Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 5
Expresso e o Lírio-de-Crystall




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O tempo passou realmente depressa, praticamente quase a voar. Quando Harry e Lyra repararam já era dia 31 de Agosto e faltava apenas mais um dia para começarem as aulas em Hogwarts. Harry já andava saltitante não se contendo de felicidade, enquanto Lyra podia jurar ser capaz de encher uma ou duas piscinas de tanto que chorava. O sobrinho ria várias vezes dela achando graça à maneira em que Lyra o agarrava desesperadamente a choramingar quando percebia que o dia da separação estava cada vez próximo.
Neste momento Harry estava sentado no bonito sofá da sala de estar, abraçando uma Lyra chorosa que insistia em balança-lo delicadamente de um lado e para o outro como se ele ainda fosse um bebé que precisa ser embalado para finalmente adormecer.
Ao entrar na primeira porta à direita do grande corredor da casa decorado com várias molduras com fotografias da família inteira – até uma de todos juntos com os Dursley - via-se um cómodo que era simples e aconchegante. Nada muito luxuoso. As paredes eram em tons pastel, com uma grande pintura abstracta que a própria Lyra tinha pintado.
Havia três sofás pretos. Um á direita para duas ou três pessoas, e os outros dois á esquerda mais simples e pequenos, porém, elegantes. Uma mesinha de vidro ao centro e uma grande carpete branca e fofa. Havia também um móvel moderno de madeira escura, quase negra, que estava preenchido de todos os tipos de livros, arte e estatuetas. Sem esquecer a grande televisão plasma que ali repousava. O teto era branco com um grande candeeiro em vidro bonito e delicado.

— Meu menino… – dizia a mais velha suspirando – Ainda não acredito que irei ficar sem o meu menino.

Harry revirou os olhos em sinal de puro tédio.

— Não será por muito tempo tia.

— Será pois!

“ — Mulheres…” – Pensou e lentamente esfregou-lhe as costas em círculos.

— Eu estarei aqui nas férias de Natal. Será pouco tempo como tu mesma disseste quando Hagrid e o Prof. Dumbledore estiveram cá. Além disso prometo escrever uma carta logo que possível.

Lyra olhou-o mal-humorada.

— Quero uma carta todos os dias!

O moreno pareceu ponderar um momento um momento antes de suspirar e concordar.

— Todos os dias. – Prometeu.

Lyra sorriu um pois mais contente e limpou as lágrimas com a manga da camisa. Olhou o sobrinho com atenção. Os cabelos agora bem penteados depois de muito esforço por parte da madrinha; os intensos olhos verdes; os óculos redondos que o faziam parecer cada vez mais com o pai. Como é que ela iria sobreviver tanto tempo sem aquele rapazinho? Como é que ela iria sobreviver sem o pedacinho que ficou dos seus melhores amigos, James e Lily?

— Estou a pensar seriamente em ir comprar uma coruja para te contactar. – Ela disse e Harry riu. Com certeza a sua tia seria bem capaz disso.

Ao anoitecer, ainda deitados na carpete da sala a ver filmes idiotas que eles nem deram atenção e a conversar sobre vários tipos de coisas – algumas que nem sabiam do que lhes havia dado para dizerem, Lyra arregala os olhos azuis sobressaltada:

— Harry James Potter! – Gritou alto.

O outro gemeu longamente quando se virou para ela, olhando-a com curiosidade e receio.

— Sim tia?

— Por favor, – levantou-se com um ar assustador. Estava zangada e isso notava-se. Colocando ambas as mãos na cintura fina e elegante, continuou — diz-me por tudo o que é mais sagrado que tu já arrumas-te as tuas malas!?

Por um momento ninguém disse nada,depois, Harry levantou-se também, com uma expressão de horror e choque no rosto. Esteve a tarde toda entretido com aquele pequeno momento de afilhado e madrinha que se esquecera completamente de preparar as malas que deveria levar para Hogwarts. Bateu com a palma da mão na testa. Bolas! Tinha que se despachar.

— Eu vou agora mesmo madrinha! – Disse rapidamente e no meio da frase quase que se engasgara com a própria saliva. A tia com toda a certeza poderia queimá-lo apenas com o olhar intenso que lhe lançava.

