Para Conquistar Lily Evans escrita por Weirdo


Capítulo 10
Macarena, Quadribol e Xuxa.




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Narração por Katherine Mackenzie

A visita a Hogsmeade terminou de forma tranquila. Lily se encontra cada vez mais com o Jack. James, por sua vez, parou de pedir pra sair com ela e a trata agora somente como Evans. Não que ele tenha desistido dela. Ele jamais faria isso. Mas a Lily decididamente não precisa saber disso.

Ela finge que não, mas está muito incomodada com esse novo tratamento frio e distante do James. Ela nos confessou que se sentiu culpada de ter ficado com o Jack na frente dele.

Mas isso foi há duas semanas. Hoje não é dia de pensar nisso, porque hoje é o dia em que o quase namorado novo da Lily vai jogar contra o James e isso vai ser legal. Pra começar, a Lily não acordou gritando. Em dia de jogo ela sempre acorda gritando. Depois, ela não se arrumou em dez minutos e saiu correndo pra tomar café e animar o povo.

Ao contrário: ela gastou vinte minutos no banho, quinze pra escolher uma roupa e cinco penteando os cabelos. Depois de quarenta minutos, descemos pra tomar café. Pro azar dela, foi exatamente quando o time chegou.

LIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINDOS!

– Ah, não... – pude ouvir Lily reclamar.

– Aguenta firme, Lils. Hoje vai ser bom!

– Engraçado, Marlene. Realmente hilário.

– Está equilibrado – eu comentei – Sonserina e Corvinal torcendo pra Corvinal, Lufa-Lufa e Grifinória torcendo por nós.

– ACABA COM ELES, LEÃO!

– Hey, Lils. Olha lá o Jack!

– Vocês acham que eu devo estar na torcida hoje?

– Lily, você é uma Grifinória. Não pode torcer pro Jack.

– Devo torcer pro Potter então?

– Se um namorado é mais importante que seus amigos, só você quem pode dizer...

– HEY, JACK. Preparado pra perder hoje? – essa é a Lily que conheço!

– Bom dia, Lils! – ele a beijou – Você não vai torcer por mim?

– Eu torcendo por você ou não, vocês vão perder mesmo...

– Mas me responde.

– Eu vou torcer pra você marcar muitos pontos, mas nosso apanhador vai capturar o pomo antes e nós vamos ganhar, é óbvio!

– Ah, claro. Esqueci que o apanhador é James Potter. – ele disse com tom de acusação na voz. Ah, Lily...

– Nem vem! Você sabe que eu sou uma torcedora fanática.

– Tudo bem, então. Se você me desejar boa sorte farei alguns pontos pra você.

– Hahaha, bobinho. Boa sorte! Você vai precisar! – então ela o beijou.

– Bom dia, Marlene e Katie! Sentem-se aqui. – James indicou os únicos dois lugares vagos perto deles.

– Bom dia, amor!

– Bom dia, Remus. – sentei ao lado dele e nos cumprimentamos com um beijinho rápido.

– Hey, meninas. Chega aê, eu quero sentar! – era Lily.

– Desculpe, Evans, mas não tem lugar pra você – tinha que ser o James.

– Marlene, afasta. A Lily é magra..

– Valeu, Katie! – ela agradeceu. Sirius me fuzilou com o olhar.

– E então, Lily. Vai torcer por nós ou pro seu namoradinho? – perguntou Sirius ironicamente, mas ela continuou calma.

– Ele não é meu namorado. Mas sim, vou torcer pra Grifinória. – James pareceu mais animado, mas não disse nada.

– Então quer dizer que o retardado ainda não é seu namorado... Vocês já estão juntos há um mês!

– Três semanas. – ela disse com simplicidade – Você se importa de falar de outra coisa?

– Sirius, quando é que você vai parar de medir forças com a Lily? Ela sempre vence e você fica com essa cara de pato.

– Foda-se, Aluado. – Risos.

