Nem pela Minha Própria Vida escrita por caroline_03


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

mais um cap galela!



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[Bella]

 

Querido diário, ou seja lá o que realmente esse caderninho significa...

 

O quanto insanidade será se eu disser que gostei de beijar Edward Cullen... Veja só... Não estamos falando de um menino qualquer que eu conheci ontem... Estamos falando do Edward, irmão de Alice, o menino que eu tentei matar quando criança e todas aquelas barbaridades que não tem sentido escrever aqui.

 

Tudo bem... Nada está realmente como estava antes. Digo isso por que Edward já não fala normalmente comigo, como se nada tivesse acontecido e da mesma forma em que eu estou agindo. Tá tudo bem, nós fomos pegos por Felix, mas... E daí? Não somos crianças há algum tempo.

 

Está sendo difícil conviver com Alice sem poder dizer a verdade. Ela é minha melhor amiga, bem... Era, até toda essa confusão. Eu queria poder ir ao quarto dela e dizer “droga, eu não sou o Edward, eu sou a Bella. A mesma de sempre... por baixo de todo esse pelo e traços masculinos”. Mas certamente Edward me mataria se eu fizesse isso.

 

Bella.

 

 

 

Edward estava realmente estranho nos últimos dias. Ele não olhava realmente para mim como antes, e eu tinha medo de perguntar o que tinha de errado e ele dizer horrores para mim. A verdade é que depois da nossa tentativa frustrada de voltar para nossos devidos corpos, ele não falara muito comigo. Não que eu não tentasse, por que eu tentava. Aquele beijo tinha sido apenas mais uma tentativa, e não deveria ter mudado nada entre nós... Se é que realmente existia alguma coisa que não fosse ocasião entre nós.

 

Agora ele caminhava ao meu lado, com as mãos no bolso do moletom (estava estranhamente frio para Jacksonville), e sem dizer sequer uma palavra. Olhei para os lados e as pessoas já não pareciam nos perceber juntos. Aquela era uma cena comum agora. Nem mesmo Tânia se aproximava quando estávamos juntos, Jacob parecia ter algum tipo de repelente a nós e eu imaginava como ficaria a situação Baile-Bella/Edward. Edward provavelmente se negaria a ir acompanhado por Jacob, assim como eu me recusaria a levar a va... Tânia.

 

Olhei para Edward, e ele fitava o chão sem realmente ver. Ele parecia perdido em algum pensamento em que nunca me contaria. Frustrada, olhei para o outro lado. Odiava aquela situação, será que ele não poderia fingir que nada aconteceu também?

 

-acha que estaremos em nossos devidos corpos até o baile? –eu perguntei, tentando começar um assunto e que ele falasse de preferência.

 

-talvez. –não estava dando certo, como pode ver.

 

-espero que sim, por que eu não quero ter que vestir um terno e ter que sair com Tânia, eca! –ela me olhou com o canto do olho e revirou os olhos.

 

E ele não disse nada. Apenas continuou andando sabe-se lá para onde e é claro que eu fui junto, tentando achar alguma maneira de saber o que estava acontecendo com ele. Tudo bem que ser pego por Felix naquele momento foi mesmo vergonhoso, mas eu não estava diferente por causa disso. Mas Edward...

 

-pelo amor de deus, diga o que está acontecendo Edward! Eu também não estou feliz com a idéia de ter te beijado, mas não é só por isso que eu vou fingir que você não existe. –eu falei com os olhos fixos em seu (meu) rosto e ele apenas se virou e me encarou, com uma expressão furiosa.

 

-quem saber qual é o meu problema? –assenti. –estou preso no corpo de uma menina fútil que tudo o que sabe fazer é gritar e chorar, implorando para ter tudo o que quer. –eu parei no meio do corredor.

 

-TPM. – ele me encarou novamente.

 

-o que? –não demonstrei o quanto estava afetada com o que ele tinha dito.

 

-você está de TPM. –ele revirou os olhos.

 

-quer dizer que...

 

-descubra Edward. –virei as costas e me afastei, não agüentaria as grosserias dele.

