Surtos escrita por Lola Carvalho


Capítulo 1
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Boa madruga galera...
Espero que gostem dessa nova fic :3
E me deixem saber o que acharam nos comentários, ok?!

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482344/chapter/1

Já haviam se passado mais de dois anos desde que Patrick Jane não tinha sentimentos iguais a estes que invadiam seu coração e mente naquele exato momento que recebera a notícia. Medo.

Era a única palavra que podia descrever aquela falta de ar e aquele aperto no peito.

– Jane? Está tudo bem? – Oh, sim... Pelo menos ela estava ali.

Sua melhor amiga desde que tudo isso começou. A pessoa que o tirou da escuridão da depressão, e o fez enxergar a possibilidade de um futuro: Teresa Lisbon.

– Sim, Lisbon. Eu estou bem...

– Ótimo – disse Abott, tirando mais um pouco daquela sensação de câmera lenta em que Patrick se via – Por hoje vocês quatro irão ficar sob a proteção do agente Marcus Pike e da Agente Olivia Green. Alguma dúvida?

– Não senhor... – responderam os dois, e logo se dirigiram até o hotel que o FBI os hospedaria.

Não era um hotel cinco estrelas, super luxuoso, mas era bastante confortável.

A cama estava coberta com um lençol de algodão, 300 fios, e na ponta havia quatro travesseiros de penas de ganso, dispostos um ao lado do outro.

Os tons do branco ao marrom claro nas paredes, almofadas e cortinas, deixavam o quarto mais aconchegante, e te faziam querer pular naquela cama fofinha e permanecer ali por várias horas, apenas aproveitando toda a maciez.

– Jane – começou Lisbon – o FBI conseguiu liberar só dois quartos, e Van Pelt e Rigsby irão dormir no mesmo quarto... É alta temporada por causa do torneio de basquete... – ela o analisou por mais alguns segundos – Jane, está me ouvindo?

– Estou... Você pode ficar com a cama, eu vou dormir no sofá...

– Não, durma você na cama... Eu não estou com sono, vou assistir um pouco na televisão.

– Ok, então eu vou dormir. Estou bem cansado – Não, hoje não havia tempo para ser cavalheiro.

Sem nem se desvencilhar de seu paletó, ele deitou-se e logo pegou no sono.

...

– Oi... – sorriu timidamente o Agente Pike

– Oi... – respondeu Teresa

– Posso me sentar? – ele perguntou apontando para onde Teresa repousava seus pés

– Claro! – ela se endireitou

– O que está assistindo?

– Sei lá, nem estou prestando muita atenção... Acho que é um Talk Show

– É difícil se concentrar em algo com sua vida em perigo, não é?! – Teresa riu de forma nervosa

– É... – algumas lágrimas começaram a encher os olhos dela

– Não se preocupe, Lisbon – ele ofereceu um lenço à ela, que aceitou com um pequeno sorriso – iremos cuidar de você... Vocês – ele corrigiu

– Obrigada! – ambos sorriram um tanto quanto tímidos

– Que tal assistirmos um filme? Gosta de filmes antigos? – ela assentiu com a cabeça – Ótimo! Conheço o canal perfeito...

...

– Gostei desse filme, foi uma boa escolha... – uma voz distante atingia os ouvidos de Patrick. Ele gostava daquela voz.

– Quer assistir outro? Ou talvez queira dormir um pouco... – essa voz estava tão distante quanto a outra, mas era desconhecida.

Um pouco desnorteado, Patrick Jane acordava aos poucos. Algumas vozes entravam no sonho que ele acabara de ter, se misturando com a realidade e deixando-o confuso.

Até que enfim pôde abrir os olhos e lembrar-se de tudo o que lhe ocorrera nas últimas vinte e quatro horas.

Ardiles. CBI. Proteção. Escutas.

Era como se os pesadelos que ele sempre temeu durante sua caçada por Red John estivessem criando vida e se concretizando lentamente.

Bem, nem todos... Ao menos ela estava lá.

Conforme ele ouvia a voz dela, dizendo que tentaria deitar-se no colchão, ao lado dele sem acordá-lo, sua respiração fora voltando ao normal.

Tranquilidade. Era o que ela lhe transmitia.

“Mas espera... Ela vai se deitar aqui do meu lado?” pensou ele “Eu estou tomando todo o espaço da cama...”

E em um pulo viu-se de pé, com os olhos ainda se ajustando à luz ambiente, talvez até um pouco tonto e confuso com a mistura da realidade com os sonhos.

– Jane? Está tudo bem? – ele não respondeu. Coçava os olhos para ajudar a si mesmo despertar – Desculpe, eu não queria ter te acordado...

– Não, Lisbon... Eu... Eu... Já estava acordando. Fique à vontade, a cama é sua.

– Mesmo? Você não parece tão bem...

– Estou ótimo, Lisbon... Vá dormir! Eu vou descer, comer alguma coisa, beber um chá...

– Ok... Boa noite Jane, Pike...

“Pike? Ãhn?”

– Boa noite, Teresa!

“Ahh... O agente Marcus... A voz desconhecida”

...

Ambos saíram do quarto para deixar Teresa confortável para dormir. O agente Marcus ficou vigiando a porta enquanto Patrick desceu até o piso térreo do hotel e pediu para si uma bela xícara de chá de erva doce e ovos mexidos, que chegaram rapidamente à mesa que ele elegera, graças à falta de movimento da madrugada e ao serviço eficiente do hotel.

Mas lá estava ele, meia hora depois, com o chá e os ovos intactos.

Oh, não... Estava acontecendo de novo...

Não, não, não!

Ele obrigou-se a estender o braço e pegar entre seus dedos a alça da xícara e leva-la à boca... Mas no meio do caminho... “Oh não!”

Ele não conseguiu sustenta-la e ela caiu no chão, chamando a atenção de todos os que estavam ao redor.

Porém, para o desespero absoluto de Patrick, a xícara não foi a única que caíra no chão... Senão ele próprio.

Estava acontecendo de novo!

O medo da perseguição, o medo de cometer os mesmos erros. Medo de não conseguir parar, quem quer que fosse que tivesse tirado a vida de Ardiles.

O mesmo medo que o acometera quando Red John tirou dele sua esposa e filha há quase vinte anos, por quase um ano inteiro.

Era um pesadelo.

O pior deles.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uuuuhhh... Tadinho do Jane :(
Então, o que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Surtos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.