Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 2
Um dia diferente


Notas iniciais do capítulo

Bem, esta é a minha primeira fic e como tal gostava que dissessem o que estão achando.
A fic será movida a comentários, quantos mais tiver mais depressa continuo.



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Eram perto das 10:54 da manhã e Harry ainda dormia na sua espaçosa cama. Ele e a madrinha - que ainda cuidava dele - tinham ficado acordados até mais tarde a imaginar como teria sido a vida de Harry e também a de Lyra se James e Lily ainda cá estivessem. Doía… Harry tinha que admitir… Na verdade doía muito saber que nunca mais poderia ter os seus pais ali, mas ele no entanto esquecia um pouco a dor com todo o amor e dedicação da madrinha que apenas queria a sua felicidade.
Estava a sonhar com uma voz doce e suave, algo como chocolate derretido com caramelo que lhe cantava baixinho Hey Jude dos Beatles, mas por fim percebeu que não era um sonho quando os seus cabelos foram afastados suavemente e a sua cicatriz em forma de raio fora beijada. Era sua tia com a nova maneira de lhe acordar desde que Harry descobriu que era assim que a sua mãe costumava acordar a madrinha.
Preguiçosamente esfregou os olhos com as costas dos dedos e sorriu arrepiado quando Lyra lhe soprou de leve o ouvido. Os seus óculos foram cuidadosamente postos na cara e então ele pode ver a tia ainda de pijama e com todo o seu cabelo comprido naquele tom de castanho-dourado preso num rabo-de-cavalo alto, tinha os lábios vermelhos como sangue puxados num sorriso alegre no rosto de porcelana e as bochechas rosadas. Era linda mesmo com as poucas rugas que tinha ganho com a idade.
Deu-lhe um beijo carinhoso na bochecha quando o viu acordado, e depois de lhe desejar os parabéns e lhe mostrar o bolo caseiro com cobertura de baunilha e onze velas azuis no cimo acesas é que Harry entendeu. Era dia 31 de Julho, seu aniversário de onze anos. Este ano estava particularmente mais alegre do que nos outros anos. Ele não ligava muito para o seu aniversário, era apenas mais um dia como outro qualquer e ele ria quando por vezes sua madrinha estava mais animada do que ele. Mas hoje, ele não sabia porquê mas era diferente… Estava animadíssimo e não se conseguia decidir se era pelas tantas vezes que a madrinha lhe deixou com uma pulga atrás da orelha ao dizer que provavelmente iria receber uma grande surpresa no seu décimo primeiro aniversário, ou se era, aquele bichinho no seu intimo que lhe dizia que hoje iria ser diferente… Iria ser especial!

— Hoje o dia é só teu Mini-Prongs, - Harry sorriu com a alcunha que sua madrinha lhe deu, ela havia lhe explicado que por alguma razão que até Lily desconhecia ‘Prongs’ era a alcunha de seu pai dada pelos melhores amigos ‘Moony’ Wormtail e ‘PadFoot’ e desde então Harry se enchia de orgulho ao ser chamado assim. – Iremos fazer o que tu quiseres hoje, afinal, só se faz onze anos uma vez na vida. Onze anos! Que orgulho! Agora sopra estas velas que já estou com os dedos dormentes de tanto tempo a segurar o bolo.

Harry riu e soprou as velas antes de dar um abraço apertado á madrinha, ela era tão boa para ele como poderia pedir-lhe algo mais? Já tinha tudo que ele queria… Bem, nem tudo mas isso ela não lhe poderia dar… Ninguém podia.

— Eu não quero nada tia, já tenho tudo o que me podes dar. – Sorriu, mas a castanha percebeu-lhe o olhar triste.

— Mas não tenho aquilo que tu mais desejas, meu querido… E eu lamento imenso por isso, também sinto falta deles, sabes? – Pousou o prato com o bolo na mesinha de cabeceira e sentou-se a seu lado – Lembro-me como se fosse ontem que a Lily me dizia: ‘Argh! Aquele Potter! Quem ele pensa que é!? Com o cabelo sempre despenteado como se tivesse acabado de andar de vassoura, e com aquele pomo idiota nas mãos a exibir-se pelos corredores! Argh! Eu… Eu odeio-o tanto!’ E eu apenas ria de como ela ficava irritada e respondia-lhe: ‘Oh, Lils um dia irás perceber que o ódio e o amor andam de mãos dadas’ e ainda a rir acabava sempre por fugir dela que vinha atrás de mim com a varinha em mãos. Uns anos depois Lilian veio ter comigo e disse-me: ‘Lembras-te de quando me dizias que o meu ódio pelo Potter era amor? Pois bem, era mesmo! Eu estou completamente e terrivelmente apaixonada por James Potter!’ E eu encarei-a risonha depois de dizer que a única forma de ela admitir o seu amor por James era acreditar que ele tinha desistido dela, bem já deves imaginar que depois disso tive que correr muito quando finalmente percebeu que tudo havia sido um plano entre mim e James que andávamos a trocar cartas sobre a melhor forma de fazer a tua mãe deixar de ser teimosa e acabar por encarar a verdade.