Encararam-se longamente. Encararam-se por tanto tempo que para o moreno pareceram vários minutos ou horas. O azul-celeste dos olhos dela em contacto com o verde esmeralda-amendoado dos seus. E então para a total surpresa de Harry, a mais velha jogou a cabeça para trás e riu alto. Gargalhou com gosto e prazer. O moreno levantou a sobrancelha esquerda em questionamento. Onde estaria a graça para ela rir tanto assim?

— És igualzinho ao teu pai. - comentou e depois tratou de explicar — Como eu já te tinha dito uma vez, eu e James conversávamos várias vezes por cartas sobre a melhor maneira de conquistar a ruiva e como tal, aproximamo-nos tornando-nos melhores amigos mesmo eu sendo uns anos mais nova que ele. Uns dias antes de ele ir para o seu 7•ano em Hogwarts eu fui passar uns dias em casa dele, já nos considerávamos parentes e os teus avós também pareciam me adorar. Obvio que a Lily gritava bastante comigo por causa da minha aproximação com os Potter, mas quem disse que eu me importava? Era dia 1 de Setembro e James tinha que embarcar logo cedo no expresso mas como sempre ficou a dormir por mais tempo do que devia atrasando-se e só no fim de ter tomado o pequeno-almoço é que se lembrou que não tinha arrumado as malas. A tua avó, Dorea, ficou furiosa e gritava a plenos pulmões para ele se despachar, enquanto o teu avô Charlus ria e eu estava, literalmente, jogada no chão chorando de tanto gargalhar da expressão de medo no rosto do teu pai. Foram bons tempos. Acho que devo ter uma foto desse momento no álbum de fotografias da família.

Harry ainda um pouco assustado com a repentina mudança de humor que a tia teve, apenas a olhou e os lábios formaram um sorriso maroto.

— Deus! Até o sorrisinho é igual. – Ela disse com clara emoção, e por fim sorriu. Um sorriso extremamente branco e perfeito. — Mas tudo bem Mini-Prongs eu ajudo-te a preparar as malas.


[…]

Na manhã seguinte, quando o sol já estava desperto e a dar iluminação ao dia, Harry e Lyra acordaram também. Ainda um pouco sonolento e só depois de colocar os óculos que estavam no lugar habitual e olhar para o calendário atrás da porta do quarto vendo um dos números circulado a vermelho é que o menino entendeu.
Era dia 1 de Setembro.
Dia da sua primeira ida a Hogwarts.
Meu Deus, o dia finalmente tinha chegado e o rapazinho não podia estar mais contente.
Uma vez que tomou um banho bem quentinho e relaxante e se vestiu, andou a saltitar pelo quarto com uma sapatilha já calçada no pé esquerdo e a meia branca no direito. Onde raio ele tinha colocado a outra sapatilha?

— Procuras isto? – Assustado ele virou-se em direção á porta onde se encontrava uma Lyra divertida com a sua sapatilha branca na mão.

Notava-se que já tinha tomado um duche devido ao reluzente cabelo castanho-dourado estar ainda um pouco molhado. Ela estava vestida de forma simples, mas ainda assim bonita. Trazia calçado umas botas de salto-alto negras, umas calças de ganga escura e justas que destacavam as pernas torneadas, uma blusa simples num tom de cinza-claro e por cima um casaco de couro de um amarelo mais escuro e bonito. Nos lábios carnudos tinha passado apenas um batom cor-de-rosa clarinho e os olhos azuis estavam mais realçados devido ao lápis preto e rímel.

— Obrigada. – Exclamou o Harry depois de ter pegado e calçado a sapatilha.

— Sem problemas. Porque é que não descemos para tomar o pequeno-almoço?

O rapaz assentiu.
Quando desceram todas as suas malas já não se encontravam no lugar perto da porta como na noite anterior, logo, deduziu ele que a madrinha já as tinha colocado no carro.
Comeram rapidamente os cereais e depois de escovar os dentes e confirmar que estava tudo em ordem saíram em direcção do Impala, que Harry sem dúvida iria sentir saudades. Chegaram á estação de King's Cross perto das 10:30 da manhã, e caminharam por entre todas as pessoas ocupadíssimas demais para reparar numa mulher que poderia ser uma modelo, e num rapaz de 11 anos com um carrinho cheio de malas e uma coruja adormecida.
Calmamente pararam perto de uma parede de tijolo, onde uma família ruiva estava. Era amável senhora baixa que parecia ser a mãe, uma menina e quatro meninos.

— Esta é a plataforma 9 ½. – Disse Lyra a Harry enquanto a família olhava para eles.

— Uma parede? - Indagou confuso.

