Lyra Evans - E o sangue de Fénix! escrita por KyraSif


Capítulo 11
Temos um acordo?


Notas iniciais do capítulo

Oh Meu Deus! Não posso crer que fiquei tanto tempo sem atualizar a fic. Peço imensa desculpa a quem acompanha, mas estava sem imaginação e andava ocupada ultimamente. Vou tentar atualizar com mais frequência e mais uma vez peço imensa desculpa.



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Quando enfim a lua aparecera e as estrelas distantes brilhavam no céu coberto de nuvens negras, Lyra achou por bom vestir-se e, no ar fresco da noite, sair de casa e tentar não demorar tempo o suficiente para apanhar a forte tempestade que se aproximava.

Ao terminar de fechar a porta e com calma começar a andar pelo passeio, o vento gélido bateu-lhe no rosto balançando com força os seus cabelos castanhos e tornando as bochechas avermelhadas com o frio. Com um olhar rápido notou algumas pessoas ainda na rua. Claro que, vendo o tempo se fechar e as nuvens acumularem-se ainda mais, elas começavam a andar apressadas sem tempo para uma paragem temendo ficarem encharcados da cabeça aos pés.

Como ainda não chovia torrencialmente e apenas caiam pequenos pingos, havia exceções ao nervosismo dos londrinos: como a velha simpática de cabelos grisalhos que carregava um gato malhado no colo, e que mesmo estando com pressa, cumprimentara Lyra com um sorriso no rosto enrugado e lhe desejara uma boa noite – algo que a mesma retribuiu mesmo não tendo a certeza se era isso que iria acontecer naquela noite.
A pequena cabana de madeira podre aproximava-se aos poucos do seu campo de visão e para Lyra, tornava-se cada vez mais difícil respirar com toda a tensão e nervosismo que lhe entupiam as veias.

Ela sabia que Sirius Black podia não estar ali, na maior das hipóteses estava ainda em Hogwarts á espera do momento certo para provar a sua inocência e o seu nome ser limpo. Mas ela também sabia que a possibilidade de ele estar ali podia ser ainda maior. Aquela voz… O lugar irritantemente branco e pacífico… Não fazia sentido nenhum mas valia a pena o risco.

Poucas pessoas sabiam sobre a ligação entre todos os mundos. Lyra, graças a Dumbledore, era uma das felizardas a ter conhecimento deste facto. Naquela altura quando Dumbledore aparecera á sua porta para um chá quente e uns biscoitos caseiros ela não entendera realmente como o assunto havia surgido na conversa que ambos estavam a ter. Num minuto eles estavam a falar sobre as mais belas corujas e os seus habitats em todo o mundo e no outro minuto Albus segredara-lhe algo estranho e completamente fora do tema:

<< — O mundo é cheio de coisas estranhas e fantásticas, Lyra. Parece impossível mas existe sempre algo que nos liga uns aos outros independente de sermos mágicos ou não. Um Muggle pode vir a conhecer o mundo mágico apenas com uma caminhada por um determinado sitio. Momento certo no sítio certo. Tal ato do destino. Não achas interessante? —Sorriu-lhe. Um daqueles sorrisos que indicavam que sabia mais do que podia contar e depois voltou calmamente a comer um biscoito de nozes e com um brilho estranho nos olhos claros escondidos pelos óculos de meia-lua continuou a conversa como se nunca tivesse deixado o cérebro de Lyra a trabalhar a mil por hora. >>

Demorou a entender mas agora a herdeira da família Evans finalmente percebera o enigma estranho que Dumbledore que tinha dito naquela altura.

Portais...

Eram os portais que ligavam o mundo mágico ao mundo normal. Em determinados pontos do mundo existiam portais, e se a sua intuição estivesse certa – e ela normalmente nunca falha – a pequena cabana velha era um dos muitos que existem.
Aproximou-se finalmente da cabana, o nervosismo a correr-lhe pelo corpo curvilíneo. Olhou para a lua e as estrelas chupando o ar em fortes inalações. Finalmente abriu a porta velha tendo cuidado de não se espetar em nenhuma lasca de madeira e entrou.
O ar era abafado com um cheiro de antiguidade e por mais estranho que fosse a cão molhado. Porém, ela sentia uma certa electricidade mágica correr à sua volta, dava-lhe um certo conforto.

Ela estava no sítio certo.

Lyra sabia também que se Sirius estivesse ali, já tinha dado pela sua presença e estava apenas á espera da sua próxima reação. Quase que o conseguia imaginar a olhar atentamente para ela, com uma sorriso canino a enfeitar-lhe os lábios e os olhos a brilhar maliciosamente. Ele era um homem travesso desde o nascimento. Sentia pena de quem se atravessasse no seu caminho.

— Eu sei que estás aqui Sirius. — Ela disse agitando o cabelo castanho por cima do ombro e lambendo os lábios rubis.

Não houve resposta, no entanto, Lyra já estava à espera disso.
Assentiu com a cabeça para si mesma e adentrou mais a casa deparando-se com um lugar de pura confusão. Havia móveis caídos e despedaçados; vidros partidos e pó por todo. Lyra teve de fazer um esforço para não espirrar franzindo o nariz de uma forma que os seus familiares sempre acharam adorável.

Sirius também sempre achou bonito.

— Estão todos á tua procura. — Ela comentou para o ar, os seus olhos claros procurando algo nas sombras e suspirando de frustração quando não encontrou. — Os aurores, a polícia Muggle... Fizeste grande rebuliço tenho que admitir. Bem, nós dois sabemos que sempre tiveste uma certa tendência para o drama.

Acabou por se sentar-se num sofá velho em tons de cinza que surpreendentemente era das únicas coisas que se salvara naquele mar de destruição.

— O Harry pensa que és um assassino. Pensa que estás atrás dele para o matar. Todos pensam. Mas eu e tu sabemos a verdade. Nunca foste tu não é? Alguém acabou por te incriminar.

— Quem julgas que foi? — A voz rouca de Sirius veio de algum canto do recinto escuro e solitário.

Lyra fechou os olhos calmamente, deitando-se de forma confortável no sofá enquanto cantarolava alguma musiquinha. Encolheu os ombros mostrando que não sabia. O que era verdade. Ela não se lembrava nada do sonho mas sabia que Sirius era inocente.

— Sei que não foste tu. — Ouviu a madeira ranger e soube que Sirius aproximava-se dela calmamente — Quero ajudar-te, Sirius.

— Porquê?

Ele estava tão perto. Sentia a respiração no seu pescoço e conseguia sentir a força do seu olhar ardente mesmo com as pálpebras fechadas.

— É o que James e Lily iriam querer.

— E tu? — perguntou — O que queres?

Quando abriu os olhos, o rosto de Sirius estavam a centímetros do seu, os lábios apenas a uma polegada de distância. Se possível a sua barba desgrenhada tinha crescido ainda mais e os olhos escuros reluziam intensamente.

— Eu? — Ela continuou a encará-lo nos olhos aproximando-se de forma que os seus lábios se tocavam levemente enquanto falavam — Eu quero provar a tua inocência.

O sorriso malicioso de Sirius foi tão brilhante que era capaz de cegar.

— Tens um plano?

— Havemos de pensar em algo. E então? O que dizes? Temos um acordo?

Ele riu, levantando-a do sofá e puxando-a para si com força, peito contra peito. Lyra sentia o seu hálito quente bater-lhe nos lábios entreabertos e observou-o atentamente por baixo dos cílios escuros. Ele estava feliz, radiante até pelo que Lyra poderia dizer.

— Bem, minha cara Evans, parece que iremos nos ver com muita frequência.


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