[hiatus] O começo do fim escrita por Nikki Meyers


Capítulo 13
Primeiro: Capítulo 13 - Apostas


Notas iniciais do capítulo

Já faz um tempo que não posto aqui, não é mesmo? Quase pensei em abandonar a história, mas acabei optando por não fazer isso.
Quando olho os acessos ou até mesmo a quantidade de acompanhamento em privado fico tremendamente triste, existem mais de setenta pessoas acompanhando em modo privado! Se pelo menos não quiserem colocar em modo público, não podem apenas gastar mais dois minutinhos para escrever um comentário. Do jeito que estou, aceito até um "Oi". Se isso continuar assim acho que vou abandonar a fanfic, não pense que estou fazendo isso apenas por causa disso, tenho uma original que é o tremendo oposto dessa, e os leitores comentam em todos os capítulos. Estou pensando em fazer um livro, e seria bem melhor ficar com uma só história para escrever. Então, é isso...
Aproveitem.



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Até que não foi tão ruim. Pelo menos não tanto quanto o imaginado, mas mesmo assim ruim. Afinal, o simples fato de se encontrar na presença de Will Harrison tornava a situação duplamente irritante. Mas por outro lado, a garota podia pensar afinal que não fora uma completa perda de seu precioso tempo, ela esperava pelo menos que tudo continuasse desse modo.

― Vamos logo. ― Sussurra o garoto, quando finalmente a percebeu se deixando para trás. Seus olhos incrivelmente azuis brilhando de uma palpável irritação. Ela os estava atrasando, sabia disso, mas mesmo assim o simples fato de deixá-lo irritado melhorava seu humor. Talvez haviam nascido para serem inimigos, ela não duvidava muito disso.

― Um pouco mais rápido, por favor, Lily. Nós não temos a noite toda. ― Ele não havia usado seu sobrenome, o agradeceria mentalmente por isso, apesar do mês que passou no castelo, não gostava muito de ser chamada de Srta. Potter. Porque Neville simplesmente não a chamava de Lily? Sempre a chamara assim, por que teria que parar justamente agora? Mas, do mesmo jeito, fez o que o professor mandara.

*

Minutos se passaram em um silêncio aterrador, até que finalmente chegaram ao seu destino final. O armário de vassouras. Suas portas de madeira entreabertas, deixando a vista dezenas de vassouras da década passada, algumas apresentavam as caudas quebradas, e haviam ainda raras, dispostas desorganizadamente no fundo do armário, que Lily podia jurar serem da época em que seus pais frequentaram o castelo. Ela poderia começar a rir, e era exatamente isso que pensava em fazer, quando o professor a interrompeu com um resmungo. “Ele está atrasado, como sempre.” Mas, antes mesmo que a garota pudesse perguntam quem exatamente estava atrasado, o professor já se encontrava envolto pelas sombras do próximo corredor.

Ótimo. Ele havia os deixado sozinhos. Suas mãos se moveram distraidamente para dentro da vestes, sentindo o pergaminho com a mão, o Mapa do Maroto. Ela poderia pegá-lo se quisesse, poderia encontrar o professor em questão de segundos, mas não o faria, pelo menos não com ele ali. E se o fizesse provavelmente o garoto a deduraria para o professor, ela não queria perder o mapa – não sem antes explorar o castelo com ele – na verdade não iria perdê-lo, nunca. Aquilo foi mais como uma promessa, tal qual era os dizeres para o mapa se revelar, “Eu não pretendo fazer nada de bom”; pelo menos em sua mente ninguém que utilizara aquele mapa quis fazer algo de bom, não no mal sentido claro, apenas para quebrar regras, mas sabia ela o quanto estava certa.

― Têm alguma ideia do que devemos fazer? ― Pergunta o garoto, trazendo-a novamente para a dura realidade. Afinal, haviam sido deixados “plantados” ali. Seu olhar seguindo momentaneamente o garoto quando, para sua surpresa, entrava no armário. ― Ninguém disse para não mexermos em nada. ― Completa simplesmente, quando no minuto seguinte, saía com uma das vassouras na mão, uma Nimbus 3000. Não totalmente velha é claro, mas mesmo assim um modelo ultrapassado.

