Sakura acordou brava. A noite passada fora tudo, menos tranquila. Só de lembrar na raiva que passara com Sasuke, sentia vontade de acordá-lo a bofetadas e lhe chutar até que implorasse por um penico.

Bufou, se levantando e o olhando jogado sobre a cama. Não iria chamá-lo para o colégio. Se ele quisesse ir, acordaria sozinho. Ela era sua mulher, não sua mãe.

Arrumou-se e pegou um táxi. Todos a observaram atravessar o pátio de KHS sozinha, a bolsa agarrado ao corpo, seus olhos procurando não encarar ninguém. Certamente, estavam se perguntando onde estava Sasuke, o que havia acontecido a ele. Ignorou a todos e foi para sua própria sala, preparada para ser bombardeada pelas perguntas das amigas.

– Sakura? – Hinata a chamou, franzindo o cenho, assim que a viu sentar-se atrás dela. – Que cara é essa?

Sakura suspirou, começando a tirar os livros da bolsa.

– Sasuke está me deixando doida. Chegou bêbado ontem e tive de acobertá-lo para que os pais dele não descobrissem do porre. Com certeza o matariam.

– E por que fez isso? – A morena fez cara de confusa. – Por que não deixou ele se ferrar sozinho?

– Sinceramente, nem eu mesma sei. Mas dei um banho frio nele e o taquei de baixo das cobertas. Provavelmente não acordou até agora.

– Não pode deixar isso barato! – Hinata murmurou, indignada. – Tem que fazer algo ou ele vai se acostumar a fazer isso.

A rosada concordou com um aceno de cabeça, o semblante firme.

– É, tem razão.

Hinata se virou quando o professor Asuma entrou na sala, deixando Sakura pensativa.

Sasuke estava perdido.

(...)

Assim que pôs os pés em casa, Sakura sorriu maquiavélica. Procurou por uma vassoura nos fundos da casa e se dirigiu para seu quarto. Sasuke estava lá, na mesma posição de ontem, dormindo pesadamente.

Sakura não pensou duas vezes. Bateu a vassoura com força contra as costas do agora marido, acordando-o na mesma hora.

Esquivou-se das investidas de sua esposa, que agora segurava a vassoura perto de si, com o nariz empinado de forma intimidante.

Sasuke tentou inutilmente passar a mão sobre as costas. Com uma careta de dor, falou:

– Que é? Me acordou para te ver voar?

Sakura assumiu uma expressão incrédula. Era impressão dela, ou ele a chamara de bruxa?

– Olha a boca, amorzinho, ou vou te transformar num sapo, te cozinhar e te comer. – sorriu cinicamente.

Sasuke exibiu um sorriso malicioso.

– Como assim me comer, querida? – Ele arqueou uma sobrancelha.

Sakura irritou-se ainda mais, levantando a vassoura de novo para bater nele. Ele a segurou torceu da mão da Haruno e jogou a “arma” no chão.

– Dá para parar de dar uma de louca? Isso não combina muito com você – Revirou os olhos.

Com raiva, Sakura recolheu a vassoura. Sasuke pensou que ela queria bater nele novamente, porém a mesma apenas saiu porta a fora pisando duro.

Bufou. Ela estava ficando muito folgada.

(...)

A noite chegou, e com ela os pais de Sasuke.

Fugaku e Mikoto não pareciam nem um pouco satisfeitos com os recentes acontecimentos, e em como os recém-casados continuavam brigando ainda mais do que antes (na maioria das vezes, por motivos tão banais).

– Pensávamos que as brigas durariam até vocês se casarem, mas vocês já estão casados – Fugaku andava de um lado para o outro na frente dos dois, que estavam sentados no sofá, tomando o cuidado de permanecerem o mais longe possível um do outro.

Sakura bufou, com os braços cruzados.

– Ele é irritante!

– Como se você não fosse – ironizou Sasuke, passando um dos braços pelo encosto do sofá.

– Não sou eu quem apronta demais, sou? – revidou a rosada, sem encarar o marido.

– Você quem me acorda com vassouradas e eu sou o irritante?

Sakura ia bater nele novamente para que ficasse quieto, mas Mikoto impediu.

– Parem com isso agora! – Ela colocou as mãos na cintura, encarando os dois como se fossem crianças que haviam quebrado uma janela. – Sakura, não acredito que acordou Sasuke a vassouradas! Isso não se faz!

A Haruno ficou imóvel, olhando para a mesinha de centro. O modo de Mikoto falar a deixava com vergonha.

– Me desculpe, mas o Sasuke me tira do sério. – suspirou, apoiando seu rosto sobre as mãos.

Sasuke se fez de inocente.

– Ah, então vou te acordar com vassouradas também, porque você faz o mesmo comigo.

– Cala a boca!

– Venha calar!

– Ah, vá pra merda, com seu charminho ridículo, Uchiha!

– Vai dizer que não gosta do meu charme?

– Enfie seu charme onde o sol não bate!

Enquanto ambos discutiam, Mikoto se largava no sofá, desistindo de apaziguar a relação dos dois. Nem por milagre teria sucesso.

Sasuke e Sakura conseguiam ser piores do que cão e gato.

(...)

Ele estava largado na cama, enquanto sua esposa tomava banho.

A rosada saiu do banheiro, exalando seu doce perfume, e Sasuke quase sorriu com aquela visão. Tinha um ingrediente especial guardado no bolso da bermuda, só esperando para ser usado contra a jovem.

Ela não perdia por esperar.