Sasuke acordou uma hora antes de sua amada levantar.

Olhou para a jovem, que dormia serenamente. Seus lábios se curvavam em um pequeno sorriso de tempos em tempos, indicando que estava tendo um sonho bom.

O moreno resistiu ao impulso de beijá-la e ao invés disso, puxou o frasco que tinha guardado no bolso da bermuda. Sem acordá-la, Sasuke passou um pouco do conteúdo nos cabelos curiosamente róseos da garota.

Sakura se mexeu na cama, mas não acordou.

Sorrindo marotamente, ele saiu do quarto silenciosamente. Logo, teria sua vingança completa.

(...)

Uma hora depois, Sakura abriu os olhos, piscando por conta da claridade no quarto. Olhou para o relógio de cabeceira, desanimada. Acordara no horário certo.

Estranhou Sasuke não estar ao seu lado, já que ela quem geralmente o acordava. Dando de ombros, dirigiu-se para o banheiro, se arrastando. Estava frio, e o que menos queria era ir para o colégio, mas tinha que enfrentar aquele dia.

Enfiou-se de baixo do chuveiro, e estranhou quando uma água tingida de roxo começou a soltar de seus cabelos.

Olhou-se no espelho, e o som agudo que escapou de sua garganta não pôde ser evitado.

Lavou os cabelos duas vezes, mas nada da tinta sair. Triste, fechou o chuveiro e foi se arrumar. Sabia que aquilo só podia ser coisa de Sasuke Uchiha, e isso a enfureceu.

Apertaria aquele pescocinho até ele ficar vermelho.

O Uchiha terminava de tomar um copo de suco, encostado no batente da porta, e aproveitando os últimos minutos de paz, quando ouviu o grito raramente histérico da Haruno.

Já esperava pelo ataque da rosada, e naquele instante, controlou o riso.

Dito e feito. Passos firmes foram ouvidos, e Sasuke tratou de colocar o copo na pia, antes que pudesse se tornar uma arma nas mãos da esquentadinha Haruno.

– SASUKE UCHIHA! – Ela surgiu à frente do moreno, exalando fúria.

Ele não pôde evitar o sorriso que surgiu em seus lábios com aquela visão. Sakura tinha os cabelos caindo em uma mistura de rosa e algumas mechas em roxo por seus ombros. Se o Uchiha soubesse que Sakura ficaria tão bonita, certamente teria feito aquilo muito mais cedo.

Seus pensamentos foram interrompidos pelos tapas que a rosada começou a distribuir por seu corpo.

– Eu... Vou... Matar... Você! – gritava, pausadamente.

Sasuke conseguiu segurar seus pulsos com firmeza, e a prensou contra a parede. Sorriu de canto, enquanto Sakura se debatia, tentando se livrar do cerco de seu marido, sem sucesso.

– Eu apenas me vinguei – sussurrou ao pé do ouvido dela, arrepiando-a. – Quem mandou me acordar à vassouradas?

– Você poderia te revidado de outra forma! – Ela cerrou os dentes. – Agora estou parecendo uma punk!

– Sua prima tem cabelo roxo...

– E eu tenho cabelo rosa – Retrucou, fazendo-o rir. – E agora você acabou com o pacto de infância que eu tinha! Seu idiota, imbecil, burro, retardado...

Usufruindo de uma força maior em seu enlace a interrompeu de chofre.

– Entenda – Ele fixou seus olhos nos dela, tentando permanecer sério. – Para alguns a vingança é doce, mas para mim é roxa. – E exibiu um sorriso zombeteiro, enquanto ela bufava.

– Vai ter volta! – O empurrou, recuperando o ar nos pulmões.

– Saímos em dez minutos – falou Sasuke, rindo, enquanto Sakura subia para seu quarto e batia a porta com uma força maior do que o necessário. – Não se atrase, amorzinho.

(...)

Sakura foi o caminho todo emburrada, os braços cruzados acima do peito. Sasuke a achava bonita brava. Tinha vontade de beijá-la para desfazer aquele bico.

Logo que estacionou em frente à escola, Sakura saiu do carro e bateu a força com a mesma força com que fizera em casa. Sasuke saiu em seguida, com um sorriso de canto no rosto. Estava se deliciando com tudo aquilo.

As pessoas mantinham o olhar fixo no casal, mas desta vez era diferente. Em Sakura, havia algo que realmente chamava a atenção; o cabelo roxo.

– Saky... – Tenten a encarou, boquiaberta, tal como Ino, Hinata e as outras garotas da sala. – O que você fez?

Sakura largou a bolsa na cadeira.

– É melhor perguntar ao meu “querido” esposo - ironizou.

– Sasuke? – Ino arqueou uma das sobrancelhas, confusa.

– Tenho outro marido por acaso? – indagou Sakura, mal-humorada.

Hinata riu, fixando seus olhos extremamente azuis na amiga.

– Andaram brigando novamente? – um tom divertido percorreu aquela pergunta.

– O que você acha? – Sakura fechou a cara. – O que me dá raiva é que ele estragou meu cabelo!

Tenten franziu o cenho.

– Você é retardada ou se faz? – Sob um olhar incrédulo da amiga, prosseguiu. – Seu cabelo ficou lindo!

Ino e Hinata concordaram.

Sakura tentou falar algo, mas não conseguiu. Elas estavam loucas?

Decidiu se sentar e não falar mais nada até o sinal anunciando o início da aula soar.

Mais tarde, quando finalmente pôde dar uma “escapadinha” da sala de aula, seguiu em disparada para o banheiro feminino, buscando seu reflexo no espelho.

Dizer que o que viu não a agradou seria mentir feio. Estava um pouco diferente, porém, se considerou muito bonita.

Sorriu. Sasuke merecia um beijo.

(...)

A atenção de Sakura estava toda voltada para o jogo à sua frente. O treinador separara os reservas e os titulares em dois times e, sem saber porque, estava nervosa com o jogo.

Como sempre ficava, na verdade.

Mas, naquele dia em especial, tirou um tempo para reparar melhor em Sasuke jogando. Os reservas marcavam em cima tentando derrubá-lo ou machucá-lo a cada lance (o preço a se pagar por ser um dos melhores, há!), mas o Uchiha manteve-se firme e forte.

Hm, Sakura murmurou, analisando os músculos do marido marcados sob o tecido do uniforme do time. Sasuke estava suado, porém, isso não a deixou com nojo. Sakura não tinha frescuras. Ele ficava sexy daquele jeito. Os cabelos bagunçados e a concentração total no jogo.

Só podia querer matá-la do coração.

Pegou-se, sem querer, gritando em aprovação seu nome quando o mesmo fez uma cesta. Jogou as mãos para cima, comemorando, e depois bateu palmas.

Sasuke se aproximou dela, sorrindo, e beijou-lhe brevemente. Isso a deixou, desconcertada, sorrindo internamente. Mas por fora, não. Não daria esse gostinho a ele.

Hinata a cutucou, jogando seus ombros contra os dela, sorrindo maliciosamente. Sakura não aguentou e riu brevemente, balançando a cabeça para afastar os pensamentos pervertidos.

Decidiu que tinha de voltar a prestar atenção no jogo (e, consequentemente, em Sasuke), mas a lembrança do beijo, de tempos em tempos, voltava para fazê-la sorrir bobamente.