– A temperatura caiu cinco graus de segunda-feira pra hoje, sábado. Isso não vai atrapalhar você a avistar o pomo, James? – Marlene perguntou.

– Deixa um pouco mais difícil, sim. Mas nada que eu não possa fazer. Já vencemos a Sonserina. Corvinal vai ser como brincadeira de criança agora.

– E pra quem você vai dedicar essa vitória? – perguntou o Peter, como sempre inconveniente. Todo mundo olhou pro James e Lily olhou decidida pra própria comida.

– Não tenho ninguém pra dedicar essa vitória. Mas talvez eu mude de ideia. Metade das meninas dessa escola já pediu esse pomo. – Todos rimos. Lily nem piscou.

– Que bom que você tem tantas fãs. – ela disse.

– Que bom mesmo. – ele completou irônico.

– Hey, capitão! Viemos te desejar boa sorte! – eram umas meninas do quarto ano.

– Obrigado, meninas!

– Pegue o pomo, sim? – perguntou uma do quarto ano da Grifinória no ouvido dele. Ela é muito bonita. Tem a pele muito branca e as bochechas levemente rosadas. O cabelo preto muito liso que vai até o final das costas e uma franjinha. Parece uma bonequinha de porcelana. Ela tem um corpo muito bonito também. Decididamente, ela me lembra alguém que conheço, mas não consigo e estavam identificar agora!

Lily olhou com nojo pra tal garota. Inexplicavelmente, Marlene ficou toda vermelha de raiva.

– Hã.. Tudo bem. – mas elas não pareciam ouvir, já tinham virado as costas saindo.

– HEY! – elas viraram outra vez – Qual o seu nome? – a menina riu antes de responder.

– Jessica McKinnon. – daí ela virou as costas e saiu andando com suas três amiguinhas.

Narração por Marlene McKinnon

– Como assim, McKinnon? – Sirius perguntou. Todos me olhavam fixamente.

– Ela é minha prima... – foi tudo que deu pra explicar.

– Mas como... – começou Remus.

– ...e nós nos odiamos. – eu respondi.

– Como eu não a conheço? – perguntou James – Eu conheço sua família desde sempre!

– O pai dela é irmão do meu pai, mas eles não se falam há quase oito anos. Brigaram uma vez no Natal e nunca mais...

– Você tá querendo dizer naquela vez no baile de Natal lá em casa, há oito anos, quando eu e você tínhamos oito anos e seu pai e seu tio brigaram e nós gritávamos ‘Go, tio John, Go!’?

– Aham. Esse dia mesmo – eu ri lembrando isso – Mas eu gritava Go, pai, Go! Você lembra da guria podre que ficava gritando contra a gente?

– A que gritava Go, papai, Go? E quando dizíamos que o tio Bill ia perder ela chorava?

– Essa mesmo. Você não lembra? Eu e ela brigávamos o tempo todo! É a própria.

– Mas você é dois anos mais velha!

– Você a viu agora. Ela não tem medo de nada e é bem ousada. Eu quero dizer, mal-educada mesmo. Jamais nos demos bem, nem por um dia que fosse.

– Mas ela era uma guriazinha ridícula!

– E continua. – disse Lily.

– Não mesmo! – disse Sirius.

– Ela está linda. – disse James. Remus concordou com um gesto, no que Katie o encarou.

– Marlene, mas se vocês se odeiam tanto, por que o cabelo dela está igual ao seu?

– Ela me imitou. Ela imita tudo o que eu faço.

– Não me lembro de ter visto ela ser selecionada... – disse Remus.

– Essa é fácil! – disse Katie – Vocês soltaram quinze bombas de bosta quando estávamos passando. Pegaram-nos na cena do crime, fomos todos os sete pra sala da tia Minnie, perdemos a seleção!

– Isso foi no terceiro ano, agora me lembro! – disse Peter rindo.

– E tio John e tio Bill continuam brigados?

