Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 6
Au revoir pedra e cobra e bonjour prisioneiro




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Após os gémeos George e Fred terem ajudado o jovem Harry Potter com as pesadíssimas malas que ele carregava, ambos lhe perguntaram se desejava se acomodar na cabine deles onde já tinham alguns colegas á espera, mas o moreno de olhos verdes embaraçado, recusou. Disse-lhes que não queria incomodar e que iria procurar uma cabine vazia e talvez se possível, tentaria fazer alguns amigos.

— Está bem então… – Os dois ruivos disseram juntos, como uma só voz e acenaram para ele em despedida.

Harry caminhava pelo longo corredor com passos apressados e irregulares. O Lírio-de-Crystall – que estava colocado no bolso de dentro do casaco preto - emanava um calor calmo e gostoso que de certa forma parecia acalmar o rapaz de óculos.

As crianças que estavam já bastante confortáveis nos bancos almofadados das cabines apenas olhavam para ele por um segundo e depois desviavam o olhar, voltando a conversar como se ele nem estivesse passando. Não pareciam se importar com mais um novo aluno.

E realmente não se importavam. Achavam que ele era um rapaz de 11 anos normal.

Mas Harry não era normal.

Ele era Harry James Potter, o menino-que-sobreviveu. O único que sobreviveu á pior das três Maldições Imperdoáveis, a Maldição da Morte, lançada naquela terrível noite de 31 de Outubro.

Ele era Harry James Potter o rapaz que tirouLord Voldemort do poder com apenas um ano de idade.

Ele era Harry James Potter, o rapaz que não tinha nada de normal.

Quando finalmente encontrou uma cabine disponível, o expresso já avançava rapidamente. Sentou-se de forma confortável e com cuidado para não rasgar, retirou uma fotografia bruxa que levava sempre consigo.

Soltou um suspiro olhando-a.

Deveria ter quase um ano naquele tempo. Na fotografia ele estava voando a poucos centímetros do chão, com a sua vassoura de brincar. Um homem alto, moreno, de olhos verdes-amendoados e com óculos redondos parecidos com os seus corria atrás de si preocupado.

Uma linda mulher de longos cabelos avermelhados e com duas esmeraldas no lugar dos olhos encontrava-se deitada no sofá da sala usando um vestido branco comprido e sorrindo docemente enquanto outra, desta vez de cabelo castanho-caramelo espalhados pelos ombros, com olhos tão azuis quanto safiras, gargalhava sentada no chão e encostada no sofá – e Harry teve a sensação que poderia ouvir o som do seu riso se esforçasse-se um pouco. Jogando para cima e para baixo uma minúscula bolinha dourada com asinhas delicadas que se assemelhavam às asas de uma fada, ela parecia se divertir.

Os três adultos sorriram na direção do jovem Harry que olhava com uma sorriso os pais, a madrinha, e ele próprio quando era apenas um bebé, e foto móvel voltou a repetir a cena de novo..

Harry sorriu. Eles eram a sua família.

Uma mãe linda, amorosa, com boas cordas vocais para gritar, e com uma bondade de outro mundo. Um pai maroto, engraçado, cuidadoso e animado. E uma tia/madrinha maluca, divertida, doce e a sua segunda mãe.

Eles eram um pai e uma mãe que praticamente não se lembrava mas que amava com todos o seu coração, e uma tia que sempre esteve lá para ele, e apesar de nenhum deles estar ali naquele momento, ele iria aproveitar o tempo em Hogwarts. Fazer amigos, algumas travessuras como Lyra lhe sugeriu, e viver as novas experiências, para voltar nas férias e no final de ano, para a pessoa que lhe receberia de braços abertos e com um sorriso de orgulho no rosto delicado.

Alguém bateu na porta de vidro da cabine e Harry – depois de guardar de novo a fotografia – virou-se com curiosidade.

Era aquele menino ruivo e sardento… O irmão dos gémeos Weasley. Qual era mesmo o nome dele? Ron… Ronald. E ao lado ao lado dele estava uma menina de cabelos castanhos revoltos, e olhos da mesma cor. Parecia ser simpática, apesar de transbordar demasiada confiança na sua capacidade.

— Podemos entrar? As outras cabines estão cheias.

Harry acenou positivamente e observou enquanto os dois novos integrantes se acomodavam.

— Sou Ronald. Ronald Weasley.

— O meu nome é Hermione. Hermione Granger. – Ela esticou a mão e o moreno aceitou o comprimento – E tu és?

Antes de responder o rapazinho de óculos riu da forma como os dois diziam o seu nome.

E decidiu entrar na brincadeira dizendo primeiro o seu nome e depois o nome e sobrenome.

— Eu sou Harry. Harry Potter.

— Pelas barbas de Merlin! – Soltou o ruivo. – Harry Potter? Tu… tens mesmo a cicatriz?