Uma corrida? Era exatamente isso o que seu olhar perguntava, fazendo Will responder com um simples dar de ombros. Por que não? Talvez o professor Longbottom demorasse minutos, talvez até mesmo horas para voltar com quem quer que estivesse ido buscar. Eles não seriam descobertos, sabia disso, ninguém notaria se duas vassouras simplesmente estivessem jogadas no armário, eram vassouras velhas, a maioria dos estudantes possuía a sua própria.

― Não está com medo, está? ― Ela o odiava, o odiava com todas as suas forças, mas nesse momento, principalmente nesse momento o odiou mais ainda. Uma corrida então. Uma corrida em que sairia vencedora, se ainda tivesse qualquer dúvida sobre isso, ela havia se dissipado juntamente com as palavras do garoto, ela iria vencer. Em resposta ao garoto, simplesmente retirou mais uma velha vassoura, idêntica a de Will, do depósito, ele estava cheio delas.

Se era uma corrida que queria, então certamente era uma corrida que iria ter.

Os garotos se puseram um ao lado do outro, as vassouras ainda no chão, dois pares de olhos fitando energeticamente o corredor a frente; a escuridão certamente seria um problema, eles não tinham como saber para onde estavam indo, mas nenhum dos dois sequer pensava em desistir, suas varinhas podiam servir muito bem para iluminar o caminho. Seus ouvidos podendo facilmente detectar os sussurros dos quadros agora despertos, nas paredes.

― Está pronto? No três, então. ― Fala a garota, sem nem ao menos esperar uma resposta, seus olhos nem por um momento desviando-se do ponto fixo a sua frente. Ela precisava ganhar, podia ouvir agora os quadros sussurrando apostas, podia detectar seu nome em muitas delas, mas havia várias também sussurrando o nome do garoto. Mas ela não se importava, quem quer que houvesse falado o nome de Will iria perder o que quer que tenha apostado, ela iria se esforçar para que fosse assim. ― Três.

Ela avançou para a frente, o garoto rapidamente às suas costas. Os pequenos segundos de surpresa dele, ajudaram apenas em uma diferença mínima de distância. De qualquer modo, ele não parecia irritado por ela ter roubado, afinal, teria feito o mesmo; mas Lily não teve tempo para conferir. No momento seguinte dezenas de coisas aconteceram a sua volta. Um grito abafado foi ouvido à frente, juntamente com o forte baque de um corpo caído ao chão, com um simples olhar pelo rabo do olho pôde notar que Will já não mais se encontrava ao seu lado. Talvez deva ter sido esse o seu erro, no pequeno segundo que demorou a contestar esse fato, vislumbrou o professor saindo das sombras à sua frente, conseguindo parar apenas alguns centímetros antes que se chocassem. Definitivamente, se antes eles já não estivessem encrencados, a garota tinha certeza de que agora estariam.

*

― Vocês podem me explicar que diabos estavam fazendo? ― Pergunta o professor pela nonagésima vez, um Cavendish raivoso se encontrava ao seu lado, fitando ameaçadoramente os garotos. ― Eu saí por apenas alguns minutos e quando volto, acontece isso. ― Ele parecia exasperado, mas mesmo assim não esperava uma resposta. Ele até poderia não ter se aborrecido muito, o que era completamente o oposto de Cavendish, que parecia prestes a matá-los. Lily até podia ter se saído bem, não batendo no professor, mas Will não tivera tanta sorte assim com Cavendish, se o zelador não gostasse dele antes, agora certamente os odiava.

― Nós não sabíamos o que fazer. ― Resmunga o garoto, em defesa própria. ― Nós estávamos sozinhos aqui. ― Aquilo realmente pegara o Professor Longbottom desprevenido, afinal, fora ele quem os abandonara ali sem nenhuma palavra de aviso.

