Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 12
Nunca é fácil


Notas iniciais do capítulo

E como prometido aqui está o novo capítulo. Não é tão grande como gostaria mas foi o que se arranjou. O próximo ainda não está escrito, por isso, talvez demore um pouco.
Boa leitura!

Xoxo,
Môa.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482124/chapter/12

Levou cerca de cinco dias e algumas horas para Lyra finalmente se habituar à presença de Sirius Black ao redor da sua casa.

Na noite em que ambos fizeram o acordo que consistia em Lyra ajudá-lo a provar a sua inocência a todo o mundo mágico sobre a noite da morte da família Potter, Lyra estava ainda um pouco insegura acerca da atitude fora de personagem que ela havia tido. Pensara de cabeça quente, no entanto não voltara com a sua palavra atrás e ainda com o coração aos pulos no peito pálido permitiu que Sirius tomasse um longo banho relaxante e perfumado na sua banheira de mármore negro e ofereceu-lhe ainda uma refeição quente e saborosa.

Acabou também por permitir que o fugitivo descansasse no quarto de hóspedes, vestisse algumas roupas esquecidas por amantes anteriores e Sirius não voltou a aparecer no andar debaixo até à tarde do dia seguinte.
Harry Potter continuava em Hogwarts indiferente ao facto de Lyra ter abrigado Sirius - o suposto assassino em massa - em sua casa e de certa forma Lyra sentia os ombros pesados com toda a culpa que ela carregava. Sentia que estava a trair a confiança que Harry, Remus e Dumbledore depositavam nela, mas no fundo ela sabia que tudo valeria a pena. Libertaria um homem justo e inocente de um destino mortal e de completa solidão, e cumpriria o desejo de Lily e James.

— Não devias estar aqui, Sirius. — Ela sussurrou por detrás dos dentes perolados, olhando em redor para qualquer atenção indesejada.

Sirius Black em sua forma canina sorriu - se isso fosse sequer possível - e latiu alto esfregando o seu pêlo negro e devidamente limpo e organizado contra a perna nua de Lyra.

A jovem mulher revirou os olhos azuis-celeste em forma de frustração. Nem ás compras poderia ir sem ter o homem maroto a segui-la?

Este era um dos problemas de ter de viver debaixo do mesmo teto que Sirius. Era compreensível que depois de tantos anos deixado para morrer numa cela escura e solitária, ele se sentisse carente e em busca de atenção por parte de uma figura esbelta e feminina como Lyra. Porém, ele havia adquirido um gosto imenso em provocar a jovem de todas as maneiras: seja em fazendo comentários com um duplo significado ou a esquecer-se 'acidentalmente' da roupa no quarto e saindo da casa-de-banho com uma toalha branca à volta da cintura e o corpo ainda molhado.
De qualquer maneira, ele parecia ter feito um desafio a si mesmo e não havia maneira de o fazer parar.

— A sério, Sirius, é perigoso para ti aqui fora. — Ela disse ao esconder-se nas sombras de uma pequena rua.

Quieta e em silêncio, ela observou. Os membros do animal alongaram-se, os ossos estalando ligeiramente e o pêlo escuro desaparecera rapidamente dando forma ao cabelo negro de Sirius agora em forma humana.

Ele sorriu, os seus dentes brancos reluzindo á luz solar. Era um daqueles sorrisos brincalhões e cheios de malícia. Lyra não podia deixar de sentir os olhos dele a engolir a sua pequena figura.

— Preocupada com a minha segurança? — Perguntou ele de forma arrogante e vaidosa, caminhando a passos poderosos e encostando Lyra à parede de tijolos do prédio.

Lyra revirou os olhos claros. Isto era apenas mais um tipo de provocação da parte de Sirius. Já se começava a habituar aos seus jogos.

— Estou preocupada que te deixes apanhar.