Harry assentiu e todos se entreolharam depois de ele afastar os cabelos escuros da testa e mostrar a cicatriz fina em forma de faísca.

A partir daquele momento três sabiam que eram diferentes em vários aspectos, mas também sabiam que uma longa amizade estava a nascer ali na cabine onde os três engataram uma conversa animada sobre feijões de todos os sabores que eram umas guloseimas de sabores distintos, e em qual das quatro casas eles desejavam calhar.

x-x-x-x-x

— Desculpe… Você disse Harry Potter? – Molly Weasley perguntou enquanto ela, Lyra e a pequena Ginny saiam da estação.

— Foi exactamente o que eu disse.

A pequena ruivinha pendurou-se no braço da mãe saltitante enquanto dizia: Mãe! Mãe! Harry Potter! Eu quero vê-lo! E a sua mãe repreendia-a respondendo que o menino não era nenhum animal do Zoo para ser uma atracção.

— Peço imensa desculpa pela minha filha, mas ela sempre gostou muito da história do pequeno Harry. – Molly desculpou-se.

— Está tudo bem. – Lyra sorriu e fez um gesto com a mão esquerda num sinal que não se importava, e depois confessou-lhes – Lamento é toda a atenção e curiosidade que o meu sobrinho vai despertar nos colegas e no resto do mundo mágico. Sinto-me incapaz de o proteger de todos os comentários que irá receber.

Molly e Ginny assentiram. A última um pouco envergonhada e arrependida da maneira que ela havia reagido, mas Lyra não parecia chateada com isso. Sabia que iria ser algo que faria parte do seu dia-a-dia e do sobrinho.

As três conversavam sobre diversos assuntos. Como era a vida da família Weasley e da família Evans/Potter. De como era a sensação de ter filhos – Molly explicando o trabalho todo que teve para educar os filhos com Ginny contando o seu ponto de vista sobre os irmãos mais velhos e Lyra comentando que apesar de não ter filhos (e não sabia se algum dia ia ter) tratava o sobrinho como se tivesse sido carregado nove meses dentro de si e não podia pedir mais nada.

Ambas as mulheres adultas tornaram-se bastante unidas apesar de se terem acabado de conhecer.

Molly via na Evans um pouco de si quando mais jovem. Confiante, independente, autoritária e resmungona. E Lyra via na mulher ruiva um pouco da irmã falecida. Molly era amorosa como Lily, com bons pulmões para gritar, e boa ouvinte.

Tornaram-se inseparáveis mesmo sem notarem.

[…]

Mais uma vez o tempo passou demasiado rápido. Quando todos repararam, os dias, meses e anos já tinham passado.

Harry iria entrar agora para o seu 3º ano em Hogwarts. Ele, Ron e Hermione tinham sido todos escolhidos pelo chapéu seleccionador para Gryffindor. Era a moradia dos ousados, nobres e de sangue-frio. Da coragem e da força.

Fez bastantes amigos naquele primeiro ano, mas como tal também bastantes inimigos.

O seu maior rival era Draco Lucius Malfoy, um rapazinho mimado e sarcástico, que usava o nome da família Malfoy para tudo e mais um pouco, além de se vangloriar por pertencer a uma das famílias mais ricas da Grã-Bretanha e de uma descendência e de somente feiticeiros de sangue-puro. Ele era extremamente pálido, com cabelos loiros-platinados e frios olhos acinzentados. Harry se fosse agradecer algum dia algo feito pelo Malfoy (o que Harry jurou nunca iria fazer mesmo se estivesse a morrer ou a vomitar o próprio fígado), era por ter armado uma grande confusão, quando pegara o Lembrador que a avó de Neville, um menino gordinho de Gryffindor, lhe tinha oferecido, e depois de um voo explendido de vassouras tornara Harry o mais novo seeker do século.

Logo após alguns momentos estranhos – como na noite de Halloween em que um troll foi solto na escola – os três amigos partiram numa aventura perigosa tentando impedir que a Pedra Filosofal fosse roubada (A pedra Filosofal era uma pedra que podia produzir o elixir da vida que tornava imortal quem bebesse). Enfrentaram um cão de três cabeças; uma planta mortífera chamada Devil Snare – o visgo do diabo – e participaram de um xadrez bruxo real.

No final daquele ano, Harry descobriu que não era o Prof. Snape (quem ele suspeitava ser o ladrão) mas sim o novo Prof. De Defesa Contra as Artes das Trevas que trazia debaixo do seu turbante, o antigo Lord das Trevas. Ambos duelaram, mas Voldemort acabou por fracassar mais uma vez, além da Pedra ter sido destruída.