 

Eu tinha o dia inteiro aula com ele aquele dia, o que implicaria em aula de educação física, coisa que eu não estava nem um pouco a fim de fazer. Eu nunca diria em voz alta, mas o que Edward tinha dito me magoara de uma forma que eu não achava que seria possível algum dia. Ao invés de ir para a aula, fui para o meu refugio. O único lugar aonde eu ia quando não estava bem, e eu não estava no momento.

 

[Edward]

 

Fiquei olhando enquanto Bella se afastava de mim. Ela não poderia estar chateada com o que eu tinha dito, podia? Bem, ela era Isabella Swan e ela nunca deixaria aquilo barato... Se bem que nos últimos dias ela estava diferente. Normalmente ela teria dito alguma coisa e saído rindo de mim, mas ela não fez isso.

 

Resolvei desistir de tentar entender. Bella era complexa demais para mim. Comecei a andar para a próxima aula, certo de que ela estaria lá. Ela era mesmo irritante, com aquele ar de “eu sei o que você está pensando”. Não sabia por que estava agindo daquela forma com ela, não era para ter mudado alguma coisa, mas Bella não facilitava também. Sempre me enchendo com suas coisas de meninas e sua máxima preocupação: o baile.

 

Entre na sala de aula e olhei em volta, vendo apenas Alice acenando para mim, o que eu correspondi com um sorriso mínimo. Bella não estava lá. A aula começou e eu apenas prestava atenção na porta, para ver quando Bella entrasse e me lançasse seu olhar de ódio supremo, que eu riria normalmente.

 

O sinal bateu e eu corri para a próxima aula. Por algum motivo estava preocupado com ela, e queria saber onde ela estava. Provavelmente ela me ignoraria pelo resto de nossas vidas, mas o que eu poderia ter feito? Eu estava irritado com Emmett aquela manha e nada poderia ter mudado o meu humor a não ser a noticia “TPM”, que apenas piorou as coisas. Fala sério... ARGH!

 

Na educação física ela nem sinal dela. Por incrível que pareça Emmett se aproximou de mim, com um sorriso afetado, diga-se de passagem, e coçando a cabeça. Ele sempre fazia aquilo e eu nunca entendi o porquê, apenas durante a madrugada quando ele jogou uma pedra em minha janela e pediu para que eu abrisse a porta para ele, então eu entendi que ele fazia aquilo quando estava com vergonha.

 

-sabe onde está Edward, Bella? –ele perguntou me olhando de verdade.

 

-não, a última vez que o vi foi antes da primeira aula, por? –ele mordeu o lábio inferior.

 

-queria falar com ele só isso... Ah, obrigado por ter aberto a porta para mim. –fiz sinal com a cabeça de que não era nada. –é... Sabe se Rosalie está muito brava comigo?

 

-Rosalie? Ela não disse nada. –ele assentiu nervoso e sorriu outra vez.

 

-tudo bem então. Obrigado Bella. –e então ele correu, batendo em um menino que tentava correr atrás da bola de basquete e o jogando no chão.

 

Finalmente o sinal de almoço tinha batido. Agora não teria escapatória, Bella teria que aparecer de alguma forma, pelo menos para se juntar a Emmett e aos outros meninos. Sentei ao lado de Alice e esperei pacientemente pelas pessoas que passavam pela porta.

 

-Bella você vai ficar muito brava se eu matar seu irmão? –Rosalie perguntou fazendo desenhos em sua comida.

 

-por quê? – perguntei com curiosidade, me lembrando do que Emmett tinha dito.

 

-ontem ele apareceu na minha casa. –ela suspirou pesadamente.

 

-como não me disse isso antes? –Alice perguntou quicando na cadeira.

 

-queria esperar para contar a Bella também. –Rose sorriu e voltou o rosto para mim.

 

-acha que ele gosta de mim? –ela perguntou com os olhos cheios de lágrimas. E agora o que eu diria?

 

-não converso muito com meu irmão sobre isso Rose, mas por que pergunta? –ela suspirou e voltou a encarar seu prato.