– Não. Em Agosto passado meu avô Michael, o pai deles, estava seriamente doente e um pouco antes de morrer chamou os quatro filhos e em seu leito de morte e pediu que seus filhos se reconciliassem. Eles se desculparam e ele disse que poderia morrer em paz.

– Isso quer dizer que ela vai estar outra vez no baile de Natal que acontece tradicionalmente na Mansão Potter e reúne as famílias bruxas mais nobres?

– Exatamente. – eu respondi. Sirius e James se entreolharam e riram daquele jeito safado. Fechei a cara e Lily também.

– Você disse “baile de Natal que acontece tradicionalmente na Mansão Potter e reúne as famílias bruxas mais nobres?” – Lily perguntou.

– Sim – Sirius respondeu.

– Isso quer dizer os Black, os Lestrange, os Malfoy?

– Não. Essas são famílias puro-sangue que foram tradicionalmente Sonserinos e acreditam que trouxas e mestiços são raças inferiores e merecem ser extintas. Eu estou falando de famílias bruxas também puro-sangue, mas que pertenceram à Grifinória ou Lufa-Lufa, algumas foram Corvinais também e a maioria já está engajada no movimento anti-Voldemort que está nascendo.

– Como, por exemplo...?

– Os Potter, os McKinnon, os Prewett, os Bones, os Longbottom... – eu olhei pra Lily, que me olhou de volta. Katie riu.

– Vou ter que pedir desculpas aos seus pais, Potter.

– Por que, Evans?

– Não vou mais ao baile de Natal na sua casa!

– POR QUÊ? – todo mundo perguntou junto.

– Não é óbvio? Os Prewett e os Bones! Já vai ser bastante constrangedor ficar na casa do Potter sem ter que passar o Natal com o Fábio e o Anthony!

– Merlin! O menino que traiu você e o que você deu um fora.

– James, não sabia que você era amigo deles.

– Na verdade, nos cumprimentamos sempre no baile, mas eles passam o Natal sempre juntos e eu passo o baile com a Marlene e o Sirius.

– E depois que você quebrou o Fábio todinho ano passado e o Anthony esse ano, duvido que... – começou Peter, mas Remus interrompeu, graças a Merlin.

– Hey, olha a hora. Acho melhor vocês irem pro vestiário e nós procurarmos um lugar bom pra sentar.

– Tem razão, Aluado. Vamos!

– Boa sorte, James e Sirius!

– Obrigado! – quando eles levantaram, o Salão Principal foi inundado por uma nova onda de aplausos, gritos e vaias.

Narração por Lily Evans

Já estamos na arquibancada esperando o jogo começar há mais de dez minutos. Resolvemos que hoje é entre amigas, então eu, Lene e Katie estamos juntas e bem distantes de Remus e Peter.

– Lily, você não vai mesmo ao baile? – Katie me perguntou.

– Ainda não sei. A ideia de passar o Natal ao lado do Potter, do Fábio e do Anthony ao mesmo tempo é assustadora, mas ainda é melhor que passar com a Petúnia.

– Ela não estava na França?

– Está. Mas vem passar o Natal na Inglaterra.

– Então vamos pro baile na casa dos Potter! – disse Marlene – É super legal! E não vai ter só os três. É muita gente! Você vai poder conhecer minha família!

– Sua família toda vai?

– Meu pai é muito amigo do tio Alan, pai do James. Então todo ano nós vamos ao baile. O resto da minha família passava o Natal na casa do meu avô, mas como ele faleceu toda a minha família estará no baile esse ano. Meus quatro tios e meus cinco primos. Adoro todos, menos a nojentinha da Jessica. Tenho uma prima linda, muito legal! O nome dela é Gabrielle e tem 15 anos.

– E por que ela não está em Hogwarts?

– Ela é filha do meu tio Charlie com uma francesa, Victorie. Ela foi educada em Beauxbatons e implorou pros filhos deles estudarem lá. Então Vitor e Gabrielle foram pra lá também. Ano que vem o filho mais novo, Mark, fará 11 anos. Ele quer muito vir pra Hogwarts. Não sei se a mãe dele vai deixar.

