Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 3
A carta chegou


Notas iniciais do capítulo

Por favor comentem e quem gostar que acompanhe.



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— Hogwarts? – Repetiu atónito enquanto lia a carta que tinha em mãos mais uma vez — Eu… Eu vou para Hogwarts?

Os três assentiram enquanto comiam alguns biscoitos.
Harry estava um pouco assustado e levemente surpreendido. Ele sempre soube que era um bruxo – sua madrinha tinha-lhe contado enquanto ainda viviam com os Dursley. Sempre soube das aventuras e passatempos que os pais tiveram em Hogwarts que era uma das maiores escolas de bruxaria do mundo, mas ele nunca pensou que também poderia estudar lá. Oh! Então era por isso que a tia tentava sempre anima-lo com a chegada do seu décimo primeiro aniversário! Ela sabia que iria ser nesse dia que ele receberia a carta. Lyra nunca lhe escondeu nada sobre magia, muito pelo contrário, tentava sempre lhe mostrar e explicar detalhadamente o que sabia sobre o assunto , embora não se recorda-se de tudo o que Lily e James lhe mostravam - o que foram muitas coisas, apesar de James mostrar-lhe sempre as maneiras que ele fazia traquinagens. Lyra dera até uma fotografia mágica dos Potter a Harry – era mágica pois a imagem mexia-se! Mexia-se mesmo!
Era tudo tão maravilhoso que Harry estava até um pouco atordoado. Ele iria estudar na mesma escola que hospedou os seus pais por tanto tempo e isso era fantástico… Mas isso queria dizer separar-se de Lyra e isso doía só de imaginar…

— Eu não quero… - Sussurrou.

— Porque não!? – Perguntaram em choque. Como poderia ele não querer ir para aquela escola?

— Porque… Porque não quero ficar longe de ti tia…

Lyra sorriu, e não foi a única. Hagrid e Dumbledore também sorriram, era notável o carinho que Harry tinha pela madrinha e isso era bom, aquele menino já tinha sofrido demais e precisava do amor que recebia da castanha.
A mulher levantou-se do sofá onde estava e sentou-se ao lado de Harry cheirando-lhe os cabelos. Era como estar perto de Lily e James mais uma vez…

— Oh Harry, não será assim tanto tempo. Quando reparares já será hora de vires para cá de novo e aposto que não quererás meter cá os pés por nada. - Riu.

— Deves estar a brincar comigo — disse Harry cruzando os braços no peito. Olhou nos olhos da tia e abanou a cabeça — Nada neste mundo não me faria voltar para perto de ti! Tu és tudo o que eu tenho tia... Mas custa-me imaginar longe...!

Os olhos de Lyra encararam-no severamente.

— Harry James Potter — o menino engoliu em seco e Dumbledore, acompanhado de Hagrid inclinaram-se um pouco á espera do que viria — Quem tu pensas que és? Iras para aquela escola nem que eu tenha que te acompanhar! Onde já se viu uma criança não querer ir para Hogwarts? Eu sonhava estudar lá quando tinha a tua idade. Mas infelizmente eu era só mais uma Muggle sem uma gota de sangue mágico e acho que nunca me desiludi tanto na vida por isso, não desperdices a oportunidade que te deram apenas por minha causa Mini-Prongs estarei aqui quando tu fores e estarei aqui quando tu voltares.

Harry inalou uma grande quantidade de ar que tinha um leve toque Lírios. Ela estava certa. Era ir agora, ou ficar e nunca mais ir. Que outra oportunidade teria para de alguma forma estar tão perto dos pais? Aqueles dois senhores ofereciam-lhe praticamente o que ele sempre desejou.

Com um suspiro assentiu. A alegria a inundar-lhe o peito de forma lenta.

— Há alguma forma de comunicar com a minha tia enquanto la estiver? — Acrescentou

Dumbledore terminou de comer o biscoito de chocolate que tinha na mão.

— Claro! Os alunos têm o hábito de enviar cartas aos parentes a qualquer altura do dia, menos no horário de aulas é claro, basta ter uma coruja e dizer o remetente que ela voará para o local logo de seguida.

' Enviam cartas por corujas? ' — Pensou o moreno. Era estranho mas de alguma forma previsível. Ele era bruxo, tinha uma fotografia que se mexia e tivera uma vassoura em que ele voava a poucos centímetros do chão quando tinha apenas um ano de idade. Enviar uma carta através de corujas já não o surpreendia tanto como devia.

— Infelizmente teremos que partir. Já está na nossa hora e eu ainda tenho assuntos por tratar.

— Oh, muito obrigada pela visita professor Dumbledore, aposto que foi um grande presente de aniversário não concordam comigo?

— Claro Lyra, bem… Até outro dia.

Depois de saírem e de Harry ainda ter ficado uns bons segundos a olhar para a porta exclamou:

— Isto acabou mesmo de acontecer?

Lyra, com uma expressão claramente entediada de quem já esperava ouvir aquela frase, revirou os olhos pegando o rosto do menino de forma delicada.