No 2º ano, os três amigos mais uma vez se meteram em confusão. Misteriosamente a gata de Filch e até alguns alunos – Hermione foi uma delas – foram petrificados e Harry começou a ouvir vozes aos sussurros pelos corredores do castelo, como por exemplo: – A câmara secreta foi aberta, inimigos do herdeiro, cuidado! Ou Sangue… Sangue vermelho e quente… Deixe-me sentir o teu sangue vivo e pulsante…

Também nesse ano Harry descobriu que podia falar com as cobras e foi acusado de ser o verdadeiro herdeiro de Slytherin. Os três amigos tomaram uma poção preparada por Hermione com o objetivo de os transformar em alunos de Slytherin e interrogarem Draco, esse pensando serem os seus "amigos" contou o que sabia sobre a Camara e Harry, Ron e Hermione voltaram de novo á estaca zero.

Eles também acharam um diário no banheiro da Murta-Queixosa, onde Harry numa espécie de viagem às lembranças de Tom Riddle e viu Aragogue, a aranha gigante de estimação de Hagrid.

Descobriram onde ficava a entrada para a Câmara Secreta, e perceberam que Ginny, - que estava no seu primeiro ano em Hogwarts – se tinha encantado com Tom Riddle e feito tudo o que ele lhe pedia sem saber que estava a ser enganada abrindo assim a entrada da Camara e soltando o monstro que lá residia.

Harry Potter lutou contra o basilisco, - uma cobra gigante que obedecia apenas ao Herdeiro de Slytherin, que era T. Riddle - e acabou vencendo, destruindo assim o diário com a presa da cobra, e saindo vivo de mais uma aventura.

É claro que depois de descobrir isto tudo Lyra teve um ataque e quase que não deixava o moreno sair das suas vistas nem sequer para ir á loja de doces ao virar da esquina. Mas ela no fundo sabia que era inevitável Harry, meter-se-ia sempre em confusão, afinal, ele era um Potter, e os Potter’s atraem a confusão como o pólen atrai as abelhas. E além do mais ele era o menino-que-sobreviveu e com toda a certeza do mundo as maiores confusões já vistas viriam atrás dele.

Era o começo de mais um ano e desta vez Lyra Rose Evans não estava assim tão animada com a partida de Harry. Ela iria ficar sozinha naquela casa enorme – apesar de os dois passaram a maior parte do tempo na casa dos Weasley’s – e além do mais, não poderia levar o sobrinho á King’s Cross pois não tinha conseguido tirar aquele maldito dia de folga.

— Pela milésima vez tia Lyra, não faz mal. Eu compreendo que não me possas levar!

— Desculpa meu querido, eu queria ir.

— Não faz mal, tia. Eu ficarei bem com os Weasley’s.

Depois de a grande família ruiva ter chegado a casa dos Evans-Potter’s e a mulher morena se ter despedido devidamente do afilhado, eles partiram em direção da tão conhecida estação. Antes de atravessar a parede de tijolos Harry já imaginava as famílias felizes e as crianças animadas com a sua ida para Hogwarts, mas não foi isso que viu! Para a sua total surpresa, as pessoas estavam um pouco mais silenciosas e já não era toda aquela confusão anual. Alguns adultos olhavam atentos á sua volta como se alguém ou alguma coisa fosse aparecer de repente.

— O que se passa? – Ele questionou ao Sr. Weasley, mas o mesmo apenas o puxou para um canto, e das suas vestes retirou um jornal e entregou ao mais novo.

Harry examinou-o atento.

Logo na primeira página do jornal estava a imagem de um homem. Ele era segurado fortemente, enquanto se balançava tentando tirar aquelas mãos de cima de si, e gritava na direção de Harry. O cabelo negro estava despenteado, a barba por fazer e os olhos escuros demonstravam fúria, ferocidade e dor. Em cima da imagem lia-se em letras gordas e chamativas: – FUGITIVO DE AZKABAN!

Com um olhar confuso Harry questionou:

— Quem é?

O Sr. Weasley olhou para os lados e baixou o tom de voz e respondeu-lhe com pesar:

— Este é Sirius Black, Harry. Foi preso á muito tempo. Black era um Devorador da Morte e com a queda do seu Lord endoideceu. Assassinou vários muggle’s mas foi capturado e finalmente preso. Antes de fugir os guardas ouviram-no sussurrar durante o sono. Repetia sempre as mesmas palavras, Harry: "Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts."

Com o olhar do ruivo Harry pôde finalmente perceber. Ele havia entendido onde aquela conversa queria chegar, mas mesmo sentindo um arrepio pela espinha quis ter a certeza de que não estava enganado.

— E onde é que eu entro nessa história?

— Não te queríamos dizer logo que isto aconteceu para não te preocupar nem á tua tia, mas agora foi necessário. Sirius Black fugiu, e desconfiamos que está atrás de ti Harry! Está atrás de ti para se vingar e o que ele busca é a morte…


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Notas finais do capítulo

Só voltarei a postar se comentarem sobre o que estão a achar da fic.
(Pelo menos 3 comentários)
XOXO