Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 7
O passado sempre volta




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Depois de uma breve e rápida explicação de parte do Sr. Weasley para manter Harry a par do assunto sobre a fuga de Sirius Black, o homem de cabelo alaranjado disse algo que o assustou ainda mais do que a possível hipótese de ter um assassino frio e cruel atrás de si.

— Lyra será avisada também… – disse-lhe o Sr. Weasley.

Harry Potter chegou a arregalar tanto os olhos que se poderia dizer que eram perfeitamente do tamanho de pires, os lábios – que estavam sem cor – entreabriram-se puxando o ar em grande quantidade e se possível ficou ainda mais pálido do que já era.

— Não! Nã-não será necessário Sr. Weasley! – O rapazinho esforçou-se ao máximo para não gaguejar nem ficar sem voz a meio da frase, mas falhou completamente, assim como falhou com a tentativa de manter os óculos no lugar e não na ponta do nariz recto.

O mais velho, por um momento achou graça á expressão de pânico do moreno, e Harry achou ter visto um pequeno sorriso nos lábios finos e secos, mas ele estava ocupado demais em limpar os óculos redondos á camisa cinzenta e quando voltou a olhar, a seriedade estava presente no rosto envelhecido e com rugas.

— Porque não?

Harry suspirou mostrando cansaço e desconforto.

— Porque ela… Porque ela iria preocupar-se demais e vocês também podem estar enganados… — e além disso não lhe quero dar mais motivos para ficar desiludida comigo – ele completou em pensamento.

— Enquanto estamos aqui a conversar, Dumbledore pode estar a mandar-lhe uma carta a explicar tudo o que está a acontecer, Harry. A fuga do Black irá atrair atenção de todos os feiticeiros e até de alguns muggle’s. As pessoas sendo bruxas ou não, irão questionar-se sobre como ele conseguiu escapar de uma prisão cheia de guardas sem sequer ser visto. Irão questionar o que ele procura e os bruxos ficarão assustados pois até há pouco tempo todos achávamos impossível fugir de Azkaban. – Sr. Weasley fez uma pausa na sua fala, enquanto voltava a arrumar o jornal dentro das vestes — Ela irá descobrir mais tarde ou mais cedo, Harry. Pode já até estar a par de tudo neste preciso momento.

O menino de olhos verdes acenou com a cabeça positivamente. Ele compreendia que se Sirius Black estivesse mesmo atrás dele algo de muito ruim podia acontecer a ele, aos seus amigos e família, mas também compreendia que não era certo preocupar a sua madrinha caso tudo não passa-se de apenas de um equívoco. Ela era nervosa e cuidadosa demais, ficaria paranóica sabendo que o sobrinho poderia estar a correr perigo e Harry tinha medo que ela pudesse vir a sentir-se mal e acabar por desmaiar ou adoecer. Ela era sempre cheia de vida e animada mas quando se tratava da saúde e bem-estar do pequeno Potter, poderia ficar dias sem se alimentar apenas para ele ter algo para comer no lugar dela.

Com a voz não passando de um sussurro, Harry respondeu:

— Prefiro que seja mais tarde então que ela venha a descobrir. Ela ficará preocupada e assustada. Imagine que esse Sirius Black descobre que é com ela que eu vivo e que ela é minha madrinha? Poderá torturá-la apenas para me atingir e eu não pensarei duas vezes em me entregar para ela ficar segura.

Arthur Weasley olhou-o com compreensão e com calma repousou a mão direita num dos ombros magros de Harry.

— Se é isso que te aflige eu asseguro-te que nada de mal lhe irá acontecer. O Ministério da Magia irá mandar um ou dois Auror’s, que são bruxos treinados para combater feiticeiros ligados á Arte das Trevas, para a vigiar e não deixar que nada de mal lhe aconteça. Não é necessário te preocupares. A Lyra ficará segura!

O moreno esboçou um pequeno sorriso e os seus olhos brilharam de tanto alívio que sentia. A sua tia não seria informada por agora, e estaria devidamente segura até mesmo se tivessem uma confirmação de Black não estar atrás da Evans ou do pequeno Potter.

E para Harry manter a sua tia segura, era tudo o que importava.

[…]

Os raios quentes do sol atravessaram algumas frestas da persiana fechada do quarto e bateram suavemente no rosto da mulher deitada na grande cama com lençóis vermelhos, dando-lhe um bom dia.

