Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 9
E Sirius aparece...




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— Olá queridos, como vocês estão? – Ela perguntou-lhes sorrindo.

Os três amigos entreolharam-se preocupados. Sabiam que Lyra já havia sido informada acerca do assassino que perseguia Harry e com toda a certeza estava preocupada e muito zangada. Ao verem que ela esperava uma resposta disseram:

— Bem!

— Oh! Ainda bem… Então já devem saber o que me trouxe cá, não?

Ron tentando ajudar o amigo dizendo:

— Não, nós não fazemos a mínima ideia!

— Oh é mesmo? Então deixem estar, é melhor assim, não é nenhum assunto importante – Abraçou Harry de lado e de forma demorada – Como estão a correr as aulas?

Harry, Ron, e Mione agradeceram a Merlin por Lyra ter mudado de assunto, nenhum deles era bom em mentir e como Harry já sabia, e Ron e Hermione descobriram á pouco tempo, Lyra tinha uma capacidade incrível de detectar quando alguém mentia. Hermione agora mais empolgada do que antes disse:

— Oh! Estão a ser realmente interessantes. O terceiro ano é totalmente empolgante, e sempre que os professores falam de novos assuntos vou imediatamente procurar um livro para me informar mais sobre o assunto. A disciplina que eu realmente não estou lá muito empolgada é Adivinhação. – Contou-lhe fazendo uma pequena careta no final da frase.

Lyra olhou-a por um tempo enquanto comia e via os outros fazerem o mesmo, depois, bebeu um pouco de sumo de abóbora e questionou:

— Porque não?

— Bem primeiro, eu acho que o futuro é uma coisa incerta. Não podemos adivinhar o futuro apenas por dizer algumas frases ou ver nas borras que ficaram numa chávena de chá. E além disso acho a nossa professora é uma completa maluca que só diz coisas incoerentes. É aquela ali. – Hermione apontou discretamente para a professora com olhar sonhador e que tinha a aparência de um insecto gigante.

Lyra assentiu.

— Entendo querida, mas nunca te esqueças que a loucura sempre tem algo de verdadeiro e que pessoas malucas por vezes vêem muito melhor que nós, que nos consideramos pessoas sãs. – Disse e subitamente lembrou-se de Dumbledore. — E vocês dois?

— Está tudo a correr normalmente.

— Concordo, mas seria um ano muito melhor sem o velho Snape. – Comentou o ruivo com cara de desagrado fazendo Lyra rir e olhar pela primeira vez para todo o salão.

De repente ela levantou-se do banco com o peso do olhar de todos em cima.

— Não pode ser. – Ela gargalhou alto olhando para a mesa de professores e caminhando para lá. — Já nem se cumprimenta as velhas amigas, meu caro Moony?

O velho e cansado Lupin, sorriu também.

— Olá BlueEyes.

— Separamo-nos por longos anos, sem nos comunicarmos de forma alguma, e quando nos voltamos a encontrar dizes apenas “Olá BlueEyes”? Esqueceste-te das amigas lindas, queridas, perfeitas e com uns incríveis olhos azuis? – Continuou Lyra a falar com uma voz sedutora e um sorriso perverso a crescer nos lábios vermelhos.

— E modestas! – Harry comentou rindo da tia, e lançando um olhar mal-humorado para o Malfoy que sem se controlar e chegando até a suspirar soltou um: “Que mulherão!”

— Sim! Isso também…

Remus riu dando a volta á mesa longa e abraçando-a fortemente.

— Sempre tão dramática.

— O que posso fazer? É uma das minhas qualidades.

— Sim, eu sei que é.

Lyra ainda com rosto pressionado contra o peito de Remus, disse baixo sabendo que ele era o único que ouviria:

— O Sirius fugiu.

— Eu sei… Essa é uma das razões para eu estar aqui.

A Evans olhou-o nos olhos claros desta vez:

— Há algo de estranho nesta história Remus.

— Lyra… — Ele disse observando os curiosos que se esforçavam para ouvir a conversa dos dois – Aqui não é o melhor lugar para falar.

— Tens razão.

E Dumbledore, como se adivinha-se o que eles conversavam no momento, aproximou-se com um sorriso e indicou as grandes portas do Salão Principal. Com um aceno ou dois amigos seguiram-no.

Quando já estavam quase a sair, Lyra virou-se na direção do Trio de Ouro dizendo apenas:

— E tu Potter, ficarás sem vassoura durante um ano! – E piscou o olho direito saindo a rir.

Harry ampliou os olhos verdes por detrás dos óculos redondos, e gemendo de frustração, deixou a sua cabeça bater devagar na mesa.