– Por que Vitor e Gabrielle não vêm também? – perguntou Katie.

– Porque Vitor já terminou a escola. Tem 18 anos e está fazendo um curso de auror agora! E Gabrielle está afeiçoada a escola. Disse que jamais largaria suas amigas pra ter que olhar pra cara da Jessica todos os dias.

– Quer dizer que não é só você que odeia a tal da Jessica? – eu perguntei.

– Não. Ela é podre. Vitor, Gabrielle e eu a detestamos. Mark e Julie odeiam.

– Quem é Julie?

– A filha do meu tio Dan, que é o irmão mais novo do meu pai, do pai de Gabrielle e do pai de Jessica. Julie e Mark têm dez anos. Consegue imaginar aquelas crianças calmas e bem comportadas? É exatamente como os dois não são. Diria que são piores que James e Sirius eram no primeiro ano.

– Meu Merlin! Então tenho pena da Jessica, deve sofrer na mão deles!

– Bastante. Mas nos encontramos poucas vezes, porque tio Bill – o pai de Jessica – estava brigado com meu pai e tal.

– Sua família deve ser muito divertida, Lene. Eu gostaria de ter uma família grande! Cheia de primos, tios e irmãos. – disse Katie.

– Como é sua família?

– Minhas avós e meus avôs morreram quando eu era criança. Meu pai é trouxa, filho único. Minha mãe é bruxa e também é filha única. Ela diz que quando papai descobriu ficou em estado de choque por duas horas... Então não tenho nem primos e nem tios. Queria muito ter irmãos pra brincar comigo, mas meus pais não queriam ter mais filhos!

– Talvez por isso você seja meio tímida.

– Acho que sim. Nunca tive ninguém pra falar abertamente.. E você, Lily?

– Também não tenho avós, avôs, tios e primos. Meus pais também são filhos únicos. Tenho apenas uma irmã, que vale por toda a sua família, Lene. Petúnia faria sua prima Jessica parecer doce e amável. – Risos.

– Hey, o jogo vai começar!

*

– Essa partida não teve nenhuma graça! – disse Marlene, enquanto voltávamos pro Salão Comunal da Grifinória.

– Eu ri muito! – disse Katie – Com dois minutos de jogo o Jack fez aquele gol e apontou pra Lily, daí o comentário do Jordan foi o melhor!

– “É, parece que temos mais algumas bolas dedicadas a Lily Evans. Na última partida ela recebeu o pomo de James Potter e agora o primeiro gol do jogo também é pra ela. Acho que vou virar um jogador de quadribol pra conseguir sair com ela!” – rimos só de lembrar o que ele disse.

– Quando eu ouvi ele dizendo aquilo, nem quis acreditar!

– Todo mundo ficou rindo e você ficou super vermelha!

– Eu não tenho culpa de ter um imã pra jogadores de Quadribol.

– Mas o melhor vem agora. – disse Marlene – James ficou tão puto com o que o Jordan disse e com que o Jack fez que depois de exatos três minutos capturou o pomo só pra dedicar pra alguém...

– “Enfia no seu cu, Jordan!” HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! Acho que nunca ri tanto! – eu disse.

– Tia Minnie ficou tão puta que James ganhou uma semana de detenção!

– Enfim, mais uma vitória pra Grifinória. Em cinco minutos, dessa vez. Grifinória 150 e Corvinal 10!

– Vamos, vamos logo. A festa vai começar!

Narração por James Potter

A Lily e a Lene só podem ser loucas mesmo! Todo mundo que está no Salão Comunal tá dançando. Ninguém pode ficar aqui sem dançar. Ou vai pro dormitório, ou sai. Essa é a regra. Eu estava dançando em paz, feliz da vida pela vitória e comemorando tranquilamente, quando o buraco do retrato se abriu e eu vi a prima da Lene, Jessica, entrando.