Por um momento, um sorriso quase se abriu no rosto da garota, eles não podiam ser punidos, quer dizer, fora culpa do professor, não é mesmo? Eles apenas fizeram o óbvio, pegando as vassouras, mas ela rapidamente fechou seu sorriso. Cavendish estava salivando de raiva, duvidava muito que não fizesse o que estava ao seu alcance para infernizar os garotos.

―Talvez pudéssemos esquecer isso. ― Sugere o professor com um sorriso, fitando alegremente Cavendish ao seu lado, sua falsa alegria nem ao menos chegando ao zelador. ― Não concordam? Foi tudo um grande mal entendido.

Finalmente, a garota se obrigou a sorrir largo, não havia nada que Cavendish pudesse fazer, ele era apenas um zelador. Mas mesmo assim sabia que não sairiam completamente impunes, teriam para sempre a inimizado do homem, por outro lado, esse parecia ser um pequeno preço a pagar. James sempre vivera com a irritação de Cavendish pelo simples fato de respirar; eles realmente poderiam viver com isso. Por um momento Lily Potter quase gostou do garoto, afinal, foram suas palavras que influenciaram o professor, pelo menos até se lembrar que o garoto não havia nem ao menos citado seu nome para defendê-la, apenas em sua própria.

― Então, voltando ao assunto principal, vocês ainda tem uma detenção para cumprir. ― Continua o professor, ignorando completamente o olhar mortífero de Cavendish, ágoras às suas costas. ― Como parece que vocês já deram uma boa olhada nas vassouras, receio que agora terão de dar uma atenção especial para aquelas que usaram. Cavendish tomará conta de vocês, sugiro que não façam nada tão “espalhafatoso” ― Decidindo-se por fim pela palavra, mas a mensagem era muito clara, pelo menos para os garotos. Tão clara como água. “Não repitam o que fizeram, até pude os livrar dessa, mas Cavendish não será tão paciente.”

― Quer dizer, que vamos arrumar as vassouras? Todas elas?

Por um momento ela repudiou a idéia, eram muitas. Talvez duas dezenas de vassouras, era muita coisa, principalmente se tivessem que consertar as vassouras que encontravam em estado lastimável, e ela poderia jurar que existiam mais de três. Mas esse momento logo passou, eram vassouras. Ela deixou a palavra rolar em sua mente, vassouras. Sabia mexer com elas desde que tinha quatro anos, praticamente as amava. E Neville Longbottom sabia disso, desde pequena lembrava quando o professor os visitava, quando o pai o ensinava a jogar Quadribol. E ainda havia Will, no primeiro dia que o vira voar soubera que o garoto era parecido com ela, se bem que preferiria morrer a ter de admitir isso.

― Sim, Srta. Potter. ― Responde o Professor, dando uma pequena piscadela, no exato momento em que materializava vários “Estojos para manutenção de vassouras” à frente dos garotos. Ele os estava ajudando, deixando a última noite dos garotos para o que mais gostavam, as vassouras. Se bem, que não gostava propriamente de fazer a manutenção em suas vassouras. Mas, ao menos ele os estava ajudando, poderia ser pior, bem pior. Ela estava praticamente esgotada de limpar bancos. ― Então é isso, espero que aproveitem garotos. ― Responde por fim, dando um pequeno aceno de cabeça antes de, pela segunda vez naquela noite, se perder nas sombras do próximo corredor, deixando-os sozinhos com um, ainda irritadiço, zelador.

Eles não poderiam ter tudo o que quisessem, não é mesmo? A simples presença do homem a sua frente a irritava, mas como disse antes, nunca poderia ter tudo que quisesse. Ou, se pelo menos, algum dia tivesse, a vida não seria tão legal assim, afinal, o que adiantava possuir uma coisa de mãos beijadas, sem ao menos ter a difícil batalha para conquistá-la? Talvez, a pessoa que fizesse grandes feitos nunca se acostumasse com a pacata vida da vitória, ela até poderia citar seus pais como exemplo, eles sentiam falta da batalha, sentiam falta de viver. Seu pai estava no Departamento de Aurores para isso, gostava saber que o mal do passado estava cada vez mais erradicado e aproveitava principalmente os momentos de sossego, mas sempre voltava correndo enquanto houvesse uma pequena batalha ainda a travar. Já sua mãe se envolvia nos esportes, treinava para cada partida e também para a tarefa mais difícil de todas, cuidar de seus filhos. Os três não eram nada fáceis, isso Lily podia confessar. Talvez ela fosse a pior deles, ela não sabia o quanto estava tremendamente certa.