— Oh não… – Foi tudo o que se ouviu antes de Hermione e Ron se olharem e rirem silenciosamente.

[…]

Neste momento Lupin e Evans estavam sentados nas duas cadeiras de frente para Dumbledore que aguardava algum dos dois começar a falar, mas Remus mantinha-se em silêncio e Lyra, por curiosidade, observava a grande quantidade de livros que o director mantinha no seu gabinete.

Lupin, desconfortável com a falta de algum som, fez um pequenino barulho com a garganta chamando a atenção dos outros dois para si.

— Eu gostaria de saber porque não fui informada que o Black fugiu de Azkaban no momento em que isso aconteceu. – Disse Lyra no momento em que entendeu a intenção de Lupin.

Dumbledore ajeitou os óculos em forma de meia-lua.

— Primeiramente, eu peço imensa desculpa por esse terrível acontecimento. Sei que ficaste preocupada mas foi exactamente por isso que não a quisemos alertar logo do ocorrido, além disso, foi escolha do Sr. Potter não lhe informar sobre nada.

Lyra assentiu. Ela já suspeitava que o sobrinho teria feito algo parecido, e foi exactamente por essa razão que, ainda no Salão Principal, ela lhe havia dito que ele ficaria sem vassoura. Ela havia sentido a mentira no ar, no momento em que perguntara se era do conhecimento dos três a razão que a trouxera cá.

— Eu vou ser-lhe sincera Dumbledore, tenho dúvidas sobre a segurança do Harry.

— Prossiga.

— Eu sei que Hogwarts é um dos locais mais seguros que existem, mas Azkaban também era até alguns meses atrás. E se o Sirius Black conseguiu fugir daquele sitio esquecido por Deus, quem me garante que ele não consiga entrar nos terrenos da escola e de alguma maneira entrar em contacto com Harry e atacá-lo mesmo debaixo dos vossos narizes?

Lupin com uma expressão séria disse-lhe:

— Lyra, o Black não seria doido de entrar aqui com todos estes Dementors á espera para lhe dar um beijo.

— Desculpa Moony, - ela olhou-o de forma estranha – mas tanto tu como eu, sabemos que o Sirius seria sim, louco o suficiente para tentar. Ele não sentiu qualquer tipo de remorso ao ter entregado a Lily e o James ao seu Lord, e agora que ele está fora do poder, porque não cometeria a maluquice de matar Harry mesmo sabendo que poderia ser preso novamente?

— Srta. Evans, o professor Lupin está certo. O senhor Harry Potter está totalmente seguro aqui na escola, e se nós, professores, suspeitarmos de algo acerca da segurança do seu sobrinho ou sobre a aproximação de Sirius Black, você será imediatamente avisada.

A expressão de Lyra tornou-se séria, e bastante ameaçadora:

— Oh claro! Assim como fui avisada que ele havia escapado de Azkaban!? – Levantou-se e foi caminhando até á porta – Perdoem-me por me preocupar demasiado com o meu afilhado, mas vocês devem entender que perder o cunhado e a irmã não é fácil, e agora que existe a possibilidade de perder também o meu sobrinho para um completo louco que por ironia do destino foi o mesmo que “assassinou” os pais dele, torna tudo ainda mais difícil. – Suspirou – Agora se não se importam irei passear pelo castelo.

E sem deixar nenhum dos dois falar, saiu fechando a porta atrás de si.

Sim, Lyra sabia que talvez tivesse sido mal-educada e estivesse um pouco descontrolada, mas era assim que as pessoas normalmente reagiam quando entravam em pânico… Ela já sofrera tanto nesta vida… Primeiramente perdera os pais para a morte quando era ainda uma adolescente e ficara aos cuidados das irmãs que naquela altura já estavam quase casadas, anos depois fora a vez de se despedir do cunhado e melhor amigo e da irmã mais velha. Perdera o contacto com Lupin, e descobrira que havia sido Sirius a entregar os amigos a Voldemort além de ter assassinado Peter, que ela nunca conhecera mas que sabia ter tido uma morte horrível sobrando apenas um dos seus dedos... E agora se não fossem suficiente atentos e cuidadosos, poderia ter que dizer também adeus ao sobrinho que ela amava como um filho e que jurara vezes sem conta, na campa dos Potter’s, que iria cuidar com a sua própria vida. Era triste, todo o sofrimento que o destino pode trazer para uma só pessoa.