— Sim Harry isto acabou mesmo de acontecer, e tu não sabes como estou orgulhosa de ti! — Praticamente gritou apertando o garoto num abraço de urso enquanto ele ria e arregalava os olhos verdes ao ser exprimido contra os seios da madrinha.

— OK! Está bem tia mas estás-me a sufocar.

— Oh desculpa mas tu não sabes como estou orgulhosa.

Harry sorriu dando um beijo rápido na bochecha direita de Lyra antes de subir as escadas com pressa.

— E tenta amanhã acordar cedo Potter, iremos comprar-te os materiais! — O grito esganiçado fez Harry sorrir e tapar os ouvidos com ambas as mãos. A sua tia tinha cordas vocais bem potentes.

Na manhã seguinte Harry acordara incrivelmente cedo. Era espantoso como quando queria podia acordar bem-disposto e animado. Se a sua tia o visse agora acharia impossível e talvez até mesmo um milagre.

Levantou-se da cama ainda um pouco sonolento mas isso mudaria logo com um bom banho quente. Olhou-se ao espelho depois de ter escovado os dentes e sorriu piscando o olho direito despenteando ainda mais os cabelos negros. Fazia caras e bocas engraçadas de tanta boa disposição – havia adquirido o mesmo hábito de Lyra que quando estava bastante humorada fazia caretas para todos os que passassem.

Depois do banho tomado e de já estar devidamente vestido, correu as escadas tão rápido que acabou tropeçando no tapete levando Lyra - que descia as escadas como se fosse uma vampira que acabara de acordar de um sono de mil anos, ao chão com ele.

A morena fechou os olhos com força, e Harry engoliu em seco ao ver o rosto tornando-se avermelhado.

— Harry James Potter! Que se passa contigo criatura de Deus!? Eu tenho cara de alcatifa ou de cama para te atirares em cima de mim!? Harry Potter eu quero explicações agora! E … ai o meu nariz…

— Desculpa tia não te vi.

Lyra olhou-o de forma estranha.

— Para além de cair em cima de mim o garoto ainda diz que não me vê! Potter vai tomar o pequeno-almoço enquanto eu me arranjo… — Levantou-se e voltou a subir as escadas – Porque todos os Potter’s caiem sempre em cima de mim?

____

Sair de casa naquela manhã era como meter-se num saco de lona molhado e quente. O ar húmido pressionava a cidade, tornando a atmosfera numa sopa suja. As ruas de Londres estavam bem movimentadas, mas o frio era tanto que tinham que andar com cachecóis e luvas. Harry não sabia para onde a madrinha o levava já que em metade do caminho acabou perdendo a noção das coisas á sua volta apenas imaginando Hogwarts.

Depois de terem saído do carro e estarem perto de uma parede de tijolos Lyra ordenara que ele não visse o que se passava.

— Já posso abrir os olhos?

— Espera seu impaciente!

— Já posso? – Voltou a questionar.

— Sim…

Harry abriu os olhos com uma rapidez surpreendente e os mesmos brilharam com intensidade como se tivesse a ver o sol pela primeira vez na vida. Lyra já não achava tanta graça como quando era mais nova àquele lugar estanho de ruas estreitas, sujo e até um pouco mal-iluminado. As pessoas não tinham tempo para se cumprimentar umas ás outras, em vez disso entravam e saiam apressadamente dos recintos com as vestes longas e estranhas, as capas a esvoaçar e os chapéus berrantes quase a cair da cabeça.

Algumas crianças corriam animadas a conversar enquanto os pais gritavam por eles, outras estavam com o nariz praticamente colado a uma vitrina onde uma vassoura longa reluzia com Nimbus 2000 escrito na ponta a letras douradas. Chegava a ser engraçado a forma como as crianças ficavam hipnotizadas e com a boca aberta em admiração, quase como aqueles cãezinhos com fome que babam a ver um belo e delicioso peru.

Mas mesmo com todo o estranho aspecto que as ruas, lojas e pessoas pudessem ter, havia algo novo no ar. Algo adocicado e picante ao mesmo tempo. Algo frio e quente. Havia algo que fazia os pelos do braço de Harry ficarem em pé e o sangue borbulhar nas veias de forma suave mas intensa. Era estranho, mas bom...

Era estranho, mas era magia!

— Isto é… É… — Não achou palavras para descrever.

Lyra riu com da sua cara mesmo ainda estando um pouco chateada com o ocorrido de manhã. Com um sorriso tentou adivinhar:

— Esquisito mas espectacular? Sujo mas limpo? Mal-iluminado mas resplandecente?

— Exactamente isso.

— Eu sei, — sorriu mais animada — é exactamente o que eu sinto, mesmo depois de tanto tempo sem vir aqui.

O moreno olhou mais uma vez com atenção tudo ao seu redor. Ele gostava do que via.

— Onde estamos?

Harry não a viu rir, mas sentiu-a vibrar levemente enquanto o abraçava pela cintura.

— Harry Potter, bem-vindo a Diagon Alley! – Lyra fez um grande sorriso!


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