― Vamos logo, o que estão esperando? ― O sibilo chega a garota como uma corrente de ar frio.

Ela finalmente pode perceber o que estivera fazendo, perdendo-se em suas divagações, enquanto Will explorava os novos objetos dispostos à sua frente. Poderiam ter se passado segundos, minutos, ela realmente não queria saber. Com um rápido movimento sentou-se ao chão, juntamente com o garoto, na vã tentativa de tentar aplacar a raiva do zelador. Pondo-se a examinar o estojo mais próximo, que incluía diversos materiais para a manutenção de vassouras, como o próprio nome já diz, tais como polidor de cabos, tesoura de prata para aparar cerdas, bússola para longas viagens – a garota não fazia idéia para o que realmente aquilo a ajudaria no momento – e um manual de como realizar a manutenção de uma vassoura – que se provou realmente úteis minutos, mais tarde.

― Metade pra mim, metade pra você. ― Aquilo não foi uma pergunta, a garota estivera apenas assimilando um fato, aquilo era mais do que justo. – Aposto que termino primeiro.

― Quem acabar ajuda com as vassouras mais velhas. ― Completa por fim, referindo as vassouras em estado lastimável, que se encontravam caindo aos pedaços. Recebendo apenas um pequeno aceno de cabeça como resposta por parte da garota.

Iniciando, ao fim de suas palavras, uma pequena corrida para arrumar as vassouras. Correria a qual, que assustou um pouco, se não muito, Cavendish. Os garotos poderiam apostar que faziam anos desde que o zelador presenciara uma tarefa ser realizada pelos alunos com tanto entusiasmo – se aquilo poderia mesmo ser chamado de entusiasmo.

Horas se passaram até que ela finalmente não conseguiu resistir ao impulso de espiar. Até o momento ela não havia ao menos levantado o olhar para o garoto ao seu lado, mesmo morrendo de curiosidade para fazê-lo, mas sabia que a pilha de vassouras arrumadas dele, deveria estar tão grande quanto a sua. Até que simplesmente não resistiu ao impulso, se arrependendo no mesmo momento. O garoto estava tão adiantado quanto ela.

Quando finalmente o grito de vitória encheu o ar, ele não veio da garota, nem ao menos somente do garoto. Havia dado empate. Uma palavra realmente horrível, não? Mas o momento constrangedor logo passou, tanto a menina quanto o menino haviam se cansado de tentar se encarar, nenhum deles sequer pensou em desviar seus olhos do rosto do parceiro, aquela era uma opção inadmissível. A sorte dos garotos sendo atribuída a Cavendish, que após a última vassoura ser guardada corretamente no armário já os arrastava de volta ao Salão Comunal da Grifinória.

Talvez tenha sido a raiva reprimida, ou talvez até mesmo a vergonha de ser quase serem praticamente arrastados pelo zelador; do mesmo modo um acordo silencioso fora feito entre eles. No exato instante em que o homem os arrastava escada acima, eles se soltaram. Correndo juntos para a escuridão dos corredores, iluminados apenas pela cálida luz da lua que atravessa os vitrais. Eles apenas correram, seus pés já haviam decorado os caminhos, no pouco tempo em que estavam no castelo, deixando para trás os gritos furioso de Cavendish. Por um momento, eles foram o mais próximo que puderam da palavra amigos, pelo menos até alcançarem o grande retrato; antes de tudo finalmente voltar ao normal. Cada qual se dirigindo para seu dormitório com um pequeno sorriso no rosto, os dois compartilhando o pequeno desejo dos amigos terem uma noite melhor que aquela.


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