Tentando esquecer por um minuto todos os problemas, ela olhou em volta admirando a beleza do castelo. As pessoas nos quadros moviam-se e muito bem-dispostas acenavam-lhes e ela retribuía. Alguns alunos que por ali passavam olhavam-na com curiosidade, sorrindo-lhe e por vezes, os rapazinhos suspiravam só quando ela se dirigia a eles para dizer um simples Olá bastante animado.

E foi com todo o seu fascínio que ela continuou a explorar e quando deu por si, estava completamente perdida.

Um frio e escuridão havia-se instalado por aquele lado de Hogwarts, e Lyra com uma determinação que não sabia de onde vinha, começou a percorrer um dos corredores que não tardou a bifurcar três vezes. Estava tudo demasiado sossegado. O silêncio que ali pairava era arrepiante. As paredes de pedra cinza pareciam se fechar lentamente e as chamas suaves dos castiçais de ferro projetavam por vezes sombras que lhe davam a sensação de estar a ser seguida e tremeluziam como se rajadas de vento as aconchegassem.

Os seus olhos viraram-se para um corredor onde se ouvia passos pesados, e ela andou mais rápido.

Rose… – Uma voz suave sussurrou e a castanha achou ter visto algo se mexer no meio das sombras que pareciam cada vez mais aterradoras.

Uma respiração quente bateu-lhe perto do pescoço e os cabelos da nuca ficaram em pé. Parou de andar e olhou para trás. Não dava realmente para ver grande coisa naquela escuridão. Teve a sensação de que algumas das chamas dos castiçais foram apagadas. Abanou a cabeça lentamente. “Não é nada”– Insistia em dizer a si própria e quando se virou para a frente, abafou um grito com a mão esquerda sobre a boca e a direita no peito. O homem à sua frente olhava-a lascivamente e depois do susto Lyra examinou-o.

Tinha traços fortes e angulosos. As maçãs do rosto absurdamente pálido estavam um pouco avermelhadas, e os lábios naturalmente bem desenhados apesar de naquele momento estarem secos e cortados, puxavam consideráveis porções de ar. Tinha uma expressão dura e, mesmo assim, os seus olhos escuros encantaram-na. Os cabelos negros compridos batiam na altura dos ombros e usava roupas esfarrapadas e sujas. Ele sorriu-lhe e Lyra observou que os seus dentes eram perfeitamente brancos e alinhados.

— Sirius… – Sussurrou fracamente.

Ele aproximou-se devagar como se tivesse receio que ela fugisse ou gritasse – o que realmente tinha e quando viu que ela não iria fazer nenhum dos dois, segurou-a pela cintura com força juntando os dois corpos. Os seus lábios entraram em contacto com a pele sensível do pescoço da mulher e lentamente chegaram ao pescoço sussurrando:

— Shhh… Não digas nada.

— Sirius… Tu… Seu desgraçado!

Ele olhou-a nos olhos e empurrando-a contra uma das paredes do corredor esfregou-se nela intimamente.

— Eu sou inocente!

E sem ela estar preparada, ele beijou-a em cheio nos lábios.

Ela sinceramente sabia que aquilo era loucura! Ele fora o traidor do segredo, era um assassino e não pensaria duas vezes antes de atacar o seu afilhado mas, havia algo que não a deixava mover. Ela não sabia se era a força com que Sirius a prensava contra a parede fria ou era o seu cheiro amadeirado, mas quando a sua língua entrou em contacto com a dele, a sua única reacção foi gemer deliciada e retribuir ao beijo com mais desejo.

Algo que ela nunca admitiria é que estava a adorar aquele momento, apesar de Sirius ser um fugitivo e um seguidor do Lord das Trevas.

Sirius suspirou mordendo-lhe o lábio carnudo enquanto se afastava e a olhava nos olhos azuis.

— Sirius…

— Eu sou inocente! – Voltou a repetir e os seus olhos negros viraram-se para um corredor onde se ouvia passos apressados. – Em breve nos encontraremos outra vez.

E com um sorriso pervertido ele correu corredor a dentro juntando-se ás sombras e deixando a mulher chocada a olhar para ele.

— Lyra… – Ela ouviu a voz de Severus e virou-se – O que fazes aqui?

— Desculpa, acabei por me perder.

Ele assentiu ainda um pouco desconfiado.

— Compreendo… Vamos? Está na hora de irmos embora…

E Lyra olhou mais uma vez para o fundo do corredor onde Sirius Black tinha estado á alguns segundos antes de responder:

— Sim… Vamos sim.


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Notas finais do capítulo

Finalmente uma aparição de Sirius! o/ Não acham que foi talvez um pouco repentino o beijo?
...
Talvez demore a publicar o próximo capítulo, porque ainda não o tenho escrito e estou sem ideias :s

Xoxo,
Môa Black