Cinco dias depois de Harry ter sido avisado pelo patriarca da família Weasley que Black fugiu da prisão e poderia estar atrás dele, ela ainda não havia sido informada de nada.

Quando os olhos azuis como safiras se abriram a primeira coisa que a morena pôde ver foi ela própria reflectida no espelho que se localizava no teto bem em cima de onde ficava a grande cama de madeira escura com lençóis cor de sangue. Ela estava completamente nua e a o cabelo castanho-dourado estava selvagem o que só a deixava ainda mais atraente. Levantou-se lentamente da cama confortável e macia e depois de já ter lavado o rosto e escovado os dentes desceu vestida apenas com uma lingerie de renda preta e uma camisa masculina branca por cima.

Ouvia-se sons vindos da cozinha e de certo modo, apesar de já saber quem era não conseguiu deixar de fazer uma expressão de desagrado.

A primeira coisa que viu quando entrou no recinto foram umas costas musculadas sem camisa, o homem era loiro de olhos verdes e usava uns boxers azuis-escuros; e Lyra simplesmente odiava azul, preferia branco. Baixinho resmungou a sua falta de sorte por nenhum dos homens com quem passava a noite ter acertado naquele pequeno detalhe. Usavam de todos as cores possíveis, mas nunca usavam branco.

— Bom dia. – Ela disse enquanto enchia um copo com água e bebia lentamente.

Christian Dale, mal ouviu a bela voz da mulher aproximou-se dela que estava de costas e beijou-lhe o pescoço lentamente enquanto ela suspirava ao sentir as mãos grandes passearem pelas suas coxas.

— Bom dia minha linda. – Respondeu ele com um tom convencido e másculo na voz encostando o peito forte às costas da linda mulher – Como foi a noite?

Ela virou-se para ele e encarou-o de modo atraente e perigoso, mas com um toque de divertimento.

— Podia ter sido melhor.

Chris fez uma falsa expressão indignada e aproximou o rosto do dela.

— Oh! Podia mesmo?

A mulher fez um gesto de pouco caso encostando de leve a cintura na mesa de madeira.

— Yeah!

— Oh! – Ele adquiriu um sorriso pervertido – Então porque não tratamos disso?

Lyra sorriu-lhe com divertimento e desejo. As suas mãos delicadas passearam pelos braços fortes parando na nuca onde puxou alguns fios loiros. Os seus lábios grossos e vermelhos de nascença atacaram os do homem de forma feroz, enquanto ele se possível, juntava ainda mais os corpos. Os lábios massajavam-se um no outro, as línguas quentes lutavam na boca dos dois e não faltou muito para as mãos de Chris apertarem a anca, rabo e pernas da mulher.

Com um gemido rouco ele pegou-a pelas coxas enquanto as pernas torneadas de Lyra envolviam a sua cintura. Os lábios do loiro voltaram para o pescoço delicado da morena que ficava vermelho com todos os beijos, mordidas e lambidas que recebia. A barba rala arranhava-lhe a pele excitando-a ainda mais. Chris deu alguns passos rápidos e com o braço direito mandou tudo o que estava na bancada de mármore para o chão sentando Lyra ali que desta vez mordia-lhe de forma prazerosa a orelha e arranhava-lhe profundamente as costas com as unhas pintavas de um forte preto. As mãos do homem não paravam de lhe acariciar cheias de segundas intenções quase a fazendo perder todo o ar que tinha nos pulmões. Ele apertava-a contra si de forma bruta enquanto esfregava-se nela fazendo-a sentir o quanto a desejava.

Oh sim! Agora Lyra lembrava-se porque insistia em ter várias noites de prazer com ele, apesar de ele nunca usar boxers brancos como ela fantasiava. Ele era bom no que fazia. Ele era feroz e forte.

As mãos grandes e até um pouco ásperas passearem de novo pelas coxas subindo pela barriga lisa, deixando um rastro de fogo por onde passava, até esfregar e apertar com força os seus seios. Com os olhos fechados e os lábios vermelhos entreabertos buscando por ar, a mulher gemeu enquanto o Christian Dale puxava com força o longo cabelo castanho e descia a língua para o meio dos seus seios. Lyra já podia imaginar a forma como iria gritar naquela manhã.