 

-eu sou uma boba. –sorri minimamente, ela estaria apaixonada por ele agora?

 

-talvez você devesse tentar... –dei de ombros.

 

-Bella, você nunca diria isso a ela. Provavelmente diria para ela se matar antes de beijar seu irmão. –Alice falou rindo.

 

-talvez tenha razão. –provavelmente Bella preferiria morrer antes de me beijar também, e provavelmente só aceitou aquilo por que era o corpo dela que estava em jogo. E então uma luz se acendeu em minha cabeça. –ele estava com você ontem?

 

-é... Vamos dizer que... Quase isso. –Rosalie corou e olhou para o chão.

 

-foi por isso que ele chegou em casa todo rasgado e arranhado? –Rosalie fechou a cara e cruzou os braços sobre o peito.

 

-não, isso deve ter sido minha vizinha que fez. –ela olhou furiosamente para o outro lado, deixando uma mexa de cabelo loiro cair em seu rosto.

 

Não agüentei a situação e comecei a rir, enquanto Alice colocava uma mão sobre o ombro da amiga e tentava consolá-la. Fala sério, consolar do que? Emmett tinha chego em casa em situação calamitosa, com direito até a língua para fora da boca.

 

-do que está rindo Bella? –Alice perguntou me olhando com uma sobrancelha levantada.

 

-quando ele chegou em casa, achei que tinha sido atropelado por uma jangada... –Alice começou a rir também. –só não imaginava que era a Rosalie.

 

-tudo bem, eu fiz ele se jogar da minha sacada. Talvez tenha sido... Doloroso. –engoli seco, mas voltei a rir olhando para Emmett que tinha um arranhado na testa.

 

Olhei para toda a mesa, encontrando um lugar vazio. Um lugar onde não deveria estar vazio. Novamente serio olhei para a mesa, me lembrando exatamente das palavras que tinha dito. Tinha sido rude e sem motivo, quando na verdade tudo o que ela queria saber era o motivo do meu mau humor. Olhei para Alice que me encarava com uma sobrancelha levantada. Sabia que devia fazer alguma coisa para me desculpar. Certamente Bella não iria embora, apesar de não estar assistindo as aulas. Olhei para Alice e tive uma idéia.

 

-tudo bem, teste surpresa sobre... Mim. –ri um pouco. –quem ganhar ganha... Um abraço?

 

-um abraço? –Rosalie falou com cara de indignada.

 

-tudo bem, depois eu dou alguma coisa a vocês, mas me responda uma coisa...

 

-tudo bem, sua bolsa já é minha. –Alice sorriu e apoiou a cabeça sobre uma mão.

 

-o que me deixa mais chateada...? –Alice me interrompeu, revirou os olhos e riu.

 

-meu irmão. –fiz careta.

 

-um ponto para Alice. –Rosalie fez careta, mas antes que pudesse dizer alguma coisa a interrompi. –quando estou... Triste, o que eu faço?

 

-depende. Como chocolate, vai ao shopping, xinga Edward ou Emmett...

 

-um ponto para Rose. –Alice falou rindo.

 

-só isso? –perguntei já desanimado.

 

-ou quando isso não resolve vai até o banheiro e fica por lá... –Alice sorriu e eu já me levantei.

 

-tudo bem, depois braço vocês. –e assim eu corri, torcendo para achá-la em algum dos banheiros do colégio.

 

[Bella]

 

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Estava naquele banheiro o dia inteiro, trancada na última cabine sentada no chão e não me importando com os inspetores que passavam por lá ou então os alunos que tentavam abri a porta. Não queria sair dali, nem mesmo para ir até a secretaria e dar uma desculpa esfarrapada e ir para “casa”.

 

Eu sou uma idiota, eu repetia às vezes em pensamentos e algumas vezes em voz baixa. Ele nunca seria gentil comigo. Nunca, nem sei por que cheguei a pensar nisso algum dia. Tudo o que eu queria naquele momento era pegar aquele maldito caderninho que eu chamava de diário e queimar o que eu tinha escrito na noite anterior. Como eu pude sequer pensar que Edward poderia ser legal? Ou até mesmo suportável? Ele só era legal comigo quando queria alguma coisa... Normalmente que eu fizesse alguma coisa com o corpo dele.