A senhora ruiva aproximou-se sorridente.

— Primeiro ano? Não te preocupes querido, tens apenas que atravessar a parede, é algo simples, podes correr e fechar os olhos se estiveres assustado. Também é a primeira vez do Ronald. – disse passando a mão nos cabelos de um dos ruivos e quando voltou a olhar um dos meninos já tinham desaparecido. – É a tua vez Fred.

O gémeo olhou para ele indignado.

— Eu não sou o Fred! Sou o George. Francamente mulher e ainda dizes que és nossa mãe?

— Oh! Desculpe, George, querido.

— Estava a brincar, eu sou o Fred.

O rapaz disse travesso e correu desaparecendo também seguido do gémeo e do menino Ronald.
Lyra gargalhou divertida.

— Sempre quis ter uma irmã gémea para fazer este tipo de brincadeiras a minha mãe naquela altura iria ter um ataque.

A senhora e a menina riram para ela e também passaram pela parede. A morena olhou o sobrinho perguntando pelo olhar se iria agora.

— Estou pronto.

Ambos correram em direção á parede desaparecendo e aparecendo logo em seguida perto de uma locomotiva vermelha que soltava vapor. Juntaram-se aos ruivos, onde estavam agora apenas os gémeos, Ronald, a mulher simpática e a menininha fofa.

— Boa sorte. – Disse a menina para Harry antes de corar fortemente.

— Obrigada.

Lyra andou apressada até aos gémeos. Eles olharam-na fascinados.

— Desculpem queridos, mas será que posso pedir-vos um pequenino favor? – vendo que ambos assentiram depois de uma troca de olhares ela continuou — Será que poderiam esperar para ajudar o meu sobrinho com as malas?

Eles pareceram pensar por apenas um bocadinho antes de soltarem um sorriso maroto perfeitamente idêntico.

— Claro que ajudamos, mas queremos… – um começou.

— Um beijinho como forma de pagamento. – O outro completou indicando os lábios.

Lyra riu divertida antes de piscar para ambos e dar-lhes um demorado beijo na bochecha sardenta. Sorrindo, agradeceu-lhes.

— Obrigada Fred e George.

Como combinado eles esperaram, e Lyra aproximou-se dos outros ruivos e de Harry abaixando-se para ficar na altura deste.

— Querido desejo-te um bom primeiro ano e que aproveites bem as novas experiências que irás viver. Fred e George irão ajudar-te a guardar as malas e se pedires ajudar-te-ão a encontrar uma cabine disponível. Faz novas amizades e escreve-me sempre que possível. – Respirou fundo enquanto abria uma pequena bolsa que tinha trazido ao ombro – Isto é para ti.

Harry examinou com atenção.
Era uma flor branca e linda e exalava um cheiro suave e doce. No centro da flor onde deveria estar o pólen havia uma espécie de grãos brilhantes, quase como se fossem pequenos diamantes. Ao sentir o toque de Harry pela primeira vez, a flor brilhou intensamente, as pétalas mudaram de cor várias vezes. Vermelho, verde, amarelo, azul… Sempre a mudar, e a girar umas em torno das outras. No final acalmou-se mas ainda brilhava. Os pequeninos diamantes ficaram vermelhos enquanto as pétalas mudavam de cor lentamente.

— A tua mãe deu-me uma igual quando fomos ao Diagon Alley pela primeira vez, e eu soube que o teu pai ofereceu-lhe uma quando a pediu em casamento. A flor é chamada de Lírio-de-Crystall e quando sente o toque da pessoa a quem foi oferecida ela brilha exatamente como um arco-íris.

— O que significa?

— Significa amor verdadeiro de quem te ofereceu.

A menina ruiva e a senhora suspiraram baixinho, apaixonadas pelo momento.

— E a que a minha mãe te deu? E a do meu pai?

— Elas brilham até hoje, meu amor.

Depois de se despedirem com um abraço forte, vários beijos, e uma promessa de Harry de enviar várias cartas, a senhora ruiva disse para Lyra:

— Aquilo foi lindo.

— Obrigada.

— Eu sou Molly Weasley e esta é Ginny a mais nova e única filha, aqueles eram os meus filhos, Percy o mais velho deles quatro, Fred e George os gêmeos e Ronald o meu filho mais novo. Muito prazer. – Esticou a mão para Lyra apertar.

— Oh! O prazer é todo meu. Eu sou Lyra Evans e aquele era o meu sobrinho, Harry Potter.


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