Os dois riram.

— Infelizmente não há nenhuma forma de vencer a morte Harry. Todos nascem, crescem e morrem. Uns mais cedo, outros mais tarde. É inevitável e ninguém pode mudar a Lei da Vida, mas se de alguma forma eu pode-se trazer Lily e James de volta só para te ver sorrir eu faria. – Prometeu – Nem que tivesse que dar a minha própria vida.

Harry sorriu verdadeiramente, era tão bom receber amor de alguém. Harry sabia que sua tia era capaz de dar a vida por ele, assim como ele era capaz de dar a sua por ela. Não importava se não tinha muitos amigos… Não importava se os seus tios Dursley não gostavam dele – nem o seu primo que ele preferia nem lembrar.
Ele tinha Lyra, e isso bastava-lhe.

— Pronto Mini-Prongs porque não tomas um banho enquanto eu preparo um pequeno-almoço bem reforçado? Vais precisar de bastantes energias para hoje…

— OK.

Depois de Lyra ter pegado no bolo e saído do quarto em direcção á cozinha, Harry arranjou as coisas necessárias para o banho e abriu uma das portas brancas do corredor. Ligou a banheira com água bem quente e despiu-se para no fim entrar no meio daquela espuma.

Quando já estava de banho tomado e com uma roupa limpa desceu as escadas de forma demorada sentindo o cheiro a panquecas e bacon no ar.
A cozinha era toda decorada num branco brilhante, com uma mesa de madeira clara com um tampo de vidro com seis lugares – três cadeiras em cada lado. Sua tia estava perto do fogão com uma frigideira na mão e a lançar – Harry imaginou serem as panquecas – ao ar. Quando o viu sorriu-lhe indicando uma cadeira para o menino se sentar. Mas antes o mesmo abriu o frigorifico e tirou de lá sumo de laranja para os dois.

— Aqui está! – Pousou dois pratos na mesa seguidos de dois copos de vidro. Harry sorriu ao ver o monte de panquecas – que tinham um óptimo aspecto aliás – com um dois olhinhos e uma boca a sorrir feita de bacon, e mais acima o mel escorria mas ainda dava para notar estar lá desenhado ‘ HAPPY B-DAY’

— Hum… Que boas… - Disse depois de comer praticamente metade do prato, o que fez Lyra arregalar os olhos azuis de espanto. Ela sabia que o sobrinho comia bastante mas hoje estava com um apetite muito maior – Hum… Tia porque é que todos os anos dizes que irei receber uma grande surpresa?

— Ora Potter não sabes o que é surpresa? Verás Harry, verás – Riu-se.

Tinham passado uma manhã e metade da tarde divertida. Ao terem terminado o pequeno-almoço, lavarem os dentes e ser a vez de Lyra tomar um banho, entraram no Impala 67 – que tanto Lyra como Harry adoravam, e arrancaram rapidamente para o Zoo com o motor do carro a ronronar.
Depois de já terem visto bastantes animais como os elefantes, leões, zebras e cavalos – onde Harry riu bastante pela madrinha querer saltar a cerca para ir montar o cavalo que ela mais havia gostado e apelidou carinhosamente de Night devido á sua pelugem negra. Seguiram para as cobras onde Lyra quase pulara no pescoço do sobrinho por causa do seu pavor. Por obra do destino, ou não, acabaram por encontrar os Dursley.

Ambos suspiraram de desgosto. Não conseguiam acreditar na sua falta de sorte... Logo hoje que era um dia tão importante para os dois tinham que aparecer aqueles desgraçados? Fingiram não os ver, e passaram por eles a rir e a conversar sobre algum assunto que lhes veio ao pensamento.
Vernon encarou-os com superioridade. Achava que Harry não iria ser ninguém importante na vida e na sua mente suja passava imagens de como Lyra arranjaria o dinheiro para pagar as contas dela e do sobrinho. 'Com certeza a roubar ou vender o próprio corpo 'Pensava.

Petúnia sentia-se culpada como a irmã um dia havia lhe dito que se sentiria. Ela amava as irmãs. Na realidade amava muito, mas ela era invejosa demais. Desejava tudo para si mesma - talvez o seu filho tivesse herdado essa característica de si. Desejou várias vezes que Lily desaparecesse de uma vez por todas da sua vida e isso acabou por acontecer da pior das maneiras. Lily havia morrido sem a ter perdoado mas talvez se ainda estivesse viva não a perdoaria de qualquer forma. Por essa mesma razão é que tratava Harry tão mal, não conseguia olhar naqueles olhos, os mesmo da irmã ruiva, sem sentir a culpa arrasar-lhe o coração. Era tão avassaladora que chegava a sufocar! Tinha saudades de Lilian, Lyra e até de Harry, o seu único sobrinho que sempre maltratou. Mas no fundo Petúnia sabia que não era merecedora de perdão de nenhum dos três.
Dudley por sua vez, estava alheio ao que acontecia ao seu redor. Para ele era mais interessante fazer com que a grande jibóia por trás do vidro grosso se mexesse. Empurrara as crianças mais novas para abrir caminho e até jogara Harry no chão com todo o seu corpo gordo. Criança mal-educada! Tudo culpa dos pais que só o souberam mimar em vez de lhe darem a educação que merecia.