 

E assim com esses pensamentos, algumas vezes cai no sono. Fazia muito tempo que eu estava sentada ali e para falar a verdade sentia minhas costas doerem, mas só sairia dali quando todos tivessem saído do colégio e eu fosse a única que sobrara. Alguém tinha acabado de sair do banheiro e eu ainda olhava com a testa franzida para minhas mãos fechadas em punho. Não era justo o que ele tinha dito, há muito tempo que eu não fazia nada de propósito para irritá-lo.

 

-Bella? –alguém chamou meu nome, mas resolvi ignorar. Ouvi passos pelo banheiro e então um par de pés parou ao lado da porta. –Bella, é você que está aí?

 

-Vai embora. –disse com a voz rouca. Conseguia reconhecer minha própria voz a distancia.

 

-Bella, me desculpa. Agora saí daí para eu falar com você. –fiz careta olhando para a porta que nos separava.

 

-VAI EM-BO-RA! –falei bem pausadamente, vai que ele entendia dessa forma.

 

-tudo bem, não vai sair? –ele é burro?

 

-não! –ouvi o suspiro que ele deu e então ele virou, começando a andar.

 

-você que pediu. –suspirei pesadamente, voltando a olhar para meus joelhos. Era bom que ele tinha resolvido ir embora, não queria que ele achasse que estava assim por causa dele. Egocêntrico.

 

Ouvi um barulho de porta abrindo, mas não liguei. Deveria ser Edward saindo do banheiro e me deixando sozinha. Como ele podia ser tão idiota? Barulhos estranhos começaram a chamar minha atenção. Primeiro alguma coisa caindo, depois como se alguém tivesse subindo em alguma coisa e então xingamentos baixos.

 

-Bella? –dei um pulo e olhei para cima, vendo um Edward usando meu corpo e apoiado na divisão de cabines.

 

-você tá louco? Vai me machucar inteira! –ele revirou os olhos.

 

-você não abriu a porta! –ele deu de ombros e eu fiz careta.

 

-se eu não abri a porta era por que eu não queria falar com você! Agora vá embora! –ele suspirou, mas não moveu um músculo para sair dali.

 

-não vai mesmo sair daí, vai? –neguei com a cabeça e não voltei a olhar para ele.

 

Tombei a cabeça para o lado de jeito que ele não poderia ver meu rosto. Será possível? O banheiro era o único lugar onde eu podia ficar sozinha sem ninguém me incomodar e agora esse encosto vinha até aqui? Novos barulhos fizeram com que eu erguesse a cabeça, a tempo de ver Edward pulando a divisão.

 

-se você quebrar uma unha eu juro que não vai ter corpo para você voltar. –ele colocou um pé na parede e se virou se segurando com as mãos ainda no alto da divisão.

 

-não sou tão desajeitado quanto você Bella. –ele era o doce em pessoa. Se pudesse fazia compota e vendia.

 

-ótimo. –me levantei, percebendo que o ambiente estava mais apertado agora que tinha dois corpos ali. –vai embora. –falei olhando em seu rosto, que estava tranqüilo apesar da escalada.

 

-não. –ele falou olhando em meus olhos, coisa que não acontecia desde... Hm, deixa pra lá.

 

-tudo bem, eu vou. –virei para a porta e a toquei, pronta para realmente sair dali e o deixar sozinho.

 

-não. Espere só quero falar com você. –ele suspirou, colocando sua mão sobre a minha. A delicada mão. Eu o olhei, ainda não tinha perdido a expressão tranqüila.

 

-o que você quer? –disse seca, desviando o olhar para o chão.

 

-me desculpar. –ele falou e eu voltei a olhá-lo.

 

-pois bem, já o fez. Agora com licença. –voltei para a porta e alguma coisa me segurou, me puxando, ou se empurrando, para mais perto, me abraçando.

