinte e oito anos , tinha um corpo de uma mulher de vinte . O sucesso era absurdo. Viagens para Paris, Londres, Alemanha e Milão eram bem frequentes e isso contribuiu para que o namoro dela com Freed não fosse muito a diante. Os dois ficaram juntos por quase cinco anos , mas a vida agitada de Mira já não encaixava mais na rotina extremamente calma que ele desejava ter . O relacionamento não resistiu. Mira ficou muito mal, inclusive , isso intensificou a frequência com que a garota ligava para Erza – o que fez a conta de telefone triplicar . Desde então , não teve muito tempo para cuidar de sua vida pessoal, apenas focou no trabalho e em ajudar sua irmã mais nova.

—E então, gostou do trabalho novo? – após o almoço, Mira e Erza sentaram no sofá para continuar colocando as novidades em dia , enquanto Lisanna subiu para estudar . A irmã mais nova havia entrado recentemente na faculdade de medicina veterinária .

—Sim, a empresa é incrível , tenho uma folga por semana fixa e posso estender até no máximo duas se conseguir adiantar bem meu trabalho!- falou empolgada- tenho férias de um mês no final do ano e já comecei em uma equipe bem importante ! Fora que nem preciso dizer que a empresa é bem vista pelo mercado !

—Então você conseguiu um bom emprego !- sorriu.

—Sem dúvida , mas você não vai acreditar quem é meu chefe!

—Quem?- indagou curiosa .

—Mystogan ! Por um momento achei que fosse...

—Vamos mesmo mudar a conversa para aquele cara?

—Não , mas ...- parou pensativa – foi bem entranho , bem... eles são idênticos não é?

—Não se sente confortável?

—Não , não é isso mas -suspirou – é um pouco estranho, sabe?

— Eu imagino .

—E você e o Freed ? Não teve mais volta?

—Não, foi bem definitivo . Perdi contato com ele desde minha viagem a Paris a uns três anos atrás – comentou- mas tudo bem , já chorei o que tinha que chorar – riu.

— Vai encontrar outra pessoa Mira , tenho certeza !

—Não procuro alguém por agora – disse pensativa – meu trabalho ainda está a todo vapor! A agencia está quase fechando com um pessoal da Espanha! Já pensou?!- falou empolgada- Eu na Espanha !!!

—Já começou a treinar o espanhol? Soube que é bem complicado.

—Nada que eu não possa aprender , com certeza – gabou-se .

—Tem coisas que não mudam nunca – Erza deu uma gargalhada .

—Depois de aprender Francês , Inglês e um pouco de alemão , já comecei a arranhar no Espanhol desde minha última viagem para o Chile , fique você sabendo ! – cruzou os braços- tudo bem que tive que me virar com o Inglês lá na maior parte do tempo , mas isso é apenas um detalhe - Erza riu novamente .

Erza queria ficar a noite toda conversando com a amiga , mas não podia . Tinha trabalho no dia seguinte e teria que acordar cedo para pegar o metrô . Depois de duas horas conversando com a amiga , Erza correu para conseguir pegar o ultimo metrô do dia que passava as 23:50h em ponto. Precisava urgente de sua cama .

***

[Uma semana depois ]

—Dessa vez eu juro que vamos sair para beber ! – Natsu seguia Jellal pelos corredores do hospital .

—Da última vez que você disse isso você dormiu que nem uma pedra e a única coisa que bebemos foi cerveja que ,por sorte, ainda tinha na minha geladeira !

—Porra Jellal, eu estava a dois dias sem dormir mais do que uma hora !

—Não marcasse algo comigo então ! Fiquei até empolgado !- Jellal realmente havia ficado chateado com o rosado. Não tinha muito tempo para sair sem se preocupar com o dia seguinte e Natsu ainda dava uma mancada daquela?

—Eu juro que hoje a gente vai cair de tanto beber !

—Natsu, hoje eu tenho plantão na emergência !

—Troca com alguém !

—Está louco? São quase seis da tarde ! Não tem como trocar e você sabe disso.

—Mas... mas...- Natsu fez uma cara de choro.

—Nem adianta fazer essa cara – Jellal parou no meio do corredor , a alguns metros da recepção- meu plantão vai começar daqui a meia hora e se você me der licença eu preciso comer algo! Hoje não tive tempo de almoçar- suspirou e bagunçou um pouco o cabelo com uma das mãos.