Ela olhou tudo com espanto mas nada disse. Caminhou de forma elegante até mim.

– James! Parabéns pela vitória. – ela disse rindo. Realmente, ela parece uma bonequinha.

– Obrigado, Jessica. – eu parei de dançar, porque não ia falar com uma menina linda como ela dançando. – Então você vai passar o Natal lá em casa esse ano? – perguntei a ela.

– Sim, eu vou! – ela riu mais ainda – Soube que o baile lá é muito bom.

– Mas você já foi em seis!

– De um a seis anos. Você acha realmente que eu aproveitei como se deve?

– Er... Não. – droga. Agora ela deve achar que eu sou um imbecil.

– ESPERA AÍ! NINGUÉM PODE FICAR PARADO AQUI! – gritou a Lily. Ah, NÃO! - MONTINHO NELES DOIS!

O que? – foi tudo que ouvi a Jessica falar antes de ser derrubado no chão e sentir o peso de uns vinte elefantes em cima de mim. AAAAAAI!

Depois de uns dois minutos finalmente as pessoas saíram em cima de mim. Eu não sinto minhas costelas!

– Jessica, você está bem?

– Acho que estou. O que foi isso?

– Ninguém pode ficar aqui sem dançar. São as regras.

– E quem inventou essa regra idiota? – ela perguntou de cara fechada.

– Lily Evans e Marlene McKinnon.

– Ah, sim. Claro. Tinha que ser a retardada da minha prima e sua amiguinha idiota. – infelizmente, Marlene e Lily ouviram.

– COMO É QUE É, GAROTA?

– É isso aí que você ouviu! Retardada! Você podia ter me matado.

– Que pena que não consegui! – várias pessoas riram.

– Você é uma imbecil. Garota, se enxerga! Só porque o Vítor prefere a mim, você...

– O VÍTOR O QUE? HAHAHAHAHA! VOCÊ É LOUCA! O Vítor odeia você, assim como todas as outras pessoas da família!

– Pois não foi isso que o Vítor me disse na casa de praia em Julho!

O que tem a casa de praia?

– Ele ficou comigo! Foi comigo que ele ficou! Ele não gosta de você, Marlene. Ninguém gosta de você! Você é feia! – tudo bem. Esse foi um argumento ridículo. E se a Marlene fosse feia, coisa que não é, ela também seria, porque as duas são MUITO parecidas!

Não sei como não tinha reparado nisso antes. Seja lá o que for isso, todo mundo parou pra observar. E seja lá quem for Vítor, elas estão discutindo por ele.

E o Sirius não está gostando nada, nada! Acho que ele tem esperanças de ficar com uma das McKinnon.

– Melhor ser feia que não ter cérebro! E não é isso que as pessoas acham. Você acha que sou feia, Sirius?

– Nem um pouco. – ele respondeu, surpreso por ter sido incluído na discussão.

– Viu? Você que além de idiota deu pra imaginar coisas, agora. O Vítor sempre odiou você, assim como a Gabi, assim como eu e até mesmo o Mark e a Julie! E se você quer tanto saber, vou lhe contar. Eufiquei com o Vitor nas férias! – Lily e Katie levaram as mãos à boca.

Sirius fechou a cara.

– Mentira! – ela disse, mas ficou branca. Quer dizer, mais branca. Lene riu vitoriosa.

– Pergunte a ele, então. Gente, desculpa por isso. Foi algo de família. Ela estava com saudade de mim, sabe? – mais risos – Jessica, cai fora.

– Isso não vai ficar assim, McKinnon!

– Estou morrendo de medo de você, McKinnon. – a situação não é engraçada. Mas ver duas pessoas que tem o mesmo sobrenome se tratando por ele é realmente muito divertido!

– E então... Vamos continuar a festa? – vamos, né? Garotas!