 

E então alguma coisa aconteceu. Por um momento esqueci toda a raiva que sentia daquele menino que agora se encolhia em meio aos meus braços. Era estranha aquela sensação de abraçar e não ser abraçada. Estava acostumada a ser menor do que todo mundo (excetuando Alice é claro) e sempre caber perfeitamente nos braços de todos. E agora era o contrario. Eu Abraçava meu próprio corpo, que continha um menino que tentava se desculpar.

 

-eu sou um idiota, mas disso você já sabe. –ele riu um pouco, voltando a esconder o rosto em “meu” peito.

 

-é... Eu sei. –ri um pouco e apertei os braços a sua volta.

 

E assim nós acabamos. Sentados no chão do banheiro, com ele tentando me consolar, mantendo minha cabeça em seu ombro, o que devo admitir que foi bem desconfortável por causa do meu novo porte.

 

-Edward... –ele abaixou a cabeça e olhou em meu rosto.

 

-hm?

 

-está um pouco desconfortável. –ele riu e soltou minha cabeça, deixando que eu pudesse respirar principalmente.

 

-desculpe. –sacudi a cabeça e então ele apoiou a cabeça em meu ombro.

 

Comecei a olhar em volta, percebendo que não mudava muitas coisas do banheiro feminino para o masculinho. As mesmas escritas nas portas de “Fulano comanda” ou “Siclano arrasa”. Horrível, mas em várias portas do banheiro feminino estava escrito “Bella é demais!” em canetinha rosa, acompanhado é claro por “Alice ama João/Pedro/Joaquim/...”. Sempre tinha um risco em cima do nome do menino e uma flecha indicando o novo nome. Incrível. Rosalie não ficava muito atrás com “Rosalie é gata”.

 

Edward deve ter percebido para onde estava olhando, por que soltou um riso baixo e apontou para um canto da porta, onde estava escrito com letras pequenas um simples “Edward” de caneta. Não muito longe do nome dele estava escrito “Emmett” de canetão preto e letras maiores.

 

-qual era a graça mesmo? –perguntei rindo.

 

-não sei, mas em todas as portas tem meu nome. –ele falou rindo também e se acomodando melhor em meu ombro.

 

Virei e peguei a mochila de Edward, colocando a mão lá dentro e pegando o estojo, onde eu esperava encontrar um marca texto laranja fosforescente, mas sabia que tudo o que eu encontraria seria a lapiseira, algumas canetas pretas, azuis e vermelhas, borracha e coisas fundamentais que meninos carregavam. Se fosse o meu estojo era mais fácil achar um kit completo de maquiagem, menos uma borracha.

 

Escrevi um tímido Bella próximo ao nome dos meninos. O meu nome ficou logo embaixo do de Edward e era engraçada a diferença de letras. A dele em letra de forma parecia até grande comparada com a minha corrida e realmente de menina.

 

-não tem graça. –ele riu.

 

-eu sei. –ele pegou a caneta da minha mão e fez um quadrado em volta de nossos nomes.

 

Ele se virou novamente para mim e me olhou nos olhos, com a boca entre aberta como se fosse dizer alguma coisa. Esperei pacientemente, e ele franziu a testa, desviando o olhar por apenas um segundo, depois apertou os braços em minha volta e sorriu timidamente.

 

-Bella...

 

-sim? –estava começando a ficar nervosa com toda essa demora.

 

-eu... –e novamente o barulho da porta abrindo.

 

DROGA, DROGA, DROGA! Eu falava internamente, enquanto Edward azia careta, como se estivesse concentrado em alguma coisa. Os barulhos eram altos, mas eu não conseguia entender o que estavam dizendo.

 

-o que... –eu sussurrei, mas fui impedida por Edward.

 

-shh. –ele fez com o dedo indicador na frente da boca.

 

E então eu comecei a me concentrar nas pessoas que estavam falando. A voz era mesmo conhecida, era do meu irmão que parecia irritado com alguma coisa... Ou no mínimo chateado. Edward franziu a testa e olhou para a porta, como se pensasse em sair dali e ver o que estava mesmo acontecendo.