O homem parecia furioso, tomado por um forte desejo enquanto procurava o fecho do sutiã e preparava-se para o abrir e aproveitar enquanto podia.

Mas então… Lyra Evans parou.

As unhas deixaram de arranhar as costas do homem que havia ficado um pouco confuso mas insistia em provocá-la.

Lyra estava baralhada, num minuto estava aqui com Chris tomada por desejo intenso e prazeroso e no outro parecia estar em mundo ou planeta diferente. Algo lhe tinha despertado a total atenção. Ela escutara um nome. Alguém dissera um nome que ela conhecia mas não se lembrava de onde.

Sirius Black! – Repetia a voz.

Sirius…

Sirius Black!

O criminoso Sirius Black fugiu da prisão e está a ser procurado por toda a Inglaterra! A população está avisada de que Black está armado e é extremamente perigoso. Foi montada uma linha telefónica especial e qualquer informação sobre Black deverá ser-nos imediatamente comunicada.

E como um estalo Lyra despertou. Separou-se de Chris depressa empurrando-o para o mais longe que conseguia, e o mesmo apenas a olhou assustado.

Saiu de cima da bancada e praticamente correu para a sala onde a televisão – que por alguma razão encontrava-se ligada, e uma mulher baixa de cabelo muito mal pintado de loiro falava apressadamente sobre alguém.

Duas fotos no lado esquerdo do ecrã mostravam alguém fugindo por entre as ruas de Londres. Os cabelos revoltos, as roupas sujas e gastas. O homem parecia furioso, parecia querer sangue e morte e não descansaria até a conseguir.

“ — Sirius é como um irmão para mim, mudou-se para cá á uns anos quando fugiu de casa. Ele é um dos meus melhores amigos e eu confiaria a minha vida nas suas mãos! – Ela ouviu a voz de James no dia em que os dois passeavam pelo parque perto da antiga casa da família Evans. — Eu morreria por ele e sei que ele faria o mesmo por mim! ”

“Sirius Black”

“Sirius Black”

“ — Eu sou Sirius Orion Black, a estrela mais brilhante do céu nocturno. Mas podes chamar-me de meu amor; futuro marido; lindo e incrível ou apenas de PadFoot! “ – Ouviu outra voz rouca e atraente falar, e Lyra teve a recordação de um sorriso galante e completamente branco.

“PadFoot…”

Uma mão tocou-lhe o ombro e ela virou-se rapidamente para Chris que a olhava atento.

— Lyra…

Sai daqui!

— Lyra, o que foi? – Perguntou.

— Eu não estou bem! Sai! Sai daqui! – Ela falou alto mas não chegou a gritar.

Ele confuso ainda tentou falar mas ela apenas o mandou vestir a sua roupa e ir logo embora dali. O loiro suspirou e assentiu com certo receio de ela nunca mais o contactar. Ele era um dos poucos que Lyra aceitava ter na sua cama depois da primeira noite. Ela deixava bem claro que não era mais nada do que puro prazer e que não iria querer mais do que isso, mas Christian Dale não compreendeu. Não aceitou. Insistiu e por fim acabou apaixonando-se por Lyra Rose Evans que fingia que não sabia de nada. Era isso ou ele nunca mais a veria.

Depois do homem já ter saído, Lyra sentou ainda um pouco atordoada no sofá da sala. O corpo tremia como se estivesse a levar descarga eléctrica. As suas mãos passaram pelos cabelos compridos despenteando-os ainda mais – facto que ela nem se importou – e os seus dentes brancos e alinhados morderam com força os lábios grossos de modo que pôde sentir o gosto enferrujado do sangue na sua língua. Abriu a janela da sala e assobiou alto e poucos segundos depois uma bela coruja de penas negras e olhos amarelos entrou voando, e repousou delicadamente no seu ombro.

A mulher de olhos azuis acariciou-lhe suavemente, e um uivo alto cortou o ar.

Virando-se novamente para a janela perdeu o ar.

Por detrás dos arbustos de folhas verdes, um par de olhos negros a observava atentamente.


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Notas finais do capítulo

De certo modo estou cansada de não saber a vossa sincera opinião acerca desta história.
Eu publico capítulos e o máximo de comentários que recebo são apenas 3. Isso é bastante desmotivante.
Mas agradeço a quem se dá ao trabalho de me deixar feliz com um comentário :)