Narração por Sirius Black

Quem será Vitor? Seja quem for, é um cara de sorte. Marlene McKinnon e Jessica McKinnon brigando por ele! E ele ficou com uma das duas ou as duas. Decididamente, um cara de sorte.

*

As semanas por aqui passam cada vez mais rápido. Esse ano está sendo difícil, mas não importa. Segundo a tia Minnie, eu e o James somos excepcionalmente inteligentes. Claro que ela não falou isso pra elogiar.

Ela disse: “só porque vocês dois são excepcionalmente inteligentes não quer dizer que não precisem estudar e fazer as lições de casa de vez em quando”. Certas coisas não vão mudar nunca.

Passaram-se mais quatro semanas desde o jogo de quadribol. Isso quer dizer que as férias de Natal começam daqui a uma semana! Isso complica um pouco as coisas, porque Jack e Lily não se separaram, como todos imaginavam;

James não deixou de amar a Lily e ficar de mau-humor todas as vezes que vê eles se beijando; Jessica não deixou de aparecer em qualquer lugar em que o James estivesse; Remus e Katie tiveram a primeira briga e passaram dois dias sem se falar; Peter continua andando com a Lucy, mas não faz nada além de conversar sobre comida, imagino; Jessica e James são mui amiguinhos agora, o que deixa a Marlene puta da vida e a Lily extremamente irritada.

Mas o pior motivo de todos: eu não consegui ficar com nenhuma McKinnon até agora. E elas não parecem muito interessadas em mim.

– Sirius, você tá me ouvindo?

– Ah.. o que? Desculpe, Pontas. Pode repetir?

– Eu estou dizendo que a aula acabou! Graças a Merlin! Mais uma segunda-feira de aula que passou. Podemos voltar pro Salão Comunal agora e descansar até a hora do jantar. Hoje à noite temos coisas a fazer. – entendi perfeitamente o que precisava ser feito só com o tom que ele usou. Hoje a noite era Lua Cheia, assim como ontem foi.

– Certo. Vamos. – estávamos andando em direção ao Salão Comunal, quando ouvimos vozes. Vozes conhecidas, digamos assim. Como somos muito educados e respeitamos a privacidade dos outros, pegamos a capa da invisibilidade que estava na bolsa do James e fomos ouvir a conversa.

Mas Lily, você tem certeza?

– Tenho, Jack.

– Mas já estamos ficando há dois meses!

– Essa é minha palavra final.

– Então me diz os motivos!

– Eu já te disse. Eu cansei.

– Você cansou? Você cansou? Lily, eu faço tudo por você!

– Eu sei disso, mas...

– Acho que você não gosta de ser amada. Toda vez que alguém gosta de você de verdade, você dá um jeito de afastar essa pessoa!

– Não é verdade, Jack!

– Não é verdade? Claro que é verdade. Vamos, Lily. Não minta pra si mesmo, isso é feio. Quando é que você vai parar de se enganar e botar na cabeça de uma vez por todas que gosta do Potter e vai continuar inventando desculpas pra afastar de você qualquer outra pessoa que não seja ele!

– Você está louco! – Jack tinha uma expressão séria, Lily tinha cara de quem ia começar a chorar a qualquer momento e James hora ria, hora ria mais ainda.

– Lily, já que você está me dando o fora mesmo, agora somos só amigos e eu posso falar. Eu nunca acreditei totalmente nessa história de que você o odeia. Pra ser sincero, eu acho que você gosta dele e tem vergonha ou é orgulhosa demais pra assumir. Quantas vezes eu não vi você com ciúmes dele? Eu conheço você, Lily. Talvez não o suficiente pra ter feito você se apaixonar por mim. Mas o suficiente pra perceber que o seu coração já tem dono há muito tempo. – eu pensei que ela ia começar a gritar, mas ao invés disso, ela se encostou na parede, sentou no chão, dobrou os joelhos, pôs a cabeça entre os joelhos e começou a chorar.

James não sabia se ficava horrorizado com isso ou ria pelo motivo em que isto estava acontecendo.