 

-não acredito que ela teve coragem de fazer isso. –a voz de outro menino, que parecia segurar um pouco a risada.

 

-cara, eu vou demorar décadas para tirar todos esses chicletes do cabelo. –pensei se Emmett sabia quanto tempo era uma década.

 

-é melhor raspar. –arregalei os olhos e agora quem parecia segurar a risada era Edward.

 

-o que está acontecendo? –sussurrei.

 

-Rosalie. –ergui uma sobrancelha diante da resposta inesperada.

 

-por... –ele me impediu de falar, colocando uma mão em minha boca.

 

-pelo menos conseguiu tirar todas as cascas de lápis...

 

-fala isso por que não é na sua cueca. –segurei a risada agora.

 

-respira fundo e vai lá averiguar. –Edward falou com o sorriso aberto. Assenti, não estava agüentando ficar ali de qualquer forma.

 

Tentei recompor a imagem de menino sério com problemas de intestino e sai da cabine, cuidando para não mostrar Edward, com o meu corpo, que se espremia na parede. Emmett me olhou com uma sobrancelha levantada e o outro menino, que agora eu sabia que era Mike, se assustou a me ver.

 

-onde estava? –meu irmão indagou com um meio sorriso sacana.

 

-não estava muito bem e... –apontei para a cabine que acabara de bater a porta.

 

-seus olhos estão inchados... Andou chorando. –me sobressaltei e coloquei a mão no rosto, virando para o espelho. Mil vezes droga.

 

-não, acabei pegando no sono ali. –ri tentando disfarçar. –o que está fazendo?

 

-a loira psicopata tentou me matar. –e então olhei para seu cabelo e sentei no chão rindo.

 

-ei, por que eu não posso fazer isso? –Mike perguntou mordendo o lábio inferior, segurando a risada.

 

-ah, tudo bem. É bom que Bella saiba como retirar chiclete do cabelo. –Emmett falou tristonho, se sentando ao meu lado.

 

-gelo. –eu falei sorrindo. –quer dizer... Não sei se funciona, mas Alice disse que sim! –sorri, tentando não olhar para as massas cor-de-rosa que estavam por todo o lado da cabeça dele.

 

-vou tentar isso, quando chegar em casa. –ele me olhou e sorriu. –obrigada, irmão.

 

Parece besteira, mas eu gelei diante daquelas palavras. Nunca pensei que diria aquilo, mas sentia falta de Emmett como meu irmão e os pulos que ele dava em meu quarto todas as noites para ver se estava tudo bem ou se era apenas a imaginação dele.

 

-não foi nada Emm. –não pensei ao dizer o apelido de irmão.

 

-esta andando de mais com minha irmã... Até a mania de me chamar assim pegou. –ele riu, se levantando e Mike já pulou para cima dele, tentando, sem sucesso, tirar mais algum pedaço de chiclete.

 

-vamos até o refeitório, talvez tenha alguma coisa lá. –os empurrei para fora do banheiro, pensando em Edward que deveria estar sufocando de ansiedade.

 

Antes que eu pudesse fechar a porta em minhas costas, escutei algumas palavras em baixa voz, que fizeram com que eu sorriso como uma boba. “obrigada e desculpe-me outra vez.” Edward falou saindo da pequena cabine e sorrindo timidamente. Sussurrei um rápido “não foi nada” e logo tratei de tirar os dois meninos dali, antes que eles pudessem ver e pensarem coisas erradas.

 

-disse alguma coisa Edward? –Mike perguntou sorrindo.

 

-não, só estou... Cantando! –sorri e comecei a caminhar para o refeitório, onde esperava poder ajudar meu irmão, pela primeira vez na vida.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

geeente, não sei o que vocês vão acha, para falar a verdade pensei mil vezes antes de postar esse cap!!! particularmente eu gosto, mas... Por favor me falem o que acharam ok??
beijos de uma autora insegura e não percam o próximo cap... acho que vai estar bem engraçado! HAHAHAHAH