—Okay, já entendi – Natsu se deu por vencido- hoje é sexta , amanhã você está livre a noite certo? – o azulado concordou- então tente trocar se tiver com plantão domingo de manhã por que sábado vamos tomar altas doses de vodka !

—Prefiro um vinho ou whisky- ponderou.

—Vodka , whisky tanto faz , vamos sair e nos divertir um pouco porque – analisou o amigo depois a si próprio – estamos precisando viu ,amigo? Estamos acabados.

—Dois médicos combinando de sair para beber – Jellal riu . Eles , mas do que ninguém, sabiam o estrago que bebida alcoólica fazia para o organismo .

—Nada de exagero, você sabe- argumentou o rosado- vamos beber socialmente como dois adultos responsáveis ! Só isso.

—Certo, vou ver se tenho plantão domingo – deu-se por vencido- mas agora deixa eu descer para comer porque estou quase caindo de fome !

— Bom plantão amigo – Natsu andou em direção a recepção com sua mochila nas costas . Não teria plantão naquela noite, então aproveitaria para descansar. Já Jellal , só queria comer algo para conseguir aguentar mais aquele plantão .

***

Estava meio indecisa. Vermelho, azul ou apostaria no preto ? Preto é básico, mas para a ocasião , azul e vermelho caiam bem . Tinha entrado na empresa semana passada e logo no terceiro dia de trabalho , sua equipe foi avisada sobre uma festa em comemoração aos cinquenta anos da empresa . Não poderia falta , não é? Mystogan havia insistido bastante para que a ruiva fosse. Acabou apostando em um vestido longo , azul escuro ,com renda e de apenas uma alça . Estava bem elegante e discreto ao mesmo tempo. A festa com certeza seria de gala e não podia fazer feio , não é mesmo? Ainda mais sabendo que o dono da empresa estaria lá.

—Que dor de cabeça insuportável – reclamou.

Após terminar de se maquiar e colocar o sapato , foi até a cozinha mas não achou nenhum remédio. Teria que ir em alguma farmácia e com certeza passaria do horário que a equipe combinou de chegar no evento. Mas a dor estava tão chata e insistente que não aguentaria ficar em uma festa com centenas de pessoas falando ao mesmo tempo e música alta sem enlouquecer. Passaria em uma farmácia pelo caminho, havia decidido. Pegou a bolsa junto com os documentos , chave de casa e uma garrafa com água. Tomaria o remédio na hora .Por sorte já estava com o carro e achou uma farmácia não muito longe de casa.

—Com licença – chamou a atenção do farmacêutico que ficou sem reação ao ver uma linda ruiva com vestido de festa bem elegante na sua frente – você teria um bom remédio para dor de cabeça?

—Er...- o homem gaguejou antes de conseguir organizar os pensamentos e lembrar em que prateleira o remédio estava – este aqui é muito bom senhora. Vai passar com certeza.

—Tem efeito rápido? Espero que tenha – aceitou a sugestão e foi até o caixa pagar.

Ainda na farmácia , pegou a garrafinha de água que havia levado do carro e tomou o remédio . Aquela dor de cabeça precisava passar em trinta minutos no máximo . Agradeceu ao homem que estava no caixa e saiu. Ligou o carro e seguiu para o endereço da festa, porém , na metade do caminho Erza percebeu que esqueceu o principal: o convite .

—Tanta coisa que eu podia esquecer, claro que eu tinha que esquecer a coisa que vai me permitir entrar na festa – com raiva ,a ruiva deu meia volta .

Parecia que todas as sinaleiras estavam contra Erza naquele momento . Todas fechavam assim que o carro da ruiva se aproximava e por causa disso demorou mais do que havia calculado para chegar em casa e sair novamente . Colocou o convide na bolsa desta vez , ligou o carro e refez o mesmo caminho. Porém dez minutos após sair de casa , Erza teve uma crise de tosse, sua garganta coçava de um jeito bem estranho e a ruiva sentia vontade de coçar o rosto e algumas partes do braço. Aquela sensação... era um pouco familiar. O inicio da falta de ar refrescou a memória de Erza. Era uma reação alérgica ! A mesma que teve quando era mais nova ! Na pressa, havia esquecido totalmente de perguntar qual era a principal substância do medicamento e com certeza aquele remédio continha a mesma substância que a fez ficar desse jeito a anos atrás. Daquela vez , Jellal a levou as pressas para um hospital , mas estava sozinha agora .