– Me desculpe! Me desculpe! Jack, me desculpe. – era o que Lily repetia. Jack sentou ao lado dela e passou as mãos pelos cabelos dela, em um gesto mudo que significou bastante.

– Você não precisa se desculpar, Lily. Eu é que devo me desculpar. Percebi há muito tempo isso tudo e continuei no caminho de vocês dois.

– Jack, você merece alguém melhor que eu. Alguém que te ame de verdade. Você é um bom amigo, um dos melhores que eu já tive.

– Vai dizer que eu perco pra Severus Snape? – ele perguntou rindo. Ela também riu.

– Éramos vizinhos até o terceiro ano. Depois eu me mudei. Fomos grandes amigos..

– E o que acabou com a amizade de vocês?

– Tomamos caminhos diferentes.

– Que idiota.

– Verdade. – ela respondeu e eles começaram a rir. - Jack, me promete que não vai contar o que conversamos pra ninguém?

– Claro que sim, Lily. Mas quando você vai dar uma chance pro Potter?

– Deixe-me pensar... que tal nunca!? – ela disse. James se assustou.

– Como assim, nunca?

– Nunca! Pelo amor de Merlin. Eu não estou apaixonada por ele e nem ele por mim.

– Não posso responder por você, mas te garanto que ele gosta de você. E muito.

– E eu sou a Xuxa! – eles começaram a rir. Eu não entendi e nem o James. Deve ser coisa de trouxas.

– Hey, eu assistia Xuxa!

– Eu também!

– Me diga qual criança não viu a Xuxa.

– As que nasceram bruxas!

– Sempre digo que elas não tiveram infância. As minhas amigas nunca brincaram de Barbie!

– Nunca fingiram ser um Power Ranger ou o Homem Aranha?

– Nunca!

– Decididamente, não tiveram infância! – eles continuavam rindo. Eu e James entendíamos menos a cada palavra. O que seria um Power Aranha?

– Hey, Lils. Posso te pedir uma coisa?

– Claro que sim.

– Posso ter o último beijo? – ela o olhou assustada – Pra guardar de recordação? – ela riu e ficou de pé. Ele rapidamente a puxou pela cintura. Estavam muito perto, agora.

– Você ainda me enlouquece, Ruivinha – ele disse. Ela riu e James não parecia acreditar no que via e ouvia. Pelo visto ele sempre usava essa frase antes de momentos como esse, porque agora eles estão se beijando.

– James, não! – eu falei o mais baixo que pude, porque ele fez menção de tirar a capa e ir separar os dois. Então eu tentei tirar ele de lá, mas foi a pior coisa que eu fiz. Um segundo depois ele tropeçou no cadarço no próprio tênis e estava no chão.

A capa escorregou e nós dois meio que aparecemos. Lily se assustou com o barulho e se soltou do Jack.

– O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO AQUI?

– Er... Estávamos de passagem – ele disse tentando sorrir. A Lily tá ficando toda vermelha. Isso significa PERIGO!

Não minta pra mim, Potter. Quanto vocês ouviram?

– Desde ‘Mas Lily, você tem certeza?” – eu tive que responder. Mentir só ia piorar a situação.

– Eu não esperava nada melhor de vocês dois – ela disse calma. Era a fala de quem estava decepcionada. Particularmente, eu preferia que ela tivesse gritado.

– Lily, desculpa. Eu sei que o que nós fizemos foi errado, mas...

– Cale-se, Potter. Poupe seu fôlego. Nada do que vocês falarem vai mudar o que estou sentindo agora. Jack, obrigada por tudo outra vez. Acho melhor você ir.

– Tchau, Lily. A gente se vê. – Lily esperou ele ir embora e lançou um olhar de puro nojo pra nós dois. Então sem dizer mais nada, virou as costas e saiu andando calmamente.

– Mau jeito, Pontas.

– Péssimo, Almofadinhas. Péssimo.


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