— Mexe-te sua inútil! Mexe-te! - Gritava.

Harry inalou uma porção de ar e libertou-a com um suspiro. Porque o seu primo tinha sempre que estragar tudo? Ele não via que estava a incomodar a pobre cobra que apenas queria sossego?
Desejou que o vidro que prendia a jibóia desaparecesse para Duda ver como seria! Ou pelo menos, que trocassem de lugar para o mesmo sentir como era estar enjaulado durante tanto tempo...
Piscou uma, duas, três vezes com os olhos arregalados do tamanho de pires. Como... Como era possível? Num minuto Dudley batia o seu dedo gordo incansavelmente contra o vidro e no outro estava todo encharcado a gritar por socorro. Estava preso e a jibóia solta a aproximar-se de Harry com um sibilar alegre.
Como um estalo, entendeu. Eram os seus poderes de bruxo a manifestarem-se. Piscou outra vez e por fim sorriu. Pelo menos conseguiu dar uma lição naquele garoto que mais parecia um porco!

Teve uma rápida conversa com a jibóia que lhe agradeceu alegre, e Harry apesar de um pouco assustado também estava contente. Deveria ser normal um bruxo entender as cobras, não?

Depois de tantos anos tio Vernon voltou a dirigir-se a ele aos gritos culpando-o e insultando-o. Ao fim de uns minutos acabou por ser acalmado pela esposa.
Se Lyra era a pessoa mais surpreendida do local, Harry não teria ficado muito menos surpreendido com a atitude da tia malvada, que o defendera das acusações do marido alegando que Harry não teve culpa. 'Foi acidental!' - Dissera ela depois de lhe perguntar várias vezes se estava bem e tentou até lhe dar um abraço, ao que Harry recusou. Não queria nenhum tipo de confraternização com aquela gente que no passado lhe fizeram tanto mal. Deveria ser só mais uma das artimanhas da tia para algum tipo financeiro. Afinal, Harry tinha uma pequena fortuna no mundo bruxo que os seus pais lhe deixaram além de ter herdado alguns bens dos avós maternos e vir um dia a ficar com tudo o que é da sua madrinha como a mesma lhe prometera. Mas poderia, com a mínima das hipóteses estar ela verdadeiramente preocupada com o seu bem-estar? Era tão improvável como o dia ser noite e a noite ser dia. Não, Harry não queria ocupar a sua mente com isso. Não valia a pena.
Harry e Lyra foram-se embora depois do ocorrido e felizmente não voltaram a cruzar-se com os Dursley. Almoçaram no Burger King apesar de Lyra ter dito que não era praticamente saudável mas ela também estava a adorar e já ia no terceiro x-bacon. Passearam pelo parque ainda a saborear o gelado de caramelo e natas que se derretia de uma forma suave na língua.
Não tendo muitas ideias para onde ir no resto da tarde decidiram-se por andar até onde Deus os levasse, vendo vitrinas das lojas, comprando algo que lhes agradava e inventando jogos infantis como: não poder pisar nas linhas que separavam os mosaicos do chão. Cansados resolveram ir para casa.
Passava das oito da noite, mas o sol ainda lançava o seu olhar quente sobre as árvores e arbustos do jardim bem cuidado. Tinham tomado outro banho e arranjado a sala de estar para uma visita que Lyra fez questão de não revelar. No fim e ao cabo Harry acabaria por descobrir quando a visita chegasse por isso mais valia esperar - mas isso não queria dizer que fosse o seu passatempo preferido.
Lyra apenas ria do modo do sobrinho. Achava graça o suspiro indignado que o menino soltava a cada dez segundos. Era tão curioso como a mãe e tão impaciente como o pai.

Segundos após a sala estar arrumada a campainha tocou, Harry limpou o suor que escorria-lhe pela testa com a manga do pijama e foi atender enquanto a sua tia preparava o chocolate-quente.
Sentiu o seu queixo cair e a sua expressão deve ter sido bastante engraçada porque os dois homens o encararem com divertimento. Era um dos maiores homens que já havia visto na vida! Deveria ter quase três metros de altura e Harry teve dificuldade em encara-lo nos olhos devido às barbas e sobrancelhas grossas.
O segundo homem aparentava ser mais velho, bem mais velho. Trajava vestes longas, sua barba e cabelos grisalhos eram compridos e usava óculos meia-lua.
Sua madrinha abraçou-o por trás repousando o queixo carinhosamente no ombro do moreno e com a sua voz suave e levemente mais rouca apresentou:

— Harry, estes são Albus Dumbledore e Rúbeo Hagrid!


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