— Não me podes prender dentro de casa para sempre, Rose. — Ele afirmou calmamente com voz rouca. Não parecia querer discutir, e sinceramente Lyra também não desejava, mas ela já podia sentir nos seus ossos o começo de um diálogo cheio de gritos.

— Preferes estar preso dentro de casa ou numa cela? Porque é lá que irás ficar se não tiveres cuidado, Sirius.

Ele afastou-se, encolhendo os ombros e arrepiando os cabelos negros.

— Prefiro estar em liberdade.

— E para estares em liberdade não te podes dar ao luxo de ser apanhado!

— Ninguém me viu pois não? —Sirius ripostou cansado, recuando um pouco e encostando-se na parede oposta á de Lyra. A pedra fria contra a sua pele por baixo da camisa relaxou-o ligeiramente — Por favor, quem é que neste mundo me reconheceria como um cão? Ninguém sabe sobre mim.

— Podem não te reconhecer, mas não acharão estranho ver um cão de um tamanho de um cavalo a andar pelas ruas!? — Ela resmungou, remexendo na sua bolsa vermelha e retirando uma coleira e trela azuis. Oh não! Sirius não iria gostar disto — Felizmente eu vim preparada para algum ataque de irresponsabilidade que pudesses vir a ter. Estava certa não estava? — Entregou-lhe a coleira não dando importância alguma ao seu olhar chocado e queixo um pouco folgo.

— Tu... — Engasgou-se um pouco com a própria saliva enquanto tentava formar frases — Tu realmente achas que eu irei usar isto? Isto é uma coleira!

Lyra revirou os olhos e cruzou os braços. Estava farta da imaturidade do ex-prisioneiro.

— Sim, isso é uma coleira e isto é uma trela e aquilo um tijolo. Não vamos indicar o óbvio, sim? Agora, coloca a coleira maldita.

Sirius rosnou baixo, arreganhando os dentes e jogando o objeto azul para o chão. O rosto da jovem ganhou numa tonalidade vermelha devido há toda a raiva acumulada.

— Eu não irei usar isto! — Protestou.

— Ou colocas ou irás para casa! A escolha é tua. Tens que pelo menos fingir que pertences a alguém senão poderão chamar o canil ao pensarem que és algum cão vadio. — Lançou-lhe um olhar cansado e suplicante — Por favor, Sirius...

Ele inspirou fundo para se recompor, sentia os dedos dormentes da força com que os seus punhos estavam fechados. Agarrou na coleira e num gesto hesitante, estendeu a mão tirando a trela das mãos suaves de Lyra. A sua pele estava fria contra a sua escaldante. Ele entendia que Lyra tinha ignorado todo o seu bom senso e confiado nele. Ele iria tentar confiar nela também.

Ao vê-lo colocar a coleira e a trela, a jovem Evans não pôde deixar de sentir pena dele. Aquele homem já havia sofrido tanto na sua vida e era natural querer ser livre como o vento, mas para alcançar a liberdade ele teria de seguir certas regras. Não ser visto por ninguém seja em forma humana ou animal era uma das principais.

Mais uma vez ela observou os seus ossos transformando-se, foi encolhendo e curvando-se, crescendo pêlo e no lugar de um homem estava novamente um canino.
Ela aproximou-se baixando lentamente à sua altura, pegando na trela com a mão esquerda e com a direita esfregando o seu pescoço quente suavemente. Beijou-lhe o focinho ao qual Sirius retribuiu por lamber a sua bochecha lentamente.

— Ei, está tudo bem... Tudo ficará bem. Lamento que tenha de ser assim. — Sussurrou inspirando levemente o cheiro do pêlo lustroso - surpreendentemente cheirava ao shampoo masculino que ela havia comprado — Então que me dizes sobre um passeio e depois voltamos para casa?

Ele latiu, começando a caminhar ao mesmo ritmo que Lyra.

O som não soou tão feliz como outras vezes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lyra Evans - E o sangue de Fénix!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.