Precisava chegar a um hospital rápido . A falta de ar só piorava a cada minuto e foi então que Erza lembrou que havia um hospital ali perto , o mesmo que ela havia sido socorrida da outra vez. Era isso ! Iria para aquele hospital. Ao estacionar o carro , andou em passos largos até a recepção da emergência .

—Boa noite , senhora ! Em que posso ajudar?- indagou a recepcionista assim que a ruiva se aproximou do balcão .

—Eu estou tento uma reação alérgica bem forte aqui- parou para respirar fundo. Estava cada vez mais complicado colocar ar para dentro- preciso e um médico urgente.

—Poderia informar seu nome , idade e ...

—Não , não posso – interrompeu- eu estou com muita falta de ar e preciso de um médico agora !- outra crise de tosse e essa foi bem mais forte . A recepcionista percebeu que o caso era grave .

—Sala 2 , por favor . Entrando por aquela porta a esquerda!

E foi isso que Erza fez . Ela não conseguia pensar em mais nada , apenas em chegar até a sala dois antes de começar a ficar tonta pela falta de ar. Maldita pressa, maldito remédio . Aquela sensação era horrível, parecia que sua garganta estava fechando- e era o que estava acontecendo de fato. Após achar a sala , abriu a porta sem cerimonias , sem bater , sem qualquer aviso. O homem que estava sentado , escrevendo algo em um papel assustou-se com a entrada repentina do calmo consultório. E assim que levantou a cabeça para entender o que estava acontecendo, só conseguiu ficar parado, enquanto seus olhos ficavam cada vez mais arregalados e sua boca ficava mais aberta a cada segundo . Estava louco, só podia estar louco ! O sono estava afetando ele de uma forma bem assustadora . Erza havia saído de seus sonhos e estava ali, na sua frente, ou seria um delírio de alguém que não dorme direito a praticamente vinte e quatro horas?

—E... Erza?- forçou-se a falar .

—Jellal?- A primeira coisa que a ruiva imaginou é que de alguma forma a falta de ar havia atingido seu cérebro . Estava vendo o azulado ali, na sua frente.

—Mas o quê...?!!! – Jellal levantou correndo para socorrer a ruiva. Ela havia cambaleado para frente- o que aconteceu? O que você tem?- não tinha tempo para entender o que estava acontecendo. Ela não estava bem , era nítido e ele tinha um bom palpite .

—Remédio... dor de cabeça... alergia – foram as únicas coisas que o azulado entendeu no meio da tosse insistente.

—É sua alergia medicamentosa? - indagou espantado-edema de glote– pensou alto . Colocou Erza sentada e abriu a porta de seu consultório – Quero algum enfermeiro aqui agora !

Logo um enfermeiro chegou , e ajudou o azulado a levar Erza para uma sala com os aparelhos necessários. Assim que a acomodaram , Jellal pediu uma pequena dose de adrenalina e de um antialérgico que chegou em tempo recorde em suas mãos. Eles precisavam agir rápido . Rapidamente Jellal aplicou a adrenalina em um dos braços da ruiva enquanto no outro, o enfermeiro administrava o remédio corretamente . Após as injeções, a situação foi se normalizando , assim como os batimentos cardíacos e a respiração da ruiva . Jellal agradeceu a enfermeiro e pediu para que ele saísse do local.

—Erza ...- aproximou-se da maca – não acredito que você está aqui e ...- tentou se acalmar – e eu quase a perdi novamente – apertou a mão da ruiva .

—Jellal...- Erza estava de olhos fechados, voltando a respirar normalmente – eu tive isso de novo, eu estava sozinha...-suspirou – fiquei com medo de não conseguir chegar a aqui e...

—Você não está mais sozinha – alisou os compridos cabelos escarlate – você vai ficar bem , não se preocupe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sei que não estou atualizando com frequência e peço desculpas. Além do problema do pulso , estava na loucura de terminar os estudos para vestibular e etc. A noticia boa é que semana que vem estou de férias e espero conseguir trazer o próximo capitulo para vocês !
Agradeço a todos que me desejaram melhoras (por causa do me pulso). O a poio de vocês é muito importante !
Novamente venho frisar que os comentários incentivam o autor continuar a fic Vejo vocês lá ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Choices" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.